Minha mãe é a “menina do dedo verde”, minha avó também era. Eu, infelizmente, não herdei esse talento com plantas, embora adore jardins floridos, vasos enfeitando a casa…o verde, que é minha cor favorita. Como sei que existem outras pessoas como eu, que adoram plantas mas não sabem direito o que fazer com elas e, como está um dia lindo aqui em Salvador, brisa suave, céu azul de brigadeiro, muito verde embaixo da minha janela, aproveito para publicar aqui no blog um artigo do professor Luiz Erlon Rodrigues, que ensina a cuidar de orquídeas. Plantas, além de embelezarem o ambiente, transmitem harmonia. Cuidar de um jardim também é excelente terapia. Aos que possuem o dom da jardinagem, meus parabéns! Confiram as dicas para deixar suas flores mais bonitas:
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**O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE NUTRIÇÃO DE ORQUÍDEAS
*Luiz Erlon Rodrigues
As orquídeas são consideradas plantas muito evoluídas do reino vegetal. As mais diferentes espécies podem ser encontradas em quase todo o globo, excetuando as regiões polares e os desertos mais áridos. Existem aproximadamente 35 mil espécies de orquídeas e milhares de híbridos. Estima-se em 600 o número de gêneros.
Dentro da imensa variedade de espécies, encontram-se orquídeas microscópicas com flores menores que 2 mm (Eurystyles) e tão grandes, com hastes florais de mais de 4 metros (Selenipedium). Diante disso, as condições de cultivo, cuidado e adubação podem variar na mesma proporção.
Deve-se ter atenção para alguns cuidados com essas plantas. O cultivo de orquídeas passa por um período de aclimatação, algumas vezes muito crítico na vida da planta. Durante essa fase, as orquídeas podem ser submetidas a vários tipos de estresse, principalmente hídrico (ligado à absorção de minerais), de luminosidade (relacionado à síntese de clorofila e crescimento) e infecções por fungos, bactérias e vírus (devido ao enfraquecimento de suas defesas).
Uma iluminação inadequada pode, também, interferir diretamente em sua floração, principalmente no inverno. Durante os meses mais ensolarados, deve-se protegê-las da exposição excessiva aos raios solares, evitando o amarelamento e a queima das folhas. A própria orquídea serve como indicadora de sua iluminação adequada. Plantas insuficientemente iluminadas terão folhas com um tom verde escuro intenso, enquanto as bem iluminadas terão folhas de coloração verde claro brilhante.
Um outro cuidado importante é com a água. A superirrigação das orquídeas é freqüentemente, a causa mais comum do aparecimento de doenças, ou mesmo da morte da planta. Isso porque os substratos, quando encharcados, irão competir com as raízes na captação do oxigênio. A maneira correta de se hidratar uma orquídea é aguar o vaso onde a planta se encontra, colocando-o dentro de uma lâmina d’água em torno de 3 cm de espessura. Daí é só esperar que a água suba por capilaridade, umedecendo o substrato. O simples ato de aguar, de cima para baixo, pode contribuir para a lixiviação do substrato, retirando os sais minerais solúveis, importantes para o desenvolvimento das plantas. Durante os meses frios, evite aguar as plantas em ambientes com temperaturas abaixo de 8°C. Isso pode prejudicar o metabolismo de suas raízes. Também não se recomenda os ambientes muito secos. As orquídeas respondem muito bem quando cultivadas em ambientes com 50% a 70% de umidade relativa do ar.
Existem basicamente dois tipos de orquídeas: as que suportam temperaturas noturnas em torno dos 7°C e as que não suportam temperaturas abaixo de 15°C. Temperaturas em torno dos 27° são extremamente favoráveis ao desenvolvimento e floração da maioria das orquídeas.
Os ambientes ventilados são muito importantes para o desenvolvimento das plantas. A renovação do ar diminui a incidência de doenças, principalmente de fungos, bactérias e vírus, e assegura um nível fisiológico de dióxido de carbono utilizado na fotossíntese. Deve-se evitar, no entanto, ambientes demasiadamente ventilados, pois afastam insetos importantes no processo de polinização das plantas e podem inclusive desidratá-las.
Algumas plantas vivem e se desenvolvem em ambientes muito adversos e, portanto, necessitam de um adicional de nutrientes para assegurar um crescimento saudável. Tudo isso dependerá, claro, das condições do ambiente e das características de cada orquídea. Em termos gerais, deve-se aplicar o fertilizante foliar uma vez a cada 15 dias, quando as plantas estiverem em processo de crescimento ou floração e, mensalmente, naquelas adultas e em intervalos não floridos. Orquídeas cultivadas artificialmente requerem formulações mais ricas em nitrogênio. Outro processo importante consiste em lavar toda a planta, principalmente raízes e folhas, duas vezes por ano, evitando a desidratação e outros efeitos nocivos do uso excessivo de fertilizantes.
*Luiz Erlon Rodrigues é cientista especializado em cuidados com plantas. Doutor em medicina pela UFBA e pós-doutor em enzimologia e microanálises nas universidades de Paris XII (Créteil) e XIII (Bobigny), França; é ainda professor titular da Faculdade de Medicina da UFBA e da Escola Baiana de Medicina, além de dirigir a Biofert.
**Artigo encaminhado ao blog via email pela Inferface Comunicação.
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