Arquiteta conta em livro como passou a própria vida à limpo

Símbolo universal da reciclagem

Tirei o dia para “filosofar” sobre a diferença entre mudança frequente (uma necessidade humana para espantar o tédio) e instabilidade, ao menos na minha visão. Acabei publicando o post no Mar de Histórias (quem quiser pode ler aqui). Depois, vasculhando os emails do Conversa, na garimpagem para selecionar entre as montanhas de releases diários as coisas bacanas para mostrar a vocês, me deparei com essa dica de leitura que vai abaixo. Por ser de um livro autobiográfico e que foca justamente em mudanças, divido com quem tiver interesse:

O livro se chama Mulheres Reciclando a Alma (Editora Grão), de autoria da arquiteta paulista Simone Romano. Tem 80 páginas, dá para ler de um só fôlego e a julgar pela sinopse enviada ao blog, parece dos tais de pegar e não largar.  Fiquei interessada e vou procurar pelas livrarias aqui de Salvador. Sou bibliófila, coleciono livros. Meu filho me chama de bibliofagos (“come livros”, numa referência ao nome científico da traça).

Mulheres Reciclando a Alma parte da experiência pessoal de Simone Romano. A sinopse da editora diz o seguinte: “Depois de 20 anos trabalhando dia e noite como arquiteta, se alimentando mal e sob alto nível de estresse, ela decidiu tirar um ano sabático para repensar toda sua vida e o rumo de suas decisões. O resultado pode ser conferido neste livro, onde a autora apresenta, em narrativa simples e bem-humorada, os desafios da mulher moderna, aquela que se vê na obrigação de ser a supermulher, supermãe, superbonita e superprofissional, tudo ao mesmo tempo”.

O tema parece batido, mas a abordagem pessoal é que promete ser a cereja do bolo. A experiência do feminino nunca é igual de uma mulher para outra, embora existam pontos de intersecção nas vivências e experiências de cada uma de nós. Eu penso assim.

Voltando ao material da editora, na obra, “as narrações incluem passagens divertidas e peculiares vividas pela personagem Tina, como o dia em que conheceu Silva, responsável pela limpeza da rua. No diálogo, Tina aprende sobre a importância da coleta seletiva e a separação correta dos materiais. O trecho faz uma analogia sobre a importância de cuidarmos bem de nós mesmos, assim como do planeta”.

Simone é também a autora dos desenhos do livro e o processo de criação foi feito a partir de uma espécie de diário, no qual anotava e desenhava livremente suas experiências diárias durante os períodos de maior reclusão, chamado pela autora de ‘fase ostra’.

E então, parece ou não promissor?

Ficha Técnica:

Mulheres Reciclando a Alma

Texto e ilustrações: Simone Romano

Editora Grão

80 páginas / Preço: R$ 38,00

Leia Mais

Especial Dia da Criança: Preservação ambiental

Nesta terça, 12, para os historiadores é o Dia do Descobrimento da América, ao menos, essa é a data em que o navegador Cristovão Colombo desembarcou na atual São Salvador (capital de El Salvador), na América Central, em 1492. Para os católicos, 12 de Outubro é o Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. O feriado é por conta da data religiosa. Mas, para a maioria da população (incluindo uma fatia considerável de gente que vive do comércio), é o Dia da Criança. Na verdade, a data ligada aos guris de todo o mundo, oficializada pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), é o 20 de novembro. Nesse dia, em 1959, a ONU estabeleceu a Declaração dos Direitos da Criança. No Brasil, o 12 de outubro foi instituido por decreto, em 1924, pelo presidente Arthur Bernardes.

Dia 12 de Outubro reúne três datas comemorativas. Aqui uma montagem simbolizando as três com imagem de Nossa Senhora Aparecida; reprodução do quadro Pipas, de Cândido Portinari, que mostra crianças brincando; e uma gravura com representação do navegador Cristovão Colombo

Calendário a parte, o blog Conversa de Menina foca no Dia da Criança nestas segunda e terça-feiras, porque independente dos presentes e da correria nos shopping centeres, criança significa perspectiva de futuro. Para nos ajudar na empreitada, selecionamos sete artigos enviados ao blog, todos escritos por especialistas em áreas diversas, que abordam a infância em diversos temas como consumo, meio ambiente, sexualidade, relações familiares, educação e etc. O primeiro da série apresenta um projeto ambiental desenvolvido em São Paulo, mas que pode ser adotado por educadores do resto do país, pois a questão ambiental é universal. Confiram e esperamos que gostem da série:

A formação do caráter da criança e a preservação ambiental

*Mayara Cristiane Ribeiro e Cristiane Claro

A disposição incorreta dos resíduos gerados pela nossa sociedade tem se mostrado um problema grave. E aqui não tratamos da questão dos lixões abarrotados ou da falta de coleta em diversos pontos de nossa cidade. Falamos daqueles que jogam seus resíduos em terrenos abandonados, que largam o sofá velho no meio da calçada ou jogam o papel de bala no chão. É difícil encontrar um ponto da cidade em que as ruas não estejam cheias de lixo, mesmo com as diversas lixeiras espalhadas pelas calçadas.

Uma grande preocupação é o fato de toda criança se espelhar em um adulto para moldar suas ações e seu caráter. Ao crescer num ambiente sujo e poluído e presenciar as ações dos adultos em detrimento desse ambiente, as crianças assumem a situação e o comportamento como padrão, imitando e contribuindo ainda mais para a perpetuação dessa condição.

Pensando na nossa responsabilidade em relação à educação dessas crianças surgiu o projeto “Brincar e Reciclar é Cooperar”. Baseado na ideia de que a reciclagem, a cooperação e o cuidado com o meio ambiente são essenciais para o bom desenvolvimento da formação da criança, o projeto busca, por meio de atividades lúdicas, trazer a questão da reciclagem e a preocupação com a qualidade do meio ambiente para o seu dia-a-dia. Desde seu início, em 2008, o projeto já atendeu a mais de 10 mil crianças, sendo que, somente esse ano, já ultrapassamos os 4 mil participantes.

O símbolo universal da reciclagem

As atividades se iniciam com uma peça teatral interativa que aborda diversas questões sobre a temática da preservação ambiental, como: destinação correta do lixo, reciclagem, coleta seletiva, consumo consciente, higiene, entre outras práticas sociorresponsáveis. Em seguida, são oferecidas oficinas variadas. Entre elas, podemos citar a oficina de construção de brinquedos a partir de materiais recicláveis e a oficina de construção de terrário. A primeira trata diretamente da questão da geração e disposição dos resíduos. Utilizando materiais como embalagens, retalhos de papel, varal, entre outros, as crianças dão vida a brinquedos que podem ir desde uma boneca a um jogo matemático. Já a segunda oficina trata da importância da preservação do nosso ambiente e da manutenção dos ciclos naturais para o funcionamento do nosso planeta.

Um aspecto importante abordado nas oficinas é o consumo consciente. Muitas vezes, o consumo é ligado apenas ao ato da compra, mas essa é apenas uma etapa da ação. Antes dela, temos que decidir o que consumir, por que consumir, como consumir e de quem consumir. O consumidor consciente busca o equilíbrio entre a sua satisfação pessoal e a sustentabilidade do planeta. Ele também reflete a respeito de seus atos de consumo e como eles irão repercutir não só sobre si mesmo, mas também sobre as relações sociais, a economia e a natureza.

Imagem de historinha da Turma da Mônica sobre coleta seletiva

Por meio das oficinas, trazemos a questão do consumo consciente para a realidade das crianças. Tratamos da importância dos atos delas para a sustentabilidade, uma vez que, desde cedo, consumimos diversos bens e serviços. Além disso, apresentamos a reciclagem como uma alternativa sustentável ao consumo desenfreado, colaborando com a redução do uso de recursos do nosso planeta.

E é dessa forma, com diversão, educação e bons exemplos, que pretendemos comemorar o Dia das Crianças. Durante o mês de outubro, levaremos o projeto para diversos municípios, atendendo a cooperativas, escolas e à comunidade. É nosso objetivo mostrar que brincando e reciclando as crianças podem cooperar com a melhoria da qualidade do nosso ambiente.

Sabemos que uma iniciativa local não é capaz de impactar o mundo inteiro. Mas acreditamos que, se cada um se preocupar em preservar e manter o pouco que temos à nossa volta, é possível, a partir de iniciativas individuais, alcançar um resultado global.

*Mayara Cristiane Ribeiro é analista de projetos e Cristiane Claro é coordenadora do Núcleo de Educação em Cooperativismo, Saúde e Meio Ambiente do Sescoop-SP

**Material encaminhado ao blog pela Ex-Libris Comunicação Integrada e publicado mediante citação da autoria e respeito a integridade do texto.

Leia Mais

Onde descartar pilhas e baterias?

Reciclagem de pilhasGente, este post foi uma sugestão de uma pessoa muito querida. Enquanto conversávamos sobre o assunto, depois de encontrarmos várias pilhas velhas espalhadas pela casa, ela sugeriu que o Conversa de Menina publicasse um post com os locais onde é possível descartar em Salvador estes materiais tão nocivos ao meio ambiente, os chamados lixos tecnológicos. Normalmente, o que as pessoas fazem é simplesmente jogá-los no lixo comum, junto a papéis, plásticos e material orgânico. Primeiro que, inicialmente, por que não começar a reciclar o próprio lixo caseiro? Parece uma tarefa complexa, mas nem é. Você pode apenas indicar sacos específicos para cada tipo de material (vidros, plásticos, papel, orgânico), ou comprar cestos bonitos para fazer o mesmo. Uma tarefa tão simples que vai ajudar tanto ao meio ambiente.

Mas a ideia aqui é falar da reciclagem das pilhas gastas e baterias de, por exemplo, aparelhos celulares. O descarte inadequado destes materiais geram impactos bastante negativos ao meio ambiente e à saúde humana. Por causa disso, o Conselho Nacional do Meio Ambiente, o Conama, decidiu editar a Resolução 401/08, revogando a resolução anterior, a 257/99, e estabelecendo critérios e padrões para o gerenciamento ambientalmente adequado destes materiais. Mas apesar da lei, ainda é muito deficiente esta coleta em todo o Estado da Bahia. Em Salvador, por exemplo, pouco se ouve a respeito de locais que façam esse tipo de coleta especializada. E, portanto, se você conhece algum local para o qual possamos levar pilhas e baterias inutilizadas, por favor deixe um comentário, para que possamos divulgar estas informações.

=======================
>> Vídeo: veja como descartar corretamente pilhas e baterias (A TARDE On Line)
>> Análise do Inmetro de pilhas alcalinas e zinco-manganês
=======================

Programa Papa PilhaEnquanto isso, o que podemos fazer é levar as pilhas e baterias a uma das agências do Banco Real, que deu início ao Projeto Papa Pilhas. É um programa de reciclagem de material tecnológico que contém substâncias prejudiciais, como cádmio, mercúrio, níquel, chumbo, presentes em pilhas, baterias de celulares, relógios, câmeras, controles remotos etc. Estes produtos químicos contaminam solos, rios e lençóis freáticos, impossibilitando a sua utilização, além de causar danos a fígado, rins e pulmões, por exemplo. Só para dimensionarmos a importância do programa, só em 2008 foram tratadas 127 toneladas desse material (três vezes mais que em 2007). Em todo o Brasil, são quase dois mil postos de coleta espalhados. Então, é bem possível que haja um posto bem pertinho de sua casa, ou no caminho do trabalho. (Encontre a agência do Banco Real mais próxima de você –  você pode dar uma ligadinha antes para saber se a agência já instituiu o projeto, antes de ir até lá).

A reciclagem é feita pela empresa Suzaquim Indústrias Quimicas Ltda, localizada em Suzano (São Paulo). Todas as pilhas e baterias recolhidas pelo projeto Papa Pilhas são enviadas para lá. O processo de reaproveitamento começa pelo desencapamento dos materiais, e seus metais são levados a forno industriais, com temperaturas bastante altas. Estes fornos são especiais, porque precisam de filtros para impedir a emissão de gases poluentes ao meio ambiente. Os sais e óxidos metálicos obtidos nestes processos são utilizados no processo de produção de refratários, vidros, tintas, cerâmicas e química em geral, sem qualquer tipo de risco.

=======================
Danos
=======================

Reciclagem Uma pilha jogada aleatoriamente na natureza pode levar séculos para se decompor. Os metais pesados, por sua vez, não se degradam. Os materiais tóxicos podem vazar, em contato com a umidade ou calor, por exemplo, e sair contaminando tudo. Imaginem o estrago? Penetram no solo, com a ajuda das chuvas, atingindo córregos e riachos por meio da água subterrânea. Com a água contaminada, o problema chega aos animais e às plantações, via consumo direto e irrigação agrícola. Quanto aos metais pesados, eles se acumulam no corpo humano e a grande diferença entre eles e outros agentes tóxicos é exatamente que eles não são sintetizados nem destruídos pelo homem, o que significa que o organismo vivo é incapaz de metabolizar ou eliminar estas substâncias, que só fazem mal à saúde.

=======================
Mercado paralelo
=======================

Se produzidas com as especificações do Conama, já representam riscos á saúde humana e ao meio ambiente, o que falar dos produtos do mercado paralelo, despejados irregularmente no comércio e consumidos comumente pela população, que desconhece os riscos. Estas pilhas são altamente tóxicas e não podemos imaginar que a fiscalização oficial vai dar conta de barrar este tipo de comercialização. Como consumidores, precisamos ficar atentos a estes detalhes e exigir clareza nas informações sobre a origem do produto. Isso porque estas pilhas possuem até sete vezes mais a quantidade de metal pesado permitida. E elas representam, de acordo com estimativas da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), 40% de todas as pilhas vendidas no País.

=======================
Dicas sobre o uso correto de pilhas e baterias*
=======================

-Colocar pilhas na geladeira não aumenta a carga, ao contrário, quando expostas ao frio ou calor o desempenho pode piorar.
-Na hora de trocá-las em um equipamento, substitua todas ao mesmo tempo.
-Retire-as se o aparelho for ficar um longo tempo sem uso, pois podem vazar.
-Não misture pilhas diferentes (alcalinas e comuns; novas e usadas). Isso prejudica o desempenho e a durabilidade.
-Prefira as pilhas e baterias recarregáveis ou alcalinas. Apesar de custarem um pouco mais, têm maior durabilidade.
-Guarde as pilhas em local seco e em temperatura ambiente.
-Nunca guarde pilhas e baterias junto com brinquedos, alimentos ou remédios.
-Não exponha pilhas e baterias ao calor excessivo ou à umidade. Elas podem vazar ou explodir.
-Pelas mesmas razões, não as incinere e, em hipótese alguma, tente abri-las.
-Nunca descarte pilhas e baterias no meio ambiente e não deixe que elas se transformem em brinquedo de crianças.
-Evite comprar aparelhos portáteis com baterias embutidas não removíveis.
-Compre sempre produtos originais. Não use pilhas e baterias piratas.

*Fonte: site do projeto Papa Pilhas.

Leia Mais