Citação: “As meninas se cansam de usar o mesmo vestido esfarrapado…”

O vestidinho vintage é um dos modelos do blog Vestido Nosso de Cada Dia. E a citação, um trecho de que particularmente gostei no novo livro da Meg Cabot… Divirtam-se!

“- Como é que você ficou assim tão esperta? – pergunto, chorosa.

– Sou formada em psicologia, lembra?

Concordo. O novo emprego dela é fazer aconselhamento a mulheres em um programa sem fins lucrativos que ajuda vítimas de maus-tratos domésticos a encontrar moradia alternativa, conseguir mandados de proteção e assegurar benefícios públicos como vale-alimentação e auxílio financeiro para os filhos. Do ponto de vista salarial, não é lá grande coisa. Mas o que Sharie não recebe financeiramente, compensa por saber que está salvando vidas e ajudando as pessoas (principalmente mulheres) a conseguir uma vida melhor para si e para os filhos.

Mas, se você for pensar bem, nós que trabalhamos no ramo da moda fazemos a mesma coisa. Não salvamos vidas, necessariamente. Mas ajudamos a vida a ser melhor, do nosso jeitinho. É como diz a canção… as meninas se cansam de usar o mesmo vestido esfarrapado todos os dias.*

Nossa função é arrumar uma roupa nova para elas (ou pelo menos uma velha reformada), para que possam se sentir um pouco melhor com elas mesmas.”

*Da música Try a little tenderness, de Irving King e Harry M. Woods.

(in CABOT, Meg. A rainha da fofoca em Nova York, p. 48. Ed. Galera – Record, Rio de Janeiro, 2010.)

Leia Mais

O trecho de um livro…para refletir

A imagem foi acessada neste link

Minha leitura da vez é o livro Estrangeira, de Sonia Rodrigues, lançado pela Nova Fronteira. É um romance pequenininho, de 190 páginas. Quando concluir a leitura, deverei fazer uma resenha para o jornal onde trabalho e, se possível, colocarei o texto por aqui também, já que é daqueles livros sobre o ser feminino (tema central do blog). No momento, quero compartilhar com vocês um trecho da obra, que logo no primeiro capítulo, causou grande impacto, arrebatamento e me colocou para pensar…

“Aos 40 anos, descubro, a duras penas, que posso contar comigo, com as pessoas poderei contar ou não. Família, colegas, amigos. Não pertenço a mais ninguém. Constatar isso me derruba. Aprender a viver com isso é pior. Porque quando eu partilhava alguma coisa, especialmente dificuldades com alguém, muitas vezes ouvia que estas eram decorrentes da minha incapacidade de escolher minhas companhias, meus amores. (…) Esses amigos não percebiam que se eu escolhesse melhor minhas companhias, não estaria do lado deles, pessoas imperfeitas. (…)

Nos próximos dias vou formalizar decisões que implicam renunciar a pessoas, apoio, aprovação, lugares.

(…)

Abrir mão de um emprego medíocre, ou melhor, conseguir não lutar mais por um emprego medíocre, não me esforçar para ser agradável com pessoas desagradáveis, evitar contato com quem vai me aborrecer, a menos que seja absolutamente necessário… Esses passos são difíceis para mim porque significam a solidão deliberada e eu gosto de companhia, gosto de redes.

Tecer redes não é muita coisa, mas é um andídoto contra o desamor. O amor traz força, riso, alegria. Isso é o que eu quero, é o que me mantém intensa. O amor é o que me mantém capaz de guinadas, capaz de me atirar sem rede de proteção. O amor me faz resistir ao conforto de abrir mão do passado, me permite caminhar para o futuro com inocência e praticar o presente às cegas.”

(Sonia Rodrigues, em Estrangeira, pp. 14 e 15. Ed. Nova Fronteira, RJ, 2010)

Leia Mais