Pet Terapia: animais nos ajudam a superar doenças

Cena do filme Marley e eu, baseado em fatos reais
Cena do filme Marley e eu, baseado em fatos reais

Bichos de estimação são ótimos para ajudar no desenvolvimento da afetividade e responsabilidade em crianças  e para fazer companhia aos adultos, diz o senso comum e comprova a ciência.  Há cerca de dez anos, hospitais no Brasil experimentam a Pet Terapia, uso de animais como tratamento alternativo de doenças. Não se trata de fazer experiências com os coitados dos bichos, mas de fazer com que pacientes internados em clínicas e hospitais, principalmente as crianças, durante tratamentos longos, tenham nos bichinhos (cães na maioria dos casos) além de conforto, uma forma de desviar o foco do problema. Brincando com os animais, cuidando deles, o paciente esquece os incômodos do tratamento.

Lembrei desse tema porque recebi a dica de um livro escrito por uma autora infanto-juvenil, Helena Gomes, e lançado no início deste ano, com um título muito sugestivo: Nanquim – Memórias de um Cachorro da Pet Terapia. O personagem da historinha é inspirado num cão-terapeuta real, um labrador chamado Nanquim, que a autora conheceu em 2004, durante uma feira de saúde em Santos – SP.  Fiquei curiosa para ler e para saber mais sobre Pet Terapia.

Nanquim, personagem de Memórias de um cachorro de pet terapia, também é um labrador como o animal de estimação de Marley e eu
Nanquim, personagem de "Memórias de um Cachorro de Pet Terapia", também é um labrador como o animal de estimação do filme Marley e eu

Na obra, Helena Gomes – professora universitária, jornalista e autora de diversas obras infanto-juvenis lançadas pela Rocco, inclusive tem livros dela que foram escolhidos pelo governo federal para fazer parte do programa de distribuição de livros para bibliotecas públicas -, dá voz a um cãozinho muito inteligente e meio metido a besta, mas que adora ajudar todo mundo. O labrador Nanquim relembra seu tempo de pet-terapeuta, quando ” trabalhava” em um hospital infantil. Muito humor  e uma historinha comovente, além de bem didática, aguarda quem se aventurar pelas 48 páginas do livrinho. Para saber mais, veja abaixo as informações da obra e o site da editora Paulinas, responsável pela publicação.

Pesquisando a Pet Terapia, descobri que não é de hoje que os bichos ocupam posição de destaque no coração de seus donos. O estouro de bilheteria do filme Marley e Eu, de 2008, inspirado em fatos reais da vida de um jornalista americano e seu labrador hiperativo, é prova de que tudo o que envolve bichos, ainda mais os cães, comove e enternece. Juntar cães e crianças com certeza bate recordes no medidor de fofura. Foi justamente esse o grande saque dos inventores da Pet Terapia, técnica usada primeiro nos EUA e Austrália, trazida para o Brasil há uma década. Eles perceberam que levar bichos para dentro do hospital – claro que não é qualquer bicho, ninguém quer uma infestação de zoonoses – ajudava muito na recuperação dos doentes.

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Links úteis:

>>Reportagem em vídeo sobre uso de Pet Terapia em hospitais paulistas

>>Benefícios da Pet Terapia na Terceira Idade

>>Artigo sobre Pet Terapia do Instituto de Neurociências de SP

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Economia com remédios

De olho nos benefícios da Pet Terapia para baixar custos em contas hospitalares, uma seguradora australiana descobriu que em uma unidade de saúde de Sidney, os pacientes que recebiam a tarefa de cuidar de um bicho de estimação durante a internação, saiam do hospital dois dias antes e consumiam menos remédios do que aqueles que enfrentavam uma internação convencional.

Em 2000, uma pesquisa feita nos EUA mostrou que 57% dos dois mil entrevistados na ocasião, escolheriam  o seu cachorro, em detrimento de qualquer outro membro da família, caso estivessem num navio prestes a naufragar e só pudessem salvar uma vida. Isso não é prova de que os americanos são malucos, é prova de que animais de estimação ocupam bem mais espaço nas nossas vidas do que um cantinho no quintal ou na área de serviço. Na mesma ocasião, a revista Aids Care, publicação médica norte-americana, revelou que portadores de HIV que tinham bichos de estimação estavam menos propensos a sofrer de depressão do que aqueles que viviam sozinhos. No próprio tratamento da depressão, os animais são grandes aliados de seus donos.

Aqui no Brasil, as experiências com pet-terapeutas são feitas em asilos, creches e unidades de saúde como o Hospital da Criança em SP e o Hospital Geral de Santos, há pelo menos dez anos.

Pesquisa da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, realizada no Hospital Infantil Cândido Fontoura, envolvendo 330 crianças internadas, mostrou a redução do estresse e a melhoria do sono entre aquelas que recebiam visitam frequentes de cães-terapeutas.

Mas, volto a repetir, não é simplesmente levar qualquer cachorro para dentro do hospital que vai resolver o problema. Os cães terapeutas são animais saudáveis, que passam por avaliação física e psicológica; também são vacinados e treinados para a função. Os animais precisam ainda ser calmos, dóceis e disciplinados; além de ter acompanhamento veterinário. Inclusive, um especialista da área acompanha as sessões de pet terapia nos hospitais.

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Para ler:

capa-nanquimMemórias de um Cachorro da Pet Terapia
Autora: Helena Gomes
Ilustrações: Semíramis Paterno
Editora: Paulinas – www.paulinas.org.br
Ano: 2009
Páginas: 48
Preço: R$ 22,80

Mais informações sobre o livro clique aqui.

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