Endometriose: saiba mais sobre a doença

A reportagem abaixo trata de um problema muito mais comum entre as mulheres do que imaginamos: a endometriose. Dizem os biógrafos de Marilyn Monroe, a famosa diva de Hollywood nos anos 50, que a atriz sofria de dores insuportáveis por conta deste problema. Como a saúde, principalmente a feminina, é um dos focos das conversas aqui do blog, confiram as explicações do médico ginecologista Aléssio Calil Mathias e entendam melhor o que é, quais as causas e como tratar a endometriose. Para outros esclarecimentos, no final do post publiquei os links do site, blog e twitter do especialista.

*Endometriose: cólicas menstruais intensas e dor  na relação sexual
O estilo de vida da mulher moderna vem sendo apontado como o grande responsável pelo aumento de casos da endometriose

Ainda não totalmente desvendada pela medicina, a endometriose se apresenta cada vez com mais freqüência. Sua incidência tem aumentado consideravelmente, porém os especialistas ainda não sabem ao certo a causa do problema. “Com a difusão de mais informações sobre a doença, tanto para os médicos, quanto para a população em geral, os diagnósticos estão sendo feitos com maior precisão e em maior número”, afirma o ginecologista Aléssio Calil Mathias, diretor da Clínica Genesis.

Além da maior facilidade de diagnóstico, que faz com que mais casos sejam identificados, o estilo de vida da mulher moderna vem sendo apontado como o grande responsável pelo aumento de casos da endometriose. “Hoje, a tendência mundial é que a mulher se case e engravide mais tarde e tenha menos filhos. Em conseqüência destes comportamentos, a mulher fica mais exposta aos ciclos menstruais, o que a torna mais suscetível à doença”, explica o ginecologista.

Entenda a doença – Relacionada ao ciclo menstrual e ao sistema imunológico, a endometriose atinge até 10% das mulheres em idade fértil e é encontrada com mais freqüência nas que têm mais de 35 anos. Porém, 20% delas nem sempre sabem que têm a doença porque não apresentam nenhum sintoma. “A paciente que tem algum parente em primeiro grau com endometriose corre mais risco de desenvolver a doença, que se desenvolve na adolescência. Entretanto, o diagnóstico, geralmente, só é feito entre mulheres de 25 a 35 anos”, observa o especialista.

A endometriose é caracterizada pelo implante de células endometriais fora do útero. “O nome da doença vem da palavra endométrio, camada que reveste o interior do útero e que é eliminada durante a menstruação, todos os meses, se a mulher não engravidar. A endometriose ocorre quando, por algum motivo, o endométrio se encontra fora do útero”, explica  o ginecologista.

A razão de parte das células do endométrio sair do útero e se reagrupar em outras regiões como ovários, tubas uterinas, superfície do útero, bexiga, dentre outros órgãos, ainda não foi completamente esclarecida pela ciência. “Porém, com o conhecimento que já adquirimos,  sabemos que os focos de endométrio alojados em outros órgãos continuam estimulados pelos hormônios. E, a cada ciclo menstrual, se comportam como se estivessem dentro do endométrio. Dessa maneira, a cada menstruação, ocorrem sangramentos semelhantes ao fluxo menstrual normal nos focos de endométrio dispersos”, explica Aléssio Calil Mathias.

Além da menstruação, os especialistas acreditam que a doença pode se instalar em algumas mulheres devido a algum distúrbio no sistema imunológico das portadoras de endometriose. Essa é uma das teorias mais modernas que explicam o surgimento da doença: Em geral, quando as células do endométrio se alojam em outras regiões do organismo feminino, o sistema imunológico entra em ação para que seja realizada a limpeza ou a eliminação dos focos de endométrio fora do útero. “Mas, por algum problema no sistema imunológico, esta ‘limpeza do organismo’ não acontece. Daí, as células se implantam nesses locais, sofrem a ação dos hormônios e acabam por desenvolver a endometriose”, explica o médico.

A diva Marilyn Monroe pode ter morrido de overdose de tranquilizantes, que ela tomaria para aplacar as dores terríveis que sentia devido a endometriose. A fonte da informação é o livro "Menstruação, a Sangria Inútil", do médico baiano Elsimar Coutinho.

Caracterização do quadro doloroso – Todo este desequilíbrio no organismo e o crescimento do tecido endometrial em lugares incomuns causam sintomas bastante dolorosos. “O primeiro a aparecer, em geral, é a cólica menstrual (dismenorréia). Ela é progressiva. Ou seja, no princípio, a mulher refere-se a ela como leve. Entretanto, com o passar dos anos, a dor vai piorando até ficar muito intensa, o que a impede de fazer suas atividades habituais. Outro sintoma é a dor durante a relação sexual (dispaneuria)”, alerta o ginecologista.

As cólicas menstruais que caracterizam a endometriose não melhoram com medicação, apresentam-se muito severas e requerem repouso. A dor que acontece durante a relação sexual, em geral, aparece quando a penetração é profunda e tende a ser mais intensa no período pré-menstrual.

Como as células  do endométrio podem se alojar em várias regiões do organismo feminino, as teorias mais modernas defendem que a endometriose também não se apresenta como uma só, mas, na verdade, de maneiras distintas. São três as principais formas de endometriose. Uma delas aparece na superfície do peritônio, camada que reveste internamente o abdome. A outra, mais freqüente, é a forma ovariana, na qual os focos do endométrio se apresentam como cistos com conteúdo de cor achocolatada. Por fim, existe a endometriose profunda, quando as células invadem as camadas do intestino e o septo retovaginal. Esta forma, além de dificultar as relações sexuais, ainda pode causar sangramento e obstrução intestinal.

Importância do histórico clínico da paciente

O diagnóstico inicial da endometriose pode ser feito por meio do histórico clínico da paciente e dos sintomas característicos da doença. “Nesses casos, um exame ginecológico também pode ajudar. A avaliação física é igualmente essencial na investigação da doença. O exame do abdome pode revelar ao ginecologista se há aumento abdominal ou dores localizadas. Já o exame do colo do útero pode detectar a doença no colo e/ou na parede vaginal, enquanto o toque ginecológico avalia possíveis aumentos nos ovários, dores atrás do útero e eventuais nódulos dolorosos presentes na endometriose profunda”, detalha o ginecologista e obstetra Aléssio Calil Mathias.

Dentre os exames complementares, que podem auxiliar a compor um diagnóstico preciso, destacam-se o ultra-som transvaginal especializado, que permite ao ginecologista obter imagens do útero, dos ovários e de lesões profundas causadas pela endometriose. A ressonância magnética da pélvis também auxilia no diagnóstico da endometriose profunda. “Contamos também com a videolaparoscopia, considerada por muitos o melhor método para diagnosticar a doença e para iniciar o tratamento, nos casos em que a cirurgia é indicada. Uma das vantagens deste exame é que ele permite ao médico enxergar pequenos focos da doença, nem sempre perceptíveis nos outros exames”, explica o ginecologista.

O tratamento da endometriose pode ser clínico ou cirúrgico, dependendo do tipo, do estágio que a doença atingiu e de quanto tempo está instalada. “A primeira preocupação ao iniciar o tratamento é saber se a mulher quer se livrar da dor ou engravidar. Dependendo da intenção da paciente, é indicado o melhor método terapêutico”, informa Aléssio Calil Mathias.

O uso de medicamentos é realizado nos casos mais brandos da doença, em mulheres que não desejam engravidar. É feito com a indicação do uso de anticoncepcionais orais ou injetáveis. “Outros medicamentos utilizados são os que paralisam as funções dos ovários e, com isso, diminuem a produção do hormônio estrógeno. Assim, quanto menor a concentração desse hormônio, menores os riscos de a doença progredir e menos intensas serão as dores”, explica  o médico.

Saiba mais:
Site: www.clinicagenesis.com.br
Rede social: twitter.com/dralessio
Blog: gestacaosaudavel.wordpress.com

*Material elaborado e encaminhado ao blog pela jornalista Márcia Wirth, da MW Comunicação.

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Uma conversa séria sobre gravidez

Este post está dividido em duas partes. Na primeira, publicamos um artigo da psicóloga Luciana Leis, especializada em atender casais com problemas de fertilidade. Na segunda, reproduzimos uma matéria com a médica Carolina Ynterian, da Analitic, especialista em reprodução humana. A ideia de colocar este material no ar é atender aquelas mulheres que têm um grande desejo de ser mães e muitas vezes deixam que a ansiedade e frustração as dominem. Respeitando e reconhecendo o fato de que nem toda mulher tem como projeto de vida tornar-se mãe, e só devem mesmo tentar a maternidade aquelas que se sentem preparadas para o desafio, a conversa hoje é direcionada às que acalentam esse desejo e que vêm se preparando para ele, independente dos desafios de se criar filhos no mundo de hoje. Sinceramente, não acredito que fosse mais fácil criá-los em outros períodos da história da humanidade. A questão com a maternidade não é o mundo exterior, mas o que nós vamos ensinar aos nossos filhos para que eles enfrentem o que está aí fora. Confiram:

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Quando o desejo de ser mãe parece não ser possível…

Luciana Leis*

clip_image004A maioria das mulheres cresce cultivando o sonho de ser mãe um dia. Desde muito cedo, brincamos com nossas “filhas-bonecas”, ensaiando o papel que será encenado em algum momento de nossas vidas. No entanto, esse sonho vai sendo deixado de lado para podermos desenvolver outros papéis – sociais, profissionais, familiares –  para o resgatarmos, no futuro, a possibilidade  de realizá-lo, em uma situação mais estável.

Assim, nos prevenimos de uma possível gestação em nossos namoros até encontrarmos um homem que pareça “bom” para estar ao nosso lado e construir uma família. Também evitamos um filho para nos estabilizarmos profissional e financeiramente. Nesse meio tempo, muitas vezes, sem ao menos percebermos, acabamos sendo meio “mães” de nossos amigos, maridos ou até mesmo de nossos pais.

Desta forma, mais cedo ou mais tarde, acabamos tendo um “insight” e percebemos que o sonho de ser mãe, até o momento colocado de lado, deve ser priorizado, já que consideramos que aquele é o melhor momento de nossas vidas para tal.

Porém, o tempo vai passando e a gravidez não acontece, fazendo-nos questionar o que pode estar errado. É muito difícil aceitar nossa falta de controle neste campo da vida, uma vez que, com esforço, conseguimos garantir muitas coisas até ali. É preciso reconhecer nossa impotência para poder garantir a chegada de uma nova vida, afinal, não somos “deuses”.

Faz-se necessário, então, certa flexibilidade interna para irmos em busca de alternativas que nos levem a atingir nosso objetivo. É fato que, na maioria das vezes, acreditamos que teríamos um filho logo que parássemos de usar o método contraceptivo.

No entanto, quando isso não acontece, precisamos encontrar novas possibilidades para chegarmos ao nosso destino. Talvez o caminho mais fácil esteja interditado, o que não significa que todos os caminhos estejam fechados. Então, é essencial cultivar a flexibilidade para buscar a melhor forma de concretizar o sonho de ter um filho.

gravidez14O grande obstáculo desse percurso é vencer o negativismo que essa situação nos coloca e se apegar às possibilidades reais desse sonho vir a acontecer. É comum, devido a sentimentos de insegurança e frustração, nos perdermos em meio a fantasias aterrorizantes, nas quais parece que o desejo nunca será realizado, quer pela via biológica ou pela adoção. Em alguns momentos, é necessário nos afastarmos um pouco do mundo das emoções e colocarmos mais objetividade e racionalidade para enfrentarmos os problemas, já que, se existem formas para resolvermos essa questão, é nelas que devemos nos respaldar.

Lembro-me de uma amiga que, frente ao diagnóstico de infertilidade conjugal, ouviu de seu médico: “Suas chances são muito pequenas de engravidar.” Frente a isso, ela perguntou: “Mas elas existem?”, e ele respondeu: “Sim.”. Essa resposta curta, porém honesta e positiva, foi o dado de realidade em que ela se apegou para enfrentar seus medos até a chegada da filha, hoje, com cinco anos.

A vivência e o reconhecimento de todos os sentimentos que a infertilidade traz em seu bojo são imprescindíveis para lidarmos com ela. No entanto, precisamos também de certa dose de racionalidade para enfrentarmos com determinação esse processo, sem nos perdermos em meio a  medos e inseguranças.

*Luciana Leis é psicóloga, especializada em atender casais com problemas de fertilidade.
>>Confira o blog da especialista, Compartilhando Vivências

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*Infertilidade femininas, causas:

Cerca de 12 milhões de pessoas encontram dificuldade para engravidar em algum momento. As causas mais comuns, que afetam as mulheres e são responsáveis por cerca de 40% dos casos de infertilidade, são:

>>Síndrome dos ovários Policísticos: causada por um desequilíbrio hormonal e excesso de hormônio masculino, provoca irregularidades na menstruação, aumento dos pêlos, ganho de peso e acne. A ovulação também fica muito comprometida, o que dificulta na gravidez. Ressalta-se que a gestação pode ocorrer neste quadro.

endometriose>>Endometriose: Doença que ocorre quando a mucosa que reveste o útero é expelida dentro da cavidade do abdômen ao invés de ser eliminada através do canal vaginal junto com o sangue menstrual e acaba dificultando a concepção.

>>Problemas ovulatórios: Principal causa de infertilidade nas mulheres, geralmente o que ocorre é uma falha na liberação de hormônios, irregularidade no ciclo menstrual ou problema nos ovários. Mediante isso, a ovulação fica prejudicada ou completamente ausente.

>>Alterações da tireóide: Aumento ou diminuição da função da glândula tireóide leva a um desequilíbrio hormonal, o que reflete no funcionamento dos ovários, consequentemente, na produção dos hormônios LH e FSH.

>>Aumento da prolactina: quando há aumento deste hormônio, os ovários não funcionam direito, o problema pode bloquear ou interferir a ovulação.

*Fonte: Dra Carolina Ynterian, bioquimíca e diretora da Analitic.

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