Kubo e as Cordas Mágicas é a mais recente animação do estúdio Laika, que responde também pelas produções A Noiva Cadáver (2005) e Coraline (2009). A produção foi criada a partir da tecnologia stop motion. O uso de imagens fotografadas em sequência simulam o movimento do objeto. Foram precisos longos cinco anos até que o filme ficasse pronto e pudesse ser lançado. Isso já mostra todo o cuidado e minúcia que cercou a produção. O filme apresenta a jornada do menino Kubo, que vive escondido com sua mãe em um morro, após a morte de seu pai Hanzo. Ele precisa manter-se distante dos espíritos malvados de suas tias e avô que querem arrancar-lhe o olho que restou, após o outro ter sido extirpado quando era ainda um bebê.
O filme se passa no Japão. Diariamente, Kubo desce de seu esconderijo, para encantar os moradores da vila com suas histórias cheias de aventura, que nunca chegam ao fim. Ao tocar seu shamisen, os poderes mágicos das cordas dão vida a bonecos e monstros de papel, animando os fantásticos relatos. Mas Kubo precisa voltar para casa antes de o sol se pôr. Um belo dia, durante o festival de honra aos mortos, Kubo tenta se comunicar com seu pai. Mas anoitece sem que ele retorne para casa. Acaba descoberto pelos espíritos que sua mãe tanto temia. Para conseguir se proteger de seus perseguidores, precisa encontrar uma poderosa armadura. Nessa jornada, conta com a ajuda da Macaca, do Besouro e do origami de um samurai.
A trama é bastante densa e coloca na pauta temas fortes, como a morte, o autoconhecimento,a perda e as relações familiares. Apesar da narrativa tensa, a animação traz homeopáticas pitadas de humor, quebrando a carga dramática da produção. O filme tem uma história bastante envolvente e um visual impressionante. A reconstrução da cultura japonesa é feita de forma belíssima. Kubo e as Cordas Mágicas tem um apelo emocional bem intenso. No filme, o épico, a aventura e a fantasia caminham de braços dados em um ritmo harmônico e criativo, equilibrando tristeza, aventura e humor.
A produção cai tão bem para o público adulto quanto o infantil, seja pela beleza de suas cenas (alegres ou sombrias), pelo dinamismo das aventuras ou pela sensibilidade com que a narrativa é conduzida. A trilha sonora também merece ser mencionada. O final do filme é brindado com nada mais nada menos que uma versão de While my Guitar Gently Weeps, dos Beatles. A trajetória do nosso jovem heroi nos fala da importância do caminho, do ato de se relacionar. Nos fala da beleza da contação de histórias recheadas de detalhes e emoções. Kubo é uma animação bem construída, original, inteligente e divertida, que não dá para perder.
Ficha técnica Kubo e as Cordas Mágicas
Título original: Kubo and The Two Strings
Gênero: Animação
Duração: 102 minutos
Direção: Travis Knight
Roteiro: Chris Butler, Marc Haimes
Elenco: Charlize Theron, Matthew McConaughey, Art Parkinson, Ralph Fiennes
Distribuidor: Universal Pictures
Ano: 2016
Classificação: Livre
O filme Esquadrão Suicida chegou às telonas cercado de expectativas, especialmente porque por trás dele estava o diretor David Ayer. Ele havia ganhado os holofotes após a calorosa recepção de seu longa anterior, “Corações de Ferro”. A tão esperada superprodução reuniu os famosos vilões da DC com a promessa de mesclar muita ação e referências do universo pop.
Temendo a ação de poderosas forças enigmáticas e sobrenaturais, o governo norte-americano põe em prática um plano audacioso, arquitetado pela inescrupulosa oficial da inteligência, Amanda Waller (Viola Davis). Convocar os criminosos encarcerados mais perigosos, para formar uma equipe de combate a serviço do País. Caso consigam realizar as missões, eles terão as penas reduzidas. E para que cumpram seu papel, têm chips instalados em seus corpos, capazes de explodir com um simples comando.
E é assim que Capitão Bumerangue (Jai Courtney), Pistoleiro (Will Smith), El Diablo (Jay Hernandez), Arlequina (Margot Robbie), Crocodilo (Adewale Akinnuoye-Agbaje) e Amarra (Adam Beach) se unem ao agente Rick Flag (Joel Kinnaman) e à ágil espadachim Katana (Karen Fukuhara), formando o esquadrão suicida. Quem também aparece na trama é o Coringa, interpretado por Jared Leto, cuja participação ficou bastante tímida, se limitando a tentar resgatar seu grande amor, a Arlequina.
Depois de todo o burburinho em torno das dificuldades durante a montagem, dos cortes grandiosos, das reedições e das refilmagens, não tinha como “Esquadrão Suicida” passar despercebido. Fato é que o filme efetivamente oscila entre altos e baixos, deixando claro que algo não deu tão certo. Se algumas cenas mostram-se bastante frenéticas e aceleradas, outras parecem ter sido filmadas para outra produção. Em alguns momentos, a criatividade impera, imponente. Em outros, há um abuso exagerado de clichês. E nessa inconstância segue o filme.
As atuações são boas, o roteiro não é de se jogar fora, mas esta desaceleração leva o espectador da excitação à monotonia e faz o filme deixar a desejar. Alguns personagens, no entanto, recompensam o ingresso de entrada. Arlequina é um deles, rouba a cena. Intensa, convincente e divertida, a excelente caracterização de Margot Robbie ganha destaque no desenrolar da trama, com a coragem aliada a um toque bem dosado de ingenuidade.
Com um papel de liderança no grupo, o Pistoleiro de Will Smith ficou bem formatado e dinâmico. O Coringa, que prometia uma atuação marcante, teve diversas cenas cortadas. Certamente Jared Leto tinha muito mais a contribuir com o resultado final da produção. A postura impiedosa e sem escrúpulos da agente de Amanda Waller também merece menção. Sem falar na Magia/June Moon de Cara Delevingne. No conjunto, as atuações são bem expressivas e conquistam o espectador.
Por fim, é indiscutível que, apesar de todos os pequenos problemas, “Esquadrão Suicida” diverte. É possível sair da sala do cinema meio confuso e em dúvidas sobre o que aconteceu ali dentro. Até um pouco decepcionado, achando que o filme poderia render mais. Mas isso certamente será acompanhado de algumas boas gargalhadas e entretenimento. Além, claro, de reacender as expectativas quanto ao que a DC ainda tem a oferecer. Sem falar na animada e bem escolhida trilha sonora, que tenta manter a produção no ritmo que ela merecia.
Ficha técnica de Esquadrão Suicida
Gênero: Aventura, Ação
Duração: 130 minutos
Origem: Estados Unidos
Direção: David Ayer
Roteiro: David Ayer, John Ostrander
Distribuidor: Warner Bros. Pictures
Ano: 2016
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