O trecho de um livro…para refletir

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Minha leitura da vez é o livro Estrangeira, de Sonia Rodrigues, lançado pela Nova Fronteira. É um romance pequenininho, de 190 páginas. Quando concluir a leitura, deverei fazer uma resenha para o jornal onde trabalho e, se possível, colocarei o texto por aqui também, já que é daqueles livros sobre o ser feminino (tema central do blog). No momento, quero compartilhar com vocês um trecho da obra, que logo no primeiro capítulo, causou grande impacto, arrebatamento e me colocou para pensar…

“Aos 40 anos, descubro, a duras penas, que posso contar comigo, com as pessoas poderei contar ou não. Família, colegas, amigos. Não pertenço a mais ninguém. Constatar isso me derruba. Aprender a viver com isso é pior. Porque quando eu partilhava alguma coisa, especialmente dificuldades com alguém, muitas vezes ouvia que estas eram decorrentes da minha incapacidade de escolher minhas companhias, meus amores. (…) Esses amigos não percebiam que se eu escolhesse melhor minhas companhias, não estaria do lado deles, pessoas imperfeitas. (…)

Nos próximos dias vou formalizar decisões que implicam renunciar a pessoas, apoio, aprovação, lugares.

(…)

Abrir mão de um emprego medíocre, ou melhor, conseguir não lutar mais por um emprego medíocre, não me esforçar para ser agradável com pessoas desagradáveis, evitar contato com quem vai me aborrecer, a menos que seja absolutamente necessário… Esses passos são difíceis para mim porque significam a solidão deliberada e eu gosto de companhia, gosto de redes.

Tecer redes não é muita coisa, mas é um andídoto contra o desamor. O amor traz força, riso, alegria. Isso é o que eu quero, é o que me mantém intensa. O amor é o que me mantém capaz de guinadas, capaz de me atirar sem rede de proteção. O amor me faz resistir ao conforto de abrir mão do passado, me permite caminhar para o futuro com inocência e praticar o presente às cegas.”

(Sonia Rodrigues, em Estrangeira, pp. 14 e 15. Ed. Nova Fronteira, RJ, 2010)

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O amor que eu amo

É tão difícil falar sobre o amor. São tantas variáveis… Eu acredito no amor e tenho a minha forma própria de enxergá-lo, como todo mundo a tem. O amor que cultivo em mim tem uma certa tranquilidade, um ar de paz. Sim eu já amei. Amei de duas maneiras diferentes, porque talvez a maturidade nos ensine um jeito mais gostoso de amar. Perguntei-me durante muito tempo como é que a gente sabe que é amor. As respostas, eu as encontrei vivendo. Por cada reação, por cada emoção, por cada riso e lágrima, ali tinha mais uma certeza de que, sim, era amor.

Percebi que o amor se mostra pela vontade de querer estar junto, pelo respeito, pela cumplicidade, pela troca. O amor que eu costumo amar exige de mim dedicação nos momentos mais difíceis para o outro. Eu não aprendi a amar pela metade, nem consigo entender como amar apenas os momentos bons. É que meu amor ama o todo, na alegria e na tristeza. Esse amor que florece em mim não costuma medir muitos esforços para ver o outro feliz. Talvez seja mesmo um amor exagerado, ou talvez não. Não consigo imaginar amor sem risos, não consigo imaginá-lo sem risos exagerados. O meu último amor durou pouco, mas durou o suficiente para me fazer entender o quanto amadureci amando alguém.

Percebi que o amor se sustenta na segurança, na certeza de que os dois querem ficar um com o outro. Também entendi que não há como haver amor sem discussão, sem adaptação de ideias e sonhos. O problema não são as brigas, mas a forma como lidamos com elas. A gente pode prolongar a briga, ou a gente pode resolver e colocar um ponto final nela. A gente pode remoê-la por toda uma vida ou a gente pode esquecê-la, deixá-la para trás. Descobri que o amor só dura à base do diálogo, e que o diálogo exige duas vozes para se concretizar. O amor não sobrevive à mudez da alma. Até o silêncio no amor, ele precisa se expressar. Ah, e também compreendi que o amor em si não é romântico, ele é cotidiano, é vida, é diário.

Amor que é amor sofre junto, perde a noite pra dividir a responsabilidade, tenta fazer a tristeza do outro sorrir. No amor, a gente faz escolhas. E algumas delas significam abdicar dos próprios sonhos, para minimizar a dor do outro. Significa partilhar a dor quando ela parece não ter mais fim. Quando a gente ama, a gente enxerga o sofrimento e a alegria no olhar do outro. A gente sabe quando o outro sorri a tristeza. A gente sabe quando o outro finge a felicidade apenas para seguir em frente, mesmo quando a dor ao redor não cansa de se mostrar. Quando a gente ama, a dor do outro dói na gente.

Mas como eu disse logo acima, o amor é cotidiano, é vida, é diário. E ele não sobrevive sozinho, sem a troca. Não no relacionamento a dois, pelo menos. A incerteza do outro gera incerteza na gente. É que a relação só evolui se houver mútuo empenho. Quando o outro deixa de ter certeza, quando o amor do outro já não parece brilhar, o amor da gente murcha, ele recua, ele se enconde. É como um bichinho amedrontado, que se sente acuado e perde a coragem de arriscar. O alimento do amor é a segurança, são aquelas atitudes do outro, aqueles gestos naqueles momentos específicos que voltam a inflar o nosso amor.

O meu amor deixou de ser romântico há algum tempo. Ele ainda é regado a surpresinhas e doçuras, ele ainda vive de carinho. Mas ele é real, ele permeia a divisão de tarefas, o estresse da correria da vida. Ele está ali, entre a discussão de um problema e outro, entre uma notícia boa e uma ruim. O amor que eu amo entende a hora de administrar uma crise, entende que há conflitos, entende que às vezes é necessário parar para reparar. Esse meu amor quer partilhar. É que eu ainda não aprendi a amar o amor solitário. O amor que eu amo também precisa ser amado.

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O amor eterno de José e Pilar

*Texto da jornalista Giovanna Castro

Alguém aí sabe me dizer o que é o amor? Ontem à noite fui a mais uma sessão de cinema interessante. Desta vez ví José e Pilar, o filme-documentário de Miguel Gonçalves Mendes que apresenta um pouco do dia a dia do casal José Saramago e Pilar del Río, sua mulher por mais de 20 anos. Gosto muito dos escritos de Saramago, apesar de não ser especialista no autor, e me surpreendi ao ver o cotidiano de um ídolo da literatura.

O filme mostra o homem político que ele foi – prêmio Nobel de Literatura de 1998, falecido em junho deste ano (leia o que a menina Andreia escreveu sobre o ídolo) – no sentido de agir politicamente como cidadão, que ele mesmo diz no filme que é uma das funções do escritor, “influenciar” como cidadão, e a sua descrença em Deus.

Além de mostrá-lo como homem apaixonado o que, em se tratando de ídolos, parece sempre muito instigante. Como um homem tão brilhante pode dedicar-se às letras e com a mesma intensidade ao amor de uma mulher? É bem provável, como se percebe rapidamente no filme, que a força da sua verve vem justamente da paixão por Pilar, assim como da paixão pelas letras, pelas tramas e pela vida.

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José Saramago diz que ele e Pilar del Río continuarão juntos de alguma forma já que as suas cinzas seriam depositadas sob uma pedra no jardim da casa de Lanzarote, nas Ilhas Canárias

O filme, que começa no ano de 2006, soa quase como uma despedida, uma vez que repetidamente Saramago fala da morte e a diferença entre a vida e o que podemos chamar de pós-vida, que o autor chama de “estar e o já não estar”. Apresenta uma história de amor real, do cotidiano, que tem muito carinho, afeição e admiração mútua, mas também não deixa de ter seus arranca-rabos. Pilar e Saramago se amam de uma forma muito companheira, se tocam o tempo todo.

Ela atua mesmo como um suporte – inevitável aqui usar o termo “pilar” da vida do homem que escolheu para si e de quem sempre foi fã. É a ela que ele chama a todo momento quando precisa de qualquer coisa ou até mesmo para contar uma piada, dividir histórias ou apenas tocar sua mão. Uma história de amor que nem parece real de tão pura, pureza que salta aos olhos.

Pilar não é uma mulher qualquer. É uma jornalista de personalidade forte e atuante quanto aos assuntos do seu país, a Espanha. Muito ágil e decidida, Pilar tomou conta da vida de Saramago e passou a organizar todas as suas coisas desde as mais comezinhas até sua extensa e cansativa agenda de viagens que culminou, em 2007, com algumas semanas de internação que deixaram o autor debilitado. Aquilo jamais se repetiria, decidiu Pilar, que determinou que o ritmo intenso de voos só voltaria por cima do seu cadáver.

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Filme José e Pilar é co-produzido pela O2 Filmes, do cineasta brasileiro Fernando Meirelles, que filmou a versão de Ensaio sobre a cegueira

Em uma entrevista à imprensa portuguesa, um repórter hesitante pergunta a Pilar sobre o fato dos portugueses se sentirem um tanto ressentidos por ela ter “tirado Saramago de Portugal”. No que ela prontamente responde: “Não, isso quem fez foi o governo de Cavaco Silva! Próxima pergunta?”. Sua força também é direcionada ao marido, quando ambos discutem fervorosamente sobre Hillary Clinton, então candidata preferida dela, e Barack Obama, apoiado desde o começo por Saramago.

Na verdade, é impossível perscrutar um amor, e creio que não há resposta para a pergunta que eu mesma sugeri no começo do texto. A história daqueles dois parece ter sido uma ação mesmo do destino, uma combinação de fatores daqueles bem complexos que não dá para explicar. José e Pilar se amam na vida e nas letras. Ela, que traduzia os livros dele para o espanhol, se esforçava para dar conta do seu trabalho logo depois do marido fazê-lo em português.

E era extremamente leal, se negando a responder questionamentos de repórteres sobre detalhes do novo livro do autor, na época em que foi feito o filme, A Viagem do Elefante. O filme é todo emoção em que uma mulher decide com força descomunal proteger seu homem e ele retribui com uma devoção tocante.

É como se a cada oportunidade – e Saramago fazia questão de declarar seu amor pela mulher em eventos públicos, como no lançamento mundial de A Viagem do Elefante, que aconteceu em São Paulo (2008) – ele reafirmasse o seu sentimento, eternizado na dedicatória de Pequenas Memórias (2006) “aquela que ainda não tinha nascido e tanto tardou a chegar”. Mais interessante ainda quando o gênio das letras diz duas frases e chama a mulher para conferir a beleza do seu pensamento.

“Olha que coisa linda que acabei de dizer, Pilar: eu tenho ideias para romances e você tem ideias para a vida. O que é mais importante?”. “Eu não sei, mas acho que são ideias para a vida”, diz ela, arrancando risadas de todos os presentes. Uma pequena pista para o mistério que uniu os dois até o fim e no pedido feito pelo autor em vida quando a mulher pergunta o que fazer com a Fundação José Saramago, da qual tornou-se presidenta (como fazia questão de ser chamada): “Continua-me”.

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Filme acompanha o casal e registra momentos da vida de Saramago entre 2005 e 2008 em Portugal, Itália, Brasil e outros países

P-S – Vale observar a cena em que Saramago assiste Ensaio sobre a Cegueira (Blindness), adaptação do brasileiro Fernando Meirelles para o livro homônimo. Ao lado de Pilar e de Meirelles, o autor se emociona bastante e diz estar muito feliz pois o filme havia saído exatamente do jeito que ele imaginou a história que colocou no papel. Impossível não se emocionar também.

Veja o trailer do filme José e Pilar, em cartaz em Salvador, no Espaço Unibanco de Cinema – Glauber Rocha

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“Cartas de amigos” para refletir

“(…) Percebo em nossos dias uma intolerância cada vez maior com os limites humanos. Temos medo das imperfeições. E por isso evitamos o outro no momento de sua fragilidade. Corremos o risco de cultivar pessoas e realidades a partir de expectativas, e não de possibilidades. Queremos o outro, mas esse querer fica condicionado. Queremos até o momento em que nossas projeções não sejam desarticuladas. Queremos, mas desde que absolutamente nada contrarie nosso querer.

(…) O amor que sentimos pelo outro pode ser concreto fora da experiência de limites e imperfeições? É possível amar alguém sem tocar suas formas mais imperfeitas? O amor consiste somente em reconhecimento de valores? Não creio, meu amigo. Tenho aprendido, a partir de minha experiência, que o amor só é concreto depois de termos necessitado do perdão.

Antes disso há qualquer outra coisa, menos amor. Eu só sei que amo verdadeiramente depois de ter esbarrado nas imperfeições do outro, depois de ter conhecido sua pior faceta e mesmo assim continuar reconhecendo-a como parte a que nao posso renunciar. Só o amor me faz conviver com o precário da vida, com a indigência humana (…)”

Leia a íntegra do livro: “Cartas entre amigos – sobre medos contemporâneos”

O texto acima é para promover uma reflexão. É um pequeno trecho do livro “Cartas entre amigos – sobre medos contemporâneos”, que reproduz 18 cartas trocadas entre o educador Gabriel Chalita e o padre Fábio de Melo. A troca de correspondências começou no final de 2008, quando Chalita se preparava para assumir o cargo de vereador em São Paulo, e Melo encerrava uma turnê de 120 shows. No período, eles começaram a refletir sobre temas diversos que cercam a contemporaneidade, como a violência, o amor, o fracasso, a inveja, a solidão, o ódio, dentre tantos outros. Temas que precisamos o tempo inteiro rever, analisar, discutir. O cotidiano já não é fácil nessa nossa sociedade moderna. Não podemos descuidar do resto.

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Dia dos Namorados 2: A procura do par perfeito

Mais um artigo muito bom da psicóloga Cássia Franco, dessa vez, um pouco mais reflexivo sobre o “mercado” de troca de intenções que se estabele no início e ao longo dos relacionamentos a dois. Para quem gostou do material anterior da autora, publicado aqui no Conversa, sobre as dicas para NAMORAR, vale a pena ler este também!

*A procura do par perfeito

“Ninguém é perfeito até que alguém se apaixone por esta pessoa”
(William Shakespeare)

**Cássia Aparecida Franco

Tem casal, segundo Cássia Franco, que adora brincar de detetive e acaba transformado a vida do parceiro (a) em um inferno de vigilância e desconfiança constantes

Diferentes grupos humanos criam rituais de apresentação, formas de travar contato e de sinalizar seus interesses propiciando aproximação, comunicação, transpiração de idéias e intenções. A pesquisadora Froma Walsh nos conta que entre os povos nômades do deserto, por exemplo, há séculos os grupos se reúnem para a tradicional “feira de esposas”, onde os homens vão procurar uma esposa para si.

Segundo a tradição, as mulheres disponíveis para o enlace, pintam os olhos com intensidade, usando um véu cobrindo o rosto, caso sejam virgens. As viúvas ou separadas tem o rosto descoberto, mas todas, sem exceção, levam em seus braços uma manta tecida com as próprias mãos.

Todos circulam livremente pela feira e no momento em que um homem encontra o olhar de uma mulher que o interessa, ela exibe a manta que teceu cheia de intenções. Assim, os dois se examinam por tabela, enquanto falam do precioso objeto. Conforme os argumentos, ele decide se quer comprá-lo e ela se quer vendê-lo. Se discordarem, a procura recomeça.

Se, contudo, o interesse for recíproco, os dois discutem sobre o preço da manta e, se chegarem a um consenso, dirigem-se a uma autoridade que legaliza a intenção de se casar. A partir daí, as famílias se envolvem e discutem herança, dote e moradia.

Toda vez que duas pessoas se encontram, trocam sinais que explicitam que tipo de relação está se estabelecendo. E estes sinais, muitas vezes sem palavras, têm a força de provocar emoções que afetam os comportamentos que se seguirão. A partir daí, cria-se a expectativa do que um pode esperar do outro.

Podemos por exemplo, ser detetives e estabelecer uma relação com base na vigilância e desconfiança. Neste jogo deverá sempre existir alguém que espreita na procura de alguma curiosidade ou delito. Há bastante espaço para o ciúme, a briga e conseqüente pedido de trégua e para o ritual de fazer as pazes. Há quem goste.

Podemos encontrar também o atento cuidado do jardineiro que arranca a erva daninha, prepara o terreno e afofa a terra com carinho, semeando no capricho, regando e colhendo frutos. Há quem ache muito monótono.

Outros casais, ainda segundo Cássia Franco, preferem brincar de jardineiro e construir um amor mais ameno, porém duradouro

É possível também um animado jogo de Banco Imobiliário, onde eu lhe compro e você se vende. A dívida nunca é quitada e o cartão de crédito tem juros impagáveis. Há quem se magoe muito com isto.

Há também o modelo julgamento, onde todos são avaliados e penalizados no critério do que é certo ou é errado. Esquece-se, no entanto, que o certo e o errado podem variar conforme o júri. Há quem considere muito difícil equilibrar esta balança.

A questão é que temos crenças e valores que funcionam como uma espécie de peneira seletiva na hora de interpretar os dados. Nossas crenças e valores são estados emocionais que influem em nossos pensamentos e decisões.

Quando criamos a expectativa de ter encontrado o par perfeito, estamos projetando no outro as imagens internas que temos do que seria o nosso modelo de perfeição. Encobrimos o outro em uma nuvem contaminada pelo nosso olhar. Perdemos a oportunidade de enxergar o outro e criamos expectativas difíceis de serem concretizadas.

O sucesso ou o fracasso de uma união depende muito dos acordos de colaboração existentes entre o par. Acordos esses que sabiamente precisam ser renovados periodicamente, promovendo reflexões sobre as mais altas esperanças e os medos mais profundos.

*Texto encaminhado ao blog para publicação pela  Matéria Primma Comunicação

**Cássia Aparecida Franco é psicóloga, palestrante e coach. Contato: [email protected]

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Vivire reúne simpatias para encontrar um amor

Sabe aquela receita infalível para atrair um amor, reatar namoro, arrumar ou conservar marido? Pois é, os céticos não levam muita fé, mas quem faz uso, costuma garantir o sucesso da empreitada. De qualquer forma, acreditando ou não nas superstições, vale a diversão da troca de “dicas milagrosas”.

Pois para incentivar a brincadeira, ainda mais que estamos pertinho do Dia dos Namorados, a marca Vivire, especializada em moda balneário, lançou uma campanha no seu blog, batizado com o sugestivo nome de Quero Muito (acesse em: www.vivire.com.br/blog).

O blog da Vivire, traz diversas novidades sobre moda, cultura, lazer e ações sociais

Para participar, as leitoras do Conversa de Menina que tenham uma boa dica de simpatia para espantar a solidão, devem entrar no blog da Vivire e deixar a sua sugestão para a Promoção Quero Muito Uma Simpatia de Amor. Vale receita para arrumar namorado ou levar o rapaz ao altar sem vacilo. A simpatia mais divertida e criativa (receita do bem tá pessoal, nada de botar Santo Antonio de ponta-cabeça, por exemplo), vai ganhar um kit da marca, com uma bolsa para notebook e um voucher com desconto em produtos da grife.

Aah, e não esqueçam de indicar o blog onde vocês leram a respeito da campanha. A ideia é estreitar laços na blogosfera, criando uma rede de pessoas antenadas com a moda. Mas atenção moças, para a sua participação valer, tem de deixar a dica no blog da Vivire. Comentários deixados aqui neste post não valem.

E para inspirar as casadoiras, relembrem aqui um post que escrevi ano passado, com a história de Santo Antonio, o padroeiro dos enamorados.

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Homem de Palavra: “Amar de Noite”

Amar de Noite

YR@D0*

Por que de noite, e não de dia?
Por que as Anas, e não as Marias?
Porque o ódio, ao invés do amor?
E por que não o riso, no lugar da dor?
Por quê?
Eu quero a lua e seus encantos,
quero teu brilho… Não quero prantos…
Quero você em cada quarto… crescente, novo, cheio…
Quero morrer de paixão, em seus braços,
sob a magia do luar…
Eu quero!
Te amarei de dia, de noite, nas madrugadas…
Te amarei agora, amanhã, sem hora marcada…
Marcarei sim, você como minha amada…
Te amarei!
Sentirei o mel no seu beijo,
sentirei emoção no teu corpo,
sentirei vontade em seu fogo…
Desejarei…
Vou te buscar nas estrelas,
quando tiveres perdida de emoção,
te prenderei em meus braços,
ao som de uma doce canção…
Te farei mulher!!!
Serás minha rainha, de dia,
minha amante à noite,
minha amiga, quando eu chorar,
minha mulher pra toda eternidade…
Tanto faz…
Se é noite, ou é dia, se for Ana ou Maria,
se te amo, pra que agonia?

*YR@D0 é administrador de redes e, nas horas vagas, poeta.

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>>A série Homem de Palavra é um espaço dedicado à opinião masculina sobre o universo feminino, comportamento ou qualquer tema de interesse tanto de homens quanto de mulheres. As opiniões expressas nos artigos nem sempre coincidem com a das três autoras do blog, mas a ideia é abrir espaço para o debate e a diversidade. Acompanhe semanalmente a série Homem de Palavra. E, querendo participar, envie seu texto para [email protected].

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Como é que o amor chega ao fim?

Quantas vezes você repetiu um “eu te amo” na vida? E a quantas pessoas já falou isso? Aliás, em quantas oportunidades você achou que havia encontrado o(a) parceiro(a) ideal e chegou a ter certeza de que, daquela vez, seria para sempre? A vida é engraçada, não é? Hoje, remexendo na papelada do guarda-roupa, encontrei uma pastinha surrada em que guardei uma série de cartões que recebi em dois relacionamentos longos que mantive. Não resisti e abri, como uma criança pequena ansiosa por descobrir alguma coisa. No meu caso, relembrar o passado.

Li os cartões e pensei: “nossa, eu fui muito amada”. No mesmo momento, lembrei dos cartões que escrevi, das surpresinhas que já fiz, das juras de amor, da vez em que achei que seria eterno. Fiquei algumas horas distraída, relembrando, analisando… Eu tambem já amei demais. E como é que um amor daquele tamanho pode acabar? Escorrer como água pelos dedos e desaparecer? Aí você passa a conviver com a pessoa com quem você dividiu a mesma cama por tanto tempo como se nada tivesse acontecido, como se uma borrachinha mágica tivesse apagado tudo.

O que leva as relações ao fim? Que pergunta difícil. Hoje, eu diria que a impaciência e a intolerância são algumas das causas. As pessoas perderam a paciência de se conhecer, de dar um tempo até se adaptarem uma à outra. Transformam as relações em casamento em questão de segundos e vão começar a conhecer os defeitos do outro já envolvidas numa rotina um tanto difícil que é a de dividir o mesmo teto. Não eu nunca casei. Mas posso afirmar, sem qualquer receio, que vivi uma relação que podia ser perfeitamente entendida como um casamento.

O que me motivou a escrever isso foram os textos nos cartões. Declarações lindas de amor, sentimentos intensos traduzidos em palavras. Nossa… Eu não revivia estas coisas há muito tempo. Há muito tempo que aqueles cartões deveriam estar ali, empoeirando meu passado, agora enclausurado em uma pasta plástica envelhecida… Hoje, um pouquinho mais madura, com um pouquinho mais de experiência, percebo que compreensão é fundamental. E mais fundamental ainda é a aceitação e a disposição a conhecer o outro e a entender que esse outro não mudará para te agradar.

Lembro que, quando chegou ao fim a minha relação, fiquei imaginando como seria ter de encontrar outra pessoa, me adaptar a outro estilo, me acostumar a outras manias. Achava que não conseguiria. Não me lembrei que já havia passado por tudo isso antes. Simplesmente parecia que aquele era o primeiro amor da minha vida, o primeiro com quem pensei em dividir uma vida inteira. É que foram tantos anos de relação, que eu já sabia na ponta da língua tudo o que significava cada uma das caras dele, cada um dos gestos… Eu imaginava como seria chegar a este estágio com outra pessoa.

Hoje, eu dediquei várias horas às memórias. Depois de reler, olhei algumas fotos, me lembrei de coisas engraçadas, de como nos dávamos bem. E mais uma vez me perguntei como é que as relações acabam e ficam esquecidas no passado. Pois é. Vou continuar sem saber. Tenho minhas teorias, algumas coloquei logo acima. Vocês devem ter as teorias de vocês. Mas como já frisei diversas vezes ao falar da vida a dois, não há fórmula mágica. Se as coisas começam e acabam, a responsabilidade é toda de cada um dos envolvidos, que não soube superar as crises.

Claro que estou falando das relações sólidas, não daquelas furtivas, efêmeras. Uma vez encontrei um amigo em comum e ao contar que a minha relação havia acabado, lembro de ele ter ficado meio atordoado e ter dito que pra ele nunca chegaria ao fim, que ele não conseguia imaginar um sem o outro de tanto tempo que estávamos juntos. Mas, sim, tinha acabado. Por que as relações acabam? Não sei, repito. Só sei que nem sempre é por falta de amor. Afinal o amor, por si só, não é capaz de sustentar uma relação. Às vezes você ainda ama, até. Mas alguma coisa pesou mais na hora de você decidir dizer adeus.

Toda vez que ouço alguém comentar sobre mais uma relação que chegou ao fim, me reservo o direito de alimentar a certeza de que cada dia é mais difícil manter um relacionamento com alguém. Hoje, portanto, venho aqui só pra dizer uma coisinha que talvez faça diferença na hora que você ler: se você acha que aquela pessoa vale à pena, que vocês formam uma dupla bacana, parceira e amiga, pensa nisso antes de tomar alguma decisão baseada em um momento difícil, em uma fase crítica, ou no meio de uma crise. Não há relações perfeitas, as discussões acontecerão sempre. Mas eu me permito dizer que há pessoas perfeitas para uma relação. E estas, queridos amigos, façam questão de segurar.

Certa vez, um amigo conversava com outro sobre a namorada dele. Ela é estressada, sempre brigavam no meio do trânsito, e ele ali, paciente.  Esse outro amigo pegou carona com o casal, e acabou presenciando mais uma discussão boba, um estresse dela, por causa de um caminho errado. Alguns dias depois, os dois trocavam ideias e ele tocou no assunto, perguntando como ele aguentava aquilo, que ele tinha ficado impaciente no fundo do carro com toda a situação, enfim. O outro respondeu que amava aquela mulher, com os defeitos que ela tinha. Porque as qualidades dela eram tão maiores, que ele tinha aprendido a lidar com a parte ruim.

Disse ele que brigar no trânsito era pouco, sim, e que, por ele, não seria assim. Mas que ele sabia que ela não ia mudar, e que ele tinha decidido aceitá-la daquele jeito, porque em milhões de outras situações mais importantes, ela se mostrava a mulher que ele sempre quis ter ao lado. Acho que é isso. Uma história real de uma relação em que as pessoas decidiram se aceitar, aprenderam a conviver com os defeitos alheios, em que um conseguiu enxergar o quão fundamental é ter o outro do lado.  Decidiram que querem ficar juntos.

Se eles vão mesmo ficar juntos, eu não sei. Não os conheço. O que sei é que esse é um passo. Um passo muito importante. No dia em que fiquei noiva (sim, eu já fui noiva), o tio do meu ex-noivo chamou a gente em um canto e nos disse: “a partir de agora vocês precisarão ser muito tolerantes um com outro se quiserem ficar juntos. A palavra agora é tolerância, porque amor vocês já têm”. Nós não soubemos ser tolerantes, mas ainda dá tempo de você aprender, se achar que vale à pena. É isso.

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Como manter seu casamento para sempre?

Dia desses recebi uma mensagem perguntando como a gente sabe que encontrou alguém para a vida toda. A gente não sabe. Respondi dizendo que podemos até querer que dure para sempre, e essa vontade é capaz de nos fazer tentar novamente sempre que as coisas não caminharem bem. Ainda assim, não significa eternidade. amorPorque sempre é um tempo longo demais quando os personagens da história somos nós, seres humanos, tão cheios de contradições. Bem, comecei falando sobre isso devido a uma matéria que li estes dias. O tema, um estudo a respeito dos fatores que determinam a longevidade de um casamento.

O resultado da pesquisa da Universidade Nacional Australiana é que o amor não basta para manter um casal unido por muito tempo. Nenhuma novidade, não é? Ou alguém chegou a achar que isso era verdade absoluta? A meu ver, o amor pode até alimentar, pode fazer você querer muito estar ao lado de alguém, mas se não houver outros sentimentos, outros pontos importantes, você acaba distante daquele que ama. Não fosse assim, as pessoas não terminavam relacionamentos com aqueles que amam. Segundo o estudo, exercem papel importante na duração da relação fatores como idade dos parceiros, relacionamentos anteriores e até o fato de um fumar e o outro não.

Foram analisados 2.500 casais, entre os anos de 2001 e 2007, entre casados oficialmente ou que apenas moravam juntos. Uma das conclusões do estudo “O que o amor tem a ver com isso” foi que um marido pelo menos nove anos mais velho que a mulher tem duas vezes mais chances de se divorciar, assim como os homens que se casaram antes dos 25 anos de idade. Eu já me sinto um pouco incomodada quando as relações humanas são encaixadas em perfis próprios. Eu acho esquisito rotular relações humanas, criar parâmetros pré-determinados. O que mais há nas relações humanas são as exceções. Justamente porque é difícil mapear o comportamento. Movido por uma forte emoção, ninguém sabe do que é capaz. Mas vamos adiante.

amorOutro dado levantado pela pesquisa é que 20% dos casais que tiveram filhos antes da união acabaram separados. Casar por causa dos filhos não é uma sábia decisão, se a motivação para o casamento é apenas essa. Mas, ainda assim, é preciso pensar que 80% dos casais continuaram juntos. O que eu pergunto é: até quando, não é? Até quando as relações entre estes casais se manterão estáveis como na época da pesquisa? Daqui a um ano, sabe-se lá se os casais que estavam juntos e felizes ainda manterão esse status. Eu continuo reticente com relação a essas pesquisas. Para mim, é tentar calcular o incalculável. É buscar razões para o que não se explica por amostragem.

Seguindo com os dados da pesquisa, outro fator determinante para o divórcio é a discordância sobre ter ou não ter filhos. Se um quer, e o outro, não, a possibilidade de se divorciar cresce. Ah, e se o parceiro já havia passado por um divórcio anterior, mais chances de enfrentar uma nova separação. E o dinheiro, esse influencia também. Quando a grana acaba, acaba também o casamento.

Meu incômodo aumenta a cada nova exposição. Pergunto-me qual é mesmo o fundamento de estudos como este. Todo casal terá problemas, óbvio. São duas pessoas diferentes, com criações diferentes, tentando viver sob um mesmo teto. Não tem como ser perfeito. Em algum momento estas diferenças se sobressairão. Imagino que o importante seja viver essa relação enquanto ela valer à pena, enquanto for motivo de alegria. Se vai durar para sempre, não importa. Que dure o que tiver de durar. É preciso compreender isso. Se durar para sempre, ótimo. Se durar dois meses, ótimo também. Amor de casalO que não compreendo é essa busca incessante por fórmulas da eternidade.

Não sou psicóloga, não entendo o funcionamento da mente humana. O que sei sobre o assunto é devido a uma leitura rasteira sobre o tema. Mas tenho minhas crenças e apostas. Embora não tenha durado para sempre, de alguma forma toda relação teve seu bom momento, caso contrário você não teria estado ao lado daquele alguém. Portanto, minha gente, vamos esquecer essas equações inexatas que se espalham por aí. Se você quer que uma relação dure para sempre, tente contornar as diferenças. Mas se não durar para sempre, tudo bem. Aceite o fim e siga em frente. Quem sabe você não encontre outro alguém com quem queira viver o resto da vida?

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