Neste sábado é o Dia Mundial da Amamentação

Créditos: Sil Falqueto/Flickr
Créditos: Sil Falqueto/Flickr

Neste sábado, dia 01 de agosto, comemora-se o Dia Mundial da Amamentação. Como uma mãe que amamentou o filho por dois anos e três meses (A Organização Mundial de Saúde – OMS recomenda que os bebês mamem até os 24 meses, sendo que nos seis primeiros meses de vida devem apenas mamar, sem necessidade de outros alimentos), recomendo a prática. É uma prova de amor com o bebê e consigo mesma. Amamentar ajuda no desenvolvimento físico e mental da criança – é cientificamente comprovado que bebês que mamam no peito têm menos chances de contrair doenças e também tem um grande desenvolvimento intelectual – e é benéfico para a mãe, pois ajuda a diminuir o inchaço pós-gravidez, previne câncer de mama e, apesar de nunca ter lido nada sobre isso em nenhum lugar, acredito, por experiência própria, que ajuda a tornar a mulher muito mais bonita. Eu achava a minha pele radiante quando estava amamentando e nos olhos havia um brilho especial. Me sentia incrivelmente bem, sedutora, capaz de conquistar o mundo e atribuo isso a autoestima elevada proporcionada por um gesto de afeto e cumplicidade tão perfeita com o meu bebê. Detalhe: o bebê agora é um rapazinho de 11 anos que está quase da minha altura, sendo que não sou pequena, tenho um 1m70! Com amigas comprovei a mesma teoria. As que engordaram bastante, perderam peso mais depressa enquanto amamentavam. Sem contar na beleza da pele, luminosa, macia como um pêssego…

Para ajudar na conscientização da importância de amamentar, Conversa de Menina publica um artigo de autoria do pediatra Moises Chencinski, que ressalta a importância da amamentação para o recém-nascido. Confiram:

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*Amamentar – muito além de nutrir

 

Amamentação, Pablo Picasso
Amamentação, Pablo Picasso

Quando eu me formei em 1979, a orientação alimentar que era dada em consultas de puericultura incluía a introdução do suco com um mês de vida, a papa de frutas aos dois meses, o almoço aos três e o jantar aos quatro meses.

Após 30 anos, por uma série incontável de razões, a sociedade deve buscar dar condições para o aleitamento materno exclusivo até o 6º mês de vida e prolongado até os 2 anos como forma de promoção à saúde, propiciando o crescimento e desenvolvimento saudáveis de nossas crianças. Fatores relacionados à criança, à mãe, à família, à sociedade, à economia, entre outros, justificam essa transformação.

Mesmo cientes de todas as vantagens, no Brasil, de uma forma geral, ainda estamos muito aquém desse padrão. A média estimada atual do aleitamento materno exclusivo é de cerca de 3 meses e no total, até cerca de 6 meses. Esses números não são nada animadores.

Por outro lado, essa estatística nos mostra que podemos ainda trabalhar muito e temos muito a fazer para transformar essa realidade.

Informação: esse é apenas o começo desse caminho.

Não podemos assumir que todos saibam o óbvio. Precisamos informar. E essa é uma missão não apenas de médicos e profissionais de saúde. Todos somos responsáveis.

A família, a escola, os profissionais de saúde, a mídia, os órgãos governamentais são parte integrante dessa rede pró-aleitamento. Cada um tem seu papel a cumprir: informar, fiscalizar, propiciar condições econômicas, sociais, emocionais para que o bebê possa usufruir do leite materno, permitindo que ele cresça e se desenvolva dentro da totalidade de seu potencial.

Algumas informações básicas, fundamentais, óbvias:

– O leite materno é o alimento completo para o bebê até o sexto mês de vida, sem necessidade de introdução de água, chás, sucos, frutas, papinhas salgadas, fornecendo à criança todos os nutrientes necessários, em quantidades suficientes, na proporção e biodisponibilidade adequadas. Nem a mais e nem a menos.

– Nos primeiros dias de vida, o leite materno (colostro) pode aparecer em menor quantidade, é mais concentrado e é importantíssimo e fundamental na proteção do recém nascido.

– É muito importante que o bebê mame até esvaziar a mama, porque o leite do fim da mamada tem mais gordura, mata mais a fome do bebê e faz com que ele ganhe mais peso. Após terminar o primeiro seio, ofereça o segundo seio para que ele mame o quanto for necessário até se saciar.

– Não há leite forte ou leite fraco. Existe muito leite ou pouco leite. E o pouco leite pode e deve ser estimulado, aumentando a freqüência das mamadas, oferecendo á mãe uma alimentação adequada, hidratação e condições de vida saudáveis que favoreçam a continuidade do aleitamento.

– O leite materno oferece proteção contra doenças diarréicas e respiratórias (anticorpos), contra alergia alimentar (cada vez mais comum, sendo o principal responsável, no Brasil, o leite de vaca), contra doenças de adultos cada vez mais comuns na infância (obesidade, problemas de triglicérides e colesterol).

– Evitar mamadeiras e chupetas que podem interferir na amamentação e não são apropriados para favorecer o desenvolvimento facial adequado das crianças, dificultando, assim, muitas vezes, o desenvolvimento sadio da respiração e da fala.

– A mamãe também se beneficia nesse processo, pois amamentar favorece a volta mais rápida do útero ao seu tamanho normal, diminuindo o sangramento pós-parto, prevenindo quadros de anemia (isso sem contar a perda mais rápida do peso acumulado durante a gestação). Além disso, o vínculo mamãe-bebê-papai se fortalece.

Muito mais pode e deve ser dito sobre o aleitamento materno. Mas, para concluir, quero aproveitar a informação da campanha do Ministério da Saúde, referente à Semana Mundial de Amamentação: Amamentar é muito mais do que alimentar a criança e, em situações de emergência, torna-se ainda mais importante, pois o bebê fica vulnerável a infecções intestinais e respiratórias. Dar o peito é muito mais que oferecer o melhor alimento que existe. É dar saúde, carinho e proteção, tão importantes em momentos difíceis como nas situações de emergência.

*Moises Chencinski é pediatra.

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Lembrete:

A Semana Mundial da Amamentação é de 1 a 7 de agosto. Se você acaba de ter um bebê, não deixe de amamentá-lo. Se você tem leite demais e seu bebê não dá conta, procure um banco de leite aí na sua cidade e doe leite para aqueles bebês que estão em hospitais.

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