Artigo: Estresse provoca dores na mandíbula

Tenho uma amiga que há alguns anos viveu uma crise de estresse tão violenta que começou a sentir dor até para mastigar a comida. Foi ao otorrinolaringologista, ao especialista bucomaxilofacial, fez todo tipo de exames, raio-x da face, e nada, não tinha nada errado com os dentes ou com os ossos do maxilar. Até que, conversando com outra conhecida, que é psicoterapeuta, veio o diagnóstico: “crise de estresse”. Minha amiga estava tão tensa, que nem percebia que ao falar, contraia toda a musculatura da mandíbula. Ela apertava os dentes quando estava nervosa e exercia uma pressão enorma no maxilar, machucando as articulações dessa região. Lembrei desse caso quando recebi o email com um artigo do dentista Marcelo Bolzan. O texto, que publicamos abaixo, descreve exatamente o tipo de problema que a minha amiga viveu e orienta de que forma podemos prevenir esse efeito negativo da tensão acumulada sobre as nossas vidas e a nossa saúde. Confiram:
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Estresse pode levar à ocorrência de disfunções temporomandibulares

*Prof. Dr. Marcelo Bolzan

Ilustração mostra a disfunção da articulação temporomandibular (DTM)

As desordens que acometem a articulação temporomandibular (ATM) podem acometer adultos e crianças. Em especial profissionais e executivos – assim como qualquer outra pessoa – quando submetidos a altos níveis de estresse tendem a apertar e ou ranger os dentes.

E tanto a maior intensidade e frequência, noturna  ou diurna, resulta na contração muscular. Com isso sintomas como fadiga e cansaço, nos casos mais leves, ou dores de intensidades variadas – nos casos mais dramáticos – podem resultar em dores crônicas e dores de cabeça que não cessam.

Isso ocorre em virtude da duração do período em que a tensão é exercida, bem como o excesso de contração na articulação, nos dentes e nos próprios músculos.

O correto diagnóstico do problema se faz necessário na medida em que estes sintomas podem ter sido causados pelo estresse ou terem sido desencadeados por ele, somente evidenciando assim problemas que já existiam, mas estavam latentes.

O caminho para solucionar o problema é a aplicação de um tratamento adequado, que pode variar da aplicação de analgésicos, relaxantes musculares, antiinflamatórios para os casos agudos  com causas temporárias.

Além disso, a utilização de fisioterapia, laser, aplicação de placas oclusais e ministração de medicamentos para melhorar o sono são indicadas par os mais renitentes.

No entanto, é válido salientar que essas são as manifestações físicas do estresse. Mas a causa deve ser combatida ou controlada por meio de relaxamento, autocontrole, mudança de hábitos e psicoterapia, se necessária. Daí a importância do correto acompanhamento profissional.

*Marcelo Bolzan é formado pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP), doutor em ciências da saúde pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), pós-graduado em TMJ Disfunction pela UCLA (University of California /EUA) e Reabilitação Oral pela USC (University of Southern Califórnia/EUA). Além disso, é coordenador do curso de Dor Orofacial e Disfunção Temporomandibular da Fundecto USP.

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