Para não esquecer José Saramago

O escritor José Saramago, muito amado pelas meninas deste singelo blog, morreu nesta sexta-feira, em sua casa, em Lanzarote, nas Ilhas Canárias, aos 87 anos de idade. O autor de Ensaio Sobre a Cegueira e de uma infinidade de livros maravilhosos –  os recentes Caim e a A Viagem do Elefante -, prêmio Nobel de literatura em 1998 (venceu com o livro Memorial do Convento, que no momento estou lendo), era um grande filósofo, um humanista, socialista radical, de opiniões fortes, que lhe renderam a fama de ser de difícil trato. Para nós, a memória de Saramago é totalmente afetiva e, quem o chama de intransigente, na verdade, não compreende a profundidade do pensamento do autor. Por meio de seus livros e de suas declarações na mídia, Saramago nos fazia acordar, enfiava o dedo na ferida, nos mostrava nosso lado mais brutal e mesquinho e nosso lado mais terno e nobre, as dicotomias da alma humana. Era um gênio! E aos gênios, permitimos até um pouco de mau-humor. Além disso, nos seus 87 anos de vida, sábio, maduro e calejado, ainda tinha muito a nos dizer, muito o que nos provocar à reflexão. Sua morte, apesar da idade, é prematura, pois ele estava no auge da forma e da lucidez. Aqui, deixamos nossa homenagem, reunindo os links de alguns textos publicados sobre a morte do autor nos sites noticiosos da internet e nos nossos blogues pessoais…

Portal A TARDE On Line:

>>Escritor José Saramago morre aos 87 anos

>>Última mensagem no blog de Saramago lamenta a falta de filosofia

>>Saramago sofria de problemas respiratórios, diz jornal

>>Velório de Saramago será na localidade espanhola de Tías

Portal UOL:

>>Morre o Prêmio Nobel da Literatura José Saramago

>>“Forma Saramago” desafiou o leitor e fez escritor popular

>>Saramago representa triunfo para a língua portuguesa, diz Scliar

>>Conheça a história do autor de “Ensaio sobre a Cegueira” e “Memorial do Convento”

>>Português José Saramago recebe o Nobel de Literatura em 1998

Portal G1:

>> Morre aos 87 o escritor José Saramago

>>Veja fotos históricas do escritor português

>>Artistas prestam homenagens no Twitter

>>Saramago disse em entrevista que não tinha medo de morrer

Público (Portugal):

>>Morreu José Saramago

>>Corpo de Saramago esperado amanhã em Lisboa

>>Presidente diz que Saramago será “sempre uma referência” da cultura nacional

El País (Espanha):

>>Muere Saramago a los 87 años

>>Pensar, pensar, pensar…’, último post del blog de su fundación

>>Su última entrevista a EL PAÍS: “Seremos más pobres si Haidar muere”

>>Su última campaña: Solidaridad con Haití

>>Conmoción en Portugal

>>Saramago: “La muerte es la inventora de Dios”

Mar de Histórias (blog de Andreia Santana):

>>Luto por Saramago

>>“Deus é maneta”

>>Resenhando José Saramago

>>“Saramageando”

>>A lista de Saramago

>>Saramago chora com Chaplin

Pequenas Digressões (blog de Alane Virginia):

>>Ensaio Sobre a Cegueira

>>Ensaio sobre a cegueira no cinema

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E por falar em Caio Fernando Abreu…

CAIOO escritor Caio Fernando Abreu, citado no post abaixo sobre o projeto de podcast que resgata a obra de grandes autores brasileiros, acaba de ganhar uma biografia escrita por Paula Dip, de quem foi amigo por mais de 20 anos. Não é uma biografia convencional, mas a reunião de cartas e bilhetes que os dois trocaram durante o tempo em que compartilharam ideias e sonhos.

Polêmico, intenso (visceral seria a palavra mais adequada), sarcástico e genial, assim era Caio Fernando Abreu (e aqui peço licença às meninas para tecer loas a um menino). Paula Dip, amiga de longa data, muitas vezes virou personagem das histórias do autor. Histórias essas que traduziam o cotidiano miudinho, esse que todos nós vivemos na carne diariamente. Não tem como ler os contos de Morangos Mofados, sua obra mais famosa – inclusive o livro é dedicado à Paula Dip –, sem se identificar em cada linha.

No livro Para Sempre Teu, Caio F., Paula conta histórias de quem pertencia ao mundo do autor, dividindo com ele segredos, alegrias e angústias, até sua morte, vítima de Aids, em 1996. Há também depoimentos de artistas que conviveram de perto com Caio Fernando, como Cazuza e Ney Matogrosso.

Lygia Fagundes Telles dizia que Caio Fernando Abreu era o “escritor da paixão”. E a autora de As horas nuas – outro libelo aos encantos da vida diária – tinha razão. Ele era mesmo intenso em tudo o que fazia. Tem alma em cada palavra escrita pelo autor. É um pouco da força dessa alma que Paula Dip tenta trazer para as páginas de Para Sempre Teu, Caio F.

A biografia se propõe a desvendar um pouco da personalidade de um dos autores que melhor traduziu seu tempo no cenário cultural brasileiro.  Escritor, jornalista, roteirista, dramaturgo, ator e até astrólogo, de tudo Caio Fernando fez na vida. Principalmente, viveu intensamente os transgressores anos 80. Quando penso na obra desse escritor em particular,sendo que a obra é o espelho do artista, lembro de uma frase do filme Lisbela e o prisioneiro: “quero queimar minha vida de uma vez só, num fogo bem forte!”.

Ficha Técnica

Para sempre teu, Caio F.
Cartas, conversas, memórias de Caio Fernando Abreu

Autora: Paula Dip

Editora:  Record

504 páginas

Preço: R$ 58,00

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