O artigo que selecionei para esta quarta-feira serve como dica aos pais na minha faixa etária, entre os 3o e os 40 anos, e que tem filhos pertencentes à Geração Y, ou seja, as crianças nascidas a partir do final dos anos 90, os chamados filhos da revolução digital. Com uma linguagem acessível, a autora – a psicóloga Roselake Leiros – explica como os pais podem potencializar os pontos fortes dessa turminha, ajundo-os a se tornarem seres humanos que valem a pena e que terão a missão de nos conduzir a um futuro mais digno enquanto civilização. Parece utopia, mas nem por isso é impossível. Pessoalmente, acredito que o que nos mantém esperançosos, independente do caos exterior, é justamente a crença de que apesar de sermos uma espécie animal em termos biológicos, somos dotados de “humanidade”. Espero que apreciam o texto e reflitam sobre ele…
Geração Y: Todos nós estamos aprendendo o tempo todo…
*Roselake Leiros
Pois é, uns mais, outros menos; uns mais rápidos, outros mais devagar, mas todos estamos aprendendo: Pais e Filhos.
Temos repetido incansavelmente que aquela situação de pais ensinando filhos ou filhos aprendendo com os pais é coisa do passado. Agora, pais e filhos aprendem juntos, uns com os outros.
Para as crianças e jovens de hoje, conhecidos como a geração “Y”, em alguns aspectos as coisas não são muito diferentes do que para as crianças e jovens de gerações passadas. Se prestarmos atenção, sempre foi assim a cada geração, carregando as características próprias do seu tempo. Com 30 anos, os mais velhos estão fazendo a sua revolução silenciosa, diferente das gerações passadas, dos anos 60 e 70. Eles são uma força poderosa de mudança, sabem que muitas coisas do passado não funcionam mais e trazem a sua nova forma de ver e interagir com o mundo novo.
Os pais da geração “Y”, encarregados de acompanhá-los na sua trajetória de vida, têm muito mais informação e capacidade de compreendê-los e ser, assim, aliados e até facilitadores na sua missão de transformar o mundo de hoje.
Fruto dos significados da geração de seus pais, a geração “Y” tem uma condição de vida melhor a partir da liberdade de expressão, o direito de serem eles mesmos e o acesso à informação. Crescem e desenvolvem-se diferentes das crianças da geração passada. Mas cá entre nós, eles já vieram predispostos ou até predestinados a transformar velhos paradigmas, e a prova disso, são as colocações e questionamentos inteligentes e seguros de crianças ainda em tenra idade, que deixam seus pais e educadores, muitas vezes, sem saber como se portarem diante de tal sabedoria.
Fica para nós, os mais velhos, a tarefa de entendermos e aprendermos com essas criaturas maravilhosas, ao invés de criticarmos ou afrontarmos.
Rápidos, fazem dez coisas simultaneamente, preocupados consigo e dispostos a construir um mundo melhor. Mas dependendo do ângulo em que são apreciados, ou da condução das suas vidas, estas características podem parecer possibilitadoras ou muito ruins. A verdade é que eles têm um potencial imenso e dependendo da forma que lidamos com eles, estaremos acionando pontos específicos da sua personalidade e potencializando coisas distintas.
É preciso, antes de tudo, aprender a se relacionar com eles para que seus pontos fortes sejam revelados:
– Assuma o seu lugar de pai/mãe/professor sem rebaixá-los e sim reconhecendo suas qualidades. Nessa atmosfera de respeito e verdade eles sabem respeitar, aprender e também contribuir com o que sabem.
– Seja verdadeiro, autêntico. Diga a sua verdade e quando não souber de algo, fale que não sabe e se interesse em saber. Com a sensibilidade, que é um de seus traços, eles saberão se você está sendo verdadeiro. Lembre-se, verdade é sempre respeitável.
– Respeite suas diferenças, eles têm muita energia, tem foco de atenção múltiplo e geralmente aprendem através do nível de explicação, resistindo à memorização mecânica ou a serem, simplesmente, ouvintes.
– Focados nas coisas de seu interesse, mas muito distraídos quando não interessados, por isso você deve oferecê-los coisas interessantes, estimulantes e desafiantes.
– Como eles têm grandes idéias e se frustram com a falta de recursos para realizá-las, seja nessa hora um apoio, acompanhando-os e ajudando-os a buscar recursos ou mostrando, respeitosamente, outros pontos que por ventura ainda não foram percebidos. Lembre-se que você tem muito a ensinar também, e faça-o com naturalidade, de igual para igual.
– Enfim, seja um companheiro sincero, um colaborador responsável, mas assuma o seu papel de pai/mãe/professor. Eles precisam da sua presença, pois se experimentarem muito cedo a decepção ou falha, podem desenvolver um grande bloqueio e desistir da sua melhor expressão, privando o mundo de sua luz “índigo”.
*Roselake Leiros é psicóloga, master em programação neurolinguística e especialista em desenvolvimento humano.
**Texto enviado ao blog pela Agência Contatto e publicado mediante autorização desde que respeitada a integridade do conteúdo e autoria.
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