Desde que comecei a fazer pilates, recebo diversas perguntas a respeito da atividade. Muitas delas foram respondidas pela fisioterapeuta e instrutora do Fit Studio Salvador, Adriana Oliveira, e postadas no blog. Vocês podem ler aqui e aqui. As outras também serão respondidas ao longo do tempo! Das dúvidas que recebi, me chamaram atenção as referentes à prática do pilates por portadores de necessidades especiais (PNE). Foram muitas e variadas. Daí veio a ideia de fazer esta matéria e contar a história de superação da pedagoga e servidora pública federal, Cintia Souza Santos, de 38 anos!
![O alongamento é uma etapa muito importante da prática do pilates](https://www.conversademenina.com.br/wp-content/uploads/2016/08/2-4.jpg)
Quadro clínico
Cintia possui encurtamento de cerca de três centímetros na perna esquerda, em decorrência de uma necrose avascular na cabeça do fêmur, e hiperlordose. A causa nunca foi descoberta, cogitou-se o rompimento de um vaso, talvez uma bactéria… Diagnosticada aos cinco anos, depois de ter repentinamente parado de andar, Cintia passou a vida convivendo com fortes dores, idas constantes a ortopedistas e diversos tratamentos terapêuticos.
Os médicos conseguiram tratar a necrose, mas as sequelas na articulação já estavam instaladas. As consequências incluíam dor intermitente e quedas frequentes, pela falta de estabilidade. Foram incontáveis sessões de fisioterapia, hidroginástica e RPG. Vivia sob o efeito de medicamentos para aliviar a dor. Os médicos não se mostravam otimistas em relação à sua melhora, e a implantação de prótese não era indicada.
![O acompanhamento por um profissional qualificado vai permitir avanços grandiosos ao praticante](https://www.conversademenina.com.br/wp-content/uploads/2016/08/3-2.jpg)
Apesar da disciplina e assiduidade com a fisioterapia, as melhoras eram bem tímidas. Continuava sentindo muito incômodo e dor, especialmente nos dias mais frios. Quando precisava caminhar mais do que o normal, a perna enrijecia. Foi quando o fisioterapeuta que fazia suas sessões sugeriu a ela que experimentasse o pilates. Com a presença do Fit Studio Salvador perto de sua casa, decidiu se matricular em abril de 2014, a fim de ganhar força muscular no quadril e abdômen.
Paciência e persistência
“Começamos com uma fisioterapia avançada, porque Cintia não tinha nenhuma força abdominal. Então começamos a trabalhar o centro, para depois passar a trabalhar outros músculos”, conta Adriana Oliveira, instrutora de Cintia no Fit Studio, que complementa: “É um processo, a pessoa vai ganhando flexibilidade, força muscular e equilíbrio gradualmente”.
![A prática promoveu o fortalecimento muscular e mais flexibilidade](https://www.conversademenina.com.br/wp-content/uploads/2016/08/4-2.jpg)
Quando começou no pilates, Cintia tinha muita dificuldade inclusive para sentar no chão. A perna esquerda era muito mais fina que a direita. Não conseguiu levantar a perna sozinha e a sua flexibilidade era praticamente nula. E, para completar, ainda tinha discopatia na lombar (desgaste no disco intervertebral), o que lhe causava dormência nos pés.
Após dois anos de pilates, duas vezes na semana, os ganhos foram incontáveis, ao ponto de Cintia dar um apelido especial a Adriana. “Ela é uma santa, faz milagres”, brinca. Isso porque agora Cintia não sente mais dores, nem incômodos. Já consegue caminhar numa boa, e até a realização das atividades profissionais e domésticas melhoraram. O pilates tirou de sua vida os remédios para dor e reduziu significativamente a diferença entre suas pernas. “Ganhei fortalecimento muscular, amplitude de movimento, muito mais mobilidade e agilidade, sem falar na autoestima”. Sim, porque depois que começou o pilates, associado a uma alimentação saudável, Cintia eliminou 18kg.
Ganhos
“Os ganhos com a prática do pilates vão depender da realização de um trabalho individualizado, direcionado às necessidades e demandas do indivíduo. No caso de Cintia, além do restabelecimento da saúde, com a busca pelo fortalecimento muscular, pela flexibilidade e por mais agilidade, fizemos um trabalho voltado à estética e melhora da autoestima”, explica a instrutora e fisioterapeuta, Adriana Oliveira. E o sorriso largo de Cintia não nega: “O trabalho realizado aqui me garantiu mais qualidade de vida e mais alegria. Eu não vivo mais sem o pilates”, finaliza Cintia.
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