1º de dezembro: Dia Mundial de Luta Contra a Aids

Os números são alarmantes. A versão preliminar do Boletim Epidemiológico Aids/DST 2009 mostra que, entre 1997 e 2007, o número de casos de pessoas com Aids cresceu 41% em Salvador. Claro que é preciso ressaltar que antes os programas de prevenção só atingiam oito municípios, e hoje chegam a 26, o que facilita o conhecimento e registro dos casos. Mas é assustador este crescimento. E tem mais: de acordo com as estimativas, há 630 mil pessoas infectadas pelo vírus HIV em todo o Brasil.

O dia 1º de dezembro é o Dia Mundial da Luta Contra a Aids e, diante de uma realidade dessa, o que fazer? Uma pergunta difícil, mas cuja resposta vai, necessariamente, perpassar pela intensificação da divulgação das formas de prevenção. O que eu percebo é que o caso exige uma conduta pessoal muito ativa. Só conseguiremos contornar o problema se cada um se prontificar a tentar barrar a disseminação do vírus. E para barrar a disseminação do vírus, o uso da camisinha é indispensável.

Ninguém é ingênuo aqui e sabemos que com o passar do tempo muitos acabam dispensando a camisinha dentro da relação estável. Mas, meninos e meninas, não podemos confundir amor e Aids. Não podemos permitir que nossos sentimentos tapem nossos olhos. Nossos parceiros podem ser os mais fiéis, mas não conhecemos o passado de cada um. E, ainda que conheçamos, sempre rolam os vacilos da vida. E é nesses vacilos que é possível adquirir um problema da dimensão da Aids.

Fiz uma reportagem certa vez sobre o assunto. Saí para entrevistar uma portadora do vírus HIV, conversamos bastante, foi uma das matérias que mais me ensinou. Não porque eu desconhecia sobre o vírus ou formas de contaminação, mas porque pela primeira vez estava ouvindo o desabafo de alguém que convivia com o HIV. E, mais, pela história daquela professora de educação sexual que, um dia, reencontrou um ex-namorado e acabou contaminada ao manter relações desprotegidas com ele.

SOLIDARIEDADE

Com o objetivo de angariar fundos para a Instituição Beneficente Conceição Macedo, que abriga crianças portadoras do vírus HIV, o artista gráfico e fotógrafo, Marcelo Mendonça, em parceria com o coordenador da instituição, Alfredo Dorea, idealizou o projeto Calendário Abraçando a Vida, que traz fotos de personalidades abrançando crianças soropositivas. O calendário de 2010 custa R$ 10,00 e para ser adquirido basta o interessado entrar em contato com a instituição, no telefone (71) 3276-0026. A entidade também aceita doações de qualquer tipo, é só ligar pra lá.

O lançamento do calendário será no dia 1º, no Espaço Cultural da Câmara de Vereadores, às 9h. Estão no calendário de 2010: Mercedes Sosa, Caetano Veloso, Jesus Luz, Vanessa da Mata, Margareth Menezes, Lázaro Ramos, Beth Carvalho, Elza Soares, Luiz Melodia, Mariene de Castro, Elza Soares, Gloria Maria, Adelmo Case, Edson Cordeiro, Presidente Lula, Clifton Davis (cantor norte-americano e compositor de Michael Jackson), Mãe Carmem do Gantois, Tuca Fernandes (Jamil), J. Velloso, Claudio Zoli, Jau, Amanda Santiago, Jackson Costa e Gerônimo.

Esta é a terceira edição do projeto, que além de angariar verbas para ajudar na manutenção da IBCM, o projeto tem o propósito de auxiliar na luta contra o preconceito aos portadores do HIV. A IBCM atua há 20 anos em Salvador. É uma instituição sem fins lucrativos que abriga pessoas de baixa renda portadoras do HIV-Aids. Para tanto, mantém um centro diurno com 70 crianças que convivem com o mesmo vírus, e abriga ainda 15 famílias com AIDS, que antes viviam nas ruas de Salvador. A instituição também presta assistência a outras 250 famílias. A entidade sobrevive da solidariedade de colaboradores e do trabalho voluntário de mais de 30 pessoas.

SOBRE HIV E AIDS

Aids significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. É uma doença que pode acometer as pessoas infectadas pelo HIV. O vírus, que tem um período de incubação longo, destrói os linfócitos (células de defesa do organismo), tornando a pessoa vulnerável a infecções e doenças oportunistas, que se aproveitam justamente do enfraquecimento do sistema imunológico para se instalar.  A Aids não tem cura, é uma doença crônica. Há tratamentos que prolongam a vida dos portadores da doença. Também pode ocorrer de o portador do HIV passar muito tempo sem manifestar qualquer sintoma da Aids.

Alguns comportamentos são considerados de risco e podem facilitar a contaminação pelo HIV. São eles: a relação homossexual ou heterossexual com pessoal infectada, sem o uso de preservativos; compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente, no uso de drogas injetáveis; reutilização de objetos perfuro-cortantes com presença de sangue ou fluidos contaminados pelo HIV. Também pode ocorrer a contaminação por meio da transfusão de sangue contaminado pelo HIV ou pela amamentação. São meios de contaminação o sangue, sêmen, secreção vaginal e o leite materno.

O uso da camisinha é imprescindível não apenas para a prevenção da transmissão do vírus HIV, mas também para prevenir outras doenças sexualmente transmissíveis e, inclusive, uma gravidez não desejada. Muitas pessoas questionam a segurança da camisinha, devido à possibilidade de o preservativo estourar. Quanto a isso, estudos científicos já comprovaram que a maioria dos casos em que o preservativo estoura tem relação ao uso incorreto, portanto, vamos aprender a colocar a camisinha de forma correta.

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>> Aprenda como usar a camisinha masculina
>> Aprenda como usar a camisinha feminina
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Às vezes, o vírus não passa para o parceiro na primeira relação desprotegida. Está aí a importância de adotar a camisinha o quanto antes. Não é porque você já manteve relações sem o uso do preservativo que o caso está perdido. Nada disso. A proteção deve começar já, imediatamente, independente de já ter tido ou não relações sem camisinha. Como falei lá em cima, para barrar a disseminação da transmissão do HIV é preciso uma atitude de conscientização de cada um. Se você não assumir a sua responsabilidade nisso tudo, não conseguiremos alcançar esse objetivo.

Agora, se você costuma manter relações desprotegidas ou já o fez, é muito importante que se submeta a um exame para saber se está contaminado pelo vírus. Eu sei que falar assim assusta, mas a realidade é essa. O HIV está tão próximo da gente e não nos damos conta disso. Dia desses, estávamos um grupo conversando sobre o assunto, quando um dos integrantes fez o comentário que um grande amigo dele tinha feito o teste, e o resultado tinha sido positivo. Imagine aí? Na velocidade em que o vírus está se alastrando por aí, quem pode garantir que está seguro sem a camisinha?

Voltando ao exame, há Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) espalhados por todo o País, onde é possível realizar o exame gratuitamente. Eles também fazem exames para detectar sífilis e hepatite. Os centros distribuem camisinhas, gel lubrificante e kits de redução de danos. Se for diagnosticado soropositivo, o paciente é encaminhado ao Serviço de Assistência Especializada em HIV/aids (SAE), que presta assistência integral. Lá será possível obter informações sobre os medicamentos e como adquiri-los.

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>> Veja onde é possível fazer o teste na Bahia
>> Localize em seu Estado os locais para fazer o exame
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Onde buscar apoio e informações:
>> Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde
>> Grupo de Apoio àPrevenção à Aids – Gapa Bahia
>> Grupo Assistencial SOS Vida
>> Projeto Reviver (apoio à criança HIV positivo)
>> Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis
>> Sociedade Viva Cazuza

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Tudo o que você precisa saber sobre HPV

Infecção pelo HPVUma em cada cinco mulheres é portadora do HPV no mundo. O Papilomavirus Humano é uma doença sexualmente transmissível, responsável por cerca de 90% dos casos de câncer no colo do útero, segundo os dados do Ministério da Saúde. Só no Brasil, mais de 130 mil novos casos são registrados a cada ano. No entanto, muitas mulheres ainda desconhecem a doença, que pode ser diagnosticada por um simples exame rotineiro com o ginecologista. Então, meninas, aproveitem para conhecer melhor o vírus, formas de contágio, tratamento…

O Conversa de Menina aproveita para alertá-las da importância das visitas regulares ao ginecologista. É a única possibilidade de se detectar certas doenças, você terá a segurança de estar com a saúde íntima em dia e a garantia de ser diagnosticada com antecedência, no caso de aparecer alguma irregularidade nos órgãos sexuais. E não é só isso, é também importante alertar os parceiros para fazer consultas também frequentes com o urologista. É uma maneira de manter uma vida sexual não apenas ativa, mas também saudável.

Voltando ao HPV, reunimos algumas informações para esclarecer as dúvidas mais comuns. Os dados abaixo foram retirados de sites da Secretaria de Saúde, Ministério de Saúde, além de sites de ginecologistas, ONGs e portais de saúde. Não esqueça que sua ginecologista é a pessoa mais indicada para lhe dar explicações mais precisas sobre a doença e clarear as dúvidas mais pontuais. Exame ginecológico

HPV – É um vírus que provoca alterações na região infectada, causando pequenas lesões decorrentes do crescimento anormal das células. Estas lesões têm formato de pequenas verrugas, que são popularmente conhecidas como “crista de galo”. O vírus afeta as regiões oral (lábios, boca, cordas vocais, etc.), anal, genital e da uretra, tanto em mulheres quanto em homens. Já foram descobertos mais de cem tipos diferentes do vírus, dos quais cerca de 35 infectam a mucosa anogenital. Quinze tipos são oncogênicos, ou seja, podem causar câncer.

Transmissão – A forma mais comum de transmissão é por meio das relações sexuais (inclusive por meio do sexo oral ou anal). O vírus também pode ser transmitido da mãe para o feto ou através de objetos contaminados pelo HPV (como roupas íntimas, toalhas etc)

Diagnóstico – O exame preventino, chamado Papanicolau, pode identificar a presença das verrugas ou de áreas irregulares no colo do útero e levar ao diagnóstico do HPV. A colposcopia, exame feito nos órgãos sexuais com o auxílio de um aparelho, permitindo visualização de lesões mínimas, também é utilizada para o diagóstico. Além destes, outros exames mais sofisticados são capazes de detectar o HPV, como a hibridização in situ, PCR (reação da cadeia de polimerase) e captura híbrida. E se você se descobrir portadora do vírus, avise imediatamente ao seu parceiro, para que ele possa fazer o exame.

Sintomas – Nem todas as pessoas infectadas apresentam sintomas visíveis. Normalmente, aparecem pequenas verrugas na pele e na mucosa.

Tratamento – O tratamento pode ser feito com o uso de medicamentos ou por outros métodos como cauterização química, eletrocauterização, crioterapia, laser… Vai depender de cada caso, do grau da infecção, dos tipos das lesões. No caso de câncer instalado, a opção é pela cirurgia convencional.

Formas de prevenção – O uso da camisinha é fundamental para evitar o contágio sexual não apenas do HPV, mas de todas as outras doenças sexualmente transmissíveis. E, claro, pessoas que mantêm uma vida sexual mais aberta, com parceiros variados e sem cuidado estão sempre mais propensas ao contágio de DSTs. Mas lembre-se que há outras formas de contágio também.

Vacina – Já está disponível no mercado vacinas para prevenir a contaminação pelo HPV. Elas são compostas por partículas semelhantes ao vírus, mas não são infecciosas. A vacina não exclui a necessidade dos exames preventivos e tampouco vai curar as mulheres já infectadas, embora possa evitar a infecção por um tipo diferente do vírus. Mas o uso das vacinas só deve ocorrer por indicação médica.

Para se aprofundar:
>> Prevenção do HPV: uma proposta de educação em saúde
>> Papilomavírus Humano (HPV) – Diagnóstico e Tratamento
>> Site: Vírus HPV.com.br

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