As seis indicações de leitura da série Traça de biblioteca nesta sexta-feira têm em comum o fato de representarem olhares de diferentes autores sobre o feminino. A importância social das mulheres, os amores, adolescência, maturidade, as decepções, a autoestima, tudo serve de pano de fundo para romances sensíveis, com senso de humor agridoce, ou para ensaios esclarecedores sobre o nosso estar no mundo. Confiram:
A MENINA SEM QUALIDADES
A menina sem qualidades (Editora Record) é o primeiro romance da alemã Juli Zeh publicado no Brasil. A autora retrata a atmosfera niilista de uma geração européia criada sob o impacto de imagens violentas da guerra dos Bálcãs, dos atentados terroristas de Madri e do 11 de setembro, além da Guerra do Iraque. O cenário é o microcosmo de uma escola de filhos rebeldes da classe alta, onde dois adolescentes entregam-se a um jogo perverso e sádico. A jovem Ada considera-se o ícone de sua geração – sem identidade e sem qualidades – e instintivamente questiona se valores morais e éticos ainda cabem no mundo atual.
A menina sem qualidades
Juli Zeh
Tradução de Marcelo Backes
Grupo Editorial Record/Editora Record
546 páginas
Preço: R$ 62,00
Sinopse: Numa escola para filhos desajustados da elite alemã, o jogo perverso dos alunos termina em banho de sangue. A advogada responsável pelo caso sente-se incapaz de julgar o ato cínico e brutal e decide escrever a história de seus três protagonistas. No ginásio Ernst Bloch, em Bonn, dois adolescentes transgridem todas as amarras morais e o sentido de compaixão. Ada, com apenas 14 anos e dona de uma inteligência incomum, se proclama filha do niilismo e se considera ícone de sua geração: sem qualidades e sem identidade. O manipulador Alev, com 18 anos, usa as pessoas de acordo com leis matemáticas. Forçando-as a desempenhar o seu destino, orientado para a única opção que lhes dá. Se Ada caracteriza o panorama de toda uma época, unida a Alev compõe uma geração que pensa saber tudo e professa não crer em nada. Ambos nasceram durante a Guerra do Golfo e as imagens do conflito no Iraque, assim como as do ataque terrorista ao metrô de Madri, povoaram sua adolescência. Juntos, idealizam uma brincadeira, misto de sadismo e perversão sexual, com um de seus professores: Smutek, um ex-refugiado polonês que parece vir de outro universo, onde noções de bem e mal, respeito ao outro e pecado ainda estão vigentes…
MULHER DE UM HOMEM SÓ
O romance de Alex Castro, lançado em 2002 em versão para download gratuito, agora ganha versão impressa. Finalizado em 2001, Mulher de Um Homem Só é um romance curto e intenso sobre os desafios e atribulações do começo da idade adulta e, também, sobre amizade entre homem e mulher: Murilo e Júlia são melhores amigos de infância. Quando Murilo ainda está na faculdade, ele se casa com Carla, a narradora da história. A partir daí, o romance trata das aventuras e desventuras dos primeiros anos de casamento de Carla e Murilo, com ambos tentando ser maduros, buscando independência financeira e procurando, ao mesmo tempo, encontrar um lugar para aquela melhor amiga dentro do relacionamento. Para Carla, Júlia é uma presença intimidadora: uma mulher que ama seu marido e a quem ele ama, ainda que apenas como amigos, e que o conhece há mais tempo e, sob certos aspectos, melhor. A narrativa na primeira pessoa, naturalmente, é parcial, e as entrelinhas podem, ou não, revelar isso…
Mulher de um Homem Só
Alex Castro
Editora: Os Vira Lata
Preço: R$ 28,00 + taxas (frete de R$ 4,40 + taxa administrativa de R$ 2,00)
Para comprar: www.tinyurl.com/MulherComprar
ELA SÓ PENSA EM DINHEIRO
Maya sempre foi a boa menina, e Camden, o garoto popular e bonito com nada além de diversão na cabeça. Ela nunca imaginou que um dia eles tivessem algo em comum. Mas quando comete o primeiro e grande deslize de sua vida, Maya descobre que Camden pode sim ter mais alguma coisa na cabeça: um plano elaborado, diabólico e genial que fará Maya mentir, enganar, trapacear e… ir às compras. Divertido e empolgante, Ela só pensa em dinheiro é o livro de estreia de Chery Cheva, roteirista da animação Uma família da pesada.
Ela só pensa em dinheiro
Cherry Cheva
Tradução de Natalie Gerhardt
Editora: Galera Record
288 páginas
Preço: R$ 27,00
Sinopse: O que pode acontecer quando juntamos…uma garota acima da média, um cara incrivelmente gato, uma multa altíssima e um plano que envolve alguma desonestidade e… muito dinheiro? Maya, a boa menina que trabalhava duro por horas no restaurante tailandês dos pais e ainda assim gabaritava todas as provas, e Camden King, aquele garoto bonito e popular com quem ela cruzava nos corredores — com um ego provavelmente muito maior do que o tamanho do seu cérebro, se juntam para resolver um grande problema, que pode colocar a família de Maya a beira de perder o restaurante. O problema é que eles não usam meios muito lícitos para conseguir juntar o dinheiro e pagar a dívida da família…
MULHER DE PAPEL
Neste livro, a jornalista Dulcília Buitoni analisa a representação da mulher na imprensa feminina brasileira, mostrando qual ideologia foi transmitida em mais de um século e em que medida a imprensa, como fator cultural, difundiu conteúdos que influíram na formação da consciência da mulher brasileira. Existe mulher de verdade nas revistas femininas? Como a mídia impressa vem mostrando a adolescente, a adulta e a mulher madura? Quais modelos são mais frequentes? Uma extensa pesquisa revela que a imagem da mulher na imprensa feminina brasileira é refletida segundo as conveniências da sociedade.
Mulher de papel – A representação da mulher pela imprensa feminina brasileira
Dulcília Schroeder Buitoni
Editora: Summus Editorial
240 páginas
Preço: R$ 57,60
Sinopse: A segunda edição – revista, atualizada e ampliada – chega quase trinta anos depois da publicação do primeiro livro, com mais dois capítulos redigidos para completar a linha do tempo da imprensa feminina brasileira. A obra aborda desde a mocinha casadoira e pouco alfabetizada de 1880 até a celebridade siliconada de 2001, mostrando como meninas, jovens e adultas estiveram e estão sob a influência poderosa da mídia impressa especializada. Fruto de uma tese de doutorado desenvolvida em 1980, o livro traz um levantamento histórico, incluindo informações e imagens a respeito dos diversos periódicos para mulheres na imprensa brasileira. Em que medida jornais e revistas difundiram conteúdos modeladores da consciência da mulher brasileira? Baseando-se no contexto sociocultural de cada época – de meados do século XIX até o começo do século XXI –, a autora mostra que a mulher ainda tem muito que fazer para deixar de ser representação e virar realidade. A reprodução de páginas e capas de algumas revistas permite visualizar as transformações na construção dos modelos de mulher…
SEXO INVISÍVEL
Neste livro, os autores apresentam uma nova visão sobre a pré-história, ao argumentar que foram as mulheres as responsáveis pela criação de meios essenciais para a sobrevivência, incluindo as roupas para climas mais frios, a agricultura, as cordas usadas em viagens muitos longas pela água e as redes usadas em caças coletivas. A mulher também desempenhou papel fundamental no desenvolvimento da linguagem e das habilidades sociais.
Sexo Invisível
J.M. Adovasio, Olga Soffer e Jake Page
Tradução de Hermano de Freitas
Grupo Editorial Record/Editora Record
312 páginas
Preço: R$ 49,90
Sinopse: No processo evolutivo, as fêmeas da espécie desenvolveram papéis mais complexos do que meras reprodutoras. No inovador Sexo Invisível, os autores — J.M. Adovasio, Olga Soffer e Jake Page — apresentam uma nova visão sobre a pré-história, ao argumentar que foram as mulheres as responsáveis pela criação de meios essenciais para a sobrevivência. Pela primeira vez, o lado feminino da evolução humana e da pré-história é analisado. Adovasio, Soffer e Page constatam que foram as mulheres as grandes organizadoras nos primeiros passos rumo às noções de civilização. Cabia a elas a confecção de roupas para climas mais frios, a agricultura, as cordas usadas em viagens muitos longas pela água e as redes usadas em caças coletivas. As mulheres também desempenharam papel fundamental no desenvolvimento da linguagem e das habilidades sociais. O livro retoma um passado povoado por um conjunto abundante de indivíduos. Pessoas que viveram e amaram, caçaram, coletaram, aprenderam a falar, cozinharam, costuraram, construíram, deslumbraram crianças com fabulosas lendas sobre seres míticos, brincaram, riram, adoeceram, se machucaram, choraram seus mortos, inventaram a religião. Os autores corrigem o relato histórico conhecido, que estabelece que as mulheres não participaram de forma relevante do nosso passado. Aqui, uma nova idéia de mulher pré-histórica é desenhada e implicações provocativas sobre questões contemporâneas de gênero são levantadas…
OS AMANTES DE MINHA MÃE
No aclamado romance Os amantes de minha mãe, Christopher Hope apresenta uma reflexão sobre a história da África do Sul no século XX através da relação conturbada entre uma mulher pioneira e seu filho. Kathleen Healey dá a partida no monomotor; o aparelho corre pela pista improvisada na savana. A aeronave a levará à aldeia onde ela dá aulas de tricô, sem deixar de fazer oferendas à líder da tribo, a Rainha da Chuva. Uma mulher muito à frente de seu tempo, Kathleen, sul-africana descendente de ingleses, risca incessantemente os céus da África desde a década de 20 até os anos 70. Luta boxe com Hemingway e caça búfalos. Quarenta anos depois, ao receber a notícia de sua morte, Alexander, seu filho único, decide retornar ao país natal, a fim de realizar seus últimos desejos.
Os amantes de minha mãe
Christopher Hope
Tradução de Léa Viveiros de Castro
Grupo Editorial Record/Editora Record
480 páginas
Preço: R$ 59,00
Sinopse: Em um romance comovente e lírico, o premiado escritor sul-africano Christopher Hope – finalista do Man Booker Prize e ganhador do Whitbread Award – traça um panorama da história da África do Sul no século XX, pelos olhos de uma autêntica e corajosa personagem feminina e de seu filho único. Mulher de hábitos peculiares, Kathleen Healey imaginava que a África era deserta e que pertencia a ela. Africana, descendente de ingleses e irlandeses, Kathleen era amante de tricô, caçava búfalos, pilotava aviões e certa vez lutou três rounds de boxe com Ernest Hemingway em um ginásio em Mombasa. Pousava seu avião onde e quando quisesse e transportava para o exílio militantes do CNA, o Congresso Nacional Africano, que fazia oposição ao regime de apartheid. Distribuía favores livremente e tinha amantes de diversos locais do mundo. Os homens que amou representam a história da África do Sul, desde a Guerra dos Bôeres, passando pelas guerras mundiais, até o fim do apartheid…
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