Março de 2018. Uma data especial para o krav maga aqui no Brasil, uma data especial para todos nós que treinamos essa milenar arte de defesa pessoal. Neste mês, nosso mestre Kobi completa 50 anos de krav maga. Foi ele quem trouxe a técnica para o Brasil, e se hoje temos a oportunidade de entrar no tatame e aprender a nos defender com eficiência, isso é graças a ele.
Para celebrar, nós, mulheres, ganhamos um presente. Afinal, março também é nosso mês. Durante todo o mês de março, as mulheres poderão treinar gratuitamente krav maga. Serão aulas especiais, tipo oficinas, para nos ensinar a agir em situações de risco do dia a dia. E ainda dá tempo, se você quiser participar! Se você é de Salvador, deixa uma mensagem aqui no post ou manda um whatsapp para meu instrutor (vou deixar o contato dele no final), que você já combina o horário e dias de treino lá na Academia Haganá, em Brotas.
Tenho certeza de que, quando acabar março, você vai decidir continuar. Sim, o krav maga é um estilo de vida. Vicia. A sensação de você treinar para se proteger é maravilhosa. Conhecer os movimentos de seu corpo e saber exatamente como usá-los a seu favor dá uma segurança que você só entende depois que começa a treinar.
Muita gente me pergunta a respeito do perigo de reagir nas situações de risco. O que eu sempre explico é que o krav maga não nos incentiva a reagir, de jeito nenhum. Mas, se você precisar reagir, é melhor que você saiba exatamente o que fazer. Dou um exemplo simples: se uma pessoa vier com uma faca em sua direção, você vai fazer o que? Esperar ser atingida? Se um cara desarmado tentar te tocar ou te arrastar para algum lugar ermo, você vai com ele passivamente? Vai ficar se debatendo sem qualquer técnica como muitas pessoas fazem? Eu prefiro treinar e saber o que eu devo fazer se coisas assim acontecerem.
Claro que ninguém quer passar por nada disso! Lógico que não quero vivenciar algo assim. Mas já usei uma técnica do krav maga na rua. Não foi numa situação de perigo exatamente, mas consegui evitar uma situação incômoda. E como aconteceu? De longe percebi que dois carinhas me olhavam, riam e conversavam entre si. Porque, sim, o krav maga te deixa muito mais atenta à movimentação nas ruas. Eu estava no bairro da Liberdade, tinha deixado meu carro na oficina e decidido voltar para casa andando (moro num bairro na região e aproveitaria para fazer uma caminhada). Percebi esses dois rapazes, eles vinham na minha direção. Quando estavam próximos, um empurrou o outro em minha direção. Não me pareceu uma tentativa de assalto, me pareceu que ele queria cair por cima de mim, me tocar, sei lá. Foi o que imaginei. Eu era faixa branca. Imediatamente me lembrei de uma defesa, que é usada para tentativa de estrangulamento, quando você consegue se antecipar e atingir a pessoa antes que ela toque em você.
Bem, a defesa funcionou. Usando a mão como uma faca (estou tentando explicar sem qualquer linguagem técnica, aqui, minha intenção é que qualquer pessoa consiga entender), os dedos juntos e enrijecidos, dei um passo para trás e mirei o pescoço dele, na região da traqueia. Deu certo. Ele não conseguiu encostar em mim, caiu no chão com a mão no pescoço e dificuldade para respirar. O amigo foi na direção dele, ver se estava bem. Vi que ele não ia levantar, acelerei o passo e segui em frente. Na rua, algumas pessoas gritaram, foi uma cena bem curiosa. Pode parecer uma bobagem, para mim foi importante conseguir evitar que aquele carinha caísse em cima de mim e tocasse meu corpo. Sei de histórias de outras colegas, não são poucas. Muitas usaram as técnicas, algumas usaram o krav maga para se proteger de ataques dentro de casa. São muitas histórias, e elas só nos dão a certeza de que estamos no caminho certo. De que treinar é a solução.
Achei importante escrever esse post hoje, porque hoje foi a primeira oficina do mês de março nos sábados. E fiquei feliz de ver tantas meninas começando a treinar, dando os primeiros golpes. No início nos sentimos meio perdidas, os golpes saem sem muita força, parece que não vamos conseguir acertar um murro. Mas no decorrer das aulas percebemos que tudo é uma questão de treino, disciplina e dedicação. Cada soco dado nos torna melhor naquele soco. Cada chute dado nos torna melhor naquele chute. E assim seguimos. Dia a dia, aula a aula, treino a treino, melhorando, moldando, nos dedicando. Sempre pedindo pra que não precisemos usar as técnicas, para que não passemos por uma situação de risco. Mas com a consciência de que, se isso acontecer e for necessário agir, estaremos preparadas.
This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these cookies, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may have an effect on your browsing experience.
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. This category only includes cookies that ensures basic functionalities and security features of the website. These cookies do not store any personal information.
Any cookies that may not be particularly necessary for the website to function and is used specifically to collect user personal data via analytics, ads, other embedded contents are termed as non-necessary cookies. It is mandatory to procure user consent prior to running these cookies on your website.
Comentário Recentes