Dica de série: Grace and Frankie

Os quatro protagonistas de Grace and Frankie: Martin Sheen, Jane Fonda, Lily Tomlin e Sam Waterson

A Netflix estreou no último dia 18 a quinta temporada da série Grace and Frankie, de Marta Kauffman, a mesma criadora da badalada Friends. A série, protagonizada por Jane Fonda e Lily Tomlin, conta a história de duas mulheres que, na terceira idade e depois de mais de 40 anos de casadas, descobrem que os maridos das duas, Sol e Robert, (vividos, respectivamente, por Sam Waterston e Martin Sheen), sócios em um escritório de advogacia, são gays e amantes há 20 anos. Os dois decidem sair do armário, pedem o divórcio e se casam um com o outro. Grace, uma sofisticada empresária do ramo de cosméticos acaba indo morar com Frankie, uma artista plástica hippie, ativista e deliciosamente ‘porra loca’…

Vou deixar a sinopse só até aí, para não entregar spoiler a quem nunca assistiu. E, se você faz parte do grupo que não viu ainda essa belezura e passou batida pela série no catálogo da rede de streaming, não perca mais tempo e agarre a chance de assistir uma das coisas mais divertidas e interessantes dos últimos tempos.

Os episódios, são 13 por temporada, são curtinhos, de menos de 30 minutos, ideais para maratonar e de bônus, lavar a alma. Um incentivo extra: nem bem a quinta temporada estreou, a Netflix já confirmou a sexta para 2020. E acredite, a cada episódio que termina, a gente sente saudade das personagens e quer mais.

O elenco é maravilhoso. Além de Jane Fonda, Lily Tomlin, Sam Waterson e Martin Sheen que estão magníficos nos papeis principais, os atores e atrizes que vivem os quatro filhos deles são fantásticos, com destaque especial para June Diane Raphael, que interpreta Brianna, a sarcástica filha mais velha de Grace e Robert.

Completam o grupo de filhos e filhas: Brooklin Decker, a romântica Mallory, caçula de Grace e Robert; Ethan Embry (Coyote) e Baron Vaughn (Nwabudike, chamado de ‘Bud’), os dois filhos adotivos de Frankie e Sol. O primeiro é um carismático dependente químico em tratamento, e o segundo, um sisudo e meio neurótico advogado.

Grace e Frankie tem personalidades bem diferentes, mas encontram o caminho de uma sólida amizade

Boa para espairecer e pensar

Grace and Frankie é cheia de vigor, refresca a cabeça, alimenta o espírito e de quebra nos coloca para pensar em várias questões que ainda são tabu, como a sexualidade na terceira idade e a ideia machista de que mulheres não podem ser amigas porque são rivais.

Grace e Frankie são senhoras beirando os 80, que têm vida social e sexual ativa, são despachadas, desbocadas, independentes e livres como só pessoas bem resolvidas conseguem ser.  As duas conviveram socialmente por décadas, porque os maridos eram sócios, mas não tinham uma amizade profunda. Com personalidades bem diferentes, são unidas inicialmente a contragosto, depois dos conturbados divórcios que enfrentam. Mas, aos poucos, descobrem uma na outra a inspiração para superar a crise e transformam-se em amigas-irmãs. Ver a construção da amizade e da cumplicidade das duas já vale a série.

Elas também enfrentam dilemas e questões ligadas ao envelhecimento, à forma como a sociedade trata as pessoas idosas – principalmente as mulheres -, com exigências em termos de comportamento. Cansadas das convenções, chutam o pau da barraca e não estão nem aí para o que é socialmente adequado na faixa etária delas. Querem mais é zerar a vida que lhes resta da forma mais intensa possível. São inspiradoras!

Sol e Robert. A química entre Sam Waterson e Martin Sheen é muito boa

O casal formado por Sam Waterston e Martin Sheen também quebra outros tabus como o do envelhecimento das pessoas LGBT+. Os dois vivem os dilemas de todo casal, com o adendo da surpresa e do encantamento pelas descobertas do universo gay, pois se reprimiram a vida toda e só tomaram coragem de sair do armário na terceira idade. Ou seja, naquele momento que entendemos como um dos mais frágeis da vida, eles enfrentam as ex-mulheres, os filhos, os clientes e as dificuldades do cotidiano.

Embora no começo a gente fique com a pulga atrás da orelha porque eles enganaram as duas mulheres por 20 anos, logo percebemos que a questão é muito mais profunda. Começamos a enxergar Sol e Robert pelos olhos de Grace e de Frankie e vivemos cada estágio do processo delas desde a descoberta, a revolta, a negação e a aceitação, até a compreensão da situação vivida pelos ex-maridos. É bacana ver como elas conseguem desconstruir o machismo de Robert, o que o ajuda também na autoaceitação enquanto homem gay.

Não se trata de compreensão compassiva, do tipo que sempre se espera que as mulheres tenham com os homens. E nem tampouco é caso de ‘passar pano para macho escroto’. A traição existiu e eles são cobrados por isso, mas existem diversas camadas nos relacionamentos prévios de Grace e Robert e no de Sol e Frankie que tornam possível para elas – e para as espectadoras – superar a traição dos ex e estabelecer novos laços.

Trata-se de uma forma de compreensão genuína, que nasce da empatia e de uma amizade construída ao longo dos relacionamentos de mais de 40 anos que os dois ex-casais tiveram. E nada é gratuito ou maravilhosamente resolvido do dia para a noite. O roteiro de Kauffman respeita, com competência, o fato da sexualidade humana não ser algo óbvio e rasteiro, que se decifra em um passe de mágica.

Quebra de paradigma

Os quatro idosos protagonistas – e já é uma quebra de paradigma uma série com o elenco principal todo na terceira idade – são pessoas querendo manter sua liberdade e independência em um mundo que é averso ao envelhecimento e que costuma tratar os mais velhos como incapazes, mesmo quando são ativos e perfeitamente donos de si.

Grace e Frankie chutam o balde e mostram o poder da maturidade

A série mostra também que, embora a chegada da velhice nesse mundo que cultua a juventude eterna seja cruel para homens e mulheres, existem hierarquias no tratamento que a sociedade dispensa a eles e a elas quando estão envelhecendo. Enquanto os homens são vistos como ‘distintos cidadãos experientes e sábios’; as mulheres acabam sendo tratadas com condescendência. Qualquer ato feminino em direção à liberdade e ao empoderamento na terceira idade é visto, de início, como ‘birra de velhinhas que estão ficando esclerosadas’.

Apesar das dificuldades que aparecem com a idade, como a adaptação mais lenta ao mundo hipertecnológico e as limitações físicas e de saúde, Grace e Frankie mostram sua força justamente ao abraçar suas limitações e aceitar o envelhecimento como mais um trecho da jornada pela vida. As duas sabem que já viveram bastante e que a longevidade tem um preço, mas não significa que seja hora de sentar em frente à lareira para fazer tricô.

Terceira idade com leveza

A velhice mostrada na série é abordada de forma leve, pois trata-se de uma comédia dramática que não pesa muito nas tintas do drama. Embora o programa questione várias coisas que atingem boa parte dos idosos, a opção é sempre fazer isso pelo viés do humor.

Nem todo mundo que assistir Grace e Frankie vai se identificar ou encontrar correlações imediatas com idosos do seu convívio. A história trata da realidade de idosos de boa condição financeira, norte-americanos e que não sofrem, por exemplo, de doenças demenciais. Mas existem questões do envelhecimento que são universais e fazem parte da cultura da sociedade ocidental e isso é o suficiente no programa para cativar a atenção.

Além disso, a série também não deixa de abordar problemas como o Mal de Alzheimer, a iminência da morte e o confinamento de idosos perfeitamente capazes em asilos, mesmo quando as famílias têm condições de criar outra estrutura para atendê-los.

Provavelmente, quem tem uma mentalidade mais conservadora e não pretende mudar essa visão, não vai gostar tanto assim quanto quem tem a cabeça mais aberta para a diversidade, porque a proposta é bem libertária e o máximo possível focada em desconstruir preconceitos. Os próprios personagens aprendem uns com os outros e com os próprios erros, pois Grace e Frankie também provam que nunca é tarde para evoluir.

Assista ao trailer oficial da série (legendado)

*Também publicado no blog Mar de Histórias

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Crônica de Menina: Amor não correspondido

*Texto de ficção criado por Andreia Santana

Débora amava Everaldo desde criança. E desde criança ele sempre a tratava como uma irmãzinha mais nova. Estava sempre por perto, ajudava a segurar todas as barras, secava suas lágrimas, a fazia rir, a levava para lá e para cá quando ela estava sem carro, até pagava as dívidas do seu cartão de crédito! Mas não queria ir além daquilo. “Somos amigos, quero ser seu amigo para sempre”. Mas ela queria mais, ela queria abraços que os transformassem em um só, queria beijos de tirar o fôlego, queria cenas de ciúmes, queria cartas de amor, serenata, sexo, carinho, quatro filhos, uma casa amarela, dois cachorros e um gato. Já tinha dito para ele, com todas as letras: ” eu te amo”, tinha se descabelado, tatuado o nome dele na pele, com henna, dançado nua, pixado as paredes do quarto, mudado de cidade cinco vezes para segui-lo nas trocas de emprego, tinha se humilhado, implorado, chorado, gritado, tinha feito tudo o que as mulheres apaixonadas fazem e ido mais além. Ele continuava indiferente, oferecendo as migalhas de uma amizade que a torturava, mas sem a qual não sabia viver. Um dia, Débora desencantou. Ocorreu quando aquele cara novo tinha entrado na sala de aula, sorrindo para ela. Ele perguntou se ali era a turma de Literatura Comparada I. Depois, puxou a cadeira sem cerimônia, sentou ao seu lado, pegou seu caderno de capa lilás e escreveu: “Oi, me chamo Orlando e você tem os olhos verdes mais bonitos que já vi na vida!” O mundo voltou a mover-se, a henna desbotou, uma pintura no quarto apagou o nome de Everaldo, outra pintura riscou por cima o de Orlando, tatuado com agulha, em letras verdes e brilhantes, na pele de Débora. A casa dos dois era amarela, mas o jardim tinha todas as cores. Tiveram dois filhos e duas filhas. Havia dois cachorros, o gato Snack e a coelha Pretinha…Everaldo? Corre atrás dela até hoje. Se descabela, implora, pinta seu nome nas paredes, se humilha, promete o céu, a lua, chora e lamenta o tempo perdido.

*Originalmente publicado em fevereiro de 2010, na série Mulher Sem Retoque, do meu blog pessoal, o Mar de Histórias.

**Andreia Santana, 37 anos, jornalista, natural de Salvador e aspirante a escritora. Fundou o blog Conversa de Menina em dezembro de 2008, junto com Alane Virgínia, e deixou o projeto em 20/09/2011, para dedicar-se aos projetos pessoais em literatura.

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Amizades “solares” e amizades “pé no chão”

*Texto e reflexões de Andreia Santana

Acordei com vontade de refletir sobre a amizade, um tema que já foi abordado aqui no blog algumas vezes, mas que é daqueles recorrentes. Fiquei pensando nos diversos grupinhos por onde transitamos e também no que certos amigos podem significar para nós. Lembrei das amizades “solares” e daquelas “pé no chão”, todos conhecemos amigos assim. O que me motivou foi um trecho de uma oração que li ontem à noite. Quem costuma acompanhar o que escrevo, aqui ou nos outros blogs que mantenho, sabe que não tenho religião definida e nem gosto que tentem me convencer a abraçar uma. Mas tenho um sentimento, digamos, de religiosidade filosófica, que transcende os credos. Talvez essa “conexão mística reflexiva” venha do interesse enorme pelas mitologias: a oriental e a ocidental.

Mas, qual a relação da religiosidade com amizade? Já explico. Na oração que estava lendo, um dos trechos da novena para Santa Edwiges, de quem minha mãe é devota, há uma meditação de São Thiago – o apóstolo – sobre o silêncio, mais precisamente o não pecar por palavras. Basicamente, o trecho fala da necessidade de saber calar, de não “se divulgar o que os outros não tem o direito de saber”. Mais adiante, em outra frase, o santo reflete o seguinte: “Quantas vezes a falta de silêncio em torno de certos assuntos não é também uma falta de caridade!”

E aí é que faço a conexão entre essa oração lida e minha inquietação com a amizade. Em outras ocasiões já defendi que gosto sempre de saber a verdade, mesmo que ela doa. Mas, refletindo um pouco mais a questão, tem momentos na vida em que é melhor não saber por exemplo, o que dizem pelas nossas costas. Isso porque, de nada vai servir saber que alguém não gosta de nós a ponto de destilar veneno sempre que possível ou mesmo de criticar uma decisão ou trabalho nosso, sem sequer ter se dado ao trabalho de investigar melhor o tema ou as nossas motivações para agir de uma forma e não de outra.

Pessoalmente, prefiro saber  daqueles que gostam de mim, relegando à mais fria indiferença os que não gostam. Também tenho verdadeira repulsa por frases do tipo: “só estou te contando isso para abrir seus olhos”. É aqui que entraria o que São Thiago chama de falta de caridade e que eu, no meu modo “pagão”, chamo é de falta de respeito, de carinho e de solidariedade. E sim, amigos, mesmo que sem intenção declarada, são capazes de cometer tanto falta de respeito, quanto de carinho ou solidariedade. E nós também. Basta fazer um exame de consciência profundo, que em algum momento iremos encontrar uma frase, uma resposta, uma palavra desferida na direção de um amigo com a precisão de uma flecha no peito. Por menos que gostemos de admitir, há momentos em que somos cruéis ou então, vítimas da crueldade, até mesmo dos mais íntimos.

Voltando aos dois tipos de amizade que estou analisando aqui neste post, nossos amigos “pé no chão” são aqueles que vira e mexe nos puxam para a realidade dura da vida, geralmente quando estamos “viajando demais na maionese”. Eles são mais que necessários para contrabalançar as forças, principalmente se temos uma tendência a devanear em excesso e alguma dificuldade de retomar o foco depois. Mas, esses mesmos amigos “pé no chão”, em alguns momentos, perdem a medida. Há ocasiões, bem sabemos, em que a verdade não precisa ser jogada na nossa cara com tanta veemência, ou que temos até o direito de quebrar a cara para ver como é a sensação. Não é necessário mentir ou adoçar a pílula como diz o ditado, mas basta fazer silêncio. Não tocar naquele assunto que abre feridas, não azedar o dia com as fofocas de bastidor que infelizmente, tornam-se cada vez mais norma neste mundo. Não exercer a crueldade infantil da pirraça, provocando discussões bobas.  Não fazer uma crítica só pela crítica, sem de fato contribuir para o crescimento do outro. E aqui, vale um adendo: em alguns casos, essa necessidade tão grande de nos “puxar para a realidade” nada mais é do que uma estratégia que nosso amigo “pé no chão” tem de estar sempre certo, de apontar o dedo e dizer: “eu não te disse!”

Até a lua, mantém sempre uma face oculta

Amigos, por mais íntimos, não estão insentos do sentimento de superioridade e tampouco de sentir inveja. Antes de ser o confidente de todas as horas, ele é humano e como tal, está apto a querer a vida do outro se essa parecer mais interessante que a sua própria. A questão não é sentir, mas saber o que fazer com os sentimentos. A sabedoria não é apregoar aos quatro cantos a perfeição muitas vezes inexistente, mas admitir a imperfeição e buscar mudar de postura. No mínimo, avaliar se aquela crítica ou “puxada para realidade” tem a real motivação de ajudar ou é só uma forma de “punir” o outro por ele ser ou ter aquilo que nos falta.

Já os amigos “solares” tem uma vantagem em momentos de necessidade de silêncio ou naqueles de dor. Eles podem não servir para analisar a questão com você sobre todos os ângulos possíveis e nem vão te jogar verdades na cara que o farão amadurecer, tampouco são os melhores trabalhadores por uma causa e nem pense que vão segurar sua barra, dividir a responsabilidade por um projeto, doar-se sem esperar recompensa. Mas certamente, saberão elevar o seu astral. Com sorrisos, conversas frívolas, distrações, os amigos solares irão desviar o seu foco da ferida e fazer com que você relaxe. E, de maneira indireta, essa também é uma valiosa contribuição, porque quando nos afastamos de nós mesmos, quando estamos tranquilos para pensar melhor no assunto, geralmente a solução para aquela crise surge como num passe de mágica.

Amigos “pé no chão” tendem a bancar nossos pais, mesmo de forma inconsciente, porque estão eternamente preocupados com o nosso bem-estar e perguntam tantas vezes como estamos nos sentindo, que acabam nos fazendo passar mal. Interpretam qualquer sinal de cansaço, desânimo e melancolia – somos humanos e propensos a qualquer desses momentos na vida -como sinais de fraqueza ou instabilidade. Isso porque geralmente, os amigos “pé no chão” são ou buscam ser pessoas muito centradas. No entanto, é bom que eles lembrem que a instabilidade faz parte da essência humana tanto quanto a certeza. Ninguém é uma coisa só, nem a Lua, que sempre mantém uma de suas faces na sombra. Mas, temos de reconhecer, sem um bom “amigo pé no chão”, corremos o risco sério de cair na autopiedade ou de nos perdermos em ilusões que podem nos ferir mais profundamente. Além disso, ao contrário dos “solares”, esse tipo de amigo carrega o piano com você.

Ferris Bueller (na foto, à frente), o típico amigo "solar"

Os amigos que chamo de “solares” são aqueles que tem a capacidade de tornarem-se um bálsamo naquelas horas em que não queremos analisar ou decidir nada, mas apenas viver um dia de cada vez. Eles que costumam incentivar todas as nossas loucurinhas, inclusive escolhem a jaca mais madura para que a gente enfie o pé. Podem não ser úteis para apontar nossos defeitos, nos fazer crescer e assumir responsabilidades, mas nos divertem e a vida sem diversão é impraticável. Uma vez que ele leva a vida despreocupadamente, pode perder o limite tênue que separa a independência do egoísmo, ou confundir autoestima elevada com egocêntria. Ou ainda, não perceber que a hora do recreio acabou. Mas para isso, para lembrar que toda diversão tem um fim, é que existem os “amigos pé no chão”, com sua sisudez e um pouco de peso que mantém o equilíbrio do nosso senso de gravidade.

Não pretendo aqui eleger qual tipo de amizade é mais valiosa, se a “pé no chão” ou a “solar”. Tampouco estou afirmando que não existam pessoas que tenham um pouco de cada, mas essas são criaturas raras. Quero apenas mostrar – acredito nisso – que há momentos na vida em que nos inclinamos mais para um tipo do que para outro.

De qualquer modo, a única maneira que conheço de fazer com que tanto um tipo de amigo quanto o outro respeitem os seus momentos de luz ou de sombra é falar para eles, sinalizar que naquele momento, você quer mais leveza ou mais responsabilidades na relação.

Tendemos a achar que nossos amigos nos conhecem com perfeição e que por isso não precisaríamos ficar sinalizando nada. Ledo engano. Se nem nós mesmos nos conhecemos com profundidade, como um amigo, mesmo aqueles trazidos desde a infância, vão conhecer? Geralmente, eles usam  a si mesmos como parâmetro para se comportar e relacionar conosco. Todos nós fazemos isso, levamos para uma relação aquilo que temos. E o que temos de fato é a nós mesmos, nossas convicções, os aprendizados, a educação que recebemos, nosso modo de apreender o mundo, que não é – e nem deve ser – igual a dos outros, independente de ser uma amizade antiga.

Bem sei que jogar com todas as cartas na mesa às vezes é utopia, porque se para algumas pessoas a transparência é importante, para outras suscita mal-entendidos, mágoas e interpretações equivocadas. Mas na medida do possível, é preciso dizer ao outro como nos sentimos em relação às suas atitudes. Independepente do tipo de amigo que você cultive, uma coisa é certa, ele não vêm com bola de cristal.

*Andreia Santana, 37 anos, jornalista, natural de Salvador e aspirante a escritora. Fundou o blog Conversa de Menina em dezembro de 2008, junto com Alane Virgínia, e deixou o projeto em 20/09/2011, para dedicar-se aos projetos pessoais em literatura.

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O trecho de um livro…para refletir

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Minha leitura da vez é o livro Estrangeira, de Sonia Rodrigues, lançado pela Nova Fronteira. É um romance pequenininho, de 190 páginas. Quando concluir a leitura, deverei fazer uma resenha para o jornal onde trabalho e, se possível, colocarei o texto por aqui também, já que é daqueles livros sobre o ser feminino (tema central do blog). No momento, quero compartilhar com vocês um trecho da obra, que logo no primeiro capítulo, causou grande impacto, arrebatamento e me colocou para pensar…

“Aos 40 anos, descubro, a duras penas, que posso contar comigo, com as pessoas poderei contar ou não. Família, colegas, amigos. Não pertenço a mais ninguém. Constatar isso me derruba. Aprender a viver com isso é pior. Porque quando eu partilhava alguma coisa, especialmente dificuldades com alguém, muitas vezes ouvia que estas eram decorrentes da minha incapacidade de escolher minhas companhias, meus amores. (…) Esses amigos não percebiam que se eu escolhesse melhor minhas companhias, não estaria do lado deles, pessoas imperfeitas. (…)

Nos próximos dias vou formalizar decisões que implicam renunciar a pessoas, apoio, aprovação, lugares.

(…)

Abrir mão de um emprego medíocre, ou melhor, conseguir não lutar mais por um emprego medíocre, não me esforçar para ser agradável com pessoas desagradáveis, evitar contato com quem vai me aborrecer, a menos que seja absolutamente necessário… Esses passos são difíceis para mim porque significam a solidão deliberada e eu gosto de companhia, gosto de redes.

Tecer redes não é muita coisa, mas é um andídoto contra o desamor. O amor traz força, riso, alegria. Isso é o que eu quero, é o que me mantém intensa. O amor é o que me mantém capaz de guinadas, capaz de me atirar sem rede de proteção. O amor me faz resistir ao conforto de abrir mão do passado, me permite caminhar para o futuro com inocência e praticar o presente às cegas.”

(Sonia Rodrigues, em Estrangeira, pp. 14 e 15. Ed. Nova Fronteira, RJ, 2010)

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Reflexões sobre a intransigência e as pequenas mesquinharias

*Texto e reflexões de Andreia Santana

Intransigência é a incapacidade de reconhecer um erro ou aceitar uma opinião divergente. Ao longo da vida, vez por outra, nos deparamos com pessoas intransigentes. Não que elas sejam obrigadas a aceitar nosso modo de ver a vida, mas mesmo que as suas opiniões não mudem por nossa causa (seria pretensão da nossa parte e pretensão também é defeito), ao menos que elas sejam capazes de reconhecer esse outro lado, outra forma de fazer, que aceite e que respeite. Infelizmente, não é o que acontece e na maioria dos casos, os intransigentes, os que nunca admitem ou reconhecem estar errados, são justamente os que praticam os pequenos atos mesquinhos do título do post.

Julgar alguém mesquinho pode parecer injusto e há os que sequer admitam que devamos julgar os outros. Mas, me pergunto, como saber em quem confiar se você não julga – no sentido de avaliar e não de apontar o dedo – o caráter das pessoas? Já defendi uma vez aqui mesmo no blog que julgar (avaliar), todos julgamos sempre, desde o tipo de dieta que vamos adotar até se determinada pessoa é alguém com quem vale a pena construir um relacionamento, seja a dois ou uma amizade. O que não temos o direito é de condenar, de ser intransigentes e de não tentar ao menos entender os motivos pelos quais as pessoas fazem determinadas coisas, tomam certas atitudes. Mesmo quando não concordamos com a atitude, temos ao menos de tentar entender.

No final, o que está em jogo é saber se queremos manter-nos fieis a alguém que na primeira dificuldade age como uma porta fechada ou um muro de pedra, de forma intransigente e incapaz de doar-se, de fazer a sua parte. E aí, o não condenar não significa que sejamos ingênuos e portanto, alvos fáceis para os pequenos – e os grandes – atos de mesquinharia que os intransigentes geralmente praticam. O não condenar significa apenas: “não concordo com você, aceito que você tem a sua forma de ver e fazer as coisas, mas eu não quero tomar parte nisso”. Afastarmo-nos de intransigentes e mesquinhos, ao meu ver, é muito mais nobre e saudável do que praticar a vingança e dar o troco (esse sim, ato dos mais vis e mesquinhos).

O raciocínio pode parecer meio confuso, mas é bem simples e gira em torno de uma única palavra, que por sua vez traduz um único sentimento, que por sua vez é a base de qualquer relacionamento humano: confiança. Vira e mexe estou falando nela por aqui, vai ver é porque já sofri algumas decepções ao longo da vida e, ao contrário do que muita gente pensa, quanto mais decepções sofremos com determinadas pessoas, mas a confiança naquelas que valem a pena aumenta. É uma forma de compensação. Ao ser traídos em um relacionamento, tendemos a nos jogar de cabeça no relacionamento seguinte, justamente por acreditar que dessa vez vai ser diferente. Confiança não faz rima com esperança apenas por capricho da gramática.

Isso vale também para as amizades. Quando sofremos uma decepção com alguém que trouxemos para nosso círculo íntimo, tendemos a nos curar da ferida ao lado daqueles outros amigos que temos a certeza plena, como a de respirar todos os dias, que são de extrema, máxima, ilimitada e incondicional confiança.

Esses amigos para todas as horas agem como os fãs daquele cantor da banda de rock. No palco, o cantor precisa ter uma confiança cega de que ao se jogar do palco para a plateia, de costas e de olhos fechados, seus fãs fieis vão ampará-lo e não deixá-lo estatelar-se no chão. É o que a psicologia chama de confiança básica, porque é a primordial, a que agrega o animal humano em bandos grandes como a sociedade e pequenos como a família. E a não ser nos casos de violência extrema e total retirada do alicerce desde a mais tenra infância, todos desenvolvemos o mínimo de confiança básica para permiter a vida possível e, lógico, agradável.

Nos dias de hoje não é fácil confiar como o cantor da banda de rock. As relações são fugazes e sem profundidade. As pessoas usam umas as outras sem remorsos, da mesma forma que costumam usar uma peça de roupa até gastar e depois, jogá-la fora e comprar outra. Daí para atitudes intransigentes e atos mesquinhos em quem menos esperamos é um pulo. Por ambição, as pessoas sacrificam amizades, sacrificam o próprio nome e o de outros, tornam a ética algo tão maleável e flexível, que deixa de ser ética. Reconhecemos esse tipo de pessoa de diversas formas ao longo da vida – e elas tanto podem estar dentro ou fora da família -, mas na construção de uma parceria que envolve por exemplo, benefícios como prestígio e dinheiro é que se revelam de imediato.

Mas, embora lamente essa perda da confiança básica de forma generalizada na humanidade, ainda acredito nas pessoas que valem a pena. Elas são raras, mas existem. Uma vez, inclusive, numa entrevista para o escritor e jornalista americano Norman Mailer, Sigmund Freud, ao ser questionado sobre o que o faria realmente feliz, respondeu que o que esperava era que em toda a sua vida fosse capaz de encontrar uma única pessoa que o compreendesse e a quem ele pudesse chamar de amigo, no sentido irrestrito da palavra.

Amigos assim como Freud descreve são raríssimos, quase milagrosos, mas existem. Pessoalmente, tenho pouquíssimos desses, mas eles são do tipo que, tenho certeza como a de respirar todos os dias, vão me amparar se eu me jogar do palco de costas e com os olhos fechados.

*Andreia Santana, 37 anos, jornalista, natural de Salvador e aspirante a escritora. Fundou o blog Conversa de Menina em dezembro de 2008, junto com Alane Virgínia, e deixou o projeto em 20/09/2011, para dedicar-se aos projetos pessoais em literatura.

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Um ensaio de retrospectiva para 2009

*Texto e reflexões de Andreia Santana

Se você pretende refrescar a memória, relembrando os fatos mais marcantes de 2009, lamento informar que este ensaio de retrospectiva é um pouco menos global do que deveria e não pretende tratar da morte de Michael Jackson, da eleição de Obama para a presidência dos EUA ou da crise econômica mundial. Embora sejam fatos marcantes,  não é disso que quero falar. Ainda assim, se atraído pelo título do post, você entrou aqui querendo saber como foram os 365 dias do ano que finda hoje, ao menos podemos te mostrar o que aconteceu em Salvador. Para isso, recomendo que leia o texto escrito pela nossa querida Giovanna Castro, e publicado no portal A TARDE On Line.

Este ensaio porém, é uma retrospectiva mais íntima, pessoal, pertencente às meninas deste blog. Em 2009, completamos um ano no ar. Em 2009, também conhecemos, através de comentários emocionantes, pessoas com histórias de vida incríveis. Este ano, batemos pela primeira vez a casa das 100 mil visitas e terminamos o ciclo alcançando quase 200 mil, tudo o que podemos dizer é muito obrigada! Em 2009, minha amizade com Giovanna, que tem mais de uma década, rendeu o fruto de trazê-la para o blog. Minha amizade com Alane, que tem quase meia década, fortaleceu e rendeu muitos sonhos de um futuro promissor, na rede e fora dela. Principalmente o de consolidar este filho virtual que geramos juntas. Somos três pessoas completamente diferentes, com visões de mundo particulares, que viveram altos e baixos em 2009, como boa parte dos nossos leitores, acredito, mas ainda assim, apesar das diferenças, nos completamos. O que falta em uma, sobra na outra e isso enriquece a todas nós.

Quantas pessoas novas vocês conheceram este ano? Quantas pessoas antigas que estavam afastadas, voltaram a se aproximar e o quanto da personalidade delas vocês descobriram e se fascinaram? Muitas vezes, pensamos em relembrar os fatos mais marcantes do ano que finda no mundo, mas esquecemos de olhar para os fatos marcantes da nossa vida que nos fez crescer, que nos fez caminhar para a frente. E esses fatos muitas vezes são simples, coisinhas que mudam de forma tão sutil, que, cegos, à espera das grandes mudanças, nem percebemos que nossa vida está moldando-se pouco a pouco, a partir das pequenas ações. Lembrei de um verso de Cecília Meirelles, “de tanto olhar para longe, não vejo o que passa perto”. E é pertinho da gente, no microcosmo formado pela família, amigos, pelo trajeto de casa até o trabalho, com os colegas da empresa, que as mudanças começam e da junção de todas as mudanças, de todos os microcosmos de todas as pessoas no mundo, aí sim, é que a realidade global é afetada. Acredito nisso, de verdade.

Em um ano cabe muita coisa. Pessoas nascem, outras nos deixam para viver outra realidade ou para fazer uma viagem que algum dia, todos iremos empreender, porque é do ciclo da natureza. Ganhamos dinheiro ou perdemos? Compramos a casa dos sonhos? Ainda moramos de aluguel? Fizemos mais amizades ou menos que o ano passado? Quantos livros você leu este ano? Foi ao cinema alguma vez? Caminhou na praia? Quantas vezes sorriu? É recomendável que sorria ao menos uma vez por dia. Riu das próprias mancadas ou ficou se maldizendo? Eu tentei rir bastante, mas em alguns momentos chorei, em outros ainda, me enfureci. Ainda assim, acredito que o saldo foi positivo. No mínimo, deu empate. Algumas frivolidades, que nem por isso deixam de ser importantes: Chequei aos 35, uau! Coloquei aparelho nos dentes para corrigir um defeito de infância. Engordei mais um pouco porque foi um ano de intensa atividade profissional e acadêmica, mas uma negação no quesito ginástica, me exercitei menos do que deveria, comi mais chocolate do que era necessário e começo o ano novo disposta a retomar a atividade física, não por obsessão de virar manequim, não é meu estilo, mas pelo prazer de movimentar-me, de mover a energia dentro e fora do meu corpo, ao meu redor.

Me tornei uma mãe um pouco mais orgulhosa em 2009 também, porque meu filho, aos 12 anos, é um garoto cheio de opiniões, que cresce para se tornar um rapazinho encantador. Tira boas notas, tem uma cabeça boa, como costumamos dizer, e tem um senso de humor que faz o sol brilhar na minha alma, principalmente nos dias que ameaçam chuva. Voltei a estudar em 2009, o que foi fantástico. Dez anos depois da graduação, cá estou eu às voltas com novos desafios.  Sempre fui meio CDF e isso é um dos pontos em comum com as parceiras do Conversa. Somos três traças de biblioteca, com muito orgulho por sinal. Rolaram algumas discussões familiares, claro, mas também ocorreram reconciliações daquelas que fazem  a relação fortalecer. Rolaram algumas discussões com amigos e as amizades que eram legítimas, sobreviveram às tempestades. No trabalho, houve momentos de realização plena e outros de quase frustração, o que também é normal. Com o passar do tempo aprendi, na verdade ainda estou aprendendo, que as frustrações não são causadas pelos outros, mas pelo nosso excesso de expectativa e idealização. Quando aprendemos a lidar com a realidade, não que para isso deixemos de sonhar ou projetar, mas quando aprendemos a jogar com os dados que a vida nos oferece (como sabiamente me diz minha mãe), nos tornamos mais protegidos contra a frustração.

Algumas vezes, damos dois passos para a frente e recuamos um, para logo mais à frente, avançarmos cinco passos de uma vez. Cest la vie, “é a vida”, como dizem os franceses. E quem disse que gostariamos mais dela se fosse fácil? Não é fácil, mas é bem menos difícil do que acreditamos. O bom de terminar um ano e começar outro é que temos a chance de seguir em frente, ou de recomeçar. E não há idade padrão para recomeçar, sempre podemos refazer um caminho ou trocar de estrada, se aquela que tomamos não estiver boa. Não é loucura, é busca. Todos nascemos com essa tarefinha inconsciente, buscar a felicidade. Muitas vezes, durante o trajeto, encontramos diversos momentos de alegria saudável, desses que fazem a busca valer a pena. Mesmo que essa FELICIDADE graúda, plena, seja só utopia, as pequenas felicidades, entremeadas de algumas tristezas, contribuem para equilibrar a balança.

E antes que eu comece a chorar, porque desde criança pertenço ao grupo das “manteigas derretidas”, me despeço de 2009 e de vocês todos, muito feliz por ter compartilhado tanto e por ter recebido tanto de volta, em frases de elogio, crítica, incentivo, em carinho anônimo, mas nem por isso menos importante. Que 2010,  o ano do tigre, que vem a ser o meu signo no horóscopo chinês, traga muita sorte, vida longa ao  Conversa de Menina e muitas oportunidades e surpresas agradáveis para vocês aqui no blog e nas suas vidas. Desejo-lhes muita paz, muito amor, saúde e um pouco mais de dinheiro no bolso, que não faz mal a ninguém. Mas principalmente, desejo que cada um que lê essas divagações, que Alane chama tão bem de “digressões”, tire daqui uma lição para viver plenamente e com sabedoria, seja nas pequenas coisas do dia-a-dia ou nas grandes conquistas que mudam a história do mundo.  Mesmo sem conhecer a todos que visitam esta página, amo vocês, por serem humanos, por serem lutadores, por serem belos ao seu modo e principalmente, por fazerem parte desse grande acorde universal e dessa canção criada por um Deus ou por diversos deuses,  que chamamos VIDA. Que venha 2010!

beijos no coração e na ponta do nariz!

*Andreia Santana, 37 anos, jornalista, natural de Salvador e aspirante a escritora. Fundou o blog Conversa de Menina em dezembro de 2008, junto com Alane Virgínia, e deixou o projeto em 20/09/2011, para dedicar-se aos projetos pessoais em literatura.

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Lançamentos infanto-juvenis falam de Buda e amizade

Dois lançamentos chegam às livrarias agora em maio para atender aos públicos adolescente e infantil em idade pré-escolar. Conversa de Menina segue firme na campanha de incentivo à leitura e ajuda a divulgar as novidades. Confira:

Sidarta para Jovens

O escritor e jornalista carioca, Bruno Pacheco, autor de Histórias para se ver por outro lado e Três fábulas budistas para crianças, é praticante dos ensinamentos do Budismo há 15 anos. Através da própria experiência, ele conta para os adolescentes a vida do príncipe Sidarta Gautama, o Buda. Com linguagem de fácil compreensão, o autor revela como um príncipe indiano descobriu o caminho da paz e da compreensão universal através da iluminação espiritual. Parece papo zen, mas o bacana do texto é que a vida de Buda foi uma verdadeira aventura. Há 2.500 anos, ele deixou tudo para trás, seu palácio e seu reino, riquezas e jóias, e passou anos viajando e descobrindo o mundo, para depois aplicar os ensinamentos que adquiriu na busca da felicidade. Quem de nós, em qualquer idade, não quer ser feliz? No mundo de hoje, em que valores como solidariedade estão esquecidos, é leitura inspiradora também para os adultos.

Ficha técnica:

sidarta_blog1SIDARTA PARA JOVENS

Autor: Bruno Pacheco

Galera Record – visite o site da editora

64 páginas

Preço sugerido: R$ 24,00

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Coleção Gato Xadrez para os pequenos

Os três livrinhos da coleção são indicados para crianças a partir dos cinco anos. Através das aventuras do Gato Xadrez, a autora Bia Villela ensina sobre amizade, o tempo, os sentidos e dá dicas de alimentação saudável. Conteúdos que as crianças irão estudar quando forem mais velhas, como geometria, também são introduzidos de forma lúdica.

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Gato Xadrez no Jardim Geométrico – Em seu passio pelo jardim geométrico, o gato xadrez faz novos amigos e descobre muitas brincadeiras interessantes para compartilhar em grupo. O livro apresenta as formas geométricas para as crianças e aborda as relações de curiosidade e descobertas do univerno infantil.

Gato Xadrez no Jardim das Delícias – Dessa vez, o gatinho conhece um jardim onde acontece uma feira muito animada e colorida, cheia de coisas gostosas para ele provar. O livro aborda o ato de comer como um momento de grande diversão, ajudando as crianças a explorar a riqueza e o sabor dos alimentos.

Gato Xadrez no Jardim no Relógio – No terceiro volume da série, o Gato Xadrez é convidado a passear em um lugar engraçado, onde existe horário para tudo. Através dessa história, a autora ajuda as crianças a compreender a importância da organização e de saber administrar o tempo para que ele renda tanto para brincar quanto para estudar, dormir, comer e etc.

Ficha técnica:

COLEÇÃO GATO XADREZ

Autora: Bia Villela

Editora: Escala Educacional

24 páginas cada volume

Preço sugerido por livro: R$ 16,70

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Homenagem aos meus amigos

O que há de mais precioso na amizade? Fiquei algumas horas a pensar nisso e não consegui encontrar uma resposta. Tudo na amizade é precioso, absolutamente tudo. Amigo que é amigo de verdade vira parte da família. Costumo falar que, em alguns casos, vira mais família do que a própria. AmizadeA cumplicidade, a alegria, as trocas, a confiança, as discussões, os alertas, os momentos felizes, os tristes, os risos, os choros… Posso enumerar uma série de fatos e todos eles, de todas as formas, terão um significado especial quando os seus agentes são declaradamente amigos.

Amigo que é amigo ama incondicionalmente. Ama tanto que chora junto, sofre junto. Vibra junto com cada vitória. É que cada vitória dele, cada conquista, é nossa também. Amigo que é amigo não ri junto, gargalha. Porque aqueles momentos de felicidade são tão plenos, tão intensos e tão maravilhosos que rir é pouco. É preciso uma demonstração maior, mais vibrante, mais intensa. Precisa mesmo é gargalhar, para que o mundo saiba que ali, entre aqueles risos espalhafatosos e cintilantes tem um amor incomensurável, que não se consegue medir por estes sistemas de medidas que estão ao nosso alcance.

Amizade 2Nossos amigos são tão diferentes uns dos outros, não é? Nossa!!! Agora estou aqui pensando em cada um deles e é incrível como conseguimos construir laços tão fortes com pessoas tão diferentes. A resposta é fácil, é o amor. É o amor que nos une. O amor e alguma coisa a mais que não consigo encontrar uma palavra em nosso vocabulário que a descreva. É simplesmente uma coisa a mais. Essas diferenças, no entanto, são tão insignificantes, porque aprendemos a conviver com elas, a respeitá-las. E ao invés de atrapalharem a relação, elas apenas se complementam. Nas nossas diferenças nos tornamos seres completos. É como me sinto ao lado deles, um ser completo.

Temos amigos de vários tipos, para todas as ocasiões. Uns adoram festas, shows, chegar em casa de madrugada. Há os que não trocam o teatro e  o cinema por nada nesse mundo. Há aqueles que adoram “comer água” e há os que abandonaram a bebida alcoólica ou nunca nem tocaram nela. AmizadeHá os que são mais tímidos, mais sensíveis. Há os destemidos, que topam tudo e acham que viver é a coisa mais fácil do mundo. Há os que sofrem mais, os que choram mais. Há os que sofrem menos, riem mais. Há aqueles que te abraçam, te beijam e dizem eu te amo. Há aqueles que ali, discretos como são, falam o mesmo eu te amo em silêncio, nos gestos habituais, no olhar de gratidão.

Alguns estão ao nosso lado todo dia, outros estão apenas em nossos corações todo dia. Uns moram ali, pertinho, outros lá bem longe. Com alguns falamos mais, com outros conversamos menos. Não é isso que vai determinar a importância que cada um deles tem em nossa vida. Porque perto ou longe todos têm a mesma relevância. Uns são mais compreensivos, outros são mais exigentes, e todos têm defeitos. Nossos amigos são os melhores do mundo, mas são seres humanos como qualquer outro. Eles podem ter defeitos pequenos, ou defeitos imensos. Isso não importa, porque eles com certeza têm qualidades que fazem de qualquer defeito algo contornável.

O bom de ter amigos é aquela sensação maravilhosa de ter alguém com quem dividir o universo. AmizadeA gente pensa assim: não estou só. E não está mesmo. Os amigos são companheiros para a vida toda. A gente constrói uma amizade aqui e leva pra lá, pra frente, pro futuro. Os anos vão passando, a gente vai crescendo, amadurecendo, envelhecendo, e eles estão ali, passando por tudo isso com a gente. A conversa até muda com o tempo, mas as lembranças, estas serão sempre eternas… Em cada encontro, a gente vai rir com a mesma intensidade lembrando das aventuras de antigamente, lembrando das farras, das curtições. É como se o tempo tivesse parado ali, naquele momento, porque estávamos juntos. E ele para mesmo, como um retrato que fica armazenado em nosso coração.

Esse texto singelo é apenas para agradecer. Agradecer a todos os meus amigos pela existência de cada um deles em minha vida. Agradecer pelas broncas, que fizeram de mim uma pessoa melhor. Agradecer pelos conselhos, que reduziram meus erros pela metade. Agradecer pelos risos, que conservam em mim a juventude. É tanta coisa para agradecer, tanta. Pela presença, mesmo quando desapareço com a loucura do dia-a-dia. Pelos risos, que me fazem perceber o quanto o mundo pode ser belo em meio às tragédias. E, mais que qualquer coisa, agradeço por poder chamá-los de amigos. É um texto para dizer o quanto amo cada um de vocês. Um amor tão grande… Sim eu sou uma felizarda!

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