Artigo: Sexo frágil e a prevenção da AIDS no carnaval

Para reforçar a campanha sobre sexo seguro no Carnaval, que este ano tem como foco o público feminino jovem, o blog abre espaço para mais um artigo de autoria de Maria Helena Vilela, diretora do Instituto Kaplan. Além de falar da campanha e trazer dados sobre o avanço do HIV/Aids entre as mulheres, Maria Helena dá dicas importantes sobre a sexualidade e autoestima femininas. Mas, embora o foco sejam as garotas na faixa dos 15 aos 24 anos, os conselhos sobre autopreservação valem para as mulheres maduras e também para todos os casais, independente da orientação sexual. Cuidar de si e de quem se ama não é questão restrita a um determinado gênero. Boa leitura!

Sexo frágil e a prevenção da AIDS no Carnaval

*Maria Helena Vilela

A campanha de Carnaval de 2011 terá como público as mulheres de 15 a 24 anos.  O público feminino foi escolhido porque a infecção entre as mulheres está em constante crescimento. Apesar de haver mais casos da doença nos homens, essa diferença diminui ao longo dos anos. Segundo o Ministério da Saúde – Departamento de DST/Aids, em 1989, a razão de sexos era de cerca de 6 casos de aids no sexo masculino para cada 1 caso no sexo feminino. Em 2009, chegou a 1,6 caso em homens para cada 1 em mulheres.

As mulheres lutaram por seus direitos sexuais, pelo direito de estudar, desenvolver uma carreira profissional e conquistar sua autonomia econômica e pessoal. Mas, quando a questão é amor e sexo, a garota volta no tempo, e ainda se comporta de forma submissa aos desejos do namorado e, presa a mitos e tabus que colocam sua vida em risco, como por exemplo, a virgindade. A virgindade ainda é muito valorizada na mulher. Sabendo disso, muitas garotas acabam cometendo equívocos incríveis para não romper o hímen – fazer sexo anal; prática sexual que quando realizada sem preservativo é a de maior risco de infecção pelo HIV. Na contra mão dos fatos, pesquisas mostram a dificuldade de a garota negociar o uso da camisinha por medo de perder o namorado, de ser julgada “galinha”, ou ainda pior: não usar preservativo em nome do amor, acreditando que “quem ama confia”. Tais comportamentos fazem da mulher o verdadeiro sexo frágil.

A infecção pelo HIV se dá pelo contato direto com o sangue, o sêmen e as secreções vaginais, e isto pode acontecer no sexo oral, mas principalmente, na relação vaginal e no sexo anal. O ânus e a vagina são órgãos muito vascularizados, revestidos por um tecido delgado chamado de mucosa. Na relação sexual, especialmente durante a penetração, o pênis provoca atrito na vagina ou no ânus, causando micro-fissuras nas paredes das mucosas, aumentando o risco de que o HIV presente no esperma entre na corrente sangüínea.

Outro fator que aumenta a vulnerabilidade da mulher à Aids é a menstruação. Quando a mulher está menstruada, a descamação da parede do útero o deixa completamente exposto ao HIV. Fazer sexo menstruada é “entregar o ouro para o bandido”, pois o vírus atinge a corrente sangüínea sem precisar fazer esforço.

Como se não bastasse tudo isso, o canal vaginal é um órgão interno, o que dificulta à mulher perceber qualquer alteração na vagina. Muitas vezes, ela só descobre que tem uma infecção, ou mesmo uma DST, se consultar um ginecologista, ou quando a doença já está bastante adiantada. Uma infecção agrava ainda mais a fragilidade da parede vaginal, aumentado a vulnerabilidade da mulher à Aids.

Meninas sejam espertas e fiquem fora desta estatística da Aids. Se existe sexo frágil, estes são o sexo anal e o vaginal, quando o assunto é Aids. Portanto, alguns cuidados são fundamentais na sua vida, e especialmente, no carnaval:

>> Nunca delegue o cuidado com o seu corpo. O corpo só tem um dono, e este é você. Quando você delega, o outro pode não priorizar os seus interesses.

>>Só se previne quem tem convicção dessa necessidade. Busque informações sobre razões para se prevenir, sexualidade, prevenção, DST/Aids e métodos contraceptivos.

>>Não faça qualquer negócio sexual no Carnaval. A auto-estima da mulher está condicionada a sua capacidade de despertar o interesse nos homens, principalmente, em festas como o Carnaval. Se achar que está invisível, mesmo assim, não faça nenhum acordo que possa lhe colocar em risco.

>>Antes de cair na folia escreva uma lista com os nomes das pessoas que você considera importantes e que lhe amam. Isto ajudará você a não esquecer que é amada

>>Sei que é difícil, mas se for transar não beba. A bebida atrapalha o prazer e faz você esquecer seus limites.

>>Nunca negocie o uso da camisinha na hora da transa. O tesão embriaga e lhe deixa entregue a sorte, ou azar!

>>Conheçam a camisinha feminina. Ela é uma opção, e já existem modelos mais simples que facilita a sua colocação.

>>Na falta da camisinha, você não precisa abrir mão do prazer sexual. O casal pode realizar práticas sexuais que não sejam de risco, como a masturbação simultânea entre os parceiros

>>Existem camisinhas de vários tipos e qualidades. Portanto, sempre haverá uma que se adeque ao seu parceiro.

>>Sexo é uma brincadeira de verdade. Quando a gente se machuca, a cicatriz fica para sempre.

*Maria Helena Vilela é diretora do Instituto Kaplanwww.kaplan.org.br

**Conteúdo enviado pela Vera Moreira Comunicação e publicado com autorização, mediante citação da autoria e respeito à integridade do texto.

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Foco sobre a saúde feminina: prevenção à osteoporose

Osteoporose e menopausa estão interligadas, pois a perda de massa óssea característica da doença está intimamente ligada às alterações hormonais da fase do climatério feminino e também da andropausa masculina. Na reportagem abaixo, vocês conferem explicações sobre a doença, formas de prevenção e tratamento. Ah e quem pensa que osteoporose só afeta idosos, engana-se. Jovens que se submetem a dietas radicais perseguindo o corpo da top capa de revista também correm sérios riscos de desenvolver o problema. Confiram!

Dia 20 de outubro: Dia Mundial da Osteoporose
A data é relevante para destacar ações preventivas contra o mal

“Osteoporose é uma doença de velho…”. Durante muito tempo, esta crença impediu que a população tivesse acesso a informações e ao tratamento apropriado da doença. Na verdade, cerca de 85% dos homens e 70% das mulheres que têm osteoporose sofrem com fraturas, mas desconhecem que possuem a doença. A nutrição deficiente em cálcio e vitamina D é uma das grandes responsáveis pelo problema. Esses dados constam do estudo Brazos (Brazilian Osteoporosis Study), uma ampla pesquisa sobre a osteoporose no Brasil. Um trabalho científico sobre o assunto foi apresentado durante o 28º Congresso Brasileiro de Reumatologia, em Porto Alegre.

Quando falamos em osteopenia e osteoporose, o melhor é conhecer os causadores destas doenças para prevenir seu aparecimento, pois o tratamento médico das mesmas é caro e difícil.

A osteoporose é a doença óssea mais comum em homens e mulheres, após a quinta década de vida. Pode surgir antes, mas o seu desenvolvimento é mais comum com o avançar da idade. “Apostar na orientação e na disponibilização de informações sobre a doença é muito importante. É papel do médico esclarecer e alertar seus pacientes sobre a osteoporose. Em minha experiência clínica, constatei que quando os pacientes não são bem orientados sobre a doença, logo, abandonam o tratamento”, diz o reumatologista Sérgio Bontempi Lanzotti, diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares (Iredo).

Ameaça após a menopausa – As quedas de pessoas com mais de 60 anos assumiram dimensão de epidemia no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde. No ano passado, o Sistema Único de Saúde contabilizou R$ 57,6 milhões de gastos com internações de idosos. Em 2006, o total foi de R$ 49 milhões. As mulheres representaram a maioria de idosos internados, em 2009, somando 20.778 contra 10.029, em 2006. As mulheres sofrem mais fraturas porque têm uma massa óssea menor e perdem muita massa óssea depois da menopausa. Por volta dos 50 anos, há um declínio muito rápido por causa da perda do estrogênio.

Entenda o que é a osteopenia?

A osteopenia é a redução progressiva do cálcio dos ossos, que ao evoluir para graus maiores de gravidade leva à osteoporose. Ocorre por uma infinidade de causas, sendo as mais freqüentes: o climatério e a progressiva redução do hormônio feminino; o uso, a médio e longo prazos, de medicamentos, entre eles os glicocorticóides, os hormônios tireoideanos e alguns anticonvulsivantes; o alcoolismo; a imobilização prolongada e algumas doenças reumatológicas e endócrinas. Há ainda uma forte incidência familiar.

“Embora mais freqüente na mulher, a osteoporose também acomete o sexo masculino. A osteoporose é absolutamente prevenível e esta prevenção envolve alimentação saudável; exercícios físicos regulares; exposição ao sol; proteção medicamentosa dos ossos durante o uso prolongado de glicocorticóides e anticonvulsivantes; a polêmica terapia de reposição hormonal na menopausa; a correta reposição de hormônios tireodeanos; o consumo de álcool com moderação; a interrupção do fumo e a implementação de exames médicos de rotina e de procedimentos que evitem quedas”, explica o reumatologista.

Com os tratamentos disponíveis, atualmente, estima-se que seja possível elevar a qualidade de vida e prevenir em até 75% as fraturas vertebrais e até 50% as fraturas não vertebrais, incluindo o fêmur, que tem maior taxa de mortalidade (25 a 30%).

“Cada vez mais, a osteoporose tem chamado a atenção de diferentes especialidades médicas e se torna muito importante o diagnóstico correto para abordar a doença. Devemos nos preocupar em preservar a qualidade de vida do paciente, tratando o problema, buscando novos tratamentos e, sobretudo, o diagnóstico precoce”, defende o diretor do Iredo

Simulação comparando a coluna vertebral de mulher saudável e com osteopenia

Pacientes portadores do HIV, em tratamento – Um levantamento realizado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo aponta que 17% dos pacientes em tratamento contra o vírus HIV desenvolve algum tipo de complicação óssea. Diversos fatores podem ser responsáveis pelas alterações osteoarticulares em pacientes soropositivos, como a presença de vírus nos ossos, o uso do coquetel de tratamento, o sedentarismo ou questões genéticas. Dentre os principais problemas ósseos apresentados pelos soropositivos que usam antirretroviral há mais de dez anos estão a osteopenia, a osteoporose e a osteonecrose, principalmente do quadril.

Saiba como prevenir a doença?

A alimentação é uma arma poderosa no combate à osteoporose. Ela garante um aporte adequado de cálcio para a mineralização óssea durante praticamente toda a vida. Após a menopausa, a redução do hormônio feminino causa a perda de cálcio e pode haver necessidade de suplementação do mineral.

Além disso, em ambos os sexos, há uma progressiva redução na absorção de cálcio com o avançar da idade e a suplementação deste mineral pode prevenir a perda óssea e aumentar a densidade mineral óssea. “Entretanto, se já houver osteoporose manifesta, essa medida deve se associar ao uso de medicamentos para evitar a perda progressiva ou até mesmo propiciar o ganho de massa óssea”, explica Sérgio Lanzotti.

De uma maneira geral, a suplementação de cálcio deve ser de 1000 a 1500mg de cálcio elementar/dia, após a menopausa, na mulher, e após os 60 anos, no homem. Na impossibilidade da suplementação de cálcio, os laticínios são as melhores fontes de cálcio da dieta. O iogurte (400mg em 200ml), o leite (300mg em 200ml) e o queijo (400mg em 150g) devem fazer parte do cardápio destas pessoas.

Além dos problemas com a absorção do cálcio, com o avançar da idade há redução dos níveis de vitamina D no sangue, fator que agrava ainda mais a absorção de cálcio pelo organismo. “Por vivermos num país com abundância de sol, usamos protetores solares, roupas que cobrem os braços, chapéus e, muitas vezes, evitamos tomar sol. Todos estes cuidados dificultam a capacidade do organismo de produzir a vitamina D na pele”, explica Lanzotti.

Pessoas com mais de 60 anos, geralmente, se beneficiam com a suplementação da vitamina D, principalmente se cronicamente enfermos ou se vivem em “casas de repouso”. Pesquisas recentes revelam a redução do risco de fraturas com a suplementação de 700 a 800UI de vitamina D, ao dia, entretanto, alimentos ricos em vitamina D, como as gemas dos ovos e o fígado não podem ser consumidos rotineiramente devido ao alto nível de colesterol.

Importância dos exercícios – Os exercícios de carga são efetivos para manter ou aumentar a densidade mineral óssea na coluna lombar e no quadril. “As recomendações médicas incluem também caminhadas, exercícios aeróbicos de pequeno e médio impacto e de resistência, quando tolerados”, diz o reumatologista.

Exercícios regulares também aumentam a massa e a força muscular, melhoram a coordenação e o equilíbrio e têm sido responsáveis pela redução em 25% do risco de quedas em idosos.

Os exercícios que não utilizam a força da gravidade como os realizados na água – hidroginástica e natação – apesar de muito bons para o condicionamento físico e cardiovascular não são benéficos para a prevenção e o tratamento da osteoporose.

Ameaça aos adolescentes que seguem dietas rígidas

As adolescentes que se submetem a rígidas dietas para emagrecer correm o risco de sofrer, a longo prazo, graves problemas ósseos, como a osteoporose, indica um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Bristol. A pesquisa inglesa destaca o importante papel que a gordura desempenha no desenvolvimento dos ossos e, de forma particular, nos das meninas. Para tirar suas conclusões, os especialistas se concentraram em mais de 4 mil adolescentes de 15 anos nos quais usaram técnicas de scanner para calcular a forma e a densidade dos ossos desses jovens, bem como a quantidade de gordura corporal que tinham. Com essa pesquisa, o grupo Children of the 90s Project constatou ossos maiores e mais grossos nos jovens que mostraram um maior nível de gordura.

Anatomia do fêmur

Prevenção de quedas – A prevenção de quedas é importante na redução do risco de fraturas e inclui medidas que interferem em algumas incapacitações como alterações visuais; hipotensão postural e tonturas; fraqueza muscular; e o excesso de medicamentos que podem alterar o estado cognitivo e o equilíbrio. “A adequação dos ambientes com iluminação adequada, a instalação de corrimões em escadas e banheiros e o uso de calçados adequados auxiliam o tratamento preventivo”, defende o médico.

“Além da suplementação de cálcio e vitamina D e das demais medidas preventivas descritas anteriormente, contamos também com vários medicamentos que, na maioria das vezes, tornam possível a melhora da massa óssea e, mais importante do que isso, a redução do risco de fraturas”, explica Sérgio Bontempi Lanzotti. Os medicamentos disponíveis devem ser usados, a longo prazo e, geralmente, apresentam preços elevados.

O controle da doença é feito por meio de exames laboratoriais e da densitometria óssea, que consegue medir exatamente a quantidade de cálcio perdida e a evolução da recuperação óssea. “Apesar da possibilidade do tratamento da osteoporose, a prevenção ainda é o melhor negócio”, conclui o médico, que também é especialista em Densitometria Óssea pelo Colégio Brasileiro de Radiologia.

Para pesquisar mais sobre o assunto:

Visite o site do Iredo: www.iredo.com.br

Acesse o blog: Vivendo Sem Dor

Siga o Twitter de Sergio Lanzotti

No Youtube, assista o canal de reumatologia

Para tirar dúvidas, envie email para: [email protected]

*Material elaborado pela jornalista Márcia Wirth, da MW Comunicação

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Confira os outros posts da série:

>>Tratamento alternativo para menopausa

>>Foco sobre a saúde feminina no mês de outubro

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Uma conversa sobre Aids, Carnaval e juventude

Durante estes dias de cobertura carnavalesca pela mídia, ouve-se muito falar em Aids e fala-se muito da importância da camisinha, principalmente porque o Carnaval é uma festa que tem fama de mais permissiva. Toda a ênfase no beijar na boca, na “ficação”, no curtir o momento, todo o mito da máscara e do não saber como e com quem, é excitante, sem dúvida. Existe um fetiche na “festa da carne”, isso é inegável e a intenção aqui não é ser moralista. Sexo é bom sim, mas quando feito com consciência, ainda fica melhor. Quando digo consciência, quero enfatizar o conhecimento do próprio corpo, das próprias necessidades e também das necessidades da pessoa com quem compartilhamos esse momento, seja parceiro (a) fixo ou não.

Embora se divulgue mais a escalada da epidemia de Aids entre os brasileiros em datas especiais, perto do Carnaval ou no Dia Mundial dedicado a conscientização sobre a doença, por exemplo, os números não são fantasia e nem estratégia de marketing para comover. Eles refletem a condição de milhares de pessoas reais. Liberar a informação perto ou durante o Carnaval, acredito, tem intenção de aproveitar sim que as pessoas estão focadas no sexo, mas ainda assim, os fatos existem, a epidemia existe, continua a crescer silenciosamente e atinge uma faixa etária cada vez menor.

Segundo o último boletim que recebemos (via email) do Ministério da Saúde, na faixa etária de 13 a 19 anos, o número de casos de Aids é maior entre as mulheres.  Dos 20 aos 24 anos, a divisão por gênero é semelhante e atinge tanto eles quanto elas (independente da orientação sexual) em percentagens iguais. Já entre os homens jovens, ainda segundo o MS, há maior incidência de infecção nas relações homossexuais. Vê-se com isto que a Aids nunca foi uma doença restrita a um gênero ou opção sexual, mas é alarmante o fato de tanta gente jovem adquirir o vírus. É falta de campanha? Acredito que não é só isso. Ainda assim, este ano, o foco da campanha pró-camisinha do MS durante a folia de Momo tem como alvo os jovens.

Acredito que, além da necessidade de se divulgar com mais frequência os números e as estratégias de prevenção, existe também uma falta de consciência corporal, um excesso de fé no outro (principalmente daqueles que tem parceiro (a) fixo), uma grande subserviência das mulheres (que ainda não aprenderam a agir de igual para igual com seus parceiros na relação) e, diante de tantos jovens ainda em tenra idade contaminados, um desejo até meio mórbido de desafiar a morte e dizer: “comigo não acontece”. Só que pode acontecer. E, até o momento, ainda não inventaram método mais simples de prevenção do que a camisinha.

Outro dia, respondi um comentário de alguém que dizia não gostar de sexo com camisinha. Ela revelava que não conseguia sentir prazer com a camisinha, mas acredito que sentir ou não prazer em uma relação está além da camisinha, porque está além da penetração. Cada casal deve buscar nas suas preferências e práticas, fazer o joguinho de sedução, caprichar nas preliminares, descobrir outras zonas de excitação no corpo do parceiro (a), para não limitar o sexo só ao ato da penetração. Ser criativo na vida é fundamental e o sexo faz parte disso. Então, para mim, esse aumento do número de casos de Aids entre gente jovem demais, ou de HPV, ou de outras doenças sexualmente transmissíveis (e aqui vale lembrar que a Aids se transmite por outros meios que não apenas o sexo), tem um pouco também de relação com falta de maturidade para gerenciar uma vida sexualmente ativa.

Os jovens se iniciam no sexo mais cedo, mas não estão preparados para administrar a situação, negociar o uso do preservativo, ainda não possuem aquela consciência corporal que já falei acima, as meninas mais novas são ainda mais vulneráveis à vontade do parceiro, sobretudo nas relações heterossexuais, que é onde a carga machista da sociedade traz toda aquela ideia de que a iniciativa é deles e só deles e que elas devem se submeter, espera-se até que se submetam. Creio que tudo isto ocorre porque a adolescência (e são pessoas de 13 a 19 anos se contaminando), é uma idade de tantas incertezas em tantas áreas da vida, porque não seria neste fator, o sexo?

Os pais, a escola, a sociedade, todos precisam atentar para o fato de que existe um alerta (e não é dos números do Ministério da Saúde) quando tantos jovens se contaminam em tão grande proporção com o vírus da Aids. Existe um alerta que perpassa a educação recebida em casa, a educação recebida na escola, a falta de diálogo, a erotização precoce de crianças que sequer foram alfabetizadas ainda mas estão expostas a letras de música e programas na tv acima da sua capacidade de compreensão. É uma cruzada social impedir que tantas vidas precoces se comprometam com algo tão complexo quanto ser portador de HIV. Todos, de alguma forma, temos de contribuir!

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Confira a íntegra do Boletim do Ministério da Saúde divulgado em fevereiro:

*Epidemia de Aids atinge jovens entre 13 e 19 anos

Mariângela Simão, do Ministério da Saúde. Crédito da imagem: Agência Brasil

Os números mais recentes da Aids no Brasil mostram que a epidemia, na década de 2000, comporta-se de forma diferente entre os jovens. Na população geral, a maior parte dos casos está entre os homens e, entre eles, a principal forma de transmissão é a heterossexual.

Considerando somente a faixa etária dos 13 aos 24 anos, a realidade é outra. Na faixa etária de 13 a 19 anos, a maior parte dos registros da doença está entre as mulheres. Entre os jovens de 20 a 24 anos, os casos se dividem de forma equilibrada entre os dois gêneros. Para os homens dos 13 aos 24 anos, a principal forma de transmissão é a homossexual.

Diversos fatores explicam a maior vulnerabilidade dos jovens para a infecção pelo HIV. Entre as meninas, as relações desiguais de gênero e o não reconhecimento de seus direitos, incluindo a legitimidade do exercício da sexualidade, são algumas dessas razões.

No caso dos jovens gays, falar sobre a sexualidade é ainda mais difícil do que entre os heterossexuais. “Eles sofrem preconceito na escola e, muitas vezes, na família. Isso faz com que baixem a guarda na hora de se prevenir, o que os deixa mais vulneráveis ao HIV”, explica Mariângela Simão, diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.

Feminização – O aumento de casos de Aids entre as mulheres se deu em todas as faixas etárias. Em 1986, a razão era de 15 casos em homens para cada um caso em mulheres. A partir de 2002, a razão de sexo estabilizou-se em 15 casos em homens para cada 10 em mulheres. Na faixa etária de 13 a 19 anos, o número de casos de Aids é maior entre as mulheres jovens. A inversão apresenta-se desde 1998, com oito casos em meninos para cada 10 casos em meninas.

Entre 2000 e junho de 2009, foram registrados no Brasil 3.713 casos de Aids em meninas de 13 a 19 anos (60% do total), contra 2.448 em meninos. Na faixa etária seguinte (20 a 24 anos), há 13.083 (50%) de casos entre elas e 13.252 entre eles. No grupo com 25 anos e mais, há uma clara inversão – 174.070 (60%) do total  de 280.557 de casos são entre os homens.

A Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira, lançada pelo Ministério da Saúde em 2009, também ajuda a explicar a vulnerabilidade das jovens à infecção pelo HIV. De acordo com o estudo, 64,8% das entrevistadas entre 15 e 24 anos eram sexualmente ativas (haviam tido relações sexuais nos 12 meses anteriores à pesquisa). Dessas, apenas 33,6% usaram preservativos em todas as relações casuais, que são as que apresentam maior risco de infecção.

Nos homens, 69,7% dos entrevistados eram sexualmente ativos. Entre eles, porém, o uso da camisinha é maior: 57,4% afirmaram ter usado em todas as relações com parceiros ou parceiras casuais.

Homossexuais – Na faixa etária de 13 a 19 anos, entre os meninos, houve mais casos de Aids por transmissão homossexual (39,2%) do que heterossexual (22,2%), no ano de 2007. Essa tendência é diferente do que ocorre quando se observa todos os casos de Aids adquiridos por transmissão entre homens – 27,4% homossexual e 45,1% heterossexual.

Nas escolas – O carro-chefe das ações de prevenção à Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis é o programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE), uma iniciativa dos Ministérios da Saúde e da Educação. Criado em 2003, o SPE tem como objetivo central desenvolver estratégias para redução das vulnerabilidades de adolescentes e jovens. As ações se dão de forma articulada entre escolas e unidades básicas de saúde. Hoje, 50.214 escolas de todo o país participam do programa.

A iniciativa trabalha a inclusão, na educação de jovens das escolas públicas, dos temas saúde reprodutiva e sexual. O SPE reúne ações que envolvem a participação de adolescentes e jovens (de 13 a 24 anos), professores, diretores de escolas, pais dos alunos, e gestores municipais e estaduais de saúde e educação. É no âmbito deste programa que se disponibiliza preservativos nas escolas.

*Fonte: Assessoria de Comunicação do Ministério da Saúde – Brasília

Saiba mais:

Para ver material da campanha do MS durante o Carnaval, que este ano está focada nos adolescentes, visite: www.aids.gov.br.

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Artigo: “O Trio Mortal”

Aproveitando que no post abaixo Alane falou sobre o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, publico aqui no blog um artigo assinado por Carlos Varaldo, do Grupo Otimismo, ong de apoio e esclarecimento aos portadores de hepatites. Já publicamos outras contribuições de Varaldo em ocasiões anteriores. Desta vez, ele fala sobre a combinação da Aids, que enfraquece  o sistema imunológico, com doenças infecto-contagiosas como a tuberculose e a hepatite C, o que afeta sensivelmente a expectativa de vida dos soropositivos, mesmo quando usuários do coquetel antirretroviral. O artigo é um alerta para pacientes e para os gestores do sistema de saúde. Combater o “trio mortal” é questão de política pública e de consciência individual e coletiva. Aids, tuberculose, hepatite C, ao contrário do que pensa o senso comum, não são doenças específicos de um determinado grupo social, de um determinado gênero ou de uma determinada cor de pele, todos estamos sujeitos ao risco de contágio e todos somos responsáveis para que portadores dessas doenças tenham tratamento humanizado, digno e livre de juízos de valor e preconceitos. Confiram o texto:

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**O Trio Mortal

*Carlos Varaldo

Bacilo de Koch, causador da tuberculose

Durante o Congresso Internacional de AIDS na Ásia e no Pacifico, que aconteceu em setembro, participantes e ativistas solicitaram maiores esforços para enfrentar “O Trio Mortal” formado pela combinação das epidemias de HIV/AIDS, tuberculose e hepatite C.

As três doenças, quando separadas, possuem tratamentos efetivos que controlam a progressão e até a cura. Isto é possível na tuberculose e na hepatite C, mas quando alguém se infecta com mais de uma dessas doenças a situação complica e o quadro se torna grave e difícil de tratar.

O alerta desesperado chega, até tardio, porque é estimado que aproximadamente 30% dos infectados com HIV/AIDS já se encontram infectados com à hepatite C ou a tuberculose, passando a ser as duas principais causas de mortes das pessoas infectadas pela AIDS.

O tratamento com o coquetel antirretroviral transformou a AIDS de doença letal para doença crônica, permitindo que as pessoas possam conviver com a doença, mas a utilização dos medicamentos prejudica o fígado e diminui as defesas, tornando-os presas fáceis se estiverem co-infectados com tuberculose ou hepatite C. Para evitar danos maiores é urgente que todos os indivíduos HIV positivos sejam testados para tuberculose e hepatites.

Vírus HIV, causador da Aids

O número de brasileiros infectados com tuberculose ou hepatites B ou C é medido em milhões, números que superam em mais de dez vezes os infectados pelo HIV. O maior problema é a não identificação de quem está infectado, possibilitando a disseminação descontrolada dessas doenças rapidamente na população.  Estudos mostram o crescimento das epidemias, principalmente, devido a que uma pessoa com tuberculose pode infectar outras 15 durante o curso da doença, que a hepatite B se transmite sexualmente com uma facilidade até 100 vezes maior que o HIV e que a hepatite C em caso de compartilhamento de instrumentos contaminados possui 85% de possibilidade de cronificação.

Os infectados com HIV/AIDS e os gestores da saúde devem tomar consciência que existe uma formula matemática que demonstra o perigo da hepatite C, a qual foi colocada por ativistas na entrada do congresso para alertar a comunidade HIV positiva: “Hepatite C + Silencio = Morte”.

“O Trio Mortal” se alimenta de carências no sistema público de saúde, do desconhecimento da população, da pobreza, da desnutrição, da falta de acesso a educação, da falta de profissionais de saúde com os conhecimentos suficientes, de comportamentos de risco e de programas pouco eficazes para enfrentar as epidemias.

Acrescentando a tudo isso a não realização de campanhas de detecção dos casos de hepatites e tuberculose complica ainda mais a situação. Quando a hepatite C e a tuberculose é diagnosticada precocemente a possibilidade de cura é excelente.

Vírus da Hepatite

“O Trio Mortal” já está trabalhando, silenciosamente, e, de forma unida, continua ganhando força.  É o momento dos movimentos sociais da AIDS, da Tuberculose e da Hepatite juntar forças para combater um inimigo comum.  Por enquanto “O Trio Mortal” está ganhando a batalha, é necessário enfrenta-lo para não perder a guerra.

Na Indonésia os ativistas utilizaram o símbolo da AIDS para alertar sobre as três doenças, mas formado por balões na cor vermelha para mostrar que o perigo já está presente.

*Carlos Varaldo é presidente do Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite e vice-diretor da World Hepatitis Alliance.
**Material encaminhado ao blog através da assessoria de comunicação do grupo Otimismo

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Mais sobre hepatites:

>>Visite o site do Grupo Otimismo

>>Uma conversa sobre Hepatite B

>>Vinte anos da descoberta do vírus da Hepatite C

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1º de dezembro: Dia Mundial de Luta Contra a Aids

Os números são alarmantes. A versão preliminar do Boletim Epidemiológico Aids/DST 2009 mostra que, entre 1997 e 2007, o número de casos de pessoas com Aids cresceu 41% em Salvador. Claro que é preciso ressaltar que antes os programas de prevenção só atingiam oito municípios, e hoje chegam a 26, o que facilita o conhecimento e registro dos casos. Mas é assustador este crescimento. E tem mais: de acordo com as estimativas, há 630 mil pessoas infectadas pelo vírus HIV em todo o Brasil.

O dia 1º de dezembro é o Dia Mundial da Luta Contra a Aids e, diante de uma realidade dessa, o que fazer? Uma pergunta difícil, mas cuja resposta vai, necessariamente, perpassar pela intensificação da divulgação das formas de prevenção. O que eu percebo é que o caso exige uma conduta pessoal muito ativa. Só conseguiremos contornar o problema se cada um se prontificar a tentar barrar a disseminação do vírus. E para barrar a disseminação do vírus, o uso da camisinha é indispensável.

Ninguém é ingênuo aqui e sabemos que com o passar do tempo muitos acabam dispensando a camisinha dentro da relação estável. Mas, meninos e meninas, não podemos confundir amor e Aids. Não podemos permitir que nossos sentimentos tapem nossos olhos. Nossos parceiros podem ser os mais fiéis, mas não conhecemos o passado de cada um. E, ainda que conheçamos, sempre rolam os vacilos da vida. E é nesses vacilos que é possível adquirir um problema da dimensão da Aids.

Fiz uma reportagem certa vez sobre o assunto. Saí para entrevistar uma portadora do vírus HIV, conversamos bastante, foi uma das matérias que mais me ensinou. Não porque eu desconhecia sobre o vírus ou formas de contaminação, mas porque pela primeira vez estava ouvindo o desabafo de alguém que convivia com o HIV. E, mais, pela história daquela professora de educação sexual que, um dia, reencontrou um ex-namorado e acabou contaminada ao manter relações desprotegidas com ele.

SOLIDARIEDADE

Com o objetivo de angariar fundos para a Instituição Beneficente Conceição Macedo, que abriga crianças portadoras do vírus HIV, o artista gráfico e fotógrafo, Marcelo Mendonça, em parceria com o coordenador da instituição, Alfredo Dorea, idealizou o projeto Calendário Abraçando a Vida, que traz fotos de personalidades abrançando crianças soropositivas. O calendário de 2010 custa R$ 10,00 e para ser adquirido basta o interessado entrar em contato com a instituição, no telefone (71) 3276-0026. A entidade também aceita doações de qualquer tipo, é só ligar pra lá.

O lançamento do calendário será no dia 1º, no Espaço Cultural da Câmara de Vereadores, às 9h. Estão no calendário de 2010: Mercedes Sosa, Caetano Veloso, Jesus Luz, Vanessa da Mata, Margareth Menezes, Lázaro Ramos, Beth Carvalho, Elza Soares, Luiz Melodia, Mariene de Castro, Elza Soares, Gloria Maria, Adelmo Case, Edson Cordeiro, Presidente Lula, Clifton Davis (cantor norte-americano e compositor de Michael Jackson), Mãe Carmem do Gantois, Tuca Fernandes (Jamil), J. Velloso, Claudio Zoli, Jau, Amanda Santiago, Jackson Costa e Gerônimo.

Esta é a terceira edição do projeto, que além de angariar verbas para ajudar na manutenção da IBCM, o projeto tem o propósito de auxiliar na luta contra o preconceito aos portadores do HIV. A IBCM atua há 20 anos em Salvador. É uma instituição sem fins lucrativos que abriga pessoas de baixa renda portadoras do HIV-Aids. Para tanto, mantém um centro diurno com 70 crianças que convivem com o mesmo vírus, e abriga ainda 15 famílias com AIDS, que antes viviam nas ruas de Salvador. A instituição também presta assistência a outras 250 famílias. A entidade sobrevive da solidariedade de colaboradores e do trabalho voluntário de mais de 30 pessoas.

SOBRE HIV E AIDS

Aids significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. É uma doença que pode acometer as pessoas infectadas pelo HIV. O vírus, que tem um período de incubação longo, destrói os linfócitos (células de defesa do organismo), tornando a pessoa vulnerável a infecções e doenças oportunistas, que se aproveitam justamente do enfraquecimento do sistema imunológico para se instalar.  A Aids não tem cura, é uma doença crônica. Há tratamentos que prolongam a vida dos portadores da doença. Também pode ocorrer de o portador do HIV passar muito tempo sem manifestar qualquer sintoma da Aids.

Alguns comportamentos são considerados de risco e podem facilitar a contaminação pelo HIV. São eles: a relação homossexual ou heterossexual com pessoal infectada, sem o uso de preservativos; compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente, no uso de drogas injetáveis; reutilização de objetos perfuro-cortantes com presença de sangue ou fluidos contaminados pelo HIV. Também pode ocorrer a contaminação por meio da transfusão de sangue contaminado pelo HIV ou pela amamentação. São meios de contaminação o sangue, sêmen, secreção vaginal e o leite materno.

O uso da camisinha é imprescindível não apenas para a prevenção da transmissão do vírus HIV, mas também para prevenir outras doenças sexualmente transmissíveis e, inclusive, uma gravidez não desejada. Muitas pessoas questionam a segurança da camisinha, devido à possibilidade de o preservativo estourar. Quanto a isso, estudos científicos já comprovaram que a maioria dos casos em que o preservativo estoura tem relação ao uso incorreto, portanto, vamos aprender a colocar a camisinha de forma correta.

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>> Aprenda como usar a camisinha masculina
>> Aprenda como usar a camisinha feminina
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Às vezes, o vírus não passa para o parceiro na primeira relação desprotegida. Está aí a importância de adotar a camisinha o quanto antes. Não é porque você já manteve relações sem o uso do preservativo que o caso está perdido. Nada disso. A proteção deve começar já, imediatamente, independente de já ter tido ou não relações sem camisinha. Como falei lá em cima, para barrar a disseminação da transmissão do HIV é preciso uma atitude de conscientização de cada um. Se você não assumir a sua responsabilidade nisso tudo, não conseguiremos alcançar esse objetivo.

Agora, se você costuma manter relações desprotegidas ou já o fez, é muito importante que se submeta a um exame para saber se está contaminado pelo vírus. Eu sei que falar assim assusta, mas a realidade é essa. O HIV está tão próximo da gente e não nos damos conta disso. Dia desses, estávamos um grupo conversando sobre o assunto, quando um dos integrantes fez o comentário que um grande amigo dele tinha feito o teste, e o resultado tinha sido positivo. Imagine aí? Na velocidade em que o vírus está se alastrando por aí, quem pode garantir que está seguro sem a camisinha?

Voltando ao exame, há Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) espalhados por todo o País, onde é possível realizar o exame gratuitamente. Eles também fazem exames para detectar sífilis e hepatite. Os centros distribuem camisinhas, gel lubrificante e kits de redução de danos. Se for diagnosticado soropositivo, o paciente é encaminhado ao Serviço de Assistência Especializada em HIV/aids (SAE), que presta assistência integral. Lá será possível obter informações sobre os medicamentos e como adquiri-los.

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>> Veja onde é possível fazer o teste na Bahia
>> Localize em seu Estado os locais para fazer o exame
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Onde buscar apoio e informações:
>> Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde
>> Grupo de Apoio àPrevenção à Aids – Gapa Bahia
>> Grupo Assistencial SOS Vida
>> Projeto Reviver (apoio à criança HIV positivo)
>> Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis
>> Sociedade Viva Cazuza

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Vinte anos da descoberta do vírus da Hepatite C

Representação do vírus da Hepatite C
Representação do vírus da Hepatite C

A Hepatite C atinge cerca de três milhões de pessoas no país e infecta cinco vezes mais que a AIDS. Este ano, completam-se vinte anos da descoberta do VHC, vírus causador da Hepatite C, ocorrida em 1989. Recebemos um bom material, que esclarece algumas dúvidas sobre a chamada doença silenciosa, pois o vírus leva anos encubado, antes dos problemas de saúde se manifestarem. Abaixo, transcrevo o material recebido através da assessoria de comunicação do HC – FMUSP (Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo). No final do post, os interessados em saber mais sobre a doença encontram o link para o Portal da Hepatite, uma página na internet com informações completas sobre a doença e suas manifestações. No portal, há também os contatos dos grupos de apoio aos portadores em Salvador – BA e demais capitais.

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“A epidemia silenciosa faz 20 anos”

Na década de 70 e 80, a epidemia de Hepatice C se disseminou pelo mundo, atingindo de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), entre 170 e 200 milhões de pessoas, equivalente a 3% da população mundial. Vinte anos mais tarde, os métodos de diagnóstico e tratamento avançaram muito, mas o cenário continua alarmante. A hepatite C é a maior causa de cirrose e câncer de fígado no mundo e se tornou o principal motivo de morte dos portadores de HIV.

A doença contamina cinco vezes mais brasileiros do que a AIDS. No País, existem 600 mil portadores do vírus da AIDS contra cerca de três milhões de pessoas infectadas com o vírus da hepatite C, segundo estimativas do Ministério da Saúde. De acordo com o infectologista Evaldo Stanislau Affonso de Araújo, Coordenador do Comitê de Hepatites Virais da Sociedade Brasileira de Infectologia e Médico Assistente-Doutor da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do HC-FMUSP, a coinfecção HIV-Hepatite C, entre os usuários de drogas infectados pela AIDS, chega a quase 100%. “Morre-se pelas complicações do fígado e não pelas infecções associadas ao HIV”, explica. A proporção diminui se a pessoa adquiriu o HIV por via sexual. “Nesse caso, teremos ao redor de 15% de coinfecção HIV-Hepatite C”, completa.

Mapa de distribuição da Hepatite C no mundo. Fonte: Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
Mapa de distribuição da Hepatite C no mundo. Fonte: Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)

Segundo o especialista, desde a descoberta do vírus, os avanços foram muito expressivos, mas ainda há muito que melhorar. “Não temos só noticias ruins, a terapia para a hepatite C evoluiu muito. No início, com o uso apenas do interferon alfa, tínhamos ao redor de 6% de sucesso no tratamento”, explica o especialista. “Hoje saltamos para uma média de sucesso de 50% – dependendo do caso pode ser maior – e, em breve, com o advento de novas modalidades terapêuticas, devemos atingir ao redor de 75% de sucesso. Ainda não é 100%, mesmo por que não contamos com uma vacina preventiva”, completa.

O mais preocupante é que a maioria dos portadores, principalmente os mais idosos – em que a prevalência da doença chega a ser o dobro da população em geral – desconhece a sua condição. Isso ocorre, pois a hepatite C é uma doença que evolui silenciosamente sem apresentar nenhum sintoma. “Nesse cenário, tornou-se corriqueiro nos deparar com o diagnóstico tardio, quando as pessoas já apresentam o câncer de fígado ou uma doença hepática avançada” ressalta Dr. Evaldo Stanislau.

Diagnóstico e Tratamento da Hepatite C

A hepatite C crônica é uma doença de evolução lenta e que não causa sintomas por um longo tempo, mas nos estágios mais avançados o quadro sintomático pode ser bastante grave. A doença teve os primeiros casos diagnosticados em 1990, especialmente, em pacientes que receberam transfusão sanguínea antes de 1992. Transmitida, principalmente, pelo contato com o sangue, a hepatite C pode ser contraída por uso de material cortante não esterilizado adequadamente (manicure), compartilhamento de agulhas, hemodiálise, realização de tatuagem sem técnicas de esterilização adequadas ou de acupuntura sem agulhas descartáveis e ainda pelo uso endovenoso de drogas ilícitas. A evolução da doença crônica pode causar cirrose hepática em cerca de 20% dos pacientes em 10 anos, podendo desenvolver também câncer de fígado. Por esse motivo, o diagnóstico precoce é fundamental para a detecção rápida da doença e o estabelecimento de um tratamento adequado, que pode em muitos casos garantir a cura, evitando as complicações de longo prazo.   

Atualmente, os pacientes tratados com remédios de última geração para hepatite C, podem atingir altas taxas de resposta virológica sustentada (RVS), ou seja, a ausência do vírus após o tratamento, considerada como a cura para a Hepatite C. No entanto, especialistas alertam para o diagnóstico precoce e o início da terapia individualizada como o alvo principal para atingir as melhores taxas de resposta.

Locais de Tratamento

O Sistema Único de Saúde oferece tratamento para os pacientes com doenças hepáticas. Há também outros centros especializados, além deínicas privadas e dos postos do SUS no Brasil.

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>>Visite o Portal da Hepatite  e veja onde buscar apoio

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