Quando recebi o e-mail de divulgação do livro “Morrendo de Saudades – Cartas de um Pai Separado”, de Marco Teixeira, imediatamente me animei com o que dizia o material de divulgação, já pensando na possibilidade de escrever no blog sobre ele. O texto enviado pela assessoria mencionava que a publicação se tratava de “…Cartas que escreveu aos filhos –mas que não enviou –, para que pudesse sentir-se mais perto deles e para que soubessem como se sentia”. Um tema muito pertinente ao Conversa de Menina, portanto.
Um exemplar do livro foi gentilmente enviado a mim pela assessoria, após o pedido de informações sobre onde adquiri-lo. Sou mesmo fascinada pela literatura em si, não apenas os textos clássicos, mas também pelas palavras de pessoas “comuns”, que escrevem por amor, ou por prazer, ou por ofício, seja lá qual for a razão. Criei uma certa expectativa com relação ao livro, coisa que não costumo fazer, já que após serem elas criadas, nasce a possibilidade de nos desapontarmos. E foi o que aconteceu.
Não tenho absolutamente nada contra a publicação. O autor tem um texto leve, de fácil digestão. A minha frustração foi muito mais com relação à comparação entre o que se diz que o livro é e o que ele realmente é. Não duvido que as cartas tenham sido escritas aos filhos do autor. Acredito que ele deve ter sofrido enormemente ao se separar dos seus dois filhos. No entanto, honestamente, o livro não emociona, não transborda sentimentos.
A tal da expectativa é mesmo um problema. Quando li o material de divulgação, imaginei que leria cartas de um pai separado a seus filhos. Imaginei que sofreria junto com ele, que conseguiria me colocar em seu lugar e sentir a sua dor. Mas o que houve é que passei toda a leitura do livro aguardando pelas tais cartas, imaginando que aqueles textos se enquadrariam muito melhor na descrição de pequenos trechos do cotidiano do autor, que, certamente, inclui o amor e devoção aos filhos.
De certa forma, me senti enganada. A impressão é que ali haviam histórias a serem contadas a um público leitor. Cartas são pessoais, têm sentimentos, comovem. Nada disso é passado nas histórias, no entanto. E confesso até que sou suspeita a falar, já que tenho um fascínio especial por cartas. A culpa é toda da expectativa. Talvez não tenha mesmo sido esta a proposta, talvez seja esta a sua forma de demonstrar sentimento e comoção. Não estou diminuindo nem questionando as intenções do autor, apenas narrando a minha reação diante da obra. A reação de vocês pode ser completamente diferente, inclusive.
Fato é que não dá para levar muito a sério o título, caso contrário você criará expectativas demais em torno de um conteúdo que não consegue justificar o tal título. Mas se você está a fim de ler um conjunto de pequenas passagens sobre a vida do Dr. Marco Teixeira e seu intenso sentimento pelos filhos, fiquem à vontade. Particularmente, gosto de livros em que o autor fala de si, conta sua vida. Gosto da pessoalidade deste tipo de obra, que se propõe a ser pedaços de uma vida real.
| Serviço |
Morrendo de Saudades – Cartas de um Pai Separado
Autor: Marco Teixeira
Editora Íthala
150 páginas
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