Alimentação ruim gera processos inflamatórios no organismo

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Frutas, legumes e verduras são grandes aliados no combate aos processos inflamatórios no organismo

*Texto da jornalista Giovanna Castro

Gente, levei um susto danado ontem. Quer dizer, ontem não, hoje mesmo. Explico. Ontem, eu recebi a notícia e o susto veio hoje depois que eu fui fuçar São Google dos Pacientes Mal Alimentados e Desvalidos. Voltei para minha segunda consulta com o nutricionista para avaliação da primeira fase da minha reeducação alimentar, iniciada no finalzinho de dezembro. Depois de constatar que perdi quase dois quilos em um mês e meio sem fazer muita força e de receber novas recomendações, ouvi dele uma frase que me deixou encucada. Não vou me lembrar as palavras exatas, mas foi mais ou menos: “A gente tem que resolver esse monte de processos inflamatórios que você tem”. Helloooooo? Como assim? Não perguntei nada a ele na hora por vários motivos, mas a frase ficou buzinando na minha cabeça até agora, quando acessei o meu padroeiro via internet.

Devo confessar que não estava levando muita fé nessa história de reeducação alimentar. Apesar de minha mãe falar a vida toda que “essas espinhas no seu rosto são alimentação ruim”, eu não dava muita bola. Mesmo. Sabe como é, a gente sempre acha que mãe enche um pouco o saco, mas acaba vendo na prática que elas estão sempre certas. Que mistério é esse? Assunto para um outro post… Mas, voltando ao tema alimentação, não levava muita fé até que as pessoas começaram a comentar que eu tinha emagrecido e que o aspecto da minha pele havia melhorado. Fui tirar a prova, resultado, uma calça e uma saia jeans que não me cabiam há tempos, entraram com facilidade, e fui olhar minha pele no espelho, constatando que realmente estava mais viçosa e apresentável.

Daí que entra meu susto com os tais processos inflamatórios. Eu já sabia, logicamente, que meu hábito de comer salgadinhos, pipoca doce, biscoitos, doces e balas, tudo industrializado, não era boa coisa, mas os exames de sangue constataram por A mais B que eles originaram dentro de mim processos inflamatórios que, por definição, são uma reação do organismo às agressões sofridas pelas células e pelos tecidos. Sempre me senti meio mal e estranha depois que comia essas coisas, mas o sabor era tão atraente que superava todo o desconforto. Estou pagando o preço pelos pequenos e efêmeros prazeres da comida cheia de gordura trans e conservantes.

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Combinação perfeita de nutrientes, o feijão e o arroz não podem faltar à mesa

A comida viva que tenho colocado no meu corpo nestes últimos dois meses, mais ou menos, me provou o que todo mundo sabe, mas não põe em prática, que a comida saudável faz a gente viver melhor. Comida morta ainda me atrai, não dá pra negar, mas estou decidida a lutar contra seu canto de sereia. Porque faz todo o sentido, se somos um organismo vivo, extremamente perfeito e complexo, é claro que não ia dar certo colocar pra dentro um combustível incompatível, ou seja, comida morta.

Navegando pelo Google, entendi que existem alimentos que exercem no organismo uma ação antiinflamatória, como é o caso dos peixes e sua gordura ômega 3 (o nutricionista tirou da minha alimentação os mariscos e frutos do mar que, segundo ele, são um veneno para mim, logo eu que amoooo nossa baianíssima moqueca de camarão…), das frutas como o tomate e a uva além, é claro, dos legumes e verduras. Eu tenho a sorte de gostar de frutas, mas preciso me esforçar para introduzir as verduras e legumes nas minhas refeições.

Descobri que o biscoito cream cracker, que eu gosto bastante e comia sempre, é um forte estimulante de processos inflamatórios. Imagine só, parecem tão mais inofensivos do que aquelas bolachas recheadas e wafers… Enfim, é preciso muito cuidado mesmo com o que se coloca na boca. Agora, especialistas chamam atenção que o processo inflamatório também é positivo porque culmina com cicatrização de lesões e protege o corpo contra infecções, ou seja, é natural que aconteçam mas não em excesso como está acontecendo comigo. Imagine a loucura de andar por aí com um corpo o tempo todo inflamado por dentro? Cada vez que penso nisso, me dá mais arrepios.

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Atividade física é indispensável para manutenção de uma vida saudável

É óbvio que a retirada das coisas industrializadas da minha dieta provoca o que eu vou chamar aqui de síndrome de abstinência. Houve dias em que sucumbi ao salgadinho, à pipoca doce e à moqueca e revelei isso para o nutricionista. Pedi a ele que me desse alternativas para compensar as tensões, ansiedades e nervosismos do dia-a-dia que acabam nos fazendo cair de boca nas comidas mortas. Ele me falou pra tomar chá de camomila e comer frutas, no que eu retruquei:  “Mas não dá o mesmo efeito”. Aí tive que ouvir que o “efeito” de que falava é a combinação de açúcar e gordura tão prolífera nestes alimentos de prateleira de supermercado e tão nociva para o corpo humano.

Pois é, gente, minha luta contra as comidas mortas e por uma vida mais saudável está apenas começando e acredito que vai ser um caminho bastante árduo, afinal de contas, são mais de 30 anos de hábitos alimentares errados que precisarão ser corrigidos. Estou disposta a me esforçar o máximo, mas sei que vai ser bem difícil, ainda que já esteja me sentindo bem melhor com as pequenas conquistas que alcancei até agora como não sair mais de casa com fome de manhã cedo e observar melhor o que coloco dentro do prato. Ah, e antes de iniciar a “dieta”, já havia começado a praticar Pilates, que cumpre o papel da atividade física que não pode faltar de jeito nenhum neste processo.

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