Saúde & Fitness: “Pilates desde criancinha”

Retomo a série Saúde & Fitness aqui do blog com o texto da Suely Tambalo, instrutora de Pilates no CGPA,centro de formação profissional, em que ela nos revela um pouco da biografia de Joseph Pilates, uma criança frágil que buscou na natureza e no equilíbrio entre mente, corpo e espírito, uma nova forma de viver e relacionar-se consigo mesmo, com os outros e com o meio ambiente. Vamos aprender juntos!

**PILATES DESDE CRIANCINHA
*Suely Tambalo

Nosso corpo é um maravilhoso e complexo sistema, que dispõe de todos os mecanismos para funcionar em perfeito equilíbrio. Cabe a nós, conhecermos e atendermos à todas essas necessidades para que vivamos plenamente e com saúde, o mais longamente possível. Simples assim. E nada mais difícil do que as coisas mais simples…

Nosso “manual de instruções” já teve várias de suas páginas desvendadas desde a antiguidade, mas muito ainda há para descobrir e o pior, não pára por aí.
Mesmo quando dispomos a nos tratar bem, profundas verdades que acreditávamos irrevogáveis, de uma hora para outra, são questionadas e postas à prova pelas mais recentes pesquisas.

Nesse cenário, muitas vezes ficamos inseguros quanto ao que fazer para nos exercitarmos de maneira prazerosa e – ao mesmo tempo – também preservarmos e melhorarmos nossa saúde.

Por isso, vamos contar a história de Joseph Hubetus Pilates, que foi uma criança frágil e com a saúde debilitada por várias enfermidades. Em sua busca pessoal pela saúde, acreditou que a força da vida e do equilíbrio estava dentro dele. E, de maneira intuitiva, persistente e autodidata, estudou anatomia, observou os animais, a natureza, buscou as respostas exatamente onde elas estavam disponíveis e em suas fontes mais confiáveis.

Dedicou sua vida à melhora de sua condição física, estudando fisiologia, anatomia, medicina chinesa, praticando yoga, artes marciais até boxe, mergulho e artes circenses, reunindo assim, o melhor das práticas ocidentais e orientais numa única proposta.

Exemplo vivo dos resultados impressionantes que o seu método pode proporcionar aos que se dispõe a praticá-lo, Pilates não só criou um sistema completo de exercícios, como também desenvolveu vários equipamentos para auxiliar e desafiar nossos limites.
Não acreditava em movimentos antinaturais, que desrespeitavam os limites articulares, criavam sobrecargas exageradas e provocavam lesão. Partindo de sua própria experiência pessoal, criou um método de treinamento que transforma o corpo e a relação consigo mesmo. Tornar-se consciente e presente em cada gesto, buscando a perfeição e a qualidade e não a quantidade, sem nunca chegar à exaustão.

Por isso, ele pode atender tão bem tanto a reabilitação de lesões – como fez primeiramente com os enfermos, feridos e mutilados durante o período que ficou recluso no campo de concentração durante a I Guerra na Inglaterra; quanto ao treinamento de famosos artistas, atletas e bailarinos em Nova York, quando emigrou para os EUA.

Como ele mesmo afirmava e pôde ser comprovado na atualidade pelo sucesso do método Pilates em todo o mundo. Ele estava pelo menos 50 anos à frente de seu tempo. Embora reconhecida sua eficiência, sofreu a resistência da comunidade médica da época, pois seu método questionava tudo que se julgava sabido sobre treinamento físico até então.
Enfim, ele viabilizou em forma de exercícios o que todos nós sabemos e buscamos, mas depois de tanto tempo, ainda não atingimos: para ter um corpo realmente saudável não é possível dissociá-lo de um estilo de vida e de pensamentos saudáveis. Não é possível privilegiar nem o corpo, nem a mente: ambos devem estar em perfeito equilíbrio.

Praticou seu método até o final da vida, diariamente, mantendo a saúde e um corpo admirável até os 87 anos, quando faleceu. Ele nos deixou mais um caminho, dentre os inúmeros que temos disponíveis. Ele conquistou a própria saúde e ajudou inúmeras pessoas a atingir esse equilíbrio e continua ajudando outras tantas, através de seus seguidores.

Muito além do modismo em que o Pilates (assim chamada a técnica, após a morte de seu criador) se transformou – sendo muitas vezes símbolo de status depois de divulgado por artistas internacionalmente – é preciso salientar que Joseph Pilates nunca pretendeu elitizar seu método, pelo contrário, seu maior sonho era que fosse praticado precocemente nas escolas, por todas as crianças, para que desde cedo adquirissem o conhecimento do próprio corpo para crescerem fortes, flexíveis,  livres de dores e desequilíbrios desnecessários.

Crianças mais felizes, equilibradas e prontas para explorar todo seu potencial, tornando-se adultos mais preparados, saudáveis e felizes.

Eu, como milhares de praticantes apaixonados, que experimentaram e comprovaram a eficiência do método Pilates em todo o mundo, não posso deixar de comunicar aos também amantes da corrida que esse casamento é mais do que saudável e tem tudo pra dar certo. É experimentar para crer.

*Suely Tambalo é professora do CGPA Pilates, centro pioneiro de atendimento pelo Método Pilates e formador de profissionais. Visite o site: www.cgpapilates.com.br

**Texto enviado ao blog por Vera Moreira Comunicação e publicado no blog com autorização da autora, desde que devidamente citada a fonte e respeitando-se a integridade do material.

Leia Mais

Livros resgatam história de Jacinta Passos e Lélia Gonzales

Dois produtos editoriais recentes homenageiam mulheres notáveis. Na próxima terça-feira, dia 08, às 18h, no Espaço Unibanco Glauber Rocha (Praça Castro Alves, Salvador), acontece o lançamento do livro Jacinta Passos – coração militante, que resgata a história da poetisa e jornalista baiana. Escrito pela historiadora Janaína Amado (filha de Jacinta), o  livro reúne a obra completa da poetisa, inclusive textos inéditos, além de uma biografia.

Jacinta Passos foi casada com James Amado, irmão do escritor Jorge Amado, e teve uma única filha. Feminista e comunista, passou anos internada em sanatórios, com o diagnóstico de esquizofrenia paranóide. Mas, apesar das dificuldades, não desistiu da militância política e  nem deixou de escrever poesia. Nascida em Cruz das Almas, em 1914, e falecida em Aracaju, em 1973, Jacinta Passos foi poetisa, escritora, professora e jornalista, tendo lutado por causas e ideais em que acreditava.

O livro sai publicado pela EDUFBA e pela Corrupio, com apoio da FAPESB (Fundação de Amparo a Pesquisa da Bahia).

Direitos da mulher – O segundo livro recente que resgata uma personagem feminina é a biografia de Lélia Gonzales, um dos maiores nomes do movimento negro no Brasil (fundadora do MNU – Movimento Negro Unificado) e referência internacional na defesa dos direitos da mulher e da população negra. O livro sobre Lélia é a primeira biografia já escrita sobre a personagem e integra a coleção Retratos do Brasil Negro, da Selo Negro Edições.

Lélia Gonzalez foi uma das figuras centrais na reformulação teórica e prática do movimento social negro contemporâneo. Militante, professora e escritora, a fundadora do MNU faleceu em 1994. No livro, os pesquisadores Alex Ratts e Flavia Rios revelam a trajetória da intelectual e feminista da infância humilde até a consagração no meio político e cultural, incluindo também um levantamento de sua obra. Segundo os autores, ela foi uma figura extremamente importante para o debate sobre as questões de raça, gênero e classe, dentro e fora do país.

Resultado de extensa pesquisa, incluindo entrevistas com familiares e amigos, o livro conta, em dez capítulos, as ações e ideias de Lélia, contemplando sua vida de dedicação e inteligência antes de se tornar militante negra e feminista, sua atuação como ativista e seu desempenho como docente, política e intelectual.

Retratos do Brasil Negro

A Coleção Retratos do Brasil Negro é coordenada por Vera Lúcia Benedito, mestre e doutora em Sociologia/Estudos Urbanos, pela Michigan State University (EUA) e pesquisadora dos movimentos sociais e da diáspora africana no Brasil e no mundo. A coletânea tem por objetivo abordar a vida e a obra de figuras fundamentais da cultura, da política e da militância negra.

Os autores da biografia de Lélia

Alex Ratts doutorou-se em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo em 2001. É professor dos cursos de graduação e mestrado em Geografia do Instituto de Estudos Sócio-Ambientais (Universidade Federal de Goiás), publicou artigos sobre quilombos, relações raciais e grupos étnicos e orienta pesquisas que englobam esses temas. Já Flavia Rios é socióloga. Atualmente faz doutorado na Universidade de São Paulo, onde obteve os títulos de bacharel em Ciências Sociais e mestre em Sociologia. Suas áreas de pesquisa são relações raciais, movimentos sociais e políticas públicas.

Ficha técnica

Lélia Gonzalez – Coleção Retratos do Brasil Negro
Autores: Alex Ratts e Flavia Mateus Rios
Coordenadora da coleção: Vera Lúcia Benedito
Editora: Selo Negro Edições
Preço: R$ 21,00
176 páginas
Atendimento ao consumidor: (11) 3865-9890 ou no site: www.selonegro.com.br

Livro resgata história esquecida da poetisa e jornalista militante, Jacinta Passos

A historiadora Janaína Amado lança o livro Jacinta Passos, coração militante, no dia 8 de junho (terça-feira), às 18h, na Galeria do Livro, no Espaço Unibanco, Praça Castro Alves. O livro reúne a obra completa de Jacinta Passos, inclusive textos ineditos, como tudo o que se escreveu sobre a autora, além de uma biografia, escrita por sua filha, Janaína Amado.

Jacinta Passos casou-se com James Amado, irmão do escritor Jorge Amado, com quem teve a única filha. Feminista e comunista, Jacinta Passos passou anos internada em sanatórios, com o diagnóstico de esquizofrenia paranóide. Mesmo assim, continuou a militar no PCB e a escrever poesia.

Nascida em Cruz das Almas, em 1914, e falecida em Aracaju, em 1973, Jacinta Passos foi poetisa, escritora, professora e jornalista, tendo lutado, dentro do Partido Comunista, por causas e ideais em que acreditava.
Jacinta Passos, coração militante, foi publicado pela EDUFBA e pela Corrupio, com apoio da FAPESB.

O quê: Lançamento do livro Jacinta Passos, coração militante

Quando: 8 de junho, às 18h

Onde: Galeria do Livro, no Espaço Unibanco (Praça Castro Alves).

Lélia Gonzales

A biografia de Lélia Gonzalez, referência internacional na defesa dos direitos da mulher e da população negra, revela o importante legado da ativista, professora e escritora, fundadora do Movimento Negro Unificado, que se consagrou no meio político e cultural.

Um dos maiores nomes do movimento negro brasileiro, Lélia Gonzalez foi uma das figuras centrais na reformulação teórica e prática do movimento social negro contemporâneo. Militante, professora e escritora, a fundadora do Movimento Negro Unificado, falecida em 1994, tornou-se referência internacional na defesa dos direitos da mulher e da população negra. No livro Lélia Gonzalez (176 p., R$ 21,00), quarta biografia da Coleção Retratos do Brasil Negro, lançamento da Selo Negro Edições, os pesquisadores Alex Ratts e Flavia Rios revelam a trajetória da intelectual e feminista da infância humilde até a consagração no meio político e cultural, incluindo também um levantamento de sua obra. Segundo os autores, ela foi uma figura extremamente importante para o debate sobre as questões de raça, gênero e classe.

Primeira biografia de Lélia, a obra reúne um importante legado deixado por ela em textos e depoimentos que influenciaram novas gerações de pensadores negros. Resultado de extensa pesquisa, incluindo entrevistas com familiares e amigos, o livro conta, em dez capítulos, as ações e ideias da biografada, contemplando sua vida de dedicação e inteligência antes de se tornar militante negra e feminista, sua atuação como ativista e seu desempenho como docente, política e intelectual.

A obra aborda também os significados de sua perda e a importância do seu trabalho para o Brasil e para o mundo. “O objetivo é resgatar a imagem dessa militante e inseri-la no conjunto dos intelectuais negros”, complementam os autores. Para eles, Lélia foi uma das ativistas importantes para a articulação de uma frente de participação política em uma fase de democratização do país.

Os capítulos que compõem a biografia resgatam a história da intelectual e ativista negra a partir da infância em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, destacando uma vida marcada pela busca do conhecimento. Filha de um ferroviário negro e mãe de origem indígena e penúltima de dezoito irmãos, Lélia seguiu na direção do não conformismo e graduou-se em História e Filosofia. Na pós-graduação optou pela Comunicação e Antropologia, além dos cursos livres em Sociologia e Psicanálise. O livro mostra também fatos que marcaram o desenvolvimento do país nos governos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek. Retrata as dificuldades impostas pelo regime militar e ainda o período de democratização do Brasil, com a abertura política.

A biografia contempla ainda o ingresso de Lélia no movimento negro contemporâneo, destacando sua atuação diretamente na formação, consolidação e difusão do movimento, que reapareceu no Brasil no final dos anos 1970, em pleno regime militar. Mostra também que ela analisou e interpretou a luta negra no país, além de descrever sua participação no movimento feminista, uma referência na luta contra a discriminação da mulher, e na política brasileira, com sua atuação no PT e no PDT, representando as demandas dos movimentos sociais dos quais fazia parte.

A participação de Lélia em movimentos sociais e culturais foi decisiva para a formação de sua identidade pessoal e também de seu pensamento. Além de evocada nos círculos da militância negra e feminista, ela é lida e comentada em cursos acadêmicos de graduação e pós-graduação no Brasil e em países de língua inglesa, espanhola e francesa. “Esperamos que o pensamento e o discurso dela continuem explicando o mundo que se quer interpretar e transformar”, concluem os autores.

Retratos do Brasil Negro

A Coleção Retratos do Brasil Negro, coordenada por Vera Lúcia Benedito, mestre e doutora em Sociologia/Estudos Urbanos pela Michigan State University (EUA) e pesquisadora dos movimentos sociais e da diáspora africana no Brasil e no mundo, tem por objetivo abordar a vida e a obra de figuras fundamentais da cultura, da política e da militância negra. Nei Lopes • Sueli Carneiro

Os autores

Alex Ratts doutorou-se em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo em 2001. É professor dos cursos de graduação e mestrado em Geografia do Instituto de Estudos Sócio-Ambientais (Universidade Federal de Goiás), publicou artigos sobre quilombos, relações raciais e grupos étnicos e orienta pesquisas que englobam esses temas.

Flavia Rios é socióloga. Atualmente faz doutorado na Universidade de São Paulo, onde obteve os títulos de bacharel em Ciências Sociais e mestre em Sociologia. Suas áreas de pesquisa são relações raciais, movimentos sociais e políticas públicas.

Título: Lélia Gonzalez – Coleção Retratos do Brasil Negro
Autores: Alex Ratts e Flavia Mateus Rios
Coordenadora da coleção: Vera Lúcia Benedito
Editora: Selo Negro Edições
Preço: R$ 21,00
Páginas: 176 (12,5 x 17,5)
ISBN: 978-85-87478-42-9
Atendimento ao consumidor: 11-3865-9890
Site: www.selonegro.com.br

Leia Mais

E por falar em Caio Fernando Abreu…

CAIOO escritor Caio Fernando Abreu, citado no post abaixo sobre o projeto de podcast que resgata a obra de grandes autores brasileiros, acaba de ganhar uma biografia escrita por Paula Dip, de quem foi amigo por mais de 20 anos. Não é uma biografia convencional, mas a reunião de cartas e bilhetes que os dois trocaram durante o tempo em que compartilharam ideias e sonhos.

Polêmico, intenso (visceral seria a palavra mais adequada), sarcástico e genial, assim era Caio Fernando Abreu (e aqui peço licença às meninas para tecer loas a um menino). Paula Dip, amiga de longa data, muitas vezes virou personagem das histórias do autor. Histórias essas que traduziam o cotidiano miudinho, esse que todos nós vivemos na carne diariamente. Não tem como ler os contos de Morangos Mofados, sua obra mais famosa – inclusive o livro é dedicado à Paula Dip –, sem se identificar em cada linha.

No livro Para Sempre Teu, Caio F., Paula conta histórias de quem pertencia ao mundo do autor, dividindo com ele segredos, alegrias e angústias, até sua morte, vítima de Aids, em 1996. Há também depoimentos de artistas que conviveram de perto com Caio Fernando, como Cazuza e Ney Matogrosso.

Lygia Fagundes Telles dizia que Caio Fernando Abreu era o “escritor da paixão”. E a autora de As horas nuas – outro libelo aos encantos da vida diária – tinha razão. Ele era mesmo intenso em tudo o que fazia. Tem alma em cada palavra escrita pelo autor. É um pouco da força dessa alma que Paula Dip tenta trazer para as páginas de Para Sempre Teu, Caio F.

A biografia se propõe a desvendar um pouco da personalidade de um dos autores que melhor traduziu seu tempo no cenário cultural brasileiro.  Escritor, jornalista, roteirista, dramaturgo, ator e até astrólogo, de tudo Caio Fernando fez na vida. Principalmente, viveu intensamente os transgressores anos 80. Quando penso na obra desse escritor em particular,sendo que a obra é o espelho do artista, lembro de uma frase do filme Lisbela e o prisioneiro: “quero queimar minha vida de uma vez só, num fogo bem forte!”.

Ficha Técnica

Para sempre teu, Caio F.
Cartas, conversas, memórias de Caio Fernando Abreu

Autora: Paula Dip

Editora:  Record

504 páginas

Preço: R$ 58,00

Leia Mais