Ao começar a série sobre os micos que as mulheres pagam em nome da vaidade, percebi que, embora todo mundo saiba, nunca é demais repetir que salão de beleza não serve apenas para dar uma melhorada na imagem que o espelho mostra todas as manhãs, também é lugar para ficar de olho na saúde. Para reunir os micos femininos, conto com a ajuda de amigas como Rosana B., que não se acanham em transformar em crônica o seu cotidiano de meninas bem resolvidas, trabalhadoras, mães de família, namoradas carinhosas… Mas, que também não abrem mão de uma frescurinha de vez em quando. Para alertar contra os riscos de fazer as unhas com alicates não esterilizados ou advertir sobre o perigo de alergia aos produtos químicos que alisam o cabelo, apelei para os dermatologistas e claro, os cabeleireiros e manicures que são sérios e sabem o que fazem. A intenção não é fazer propaganda de nenhum centro de estética ou profissional, por isso, nomes não serão citados. Os conselhos, porém, não perdem valor. Atenção meninas, antes da sessão beleza pura, prestem atenção:
– Vigilância constante: Se o salão é novo e você ainda não conhece, encarne o agente da vigilância sanitária e fiscalize tudo, sem culpa e sem vergonha. Não precisa ser mal-educada, mas com jeitinho, bote o radar do “Dr. Bactéria” para funcionar e faça um reconhecimento completo da área. Repare, por exemplo, se o forno de esterilizar alicates e tesouras está visível e certifique-se de que ele alcança os 150 graus centígrados. Fornos com menos temperatura que isso não matam todas as bactérias que você quer ver longe das suas unhas e do resto da pele também. Aqueles que parecem o forninho de torrar pão da sua cozinha também são inócuos. Na dúvida, leve seu alicate, a pinça e a tesourinha na bolsa.
– Pergunte pra doutora: A Sociedade Brasileira de Dermatologia adverte que não é apenas micose que se pega em salão, mas Hepatite C e até HIV. Além disso, dê uma boa olhada na higiene do local, se o chão está limpo ou cheio de cabelos dos cortes anteriores; se o balcão é limpo; se os banheiros estão impecáveis; qual é o estado das bacias e tigelinhas de colocar os pés e as mãos; se a cabeleireira e as manicures estão com unhas e cabelos limpos e bem tratados. Diz uma cabeleireira que eu conheço, que se a dona do salão é desmazelada, corra longe minha filha, porque se ela não cuida nem de si mesma, não vai cuidar bem de você.
– Depilação: Assunto sério, aliás tem uma amiga devendo a sua crônica sobre essa verdadeira tortura chinesa ao qual nos submetemos para ficar com pele de bebê. Pois bem, na hora de marcar a depilação, escolha a cera quente ou então, prefira as folhas descartáveis e veja bem se após usar o material em você a profissional vai jogar no lixo. Cera fria reaproveitada tem restos de pele. Isso mesmo, restos de pele e, nos restos de pele, bactérias!
– Alergias: Nem todas podem fazer chapinha ou usar todo tipo de produto colocado à venda como o último milagre do mercado. Existem casos de alergias severas, que provocam queimaduras na pele, no couro cabeludo e até podem evoluir para infecções. Por isso, antes de fazer a mesma escova que a sua amiga fez ou trocar a tinta do cabelo, consulte um médico e confira se você tem predisposição à reações alérgicas. Uma vez liberada, fique atenta aos produtos usados em você. Formol é condenado pela FDA (Foods and Drugs Association) uma espécie de vigilância sanitária americana que serve de parâmetro para a indústria farmacêutica e cosmética no mundo todo.
– Menores de 15: Nem precisa lembrar que crianças não devem fazer chapinha, pois não existem produtos fraquinhos para crianças. Se algum cabeleireiro já te disse isso, é conversa fiada e irresponsabilidade. Se sua filha quer ter os cabelos da Hanna Montana, explique que ela vai ter de chegar, no mínimo, aos 15 anos para fazer o procedimento com menos riscos. Está duvidando? Consulte um pediatra. Se a menina tiver alergia respiratória, terá de ter cuidado em dobro e em alguns casos, os médicos não recomendam. O dermatologista e o alergologista são os profissionais que você precisa ter na agenda.
– A chapinha deu xabu: O alisamento com chapinha também não é indicado para cabelos descoloridos, crespos demais, com mechas claras, permanentes ou relaxados. No mínimo tem de esperar seis meses após o relaxamento para fazer a chapinha. O risco companheira é ficar careca, para dizer o mínimo.
– Fios de aço: Antes de colocar os produtos químicos no seu cabelo, a cabeleireira terá de fazer um teste alérgico em você e também precisará testar a resistência dos fios. E guarde esse nome: trietanoliamina. A maioria dos produtos de alisamento usados hoje em dia é à base dessa substância. É importante saber exatamente o que estão usando em você, porque em caso de reação adversa, o médico vai precisar saber o que provocou a alergia, para buscar um antídoto.
UMA DICA DE LEITURA:
O Salão de Beleza de Cabul
Autora: Deborah Rodriguez
Editora: Campus / Elsevier
Sinopse: A cabeleireira Deborah Rodriguez conta a história de uma escola de beleza que fundou em Cabul, capital do Afeganistão, e relembra as mulheres com quem dividiu histórias de vida, amizade e superação. Não é um livro que traz dicas sobre cuidados com o corpo ou truques de maquiagem. É alimento para a alma, pois todas precisamos ser belas por fora e, principalmente, por dentro.
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