Dependência emocional, relações e afins

dependência emocionalUma vez li um texto sobre dependência emocional, e uma colocação do autor (não me recordo agora de quem é o texto) me chamou a atenção. Ele associava o relacionamento em que havia dependência afetiva a um tipo de aprisionamento. E por que uma prisão? Porque a pessoa simplesmente não consegue tomar as rédeas da própria vida, não consegue tomar decisões sozinha. A pessoa acha que precisa daquela outra pessoa para sobreviver e ser feliz. A dependência emocional pode ser vivida não apenas em relacionamentos amorosos, mas também nas relações de amizade, por exemplo. Claro que quando o assunto é relacionamento amoroso, a incidência acaba sendo bem maior – e os danos também.

Você já parou para pensar na sua relação? Faça isso agora, nesse momento. Para aí uns cinco minutos e avalie: sua relação com seu parceiro é saudável? Te faz realmente bem? Muitas vezes, a gente está tão inserida – melhor seria dizer afogada – no relacionamento, que sequer consegue enxergar o que ele te provoca, como ele te transforma. Quando o relacionamento é pautado na dependência emocional, a pessoa simplesmente se anula em prol do outro. Se em sua relação, você não consegue pensar em você ou só toma decisões que são consentidas pelo outro, existe algum problema. Se você anda com autoestima embaixo do chinelo, se se sente pra baixo, não se sente valorizada, tem algo muito errado.

dependência emocional

Existem várias formas de se identificar a dependência emocional, mas muitas vezes a pessoa envolvida não consegue enxergar sozinha. Sabe aquela necessidade exagerada de afeto? Quando o sentimento chega a sufocar, a causar angústia? Isso indica dependência emocional. O medo de que o outro te troque, de que te abandone, de que te traia ou conheça alguém mais interessante que você não tem nada de saudável. Nenhum relacionamento deve ser movido por qualquer tipo de medo. Até porque só vale a pena estar na tal relação, se ela fizer bem a ambos.

Em algum momento, até o outro vai começar a se sentir mal dentro dessa relação. Porque existe uma grande diferença entre a dependência emocional e o relacionamento abusivo. Neste último, o outro te faz mal, te coloca para baixo, te diminui, te critica. Já falamos sobre as relações nocivas aqui no blog (clique aqui pra ler). Quando existe a dependência emocional, nem sempre o outro é uma pessoa tão má assim. Às vezes, ela é até vítima dessa dependência e acaba asfixiada por ela. A dependência emocional vai minando a energia e a liberdade do outro, vai dependência emocionaldesgastando a relação, consumindo-a e destruindo-a aos poucos. Se a relação vai chegar ao fim em decorrência dessa dependência emocional, isso são outros quinhentos. Mas que certamente não será uma relação feliz e saudável, ah não será mesmo.

Claro que também há os casos em que o outro se aproveita dessa dependência, para dominar a relação e controlar a vida do parceiro. Em que, propositalmente, manipula a relação a seu favor, deixando o outro ainda mais derrubado e dependente. E cada vez que o dependente emocional percebe que o outro está se afastando, mais atitudes toma a fim de “agradar” o outro. E mais dependente vai ficando. E vai ficando mais triste também, coma  autoestima cada vez mais baixa… Independente se o outro é um cara legal ou se é um canalha, fato é que uma relação de dependência emocional não faz bem a ninguém.

Relacionamento saudável x dependência emocional

Relação saudável é aquela em que os dois atuam em parceria. Até já falamos disso aqui (clique para ler). Em um relacionamento satisfatório, o casal se ajuda, se motiva, caminha de mãos dadas. As crises e desavenças vão existir sempre. Mas quando existe saúde na relação, os dois lidam com os problemas sem diminuir o outro, sem pisar nele ou maltratá-lo. Como falei antes, nem sempre é fácil identificar-se nesse papel dentro da relação, às vezes a gente nem quer se enxergar assim. Mas lembre-se que admitir o problema é o primeiro para tentar lidar com ele.

dependência emocional

Se ao pensar na sua relação, você consegue identificar que não está feliz, não force a barra para se manter dentro dela. E se é difícil lidar com a situação só, busque auxílio profissional. No dia em que você conseguir retomar o curso de sua vida, você vai entender o quanto foi importante dar esse primeiro passo. Ninguém merece viver na sombra de alguém. Assuma sua responsabilidade por sua vida, valorize seus gostos, suas escolhas. Busque alguém que queira firmar uma parceria com você, em que ambos se esforçam em prol da relação.

bolinha de sabãoNunca é tarde…

E se você precisa dar um primeiro passo, comece pensando sobre isso. A vida é linda. Tem um monte de oportunidades e possibilidades aguardando por nós. Novas relações, novas pessoas, novas formas de lidarmos com nossas emoções e sentimentos. Quando estamos fortalecidos, tudo se fortalece ao nosso redor, e ficamos prontos para lidar com as adversidades com mais tranquilidade, maturidade e serenidade.

Dê o primeiro passo, olhe ao seu redor, não aceite ser menos do que você é, não aceite ser infeliz. Lembre-se que nunca é tarde para buscar a nossa felicidade, nunca é tarde para recomeçar e escrever uma nova história. Mexa-se que o mundo vai mexer com você. E vá atrás de sua felicidade. Ela está bem aí, dentro de você! Resgate-a.

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O amor que eu amo

É tão difícil falar sobre o amor. São tantas variáveis… Eu acredito no amor e tenho a minha forma própria de enxergá-lo, como todo mundo a tem. O amor que cultivo em mim tem uma certa tranquilidade, um ar de paz. Sim eu já amei. Amei de duas maneiras diferentes, porque talvez a maturidade nos ensine um jeito mais gostoso de amar. Perguntei-me durante muito tempo como é que a gente sabe que é amor. As respostas, eu as encontrei vivendo. Por cada reação, por cada emoção, por cada riso e lágrima, ali tinha mais uma certeza de que, sim, era amor.

Percebi que o amor se mostra pela vontade de querer estar junto, pelo respeito, pela cumplicidade, pela troca. O amor que eu costumo amar exige de mim dedicação nos momentos mais difíceis para o outro. Eu não aprendi a amar pela metade, nem consigo entender como amar apenas os momentos bons. É que meu amor ama o todo, na alegria e na tristeza. Esse amor que florece em mim não costuma medir muitos esforços para ver o outro feliz. Talvez seja mesmo um amor exagerado, ou talvez não. Não consigo imaginar amor sem risos, não consigo imaginá-lo sem risos exagerados. O meu último amor durou pouco, mas durou o suficiente para me fazer entender o quanto amadureci amando alguém.

Percebi que o amor se sustenta na segurança, na certeza de que os dois querem ficar um com o outro. Também entendi que não há como haver amor sem discussão, sem adaptação de ideias e sonhos. O problema não são as brigas, mas a forma como lidamos com elas. A gente pode prolongar a briga, ou a gente pode resolver e colocar um ponto final nela. A gente pode remoê-la por toda uma vida ou a gente pode esquecê-la, deixá-la para trás. Descobri que o amor só dura à base do diálogo, e que o diálogo exige duas vozes para se concretizar. O amor não sobrevive à mudez da alma. Até o silêncio no amor, ele precisa se expressar. Ah, e também compreendi que o amor em si não é romântico, ele é cotidiano, é vida, é diário.

Amor que é amor sofre junto, perde a noite pra dividir a responsabilidade, tenta fazer a tristeza do outro sorrir. No amor, a gente faz escolhas. E algumas delas significam abdicar dos próprios sonhos, para minimizar a dor do outro. Significa partilhar a dor quando ela parece não ter mais fim. Quando a gente ama, a gente enxerga o sofrimento e a alegria no olhar do outro. A gente sabe quando o outro sorri a tristeza. A gente sabe quando o outro finge a felicidade apenas para seguir em frente, mesmo quando a dor ao redor não cansa de se mostrar. Quando a gente ama, a dor do outro dói na gente.

Mas como eu disse logo acima, o amor é cotidiano, é vida, é diário. E ele não sobrevive sozinho, sem a troca. Não no relacionamento a dois, pelo menos. A incerteza do outro gera incerteza na gente. É que a relação só evolui se houver mútuo empenho. Quando o outro deixa de ter certeza, quando o amor do outro já não parece brilhar, o amor da gente murcha, ele recua, ele se enconde. É como um bichinho amedrontado, que se sente acuado e perde a coragem de arriscar. O alimento do amor é a segurança, são aquelas atitudes do outro, aqueles gestos naqueles momentos específicos que voltam a inflar o nosso amor.

O meu amor deixou de ser romântico há algum tempo. Ele ainda é regado a surpresinhas e doçuras, ele ainda vive de carinho. Mas ele é real, ele permeia a divisão de tarefas, o estresse da correria da vida. Ele está ali, entre a discussão de um problema e outro, entre uma notícia boa e uma ruim. O amor que eu amo entende a hora de administrar uma crise, entende que há conflitos, entende que às vezes é necessário parar para reparar. Esse meu amor quer partilhar. É que eu ainda não aprendi a amar o amor solitário. O amor que eu amo também precisa ser amado.

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Artigo: Impaciências

A chegada do fim do ano provoca uma síndrome de correria extrema e de ansiedade quase insuportável e generalizada. Junto, vem também uma impaciência digna de TPM, mas que não afeta só as mulheres. Os homens também perdem a calma cada vez com mais frequência, principalmente nessa época do ano. Como estamos em uma semana daquelas (as blogueiras não estão em período de TPM…ainda!!), separei para outras (os) desesperadas (os) um artigo fantástico da jornalista Marli Gonçalves. Confiram, divirtam-se e reflitam. Como diz uma amiga minha, “valapena”!

P.S.: O modelo petit dando chilique na primeira foto é meu o filhote.

Impaciências

*Marli Gonçalves

O sinal ainda ia fechar, mas o pedestre já está lá no meio da rua, driblando a faixa. O sinal vai amarelando e o cara de trás já tacou a mão na buzina. Se você deixar passar o tal pedestre, ainda vai é ser muito xingado pelo tal motorista que, em geral, gesticulará muito com as mãos, talvez dedos. A fila do caixa não anda, ninguém atende a porcaria do telefone e quem ficou de ligar não liga. Você fuma, come, bebe mais do que deve e pode começar a espumar.

O elevador vem vindo, mas o coitado do botão de chamada é massacrado, como se acelerador fosse. O cara vai descer daqui a dez pontos, mas já está na porta do ônibus, empatando a saída e outras coisas. Nem bem o Metrô parou, tem invasão de gente saindo e entrando pelo mesmo lugar, a porta – e duas coisas não ocupam o mesmo lugar no espaço. Às vezes a gente nem percebe, mas já está com ela incrustada: a impaciência. Entre os sintomas, o tamborilar de dedos na mesa, o pezinho batendo ou sacudindo mais nervosamente, vontade de esganar o mundo, uma certa agonia. Se não é TPM, é impaciência.

A impaciência é uma tensão, sentimento, sensação que acomete todo mundo em algum momento; e pode ser também característica “fixa” de personalidade. Por exemplo, ao tentar olhar com alguma simpatia para a presidente eleita, vejo nela uma mulher impaciente, e brava, ríspida, que não gosta de falar duas vezes a mesma coisa.

O problema é que ultimamente isso anda quase impossível. Todo mundo sabe tudo antes de ouvir a história e não presta atenção. Ou fica tão impaciente para discordar de você que até interrompe, muitas vezes com outro assunto, um não ou pitaquito. Ninguém mais lê nada completo e é difícil manter a atenção dos interlocutores, ou dividi-la com celulares, computadores, IPODIS, IPADIS, SMSsss,entre outras traquitanas (e reclamávamos do bip!). É a azáfama moderna, adiantada pelo Lewis Carroll quando criou o coelho “tenho pressa muita pressa” em Alice.

Quando a gente está mais impaciente, repare, é quando encontra ainda mais quem tenta nos contar as coisas nos míííínimos detalhes e em ordem cronológica, torrando o saco até de quem é habitualmente calmo. Não adianta demonstrar a sua impaciência olhando no relógio, tamborilando na mesa, nem pigarreando. Não adiantará. Se tiver dois celulares dê um jeito de ligar para você mesmo.

A impaciência nos acomete em variadas situações, em geral desagradáveis. Com fome, no restaurante. Com sede, no bar. Com pressa, no trânsito. Dizem os dicionários que significa falta de paciência, incapacidade de suportar algo ou alguém, de se constranger ou esperar. Falam em pressa e desespero, também. E em sofreguidão, mas com este termo não concordo. Tendo a achar a palavra mais adequada ao fazer coisas bem gostosas, realmente sôfregas.

Especialistas explicam que a falta de tempo, a competitividade e o individualismo são as principais causas da falta de tolerância e impaciência. Pesquisadores de uma universidade americana publicaram recentemente os resultados de uma pesquisa sobre as consequências da impaciência para a saúde das pessoas. As impacientes sofreriam mais com problemas de hipertensão e teriam mais probabilidades de contrair doenças cardíacas. Surpresa! Portanto, todos nós, hein, estamos sujeitos a puff!

O grau de impaciência foi avaliado com algumas perguntas: Você se aborrece quando tem de esperar? Você come depressa? Costuma sentir-se pressionado no fim de um dia normal de trabalho? Sente-se pressionado pelo tempo? Assim, descobriram o Brasil.

Outros andaram descobrindo também que fast food torna as pessoas mais impacientes. Para os pesquisadores, a exposição diária às redes de fast food pode ter um efeito subliminar sobre o comportamento, fazendo com que as pessoas fiquem mais apressadas nas atividades diárias, independentemente de serem – ou não – pressionadas pelo tempo e pela agenda. Contamos para eles a impaciência dos cachorros quando nos vêem com a coleira nas mãos? Contamos para eles que somos impacientes até quando vamos ao banheiro? Ou sobre nossa impaciência ao ver que parceiros, ou filhos, não mudarão, nem com o tempo? Vai negar?

Melhor, por que não detonamos logo o sistema que nos deixa assim? Nas terapias florais existe um remédio, um dos Florais de Bach, chamado Impatiens (extraído da flor Impatiens Gladulifera). Sabe qual flor é? Aquela que aqui chamamos de Maria Sem-Vergonha que nasce em qualquer canteiro, impaciente como ela só.

Diz um provérbio chinês: “Um momento de paciência pode evitar um grande desastre; um momento de impaciência pode arruinar toda uma vida”. Disse Napoleão: “A impaciência é um grande obstáculo para o bom êxito”. Para Saramago, “à paciência divina teremos que contrapor a impaciência humana. Para mudar as coisas, a única forma é ser impaciente”. Já a Bíblia afirma que a impaciência é uma manifestação de incredulidade e desconfiança, com o profeta Isaías apresentando quatro atitudes geradas pela impaciência: a impaciência leva-nos a substituir os planos de Deus pelos nossos; a impaciência nos conduz a fazer coisas proibidas por Deus; a impaciência gera frustrações e decepções; a impaciência produz a rejeição do tempo ou do momento certo de Deus.

Sei lá. Sede de viver. Medo de morrer antes de ter feito. Pressa por resultados, muitos dos quais, inclusive, nem interessam. Vontade de ser campeão, o melhor, o maioral. De ter a certeza de estar certo. De saber se vai conseguir. Sei só que estamos todos contaminados. A impaciência é mesmo imprevisível. Mas pode ser também advertência, abstinência, preferência, providência, previdência, imprudência, turbulência, suficiência, resistência, incoerência.

*Marli Gonçalves é jornalista e consultora de comunicação. Ela adora trocar uma ideia com novos amigos e é generosa para compartilhar seus textos, desde que a fonte original seja devidamente citada e a integridade do material respeitada. Para seguir a Marli no Twitter: www.twitter.com/MarliGo; para acessar esse e outros artigos dela na fonte original: www.brickmann.com.br ou no blog pessoal: marligo.wordpress.com. E ela também recebe emails em: [email protected] e [email protected].

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“Cartas de amigos” para refletir

“(…) Percebo em nossos dias uma intolerância cada vez maior com os limites humanos. Temos medo das imperfeições. E por isso evitamos o outro no momento de sua fragilidade. Corremos o risco de cultivar pessoas e realidades a partir de expectativas, e não de possibilidades. Queremos o outro, mas esse querer fica condicionado. Queremos até o momento em que nossas projeções não sejam desarticuladas. Queremos, mas desde que absolutamente nada contrarie nosso querer.

(…) O amor que sentimos pelo outro pode ser concreto fora da experiência de limites e imperfeições? É possível amar alguém sem tocar suas formas mais imperfeitas? O amor consiste somente em reconhecimento de valores? Não creio, meu amigo. Tenho aprendido, a partir de minha experiência, que o amor só é concreto depois de termos necessitado do perdão.

Antes disso há qualquer outra coisa, menos amor. Eu só sei que amo verdadeiramente depois de ter esbarrado nas imperfeições do outro, depois de ter conhecido sua pior faceta e mesmo assim continuar reconhecendo-a como parte a que nao posso renunciar. Só o amor me faz conviver com o precário da vida, com a indigência humana (…)”

Leia a íntegra do livro: “Cartas entre amigos – sobre medos contemporâneos”

O texto acima é para promover uma reflexão. É um pequeno trecho do livro “Cartas entre amigos – sobre medos contemporâneos”, que reproduz 18 cartas trocadas entre o educador Gabriel Chalita e o padre Fábio de Melo. A troca de correspondências começou no final de 2008, quando Chalita se preparava para assumir o cargo de vereador em São Paulo, e Melo encerrava uma turnê de 120 shows. No período, eles começaram a refletir sobre temas diversos que cercam a contemporaneidade, como a violência, o amor, o fracasso, a inveja, a solidão, o ódio, dentre tantos outros. Temas que precisamos o tempo inteiro rever, analisar, discutir. O cotidiano já não é fácil nessa nossa sociedade moderna. Não podemos descuidar do resto.

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Artigo: A inveja corrói corações

Primeiro, um pedido de desculpas pelos dois dias sem postagens, mas enfrentamos um probleminha técnico, já resolvido. Agora, para retomar a atividade, um artigo escrito pelo Dado Moura, da Canção Nova, sobre a inveja e outros sentimentos negativos.  Esta semana andei refletindo sobre intransigência e confiança (relembre aqui). O texto de Dado veio em boa hora, pois complementa minhas reflexões pessoais a respeito do que chamo de sentimentos pequenos (mesquinhos) e o contraste com o grande e verdadeiro sentir, que tem base no amor (não apenas aquele de casal, mas o amor enquanto sentimento pleno, que pode ser demonstrado em gestos grandiosos ou prosaicos).  Confiram o texto, vale muito a pena!

A inveja corrói corações

* Dado Moura

Cena do filme Otelo, baseado em história homônima de William Shakespeare. Na cena, Kenneth Branagh encarna o pérfido Iago, que por pura inveja do sucesso de seu comandante, incita Otelo a matar a esposa Desdêmona, ao insinuar que ela estaria traindo o marido

Todos os dias fazemos uma nova experiência no que se refere a relacionamentos nas mais diversas esferas da nossa vida. Infelizmente, em muitos desses momentos acabamos por experimentar situações de desconfiança, raiva, ingratidão e ciúme. É natural, somos seres humanos e essas emoções fazem parte da nossa natureza. Mas, de todas as emoções negativas, talvez a mais tóxica seja a inveja. Similar ao ciúme, esse mal pode se instalar em todas as relações, sejam elas familiares, comerciais ou sociais.

Inveja é um sentimento traiçoeiro. Muitas pessoas acreditam que não são capazes de cobiçar até serem defrontadas por situações novas e incômodas, como por exemplo, o sucesso profissional alheio. Um fato que deveria ser comemorado por todos, passa a se tornar motivo de discórdia e tribulação para muitos que convivem naquele ambiente. O que as pessoas deveriam entender é que ninguém é melhor do que ninguém. Somos todos diferentes e complementares. Cada um tem seu espaço na sociedade. Não precisamos ter subordinados para nos sentirmos superiores.

A manifestação da inveja muitas vezes pode se confundir com um outro sentimento que também provoca instabilidade dentro das relações: o ciúme. São sentimentos muito próximos, contudo, o ciúme acontece quando nos preocupamos em perder aquilo que temos, seja o amor de uma pessoa, um bem ou uma posição social. No caso da inveja, a pessoa cobiça o objeto de conquista do amigo, do irmão, do vizinho… E nem sempre essa avidez pode significar cobiça por um bem material. Às vezes, esse sentimento se manifesta quando o invejoso percebe a maneira como alguém se veste, as amizades que determinada pessoa possa ter, a qualidade do entrosamento entre um casal ou a harmonia dentro de uma família.

O sentimento de inveja incomoda e corrói a autoestima da pessoa que o carrega. Quem tem inveja acredita que as coisas na vida do outro acontecem com maior facilidade. E por não conseguir alcançar seus objetivos ou ser reconhecido em uma área em que o colega foi bem sucedido, a pessoa invejosa se recusa a celebrar sinceramente a conquista do outro; não consegue partilhar verdadeiramente suas vitórias sem ocultar o seu desdém.

Dica de leitura: O jornalista Zuenir Ventura é autor do livro Mal Secreto, sobre a inveja. A obra integra a coleção Plenos Pecados, da editora Objetiva. Média de preço: R$ 32,90 (americanas.com). Disponível também em áudio-livro

O invejoso terá sempre alguma coisa para contradizer o colega bem-sucedido na intenção de desviar o foco da conversa ou ofuscar sua imagem com comentários que tentam tirar sua credibilidade. Como pecado capital, essa fraqueza se desdobra em outros sentimentos negativos e se multiplica em manifestações de ingratidão, raiva e destrato a alguém que nada lhe fez, nem lhe causou prejuízo algum.

Na verdade, a inveja é o resultado da falta de empenho de alguém na realização de suas próprias metas e da sua pouca consciência sobre seu valor pessoal. Como todos os outros sentimentos daninhos, se não buscarmos a correção para esse mal, podemos colocar a perder relacionamentos valorosos. Todo mau sentimento germina onde a semente do amor não foi cultivada. Então, para erradicar sentimentos nocivos, devemos nos aplicar em amar concretamente as pessoas ao nosso redor. A vivência do amor no dia-a-dia é capaz de temperar nossos laços com virtudes como a paciência, o respeito, a temperança, a generosidade. Quem ama se faz um com aqueles que se rejubilam e solidário com os que sofrem.

*Dado Moura é webwriting do portal Canção Nova (www.cancaonova.com)

Siga-o no Twitter: www.twitter.com/dadomoura

**Material enviado ao blog pela Canção Nova e publicado mediante autorização do autor

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Como é que o amor chega ao fim?

Quantas vezes você repetiu um “eu te amo” na vida? E a quantas pessoas já falou isso? Aliás, em quantas oportunidades você achou que havia encontrado o(a) parceiro(a) ideal e chegou a ter certeza de que, daquela vez, seria para sempre? A vida é engraçada, não é? Hoje, remexendo na papelada do guarda-roupa, encontrei uma pastinha surrada em que guardei uma série de cartões que recebi em dois relacionamentos longos que mantive. Não resisti e abri, como uma criança pequena ansiosa por descobrir alguma coisa. No meu caso, relembrar o passado.

Li os cartões e pensei: “nossa, eu fui muito amada”. No mesmo momento, lembrei dos cartões que escrevi, das surpresinhas que já fiz, das juras de amor, da vez em que achei que seria eterno. Fiquei algumas horas distraída, relembrando, analisando… Eu tambem já amei demais. E como é que um amor daquele tamanho pode acabar? Escorrer como água pelos dedos e desaparecer? Aí você passa a conviver com a pessoa com quem você dividiu a mesma cama por tanto tempo como se nada tivesse acontecido, como se uma borrachinha mágica tivesse apagado tudo.

O que leva as relações ao fim? Que pergunta difícil. Hoje, eu diria que a impaciência e a intolerância são algumas das causas. As pessoas perderam a paciência de se conhecer, de dar um tempo até se adaptarem uma à outra. Transformam as relações em casamento em questão de segundos e vão começar a conhecer os defeitos do outro já envolvidas numa rotina um tanto difícil que é a de dividir o mesmo teto. Não eu nunca casei. Mas posso afirmar, sem qualquer receio, que vivi uma relação que podia ser perfeitamente entendida como um casamento.

O que me motivou a escrever isso foram os textos nos cartões. Declarações lindas de amor, sentimentos intensos traduzidos em palavras. Nossa… Eu não revivia estas coisas há muito tempo. Há muito tempo que aqueles cartões deveriam estar ali, empoeirando meu passado, agora enclausurado em uma pasta plástica envelhecida… Hoje, um pouquinho mais madura, com um pouquinho mais de experiência, percebo que compreensão é fundamental. E mais fundamental ainda é a aceitação e a disposição a conhecer o outro e a entender que esse outro não mudará para te agradar.

Lembro que, quando chegou ao fim a minha relação, fiquei imaginando como seria ter de encontrar outra pessoa, me adaptar a outro estilo, me acostumar a outras manias. Achava que não conseguiria. Não me lembrei que já havia passado por tudo isso antes. Simplesmente parecia que aquele era o primeiro amor da minha vida, o primeiro com quem pensei em dividir uma vida inteira. É que foram tantos anos de relação, que eu já sabia na ponta da língua tudo o que significava cada uma das caras dele, cada um dos gestos… Eu imaginava como seria chegar a este estágio com outra pessoa.

Hoje, eu dediquei várias horas às memórias. Depois de reler, olhei algumas fotos, me lembrei de coisas engraçadas, de como nos dávamos bem. E mais uma vez me perguntei como é que as relações acabam e ficam esquecidas no passado. Pois é. Vou continuar sem saber. Tenho minhas teorias, algumas coloquei logo acima. Vocês devem ter as teorias de vocês. Mas como já frisei diversas vezes ao falar da vida a dois, não há fórmula mágica. Se as coisas começam e acabam, a responsabilidade é toda de cada um dos envolvidos, que não soube superar as crises.

Claro que estou falando das relações sólidas, não daquelas furtivas, efêmeras. Uma vez encontrei um amigo em comum e ao contar que a minha relação havia acabado, lembro de ele ter ficado meio atordoado e ter dito que pra ele nunca chegaria ao fim, que ele não conseguia imaginar um sem o outro de tanto tempo que estávamos juntos. Mas, sim, tinha acabado. Por que as relações acabam? Não sei, repito. Só sei que nem sempre é por falta de amor. Afinal o amor, por si só, não é capaz de sustentar uma relação. Às vezes você ainda ama, até. Mas alguma coisa pesou mais na hora de você decidir dizer adeus.

Toda vez que ouço alguém comentar sobre mais uma relação que chegou ao fim, me reservo o direito de alimentar a certeza de que cada dia é mais difícil manter um relacionamento com alguém. Hoje, portanto, venho aqui só pra dizer uma coisinha que talvez faça diferença na hora que você ler: se você acha que aquela pessoa vale à pena, que vocês formam uma dupla bacana, parceira e amiga, pensa nisso antes de tomar alguma decisão baseada em um momento difícil, em uma fase crítica, ou no meio de uma crise. Não há relações perfeitas, as discussões acontecerão sempre. Mas eu me permito dizer que há pessoas perfeitas para uma relação. E estas, queridos amigos, façam questão de segurar.

Certa vez, um amigo conversava com outro sobre a namorada dele. Ela é estressada, sempre brigavam no meio do trânsito, e ele ali, paciente.  Esse outro amigo pegou carona com o casal, e acabou presenciando mais uma discussão boba, um estresse dela, por causa de um caminho errado. Alguns dias depois, os dois trocavam ideias e ele tocou no assunto, perguntando como ele aguentava aquilo, que ele tinha ficado impaciente no fundo do carro com toda a situação, enfim. O outro respondeu que amava aquela mulher, com os defeitos que ela tinha. Porque as qualidades dela eram tão maiores, que ele tinha aprendido a lidar com a parte ruim.

Disse ele que brigar no trânsito era pouco, sim, e que, por ele, não seria assim. Mas que ele sabia que ela não ia mudar, e que ele tinha decidido aceitá-la daquele jeito, porque em milhões de outras situações mais importantes, ela se mostrava a mulher que ele sempre quis ter ao lado. Acho que é isso. Uma história real de uma relação em que as pessoas decidiram se aceitar, aprenderam a conviver com os defeitos alheios, em que um conseguiu enxergar o quão fundamental é ter o outro do lado.  Decidiram que querem ficar juntos.

Se eles vão mesmo ficar juntos, eu não sei. Não os conheço. O que sei é que esse é um passo. Um passo muito importante. No dia em que fiquei noiva (sim, eu já fui noiva), o tio do meu ex-noivo chamou a gente em um canto e nos disse: “a partir de agora vocês precisarão ser muito tolerantes um com outro se quiserem ficar juntos. A palavra agora é tolerância, porque amor vocês já têm”. Nós não soubemos ser tolerantes, mas ainda dá tempo de você aprender, se achar que vale à pena. É isso.

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Como manter seu casamento para sempre?

Dia desses recebi uma mensagem perguntando como a gente sabe que encontrou alguém para a vida toda. A gente não sabe. Respondi dizendo que podemos até querer que dure para sempre, e essa vontade é capaz de nos fazer tentar novamente sempre que as coisas não caminharem bem. Ainda assim, não significa eternidade. amorPorque sempre é um tempo longo demais quando os personagens da história somos nós, seres humanos, tão cheios de contradições. Bem, comecei falando sobre isso devido a uma matéria que li estes dias. O tema, um estudo a respeito dos fatores que determinam a longevidade de um casamento.

O resultado da pesquisa da Universidade Nacional Australiana é que o amor não basta para manter um casal unido por muito tempo. Nenhuma novidade, não é? Ou alguém chegou a achar que isso era verdade absoluta? A meu ver, o amor pode até alimentar, pode fazer você querer muito estar ao lado de alguém, mas se não houver outros sentimentos, outros pontos importantes, você acaba distante daquele que ama. Não fosse assim, as pessoas não terminavam relacionamentos com aqueles que amam. Segundo o estudo, exercem papel importante na duração da relação fatores como idade dos parceiros, relacionamentos anteriores e até o fato de um fumar e o outro não.

Foram analisados 2.500 casais, entre os anos de 2001 e 2007, entre casados oficialmente ou que apenas moravam juntos. Uma das conclusões do estudo “O que o amor tem a ver com isso” foi que um marido pelo menos nove anos mais velho que a mulher tem duas vezes mais chances de se divorciar, assim como os homens que se casaram antes dos 25 anos de idade. Eu já me sinto um pouco incomodada quando as relações humanas são encaixadas em perfis próprios. Eu acho esquisito rotular relações humanas, criar parâmetros pré-determinados. O que mais há nas relações humanas são as exceções. Justamente porque é difícil mapear o comportamento. Movido por uma forte emoção, ninguém sabe do que é capaz. Mas vamos adiante.

amorOutro dado levantado pela pesquisa é que 20% dos casais que tiveram filhos antes da união acabaram separados. Casar por causa dos filhos não é uma sábia decisão, se a motivação para o casamento é apenas essa. Mas, ainda assim, é preciso pensar que 80% dos casais continuaram juntos. O que eu pergunto é: até quando, não é? Até quando as relações entre estes casais se manterão estáveis como na época da pesquisa? Daqui a um ano, sabe-se lá se os casais que estavam juntos e felizes ainda manterão esse status. Eu continuo reticente com relação a essas pesquisas. Para mim, é tentar calcular o incalculável. É buscar razões para o que não se explica por amostragem.

Seguindo com os dados da pesquisa, outro fator determinante para o divórcio é a discordância sobre ter ou não ter filhos. Se um quer, e o outro, não, a possibilidade de se divorciar cresce. Ah, e se o parceiro já havia passado por um divórcio anterior, mais chances de enfrentar uma nova separação. E o dinheiro, esse influencia também. Quando a grana acaba, acaba também o casamento.

Meu incômodo aumenta a cada nova exposição. Pergunto-me qual é mesmo o fundamento de estudos como este. Todo casal terá problemas, óbvio. São duas pessoas diferentes, com criações diferentes, tentando viver sob um mesmo teto. Não tem como ser perfeito. Em algum momento estas diferenças se sobressairão. Imagino que o importante seja viver essa relação enquanto ela valer à pena, enquanto for motivo de alegria. Se vai durar para sempre, não importa. Que dure o que tiver de durar. É preciso compreender isso. Se durar para sempre, ótimo. Se durar dois meses, ótimo também. Amor de casalO que não compreendo é essa busca incessante por fórmulas da eternidade.

Não sou psicóloga, não entendo o funcionamento da mente humana. O que sei sobre o assunto é devido a uma leitura rasteira sobre o tema. Mas tenho minhas crenças e apostas. Embora não tenha durado para sempre, de alguma forma toda relação teve seu bom momento, caso contrário você não teria estado ao lado daquele alguém. Portanto, minha gente, vamos esquecer essas equações inexatas que se espalham por aí. Se você quer que uma relação dure para sempre, tente contornar as diferenças. Mas se não durar para sempre, tudo bem. Aceite o fim e siga em frente. Quem sabe você não encontre outro alguém com quem queira viver o resto da vida?

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Manifesto em favor do “eu te amo”

Dizer eu te amo é importante por diversas razões. A primeira delas, para demonstrar o seu sentimento por alguém, para deixar claro que o que você sente é amor, o Eu te amomais sublime e mais belo dos sentimentos. É importante também para que as pessoas saibam que são amadas por você, para que aquela pessoa em especial tenha conhecimento de que você sente isso tudo por ela e não tem o menor receio ou vergonha de admitir e de espalhar ao mundo. Tenho lido muito ultimamente sobre a banalização do “eu te amo”, sobre o fato de hoje todo mundo dizer eu te amo, sobre a facilidade com que estas palavras têm saído da boca das pessoas. Desculpe-me quem concorda com esta visão, mas eu estou aqui justamente pela razão contrária, em favor, plena, completa e absolutamente, do “eu te amo”.

O mundo precisa mesmo que as pessoas demonstrem mais Eu te amoseus sentimentos, o mundo precisa disso. Alguns vão dizer, “ah, mas agora todo mundo diz eu te amo sem sentir, ficou fácil”. Gente, quando é que foi diferente? Em que momento realmente houve uma valorização generalizada a tal ponto que só os que amavam verdadeiramente diziam esta frase? Honestamente, a sociedade convive com a falsidade desde que é sociedade. Nunca foi diferente. O que eu sinto é que agora as pessoas que amam se sentem mais à vontade para dizer isso ao outro. Agora não temos mais tanto medo da reação alheia, estamos mais corajosos para amar. E aqui não é amor entre homem e mulher, apenas. Aqui estou falando do amor que você sente pela sua família, pelos seus amigos, Eu te amopor alguém especial, porque a gente pode amar um tanto imenso de gente.

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Mais sobre o amor:
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O amor é um sentimento lindo, que merece ser anunciado aos quatro cantos. Porque vivemos em um mundo tão violento, tão ganancioso, tão cheio de determinações capitalistas, que sinto mesmo muita falta do amor no dia-a-dia. Por causa disso, eu mesma passei a exercitar o “eu te amo”. Agora, as pessoas que amo sabem disso, com toda a certeza que merecem. Não, eu não digo eu te amo aleatoriamente, a qualquer um que apareça pela frente. Eu digo eu te amo aos que eu amo, àqueles pelos quais eu nutro um sentimento tão grande, tão grande, que alimenta a minha alma a cada nova manhã. Amo intensamente Eu te amoe amo intensamente um monte de gente. Minha família, meus amigos… Amo cada um deles com uma força que não consigo mensurar. Sempre amei, mas hoje eles sabem disso. E faço questão de lembrá-los constantemente para que nunca esqueçam que são amados por mim.

Não, eu não vou defender a tese da banalização do eu te amo. Uma coisa é tratar da banalização do mal, como o fez a filósofa Hannah Arendt. O mal é negativo, traz consequências negativas em qualquer circunstância. A banalização do mal, em momento algum, Eu te amovai servir ao desenvolvimento humano. Mas o amor, gente, o amor é uma das coisas mais lindas que existe no universo. Ele até nos faz sofrer às vezes, nos traz lágrimas aos olhos, mas não deixa de ser um sentimento lindo. Nós merecemos ouvir mais “eu te amo”, porque isso sensibiliza, humaniza, desarma. Nós precisamos mesmo de mais amor no mundo. Não apenas o amor teórico, claro, mas o amor prático, que foge do vocábulo e torna-se ato, fato. Mas falar eu te amo já é um avanço. E eu desejo, verdadeiramente, que cada vez fique mais fácil dizer eu te amo, que cada pessoa diga eu te amo mais vezes. Que cada pessoa ame mais. Quem sabe o excesso do eu te amo anule a banalização, agora sim, do mal?

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Divagando sobre a vida

FelicidadeTem tanta coisa boa que é difícil definir o melhor da vida. Creio que o melhor seja a possibilidade de viver, de fazer escolhas, de construir um caminho, de ter a liberdade de tomar uma curva ou outra, de desistir ou de insistir. O melhor da vida é mesmo viver, com todos os amores e dissabores que há nisso. Algumas escolhas são acertadas, outras se tornam completos desastres. Há o que nos faça feliz, há o que nos faça triste. As contradições é que trazem beleza ao viver, embora esta beleza possa estar coberta de lágrimas e olheiras.

Costumamos associar a beleza ao riso no rosto, à alegria por uma notícia boa… mas há beleza na tristeza também. Uma beleza mascarada por acontecimentos ruins, mas que traz nas suas entrelinhas um aprendizado qualquer, que pode evitar novas lágrimas futuras. Acho que essa é uma maneira bacana, embora supérflua, de encarar a tristeza. É que a tristeza faz parte da vida, integra essa coisa maravilhosa que é seguir em frente, passo-a-passo. Não há como ter uma coisa sem ter outra. Como diriam alguns, é um tempero, um tanto salgado, apimentado demais, mas um tempero.

A vida é recheada de surpresas e talvez não fosse tão legal viver se a previsibilidade fizesse parte do nosso dia-a-dia. Nem todas as suas decisões serão as melhores, mas você não precisa se culpar tanto por isso. Afinal de contas, Felicidadeinúmeras são as vezes que precisamos decidir sem ter qualquer elemento fundamentador. E ainda assim, precisamos decidir. Isso faz parte também. Somos humanos, temos sentimentos, uma personalidade particular que é de cada um. O que é bom pra você, nem sempre é bom pro outro. A sua forma de enxergar o mundo não é a única, nem a melhor, nem a pior. É apenas mais uma.

É difícil conviver, enfrentar a contradição no outro, ter ponto de vista diferente daquele exposto por um alguém. É muito difícil lidar com os fracassos, ver sonhos morrerem, não conseguir realizar projetos. Tanta coisa que pode funcionar mal, que pode dar errado. Mas, por outro lado, há um tanto infinito de coisas que dão certo, que funcionam bem, que nos fazem ficar orgulhosos… É nisso que precisamos concentrar nossas energias. Precisamos olhar mais para o lado, aproveitar melhor as pequenas coisas que podem fazer uma grande diferença. Tem um colorido todo especial ao nosso redor, e simplesmente passamos inertes por ele. É mesmo difícil viver. Mas pode ser bem mais prazeroso do que normalmente pintamos.

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