Essa semana, twittei que as meninas dão mais despesas que os meninos. São cerca de 10% a mais de gastos anuais para manter uma filha (coitada da minha mãe, teve duas!). Nesta sexta, ainda pensando no assunto gastos femininos, destaco para vocês um texto enviado pela Steer Recursos Humanos, uma empresa de consultoria em finanças e carreira. No material, há algumas dicas e conselhos para nos levar a refletir sobre o consumo – que é mesmo uma característica forte nas mulheres, embora os homens também saibam gastar, e muito bem! -. Sei que as tentações são muitas, eu mesma caio em algumas de vez em quando, mas é importante ter o mínimo de planejamento. Vamos aprender juntas:
P.S.: Para ilustrar, escolhi cenas do filme Os delírios de consumo de Becky Bloom, inspirado em série de livros de uma das rainhas do Chick Lit, a Sophie Kinsella.
Novos Horizontes para o controle do orçamento feminino
Especialista em aconselhamento financeiro dá dicas para manter as contas em dia
As mulheres sempre foram consideradas mais consumistas do que os homens. E a fama não é injusta. Elas são hoje o maior mercado consumidor do mundo. Pesquisa realizada pela Sophia Mind, empresa especializada em comportamento e tendências no universo feminino, mostra que as mulheres são responsáveis pelo consumo anual de U$ 20 trilhões. O mesmo estudo mostra que elas são responsáveis por 66% das decisões de compra do que é consumido pelas famílias brasileiras. Dos R$ 1, 972 trilhões gastos anualmente com bens e serviços no país, R$ 1,3 trilhões são decididos por elas, valor que transforma o Brasil em um dos maiores mercados femininos no mundo.
Endividadas – As mulheres influenciam também nos setores específicos, como automotivo e financeiro, decisões antes feitas apenas por homens. Juntando a isso o gosto natural das mulheres por compras, elas ficam no topo das listas de endividados. Segundo pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores (Peic) da Fecomercio, o número de mulheres endividadas é superior a de homens. Cerca de 51% delas tem alguma dívida enquanto apenas 48% dos homens se encontra na mesma situação. As mulheres ultrapassam limites nos cartões de crédito, fazem gastos “desnecessários” e muitas vezes parecem não se preocupar com o futuro financeiro.
O programa Horizontes, criado por Ivan Witt, sócio da consultoria Steer Recursos Humanos, atua com foco no universo feminino de consumo e controle orçamentário. “A ideia aqui é ensinar para as mulheres como gastar melhor seu dinheiro, onde investir, como sair das dívidas, levando em conta características femininas na forma de enxergar o consumo e os gastos”, explica Ivan Witt consultor financeiro e sócio presidente da Steer.
O programa Horizontes ajuda a organizar as finanças com elaboração personalizada que leva em conta o estilo de vida de cada uma, suas necessidades e seus objetivos. “Quando se tem um planejamento financeiro, tem-se uma base real de sua vida, passando assim a sair do círculo de sobrevivência.”, explica, “Afinal, a vida não se resume a pagar contas”, explica o consultor. O planejamento ajuda a enxergar o orçamento com outros olhos. “Atendo mulheres bem sucedidas que dizem não ganhar bem, e após poucos minutos é possível constatar que o que ocorre na verdade, são gastos desmedidos, por impulso”, explica o especialista em aconselhamento financeiro.
Organize as contas – Para conseguir sair do vermelho e manter as finanças em dia, é fundamental fazer um planejamento elaborado de contas, despesas necessárias e possíveis cortes. “Colocar tudo em uma planilha ajuda a ver onde estão as falhas e os gastos desnecessários”, explica Ivan. “Aconselho também a fazer um levantamento diário de tudo que é gasto, ao final do mês verificar se o que consta na planilha realmente foi necessário e cortar os excessos”, completa.
Cursos e palestras, livros especializados, relacionados a finanças pessoais, também ajudam na organização do orçamento.
Evitar empréstimos e compras no cartão de crédito é outra dica. “Prefira sempre fazer compras a vista, assim evita juros e gasta menos”, afirma Ivan. “Caso prefira o cartão, pague sempre a fatura inteira, jamais entre no pagamento mínimo, os juros são altíssimos, acredite, maiores que 350% ao ano”.
– Evitar o uso de cartões de créditos até normalizar a situação.
– Se preferir continuar utilizando cartão, pedir ao banco um limite bem apertado, para controlar impulsos.
– Na hora das compras, avaliar se elas realmente são relevantes e sempre fazer mais uma peneirada antes de fechar a conta.
– Ter consciência da renda mensal e tentar se manter com ela, sem agregar às finanças o cheque especial e os limites bancários.
Dicas para não deixar os gastos saírem do controle:
– Priorizar sempre gastos com alimentação, saúde e educação.
– Compras preferencialmente à vista.
– Sempre negociar valores de produtos e fazer pesquisas de preço, muitas vezes eles mudam muito de uma região para outra ou até mesmo de uma loja para outra.
– Não comprar por impulso, “No caso das mulheres este é um dos grandes vilões”.
– Utilize a internet como referência e só compre na rede depois de ter certeza que não pode negociar algo melhor nas lojas. Muitas promoções de sites na internet descontam o produto mas adicionam um frete significativo. É comodo comprar em casa, sem gastar gasolina, estacionamento, mas é sempre possível conseguir excelentes negociações ao vivo. É preciso fazer as contas!
*Fonte: Steer Recursos Humanos – consultoria em Recursos Humanos que oferece às empresas produtos e serviços como: Recrutamento e Seleção; Aconselhamento, Programas de Treinamento em Liderança Coorporativa entre outros. O carro-chefe da Steer é o programa “Horizontes”, de aconselhamento financeiro e de carreiras.
**Reportagem encaminhada ao blog pela assessoria da Steer e publicada mediante a citação da fonte e respeito a integridade do conteúdo.
Dizer que as mulheres são consumidoras compulsivas em potencial é uma afirmação um tanto quanto simplista e preconceituosa. Dizer que a mulher é consumista por natureza é um pensamento ultrapassado que faz parte do senso comum. A publicidade estuda o comportamento humano e detecta as motivações que leva uma pessoa a consumir. Isso é muito injusto para nós consumidores, que na correria do dia a dia, nem sempre prestamos atenção ao que nos motiva a fazer uma coisa. As estatísticas mostram que as mulheres consomem mais, porém, esses são dados quantitativos.
Se formos analisar os dados qualitativos, poderemos compreender melhor que as decisões de compra das famílias são delegadas às mulheres, porque são elas que administram os gastos familiares. As mulheres assumem muitos papeis e muitaqs vezes enfrentam uma jornada dupla, trabalhando e cuidando da família, por isso consomem produtos para elas mesmas e para toda a família. Para a maioria dos homens, o único papel que lhes é delegado é o de provedor e este nem sequer precisa se preocupar em administrar o seu salário, deixando essa tarefa para a esposa.
O problema do consumismo é mais grave e profundo do que se imagina e em muitos casos foge ao controle dos próprios consumidores. Na maioria das vezes se transfere a responsabilidade para os cidadãos, sem considerar que todos nós somos assediados pela puplicidade em todos os ambientes que frequentamos, inclusivedentro de nossas próprias casas. Pode-se dizer que esse é um problema de ordem ética, econômica e social.