Sabe o bom de escrever um blog? Ter a liberdade de postar sobre o que queremos, o que achamos importante, o que nos motiva. Por isso, o post de hoje, por exemplo, é uma homenagem. Admiro muito aquelas pessoas obstinadas, que buscam seus objetivos com foco, com disciplina, com amor. E hoje, após ler um post emocionado dele, em seu instagram pessoal, decidi vir aqui escrever essas palavras sobre ele, para vocês. E quem é ele? Roque Jorge, vulgo “a máquina”, meu instrutor de krav maga e, mais pessoalmente, posso garantir, meu amigo. Porque toda história de sucesso, de alguém que realizou um sonho com muita persistência, que nos motive e nos faça acreditar que tudo é possível, merece ser compartilhada. E, nesse caso, merece mesmo uma homenagem.
Conheço Roque há alguns bons anos. Eu diria, há quase duas décadas. Nos conhecemos no ambiente de trabalho, éramos funcionários da mesma empresa, trabalhávamos para o mesmo produto desenvolvido por essa empresa. Ele era programador, eu era jornalista. Ele fazia a programação do sistema que eu utilizava para alimentar os sites da empresa com conteúdo. Ou seja, trabalhávamos diretamente, em contato frequente. Roque saiu da empresa anos antes de mim, e perdemos o contato pessoal, mas seguíamos nos acompanhando em redes sociais. Na época, ele ainda não treinava krav maga. Era um profissional da zorra, competente pra caramba. Não tinha um problema que eu apresentasse para ele, que ele não achasse uma solução.
E, quer saber, porque eu estou falando dele aqui agora? Pra mostrar a cada um de vocês que lê esse texto que, realmente, não existe problema que não tenha solução. E que muitas vezes precisamos apenas buscar essa resposta com mais dedicação e afinco, que um dia ela chegará. Ontem, quando vi a imagem postada por ele no instagram, deitado no chão, emocionado por ter se transformado em um ultramaratonista, por ter corrido 21 km no sábado, na Meia Maratona Olympikus do Rio de Janeiro, e ter corrido mais 42km no domingo, na Maratona Caixa da Cidade do Rio de Janeiro, me deu vontade de vir aqui e escrever esse texto, porque isso é uma lição de vida.
Nós, que acompanhamos o dia a dia de Roque, seja na qualidade de aluno ou de amigo, temos ele como um verdadeiro exemplo de vida. Sabe aquela pessoa que luta para alcançar suas metas, que não desiste, que não se deixa abater por nenhum obstáculo? Ele é esse tipo de pessoa, um incentivador, um motivador nato. Acompanhamos todo esse percurso em busca dos melhores tempos, do melhor desempenho, do melhor que ele é capaz de dar. Assistimos de camarote, sua luta para evoluir, para chegar ao topo. E ele consegue ser uma pessoa tão agregadora para nós, seus alunos, que viramos mesmo uma família, daquela que torce e vibra por cada uma de suas vitórias.
Quando vi a imagem de Roque deitado no chão e o depoimento do quanto ele chorou na linha de chegada, me deu um orgulho tão grande de ser sua aluna, de fazer parte da vida de alguém assim. Me lembrei de Roque com o braço imobilizado, resultado de uma cirurgia, sem poder treinar. Me lembrei que sua dedicação permitiu que ele voltasse aos treinos muito antes da previsão médica. Lembrei também de ele chegar à academia com o pé inchado, falando da dor, mas garantindo que participaria da prova de corrida no dia seguinte. Me lembrei de quando ele conquistou a faixa preta do krav maga, depois de 15 anos de treinos intensos.
A faixa preta
Aliás, a faixa preta merece um parágrafo apartado. Li certa vez uma frase que dizia que só não realizava seus sonhos quem desistia deles no meio do caminho. E Roque é um grande exemplo dessa frase. Quinze anos treinando em busca da tão sonhada faixa preta. E, nós, seus alunos, não tínhamos a menor dúvida de que ela chegaria lá. Roque é aquela pessoa que valoriza cada passo até chegar à conquista, que vive cada etapa, que acredita ser capaz e se superar. Conquistar a faixa preta foi um momento de muita emoção não apenas para ele, mas para todos nós, seus alunos.
Quando recebemos a notícia pelo whatsapp, direto do Rio de Janeiro, foi uma chuva de mensagens positivas, de comemoração, uma energia boa sem fim. A primeira aula dele com a faixa preta foi emocionante, porque é um sonho que muitos de seus alunos de krav maga também almejam. E nós, que estamos no caminho, vivenciamos todas as dificuldades de se chegar à técnica perfeita. E o nosso grande incentivo é, sem dúvida alguma, Roque. Porque ele é perfeccionista, porque ele não desiste da gente. Porque ele corrige 15 mil vezes se necessário, até a hora que vai dizer que “está bom”.
Quando entrei no krav maga, me senti completamente perdida. Achei que nunca aprenderia, que nunca conseguiria concatenar os golpes. E ele corrigia daqui, corrigia dali, cobrava a presença nos treinos. Mandava repetir uma, duas, 400 vezes. Até que fui pro exame pra faixa amarela. E quer saber? Me senti muito confortável ali. Eu sabia que tinha treinado com o melhor. Não tinha como dar errado. E não deu mesmo. Os golpes saíram com naturalidade no exame de faixa. O resultado não podia ter sido diferente. Porque sou aluna dele. E se você quiser, vai se tornar o melhor que puder ser, dentro de suas limitações, basta treinar. E eu tenho certeza de que se você pode perguntar a qualquer um de seus alunos se ele mudaria de treinador, a resposta seria um sonoro e intenso não.
São anos de treino e dedicação, de comprometimento com a realização de um sonho. E aqui fica o exemplo pra gente: vamos treinar. Frequentar as aulas, treinar, corrigir as falhas, ouvir as orientações, insistir. Em relação ao krav maga, especialmente, ele existe para que a gente coloque nossa segurança em primeiro lugar. Sejamos persistentes, que o resultado só chega com a persistência nos treinos. A lição é essa: Quer a técnica perfeita? Treine. Sem mistério, sem segredos. Simples assim, treinem!
Sobre acreditar, incentivo e afins
Eu não tenho nenhuma dúvida de que Roque é daquelas pessoas capazes de realizar qualquer sonho que queira. Inclusive, acho que nenhum de seus alunos tem. O tipo de pessoa que precisamos admirar e nos inspirar. Que faz a gente perceber que tudo na vida é possível, é só dedicarmos esforço, buscarmos a superação. No final das contas, presenciar tantas de suas vitórias só me faz acreditar ainda mais, acreditar que posso ir além também, em qualquer de meus objetivos. Acreditar que tudo está ao alcance de nossas mãos, basta que a gente erga essa mão e corra no sentido do objetivo.
Eu não moro perto da academia que treino krav maga. Esses dias estava sem carro, e ele me mandou mensagem na véspera da aula, dizendo que era pra ir pra aula. Era a véspera do dia da prova dele no Rio de Janeiro. Ele me disse que era para ir, que ele estaria no Rio, mas Cris, sua esposa e a melhor monitora de krav maga do universo (de verdade, eu sou a maior fã dela), daria aula. Eu coloquei umas três dificuldades para conseguir chegar à academia. Em um momento da conversa ele me disse: “para cada problema que você apontar, eu vou te dar uma solução. Você não terá desculpa para faltar a aula amanhã. Quando a conversa parou, fiquei pensando exatamente nisso, porque Roque Jorge é isso, um exemplo de que tudo é possível, desde que você queira. Eu fui à aula. Realmente não tinha desculpas para não ir.
Parabéns, mestre! Muito orgulho de poder conviver com uma pessoa como você.
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