Os trovões e raios assustavam. Quando a chuva jorrava sua ira sobre o telhado de casa, Julia corria para montar a sua cabana. O destino era a cama da mãe. Embaixo do braço, uma colcha bem grande e quentinha. Em seguida, voltava ao seu quarto para carregar todos os seus bichinhos de pelúcia para lá. Ali, passava horas do dia, até que as chuvas decidissem dar trégua.
Julia acreditava que seus bichinhos tinham alma, tinham vida. Assim como ela, ficavam assustados e com medo do barulho alto e do clarão que desciam do céu. Sob a coberta, conversa com seus amiguinhos. Não era hora de brincar, mas de bater papo de gente grande.
Ela, a mais velha da trupe, se esforçava para manter os bichinhos calmos, convencê-los de que nada aconteceria a eles, era só mais um dia de chuva forte, ia passar a qualquer momento e novamente o sol limparia o céu e voltaria a sorrir lá de cima.
Ali ela ficava o tempo que fosse necessário, até acreditar que eles estavam mais tranquilos e felizes. Ali, junto com eles, protegida por uma redoma que só uma criança seria capaz de compreender.
Adorei o conto…. Super sensível e lindinho 🙂
bjs
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Obrigada, Terena. Que bom que gostou. Estou ensaiando escrever estes pequenos contos… Beijão!
adorei parabéns, muito lindo seu livro bjs…..
isso não é coisa só de meninas ! meninos também de medo de chuva e correm para suas cabanas e fortalezas que só eles sabem bem como é .
Foi um conto que escrevi, Joelson. Mas com certeza, todos têm seus medos.