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redes sociais
Artigo: A comunicação convergente e os mitos da nova tecnologia
Hoje me aconteceu uma coisa engraçada no trabalho. Um colega, que sabe que sou editora de internet e blogueira, me mandou um scrap pelo nosso “msn corporativo”, me pedindo para ajudá-lo a entrar em uma comunidade virtual. Expliquei como funcionava e para que servia a comunidade em questão e ele ficou bastante animado com a possibilidade de trocar informações com pessoas desconhecidas e de fora de Salvador sobre a sua área de cobertura jornalística. Coincidentemente, ao chegar em casa, encontrei no meu email o texto abaixo, escrito pelo também jornalista Gustavo Schor. Coincidências não existem, diriam os místicos, e por isso, trago o artigo de Schor aqui para o blog, para ajudar a esclarecer quem, assim como o meu colega, está entrando no universo das comunidades on line pela primeira vez. As reflexões – lógico! – servem também para quem já é “rato de internet”. Ao menos para mim, é sempre bom refletir sobre a nossa cultura pós-contemporânea e em permanente conexão. Aproveitem as lições!
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**A comunicação convergente e os mitos da nova tecnologia
*Gustavo Schor
Redes sociais não existem. Ou, melhor, existem desde sempre. Pelo menos desde que os primeiros australopitecos estabeleceram relações afetivas e conseguiram demonstrar isso de maneira objetiva, segundo códigos que puderam ser apreendidos pelo grupo e reproduzidos sistematicamente. Talvez mesmo antes, o “elo perdido” já pudesse interagir – racionalmente – com os de sua espécie e com outras entidades do mundo físico.
O que não há é o advento da “rede social” enquanto decorrência do avanço tecnológico, das plataformas de troca de dados por meio dos sistemas digitais online. Esta definição, que internacionalmente consagrou o fenômeno dos espaços virtuais agregadores de pessoas (ou perfis) e que proporcionam a interação remota entre elas, é nada mais do que o exercício da capacidade humana do relacionamento, só que agora em um novo terreno midiático.
Claro que o Twitter, o Facebook, o Orkut e similares só foram possíveis por conta do amadurecimento tecnológico dos meios de comunicação. Mas o fato é que este avanço configurado no aumento do espectro de possibilidades gerado pela internet não é um acontecimento social – no sentido de exprimir o significado sociológico de relacionamento – mas simplesmente um amplificador de uma característica inerente aos seres humanos: comunicar e estabelecer relações de reciprocidade entre si e com as coisas do mundo.
Chamar estas plataformas de comunicação de “redes sociais” é, portanto, um pouco de exagero. Sem dúvida elas se prestam ao que trazem na nomenclatura, proporcionar o relacionamento entre pessoas. Mas não são, definitivamente, redes sociais: são, sim, espaços virtuais para o interação daqueles que utilizam tais meios como forma de encontrar outros membros do mesmo serviço. Ou seja, são mais um ambiente para colocar em prática o desenrolar, a evolução e constante modificação dos embates psicossociais dos integrantes destas redes – que não são tecnológicas, mas humanas.
E esta interação acontece nestes espaços, assim como acontece na rua, em supermercados, nas escolas, no trabalho. A internet criou apenas mais um palco para que pessoas encontrem outras. Certamente este novo campo tem suas especificidades e regras que permitem a ordenação semântica das mensagens trocadas e do relacionamento ali travado. Mas o mesmo acontece com todos os outros espaços da prática social.
No trânsito, por exemplo, precisamos interpretar um farol vermelho como o comando para parar; na internet, em algumas destas plataformas mencionadas, se eu não clicar em “adicionar contato”, não será possível dizer “oi” para a pessoa com quem quero me comunicar. Se não parar ao sinal vermelho, posso causar um acidente ou então receber uma multa; se enviar uma mensagem a um membro do Orkut sem adicioná-lo como contato e sem ter a certeza de que “tenho este direito”, posso ser ignorado ou até bloqueado por aquele a quem endereço a mensagem.
Existem milhares de possibilidades em um e outro sistema. O ponto é que cada um deles tem seus mecanismos de interação predeterminados. E todos que compartilham daqueles modelos devem seguir as respectivas estruturas de significação a fim de que seja possível a interação entre os membros.
O nome do meio, todavia, pouco importa. Chamar o Twitter de “rede social” não interfere na finalidade ou nas conseqüências de seu uso. Este exercício retórico, no entanto, se presta a uma análise mais cautelosa dos mitos que permeiam o estabelecimento das plataformas de comunicação e seu estudo.
A primeira conclusão a que se pode chegar é que as tais redes sociais não são em si um índice de evolução tecnológica (embora dependam dela, assim como dependeram todas os outros artefatos que suportam a comunicação, como o telégrafo e o telefone). São, em verdade, um item importante que denota a evolução dos mecanismos de comunicação.
O avanço da tecnologia proporciona a criação de novos braços, de novos tentáculos para a interação humana e amplificam imensamente a capacidade de profusão e absorção de informação. E seu o impacto não é sobre a tecnologia, mas sobre as estruturas de comunicação.
Em seu livro Cultura da Convergência, Henry Jenkins descreve de maneira muito didática e instigante este fenômeno. Seu argumento principal se baseia no rompimento de uma dos mais importantes lendas que circundam o progresso tecnológico, que é o das novas plataformas de comunicação suplantando as antigas. Jenkins tem uma visão absolutamente pluralista e propõe que, diferente das profecias da extinção dos meios, o que deve acontecer é a convergência multimidiática dos mecanismos. Daí, conforme seu raciocínio, o estabelecimento de novos paradigmas de comunicação e a reinvenção dos suportes de mídia de maneira complementar e proporcionando novas significações técnicas e socioculturais.
Ou seja, ele entende que a televisão não vai acabar por conta da internet, assim como a internet não vai inventar um novo modelo de comunicação em vídeo: o acoplamento das duas propostas vai criar uma terceira via, com a possibilidade de novas ferramentas e de mecanismos de interatividade. E isso, por sua vez, deve reconfigurar a maneira pela qual as pessoas se apropriam da comunicação em vídeo, vai determinar um novo modelo de raciocínio comunicacional e que, por fim, vai gerar impactos na economia, na arte, nos modos de consumo e no relacionamento entre pessoas e o mundo como um todo.
Como explica Jenkins, “a convergência das mídias é mais do que apenas uma mudança tecnológica. A convergência altera a relação entre tecnologias existentes, indústrias, mercados, gêneros e públicos. A convergência altera a lógica pela qual a indústria midiática opera e pela qual os consumidores processam a notícia e o entretenimento.”
Na apresentação do mesmo livro, o produtor Mark Warshaw nos traz outra reflexão sobre a mudança de paradigma no consumo de informação e entretenimento. E ironiza o discurso apocalíptico dos entusiastas das tecnologias midiáticas (aqueles que entendem o avanço da mídia enquanto tecnologia, não como fenômeno determinante das relações sociais): “O comercial de 30 segundos morreu. A indústria fonográfica morreu. As crianças não assistem mais à televisão. As velhas mídias estão na UTI. Mas a verdade é que continuam produzindo música, continuam veiculando o comercial de 30 segundos, um novo lote de programas de TV está prestes a estrear, no momento em que escrevo estas linhas – muitos direcionados a adolescentes. As velhas mídias não morreram. Nossa relação com elas é que morreu. Estamos numa época de grandes transformações, e todos nós temos três opções: temê-las, ignorá-las ou aceitá-las.”
O interessante da observação de Jenkins é a paulatina reinvenção dos meios. Ele fundamenta seu raciocínio na relação entre três conceitos basais da comunicação contemporânea, que pautam toda a avaliação sobre os casos práticos apresentados em sua obra: a convergência dos meios, a cultura participativa e a inteligência coletiva.
Por convergência das mídias, Jenkins toma a expressão da informação em múltiplos suportes. Ele dá um exemplo bastante pitoresco: a associação de Osama Bin Laden com um personagem de Vila Sésamo, decorrente da brincadeira de um jovem norte-americano. A montagem feita pelo adolescente percorreu o mundo em diversos formatos e com diferentes finalidades. Foi descoberta na internet por um militante islâmico que, sem conhecer o verdadeiro sentido da brincadeira e mesmo o tal personagem da TV, estampou a imagem criada pelo americano em faixas de protesto. Tais cartazes foram filmados pela CNN e voltaram ao ocidente em forma de matéria jornalística transmitida pela televisão. Os criadores da série Vila Sésamo execraram a ligação indevida do personagem com o terrorista e ameaçaram entrar na justiça (sabe-se lá contra quem).
Cultura participativa, conforme o professor Jenkins, é a interação dos atores sociais envolvidos no processo de comunicação, como emissores e receptores das mensagens e atuando em papeis distintos, em diferentes situações – e variando esta atuação indefinidamente tanto quanto assumem diferentes papeis sociais. É o caso de um executivo de uma empresa, que em determinado momento é telespectador, noutro, formador de opinião, num terceiro, pai de família e que interage com a professora de seus filhos numa reunião escolar. Esta professora também é mãe, tem seus filhos na mesma escola (e são colegas dos filhos do executivo), e consumidora crítica, quando, em dado momento, posta na internet comentários sobre um produto que, por acaso, é a marca líder da empresa na qual o pai de seu aluno é diretor de marketing.
Finalmente, se apropria do termo “inteligência coletiva”, cunhado pelo teórico francês Pierre Levy, para definir a malha amorfa de informação e conhecimento que é resultado da confluência do pensamento e da participação de muitas pessoas, em ambientes diversos e com propósitos não necessariamente relacionados. É o grande “banco de dados” coletivo que possibilita o armazenamento e a troca de informação infinita sobre qualquer tema em qualquer lugar. Ele explica que isso acontece porque ninguém pode saber tudo: cada um de nós sabe alguma coisa. Juntando-se estas peças temos a inteligência coletiva. A internet é o advento da comunicação capaz de elevar este sentido a sua milésima potência.
Unindo-se o tripé proposto por Jenkins, temos as bases da comunicação de hoje, num mundo guiado pela renovação infinita dos meios e dos conceitos. E aqui volto ao assunto das redes sociais. Não seriam elas muito mais mecanismos convergentes de interação do que propriamente redes? As ditas redes sociais, na verdade, são alguns dos alicerces que sustentam este novo modelo de comunicação.
Os Twitters, Facebooks e Orkuts, são, sim, as expressões mais nítidas e propositoras da realidade mais atual da convergência midiática. É aí que está a beleza e a riquíssima contribuição destas plataformas: ser o ambiente que proporciona o relacionamento humano em perspectiva multimídia, com a possibilidade de criação e reconfiguração dos discursos e da própria cultura num plano mediado em constante transformação. É o espaço da revisita, da releitura, da paráfrase de si e dos outros e o resultado da ação de muitas mãos.
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*Gustavo Schor é gerente de Comunicação do escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados, é jornalista formado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, especialista em Jornalismo Econômico pelo Departamento de Ciência Política da Universidade de Brasília e pós-graduando em Gestão Integrada da Comunicação Digital pelo Núcleo Digicorp da ECA/USP. Trabalha com meios online desde a primeira grande bolha da internet, no final da década de 90, com atuações em Agência Estado, Terra, UOL, Reuters e outros veículos da imprensa digital.
**Texto encaminhado ao blog para publicação pela Cia da Informação.
Redes Sociais: uma nova interação com o mercado
Começamos 2010 – após o recesso de virada de ano – com um post mais focado no mundo dos negócios. Afinal, este é o ano do ambicioso tigre, o ano que promete muitas realizações de projetos pessoais e corporativos. O tigre é bom estrategista, é persistente e portanto, vamos usar a influência do felino para desengavetar aquelas ideias que podem dar uma guinada na nossa vida profissional, que tal? Como jornalistas, vivemos em contato permanente com a opinião alheia, sejam especialistas ou leitores das mais diversas áreas. Como blogueiras, compartilhamos um pouco dos pensamentos de vocês. Mas, sabiam que o que vocês dizem na rede está sendo monitorado? Sim, vivemos no big brother previsto por George Orwell em 1984, livro emblemático e profético sobre um futuro em que todas as nossas relações seriam vigiadas (para o bem e para o mal). O advento da internet mostra que Orwell não era nenhum visionário maluco e as redes sociais só confirmam. Agora, juntando o ano do tigre (ênfase nos negócios) com as redes sociais, temos o artigo abaixo, escrito pelo analista de sistemas Samuel Gonsales. No texto, ele analisa a importância dessa “vigilância” estilo big brother, possível em boa parte graças às redes sociais, para o desenvolvimento das marcas e corporações. Empresas de RH dão uma checada no orkut dos colaboradores. E mesmo que exista uma polêmica jurídica por trás da questão, a verdade é que cada vez mais a nossa vida se torna pública (mais uma vez, para o bem e para o mal). Marcas de produtos e empresas prestadoras de serviço não querem ter seus nomes em boca de matilde, mas ficam atentas ao que dizem os usuários e clientes. Quantas vezes você, antes de viajar, checou se em alguma comunidade do orkut ou do facebook comentaram sobre o hotel ou pousada onde pretende se hospedar? Quantas vezes já deixou de comprar uma marca de cosméticos porque leu num blog que aquele produto provoca acne em determinado tipo de pele? Lógico que, confiabilidade é a palavra de ordem nesse tipo de situação. E responsabilidade social também. Não dá para ser leviano e sair falando mal de todo mundo só pelo prazer de prejudicar essa ou aquela empresa. Mas eu, particularmente, costumo ler blogs onde alguém testou e aprovou, ou reprovou, determinado serviço. É a opinião de alguém como nós que buscamos e as empresas sabem a importância disso. É a velha propaganda boca a boca, só que potencializada pela realidade virtual.
Aos que se interessam pelo tema, confiram o artigo de Gonsales:
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Redes Sociais: uma nova interação com o mercado
*Samuel Gonsales
Redes sociais são modelos de relacionamentos criados ou expandidos a partir de ferramentas da internet, com o objetivo de conectar pessoas de todo o mundo por meio de suas afinidades, gerando amizades, comunicação e vínculos sociais. Essa experiência se dá pela criação de perfis com exibição de textos (pensamentos, comentários, etc.), imagens, músicas, fotos e vídeos pessoais.
Mais do que a exibição de um perfil, as redes sociais buscam um novo comportamento das pessoas para garantir compartilhamento de idéias e colaboração mútua. Não obstante os aspectos citados acima, é preciso destacar ainda que a opinião de cada indivíduo é cada vez mais valiosa, e que através das redes sociais, podemos aprender a ouvir nossos amigos, clientes, colaboradores, fornecedores, comunidade local e concorrentes, para que possamos entender suas opiniões, peculiaridades e características.
A palavra de ordem das redes sociais é interação. Comparando a internet com outros meios de comunicação em massa como televisão, rádio e jornal, estes deixam muito a desejar na interação com seu público.
A experiência única de rever amigos distantes, ou conhecer pessoas que curtem e conhecem coisas que também admiramos, é feita por meio de páginas da internet onde as pessoas se cadastram, tornando-se membros e passando a compartilhar sua vida ou parte dela com outras pessoas.
Vale ressaltar, também, que as redes sociais estão promovendo desenvolvimento social, idéias inovadoras, novos valores e atitudes. Pessoas acostumadas ao silêncio estão agora colocando a boca no trombone e enfatizando suas opiniões. A difusão da internet e o acesso à informação tornaram-se muito mais democráticos.
Houve um caso muito interessante outro dia em que uma amiga estava contratando um buffet para uma festa. Ela conheceu o lugar, verificou as instalações e acertou o orçamento, mas antes de assinar o contrato, procurou no Orkut pessoas que já haviam promovido festas no mesmo lugar. Nessa busca, descobriu comentários de vários clientes sobre os pontos fortes e fracos do buffet. A decisão por fazer ou não a festa no local foi definida, desta forma, através das experiências compartilhadas pela internet com pessoas que já haviam utilizado o local. Finalmente, minha amiga desistiu do negócio e optou por outro buffet com feedbacks mais positivos no Orkut.
Quem usa? – Com todo esse sucesso e mais e mais pessoas aderindo à novidade, as empresas e pessoas públicas começam a perceber que as redes sociais são uma valiosa ferramenta de publicidade, com retornos muito expressivos. Percebendo nelas a chance de um bom negócio, algumas empresas estão contratando mão-de-obra voltada especificamente para a comunicação via redes sociais, buscando se firmar nesse novo mercado.
Veja alguns casos reais:
– O Presidente dos EUA, Barack Obama usou as mídias sociais a seu favor, durante a sua campanha à presidência e também depois de eleito.
– O governo britânico incentiva seus soldados a utilizarem redes sociais para que mantenham contato com familiares e amigos. No início, os soldados precisavam de permissão para acessar sites de relacionamento – mas depois, foram liberados até mesmo para relatarem experiências no exército.
– Os bancos criam discussões e iniciativas para adentrar as redes sociais, pois sabem que seus clientes estão cada vez mais engajados em canais de comunicação de caminho duplo.
Marcas em evidência – Uma finalidade também muito interessante para as empresas é saber o que estão falando sobre sua marca ou produto. Ao entrar em qualquer uma dessas redes e buscar o nome do produto ou marca, é possível tomar conhecimento de muitas informações desconhecidas internamente pela organização.
De ferramentas voltadas para interconectar pessoas ao redor do mundo, as redes sociais estão se tornando uma aposta cada vez mais comum para construir e manter relacionamentos sólidos com clientes, prospects, parceiros e colaboradores – seja para criar novas oportunidades de negócios, intensificar a fidelização de clientes ou fortalecer a marca.
O crescente número de internautas interessados em acompanhar novidades sobre diversas empresas mostra que a estratégia pode trazer grandes resultados. Até mesmo para a indústria brasileira de moda, que aos poucos supera a desconfiança desse mercado diante das novas formas de relação comercial que surgiram após a popularização da internet.
*Samuel Gonsales é Gerente Executivo da Millennium Network e analista de sistemas pela Universidade Paulistana, com especialização (MBA) em sistemas de gestão empresarial pela Faculdade de Informática e Administração Paulista (FIAP).
Artigo: Redes sociais e comportamento feminino
O artigo que publicamos hoje no blog foi escrito por Marcela Kauffman, redatora do byMK, primeira rede social criada no Brasil com a finalidade de reunir pessoas ligadas ao universo da moda. No texto, Marcela analisa o comportamento da mulher contemporânea, sempre tão cheia de tarefas, obrigações e anseios, e de como as redes sociais acabam suprindo uma necessidade que na visão da redatora, “é muito feminina”, a de trocar experiências e ideias, de agregar, dar e ouvir conselhos. Hoje, por coincidência, li numa revista uma matéria que falava sobre como homens e mulheres usam métodos diferentes para desestressar. Enquanto eles partem para o esporte, sexo e ouvir música, elas preferem sentar e chorar ou ligar para uma amiga e abrir o peito. Enquanto eles estravasam, elas dialogam. Particularmente, não gosto de categorizar as pessoas e discordo dessa linha antropológica positivista que define taxativamente: “homens são assim, mulheres são assado”. Me cheira sempre a machismo e a comparações infundadas, como se ser de um jeito ou de outro fosse pior ou melhor. Acredito que muito do que somos, enquanto mulheres ou homens, é fruto da educação que recebemos e do contexto social em que vivemos, para o bem e para o mal. Mas, voltando ao texto de Marcela, embora eu reconheça a importância das redes sociais no contexto de sociedade tecnológica, veloz e de fronteiras cambiantes que a globalização criou, ainda aposto no contato humano, ao vivo, como a melhor forma de interação possível entre duas pessoas. Mas, não há como negar que a existência destas redes ajuda na aproximação das pessoas, ao menos daquelas com interesses em comum; estimula o debate, porque é mais um meio de troca de ideias e opiniões; e, nos mantém bem informados, para citar só algumas vantagens. A maior desvantagem lógico, é o risco de esquecer o sol quente lá fora em horas e horas de conexão simultânea. Mas, sabendo dosar e escolher o que acessar, a internet é o mundo ao alcance. Vale ler o artigo e refletir:
Redes sociais: o reflexo do comportamento da mulher moderna
Por Marcela Kauffman*
Desde a época das nossas avós, muita coisa mudou. Ou melhor, podemos dizer que praticamente tudo mudou. A mulher finalmente assumiu o papel de profissional, deixou para trás o status de símbolo máximo do universo doméstico e da família apenas e passou a ser também a provedora financeira, a escolher e a repensar seus relacionamentos, a decidir sozinha sobre seu destino e finalmente, ter voz ativa na sociedade assim como os homens, garantindo a sua contribuição na mesma medida.
Então agora somos iguais aos homens? Bem, em direitos e deveres sim, mas não na nossa essência. Mulheres serão sempre mulheres. Agora, somos mulheres, mas com o detalhe de sermos “modernas”, o que não significa que tenhamos perdido características tão nossas, apenas que temos outras formas e meios de nos expressar.
Para a maior parte das mulheres modernas, acabaram-se os tempos de “tricotar” junto com as vizinhas e amigas durante boa parte do dia enquanto esperavam os maridos retornarem de seus trabalhos. Hoje passamos a maior parte do dia nos escritórios, em reuniões estressantes, fazendo relatórios, respondendo e-mails, falando ao telefone e ao celular. Toda a nossa vida gira em torno desses aparelhos e de uma rotina muito corrida. E agora? Perdemos esta nossa parte tão “social” e tão “feminina” que são os relacionamentos?
Não. Por mais diferente que seja o nosso cenário atual em relação ao de nossas antepassadas, hoje temos uma ferramenta muito poderosa. Temos a internet. Com ela, podemos estar onde queremos, ver o que gostamos e, principalmente, interagir com muitas pessoas ao mesmo tempo e, o mais interessante, que partilhem dos mesmos interesses que os nossos (o antigo “tricotar”). Podemos, através da internet, manter essa nossa característica feminina tão peculiar de trocar idéias, experiências, dar opiniões, conselhos… E o mais incrível é que com o universo online, podemos expandir esse “tricotar” para além dos domínios da nossa rua, do nosso bairro ou da nossa família, que eram onde nossas avós viviam e passavam basicamente toda a sua vida. Na web, o mundo é o limite!
Daí nascem as redes sociais, sites no qual os próprios usuários criam seu conteúdo. E as mulheres já são o grande público delas, têm uma participação enorme e são responsáveis por boa parte dos temas gerados, voltado aos mais diversos interesses relacionados ao seu dia a dia e experiências de vida (cozinhar, viajar, esportes, moda, beleza, bem estar, manicure, ajuda humanitária…). As redes sociais podem, além de possibilitar às mulheres (e homens também) compartilhar ideias e experiências, criar vínculos em torno de interesses em comum e, finalmente, traduzi-los em relacionamentos reais. São as amizades que nascem na rede e que passam a ser “presenciais”, através de encontros, reuniões, festas. Ainda sobre relacionamentos, a internet com suas redes sociais serve não apenas para captar novos vínculos, mas também para manter vivos aqueles já existentes, mas que pela distância ou pela famigerada falta de tempo dos dias atuais não podem ser tão constantes ou “presenciais”. Sabe aquela sua amiga do peito que foi morar fora? Há algumas décadas atrás para ter notícias dela não restava nada além de sentar e aguardar pacientemente os dias se passarem para a chegada de uma correspondência.
E não acabou. As redes sociais podem ainda ser um canal dinâmico e efetivo para que possamos nos comunicar de forma mais clara, direta, transparente e colaborativa em relação à política, empresas, marcas e produtos. As empresas começam a descobrir isso…pouco a pouco, porém, de maneira mais rápida do que imaginávamos. Algumas de formas muito bacanas, com iniciativas interessantes, outras de forma repentina e até mesmo no susto.
Por fim, percebemos que apesar de tanto trabalho e falta de tempo, estamos vivendo dias que se traduzem nas palavras conectividade, emoção e utilidade. Palavrinhas que nós mulheres nos identificamos tanto, que sempre nortearam nosso jeito de ser, que fazem parte das nossas características tão “femininas” desde os primórdios. A tecnologia e a internet só vieram facilitar tudo isso, ser um meio nesses tempos modernos de continuar a “tecer” nossos relacionamentos de forma tão intensa como sempre fizemos, só que hoje a qualquer momento e em qualquer lugar do mundo, onde quer a gente esteja. Bem-vindo à era das redes sociais, só que agora, o céu é o limite!
*Marcela Kauffman é redatora do byMK, rede social especializada em moda. Visite o site: www.bymk.com.br
Conversa de menina no twitter e orkut
O Conversa de Menina agora tem comunidade no Orkut e pode ser acompanhado também via Twitter. Dessa forma, esperamos aumentar a sintonia e trocar ideias com vocês, nossos leitores, que participam tão ativamente do blog através dos comentários ou do nosso email ([email protected]).
O Twitter como ferramenta de interação imediata, vai nos colocar em contato com ideias, sugestões e anseios de vocês muito mais depressa. Já a comunidade no Orkut será uma forma de mantermos fóruns permanentes de discussão sobre os temas tratados no blog ou outros assuntos que vocês sugerirem.
Esperamos a participação de todos nessa nova fase do Conversa de Menina. E o nosso blog não para. Buscamos frequentemente assuntos interessantes, informações úteis e divirmos reflexões e um olhar sensível sobre o mundo.
Mapa das minas
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