Você já imaginou alguém que tenha desenvolvido aversão ao pênis? Pode até parecer uma piada de mau gosto, mas o problema existe. É uma doença rara conhecida como falofobia. Os sintomas são muitos: a pessoa tem taquicardia, fica paralisada, sente tremores, sudorese e pode até desmaiar. São características próprias da síndrome do pânico ou de uma fobia qualquer. Mas neste caso, os sintomas representam um medo irracional do órgão sexual masculino e das situações a ele associadas.
A princípio, é comum imaginarmos que essa é uma doença típica de mulheres vítimas de agressão sexual. Um grande equívoco. A falofobia atinge tanto mulheres quanto homens, ainda que não haja qualquer tipo de episódio traumático relacionado a disfunção sexual. O problema vai além da aversão à relação sexual. Psicólogos e sexólogos explicam que a vítima da falofobia pode desenvolver um medo de olhar para o pênis, esteja ele ereto ou não, chegar perto ou até mesmo imaginar uma relação sexual, a depender do grau da doença.
A causa da fobia ainda intriga especialistas. Os profissionais da área tentam compreender a falofobia dentro do contexto das fobias em geral. E um dos principais componentes da fobia é a ansiedade. Mas não há como especificar a razão desencadeadora do problema, representado pelo medo mórbido irracional, desproporcional persistente e repugnante ao pênis. Lendo um artigo de uma especialista no assunto, ela relata que, em dez anos de profissão, apenas assistiu a um caso da doença, para vocês verem o quanto é rara.
Tratamento – De qualquer forma, é muito importante conhecermos a fobia, até porque em muitos casos há uma dificuldade grande em identificar o problema. Além disso, como ainda há uma série de tabus com relação ao sexo, muitos problemas acabam guardados a sete chaves pelos seus portadores, por puro receio de ter de admiti-los a um estranho. Porém, o mais importante é saber que a falofobia tem tratamento, principalmente a questão psicológica. É preciso, no entanto, um esforço pessoal do indíviduo, a vontade de dar andamento ao tratamento. E tudo isso vai começar com o ato de assumir a enfermidade e conversar sobre ela com o especialista, para que sejam identificados e tratados seus sintomas.
>> O que fazer: procure imediatamente um psicólogo especialista em sexualidade ou um psicanalista na mesma área. Já vai ser um começo.
Nas pesquisas pela rede, consegui achar algumas propostas de tratamento para a falofobia. Uma delas, que já é utilizada no tratamento das fobias em geral, é por meio da terapia cognitiva comportamental. Consiste na identificação do nível de ansiedade do indivíduo para, a partir daí, tratar suas reações e conseguir a superação aos temores de forma gradativa. Conjuntamente, faz-se um trabalho com a história de vida da pessoa, a sexualidade. Isso porque a falofobia pode até ter relação com a questão da educação sexual da criança.
Principal mesmo é que a pessoa que identifique qualquer um dos sintomas relatados acima procure um especialista. A nossa sociedade ainda guarda muita resistência quando o assunto é sexo. E, pior que isso, as pessoas acabam interiorizando estas questões sociais e optam por esconder o problema. A atitude dos pacientes, neste caso, é fundamental para que o médico identifique a doença e comece o tratamento de forma imediata. E se o paciente tem dificuldade de falar, recomendam os especialistas, é essencial que ele trate primeiro esta dificuldade em se abrir, para depois partir para o tratamento da fobia.
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