Li bastante a respeito do tema. Imprimi um capítulo do livro, inclusive, para analisar cuidadosamente a forma como a autora organiza suas colocações e ensina a língua portuguesa, antes de vir aqui abrir a discussão e expor minha opinião. E para começar, vou contextualizar, colocando logo abaixo uma das partes consideradas polêmicas no livro e alvo de grande comoção da mídia:
“Você pode estar se perguntando: “Mas eu posso falar ‘os livro’?” Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas. O falante, portanto, tem de ser capaz de usar a variante adequada da língua para cada ocasião“.
No entanto, também é indispensável conseguir entender que tudo tem o seu tempo, inclusive quando estamos tratando da educação. Para que possamos começar a discutir formas de expressão linguística, entendo eu, precisamos, primeiramente, dominar a norma culta. O cerne da questão é que temos um problema sério na educação brasileira e, antes de polemizar, precisamos resolver este problema.
Não acredito que crianças e adolescentes tenham maturidade suficiente para discutir preconceito linguístico. Até porque, as bancas que corrigem redação do Enem, do vestibular ou de qualquer concurso público, por exemplo, não vão considerar o argumento do preconceito linguístico para aumentar a nota de aluno algum. Também se quiserem prestar um exame em outro país de língua portuguesa, tampouco este argumento será viável.
Eu não sou contra que um livro sobre a língua seja abrangente a ponto de incluir discussões tão relevantes sobre as variedades linguísticas e formas de comunicação. O que eu repudio
Hoje, os brasileiros mal sabem falar, mal sabem escrever. Concordância, regência e crase, por exemplo, viraram bicho-papão. Difícil hoje em dia ler um texto inteiro sem que identifiquemos um erro de português pelo menos. E precisamos, sim, de um parâmetro, que é a norma culta. E, ao meu ver, precisamos dominá-la antes de levantarmos qualquer bandeira.
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