Uma das coisas mais importantes sobre a pílula do dia seguinte é que ela não deve ser usada como método anticoncepcional. É um contraceptivo de emergência, que precisa ser administrado de maneira responsável, quando o método que você utiliza rotineiramente falha, ou nos casos em que há violência sexual. É usada para evitar uma gravidez indesejada, após uma relação sexual mal protegida ou desprotegida. O problema é que a popularização do medicamento e a falta de informação está levando uma quantidade enorme de mulheres a tomarem o medicamento rotineiramente, sem qualquer cautela. Mas a pílula precisa ser ingerida com o aval de sua ginecologista, que é a pessoa mais capacitada a indicar seu uso ou repudiá-lo.
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Reportagens sobre o tema:
>> Adolescentes entre 13 e 16 anos abusam da pílula do dia seguinte, indica pesquisa (G1)
>> Uso repetido de pílula do dia seguinte é perigoso para a mulher (G1)
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O princípio ativo da pílula é o levonorgestrel, um tipo de progesterona sintética, hormônio que controla o ciclo menstrual e que está presente nos anticoncepcionais orais, só que em menor dose. O hormônio no organismo da mulher, no caso da concentração encontrada nas pílulas do dia seguinte, impede a fecundação. Ou, no caso de já ter ocorrido a fecundação, a ação da pílula é no sentido de impedir a implantação do ovo fecundado no útero. É preciso lembrar que se a mulher já estiver grávida, a pílula não terá qualquer funcionalidade. Outra observação importante: nunca troque a caminha pela pílula, qualquer que seja ela, diária ou emergencial. Enquanto as pílulas só protegem contra a gravidez indesejada, a camisinha vai atuar na proteção contra as doenças sexualmente transmissíveis. Contra as DSTs não tem jeito. Só a camisinha mesmo.
Como acontece com todo fármaco, também há contraindicações. É só dar uma lida na bula do remédio, antes de ingeri-lo. E sobre o mito de que o efeito diminui se a pessoa ingerir a pílula várias vezes, isso é desmentido pelos médicos. A grande questão é que a proteção da pílula anticoncepcional diária é superior à da pílula do dia seguinte. Ou seja, há mais riscos de engravidar ingerindo a pílula do dia seguinte, do que utilizando a pílula anticoncepcional diária. Mas isso não significa, volto a repetir, que você deve adotá-la como método contraceptivo, até porque a dosagem hormonal é maior. O mais indicado é utilizar a pílula diária, ou outro método como a camisinha. Logo abaixo, algumas dúvidas sobre o uso da pílula do dia seguinte. E fica aqui a promessa de um próximo post esclarecendo sobre os métodos contraceptivos.
Quando usar?
Logo após a relação sexual desprotegida com risco de gravidez. Busque orientação médica antes de tomar a medicação. Embora o nome seja “pílula do dia seguinte”, ela deve ser tomada imediatamente após a relação e em até 72 horas depois de consumado o ato. Quanto mais rápido ingerir a pílula, menor é o risco de gravidez.
Como usar?
A cartela contém dois comprimidos. O primeiro deles deve ser ingerido imediatamente, em até 72 horas após o ato sexual. O segundo você vai tomar doze horas depois de ter ingerido o primeiro. Usada nas primeiras 24 horas, a possibilidade de engravidar é menor que 1%. Nas primeiras 72 horas, chega a 5% e aumenta progressivamente.
Como age a pílula?
Se a fecundação não aconteceu ainda, a pílula vai impedir o encontro entre o óvulo e o espermatozóide. No caso de já ter ocorrido a fecundação, a ação da pílula é no sentido de impedir a implantação do ovo fecundado no útero. Agora, se a mulher já estiver grávida, não fará qualquer efeito.
Precisa de receita médica?
As farmácias deveriam exigir a receita, mas não é o que acontece. Hoje em dia, qualquer pessoa pode comprar a pílula do dia seguinte. No entanto, nunca decida tomar a pílula sem antes consultar sua ginecologista. É a única pessoa capaz de garantir se a pílula deve ser usada por você.
Há efeitos colaterais?
O principal efeito colateral da pílula do dia seguinte é a desregulação do ciclo menstrual. Aliado a isso é possível ter náuseas, dor de cabeça, inchaço nos seios. Se houve diarréia ou vômito nas duas horas seguintes à ingestão da pílula, a dose deve ser repetida. Mas lembre-se sempre de conversar com seu médico sobre o assunto.
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