Guia para fazer turismo a pé

viajanteEm julho de 2002, embarquei para a Espanha – a trabalho -, sem falar uma sílaba em espanhol, confiando cegamente que o inglês iria me safar e disposta a, nos intervalos do trabalho, me jogar nas ruas de Madrid para conhecer a cidade por dentro. Aprendi algumas lições boas e outras dolorosas. Os espanhois, com exceção dos funcionários do hotel e claro, do local onde ocorreria a coletiva de imprensa que eu fui cobrir, se recusam a falar em inglês. Ou você se comunica com eles, na lingua deles, ou esqueça. Após alguns micos de marinheira de primeira viagem, um assalto – sim, na Europa também tem assalto se alguém ainda duvida disso – voltei para casa disposta a aprender espanhol e a aprender a viajar feito gente grande. Uma lição boa porém, eu tiro dessa pequena aventura, nada se compara a conhecer um lugar, uma cultura, do que fazer trajetos inteiros a pé, entrando e saindo de ruas, perguntando para as pessoas como é que se chega em tal lugar, interagindo, sentindo-se parte da paisagem. Tomando os devidos cuidados para evitar roubadas, como ir esbarrar sem querer na parte barra pesada que todas as cidades mundiais possuem, por mais ricas e civilizadas que sejam a desigualdade existe, vale muito a pena viajar fora dos esquemões de agências e excursões pré-programadas. Claro que, quando a gente não tem a menor noção de nada, vale sim viajar com agência, até porque, eles resolvem lindamente toda aquela parte chata da burocracia. Existem também, lógico, pacotes de viagem que cabem no nosso bolso, a possibilidade de pagar em parcelas, o atendimento especializado em caso de contratempos. Enfim, não tenho nada contra ao trabalho dos agentes de viagem. Mas, tendo a chance, tente sair do “roteirão para turista ver” e descubra algumas boas surpresas por conta própria. Para servir de norte aos perdidos por natureza, no mercado existem muitos bons guias de viagem. Você não precisa necessariamente frequentar todos os locais sugeridos no guia, até porque, essa é a opinião dos editores, dos jornalistas que fizeram o trajeto para escrever aquele livro. Mas, um guia pode ser um bom ponto de partida. Nesses tempos de interatividade em alta, vale ainda visitar sites em que viajantes descompromissados – ou seja, gente que viaja por lazer e não como jornalista de um guia – têm a dizer sobre os destinos. Nada mais reconfortante do que abrir um site sobre um hotel ou restaurante numa cidade desconhecida e ver os comentários de gente que já se hospedou no hotel ou já comeu no restaurante postou  sobre a estrutura, o serviço. Opinião de gente comum, que tem, na maioria das vezes, gostos e realidades parecidos com os nossos. Viajar sem pesquisa não dá, até já escrevemos sobre isso no blog, mas, guardadas as devidas proporções da segurança pessoal, existe um pouco de charme no imprevisto, existe um encanto nas surpresas e nas descobertas que não estavam previstas no script. Acredito que essa é a grande delícia de aventurar-se em outras terras.

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Publifolha lança guias para viajantes a pé

mochileiroOs guias Londres, Nova York, Paris e Roma, da editora Publifolha, trazem os principais roteiros para o viajante explorar cada cidade a pé. São pequenos trajetos detalhados com o que cada local tem de mais interessante para se conhecer em pequenas ou médias caminhadas de 2 a 4 km no máximo. Para quem está disposto a se aventurar na descoberta dos “segredos” de cada cidade visitada, pode ser um bom ponto de partida dar uma olhada nos guias.

Ilustrados, os volumes ensinam a percorrer os pontos mais conhecidos entre cada bairro ou região e apreciar o que cada um tem de melhor na cultura, história e atrações. Depois de se familiarizar com os locais e de checar se a zona em questão é segura, dá para você extrapolar os limites traçados pelo guia e até fazer o seu roteiro de sugestões para amigos.

Os guias também são divididos por passeios, para cada programa há um mapa que localiza as principais ruas e pontos turísticos dos bairros históricos e modernos, restaurantes, além de arte e arquitetura local.  Mapas são importantes, assim como entender o funcionamento das redes de metrô e as demais opções de transporte. Mais uma vez, a dica é que, além dos guias, o viajante tenha uma curiosidade natural e disposição para aceitar novidades. Acredito que viajar a pé, só vale a pena para pessoas com essas características.

Do contrário, se você é do tipo que não gosta de imprevistos, não tem paciência para ficar lendo mapas e muito menos quer perder tempo esperando metrôs e ônibus, aconselho que faça o turismo convencional. E não se sinta diminuido por isso, todo viajante é um desbravador, mesmo que prefira fazer suas descobertas com o conforto de um roteiro programado e sem se cansar muito.

Abaixo, a ficha técnica dos guias da Publifolha para os interessados:

capas walking tour.inddLondres – As ruas da capital britânica são impregnadas de história, e a melhor maneira de saber o que elas têm a oferecer é percorrê-las a pé, de maneira fácil e criativ. O guia mostra ao turista 24 passeios que reúnem atrações como Westminster, Covent Garden e Mayfair, além de detalhar as curiosidades dos edifícios mais famosos de Oxford Street e Piccadilly.

capas walking tour.inddNova York – De todas as cidades dos EUA, Nova York é a melhor para se ver caminhando. Foi projetada para se andar por ela. A planta de Manhattan, com ruas em grade que vão de um rio ao outro, foi criada para que tudo o que é importante ficasse a uma distância boa de percorrer de qualquer lugar. Os passeios desse guia localizam as principais ruas,  atrações e bairros, como Soho, Tribeca e Upper East Side, ensinando também o viajante a caminhar pelos pontos mais conhecidos do Central Park e de Little Italy. Ajuda ainda descobrir os lugares mais inusitados, como o alternativo West Village e o subúrbio Brooklyn Heights.

capas walking tour.inddParis – Os parisienses chamam sua capital de “cidade das cem vilas”, porque cada bairro tem sua própria personalidade, e sua cota de história. O guia explora 24 diferentes quartiers (bairros) de Paris, mostrando os monumentos mais famosos da cidade, e visitando também alguns locais curiosos, como Quartier Latin, Marais, Madeleine e Montmartre. O guia ensina ainda como percorrer as origens da cidade, passeando pelas margens do rio Sena, caminhando na Pont Neuf até a Conciergerie.

capas walking tour.inddRoma – Roma é uma metrópole única, onde o antigo e o moderno convivem lado a lado. Ao começar a explorar a cidade, é útil ter algum conhecimento do sistema de transportes pois existem apenas duas linhas de metrô. O guia exibe 24 passeios temáticos, destacando lugares como a cidade do Vaticano, o bairro Borgo, passando pelo coração da Cidade Antiga até o tranquilo monte Aventino. Mostra também como andar pelas ruas e becos de pedra do bairro do Trastevere e descobrir locais para se comer e fazer uma pausa para um gelato.

Guia de Passeios

Autor: Richard Jones

Editora: Publifolha

176 páginas

R$ 32,00

Visite o site da editora:  www.publifolha.com.br

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