De volta à sala de aula

11Hoje o post é um pouquinho diferente, vou contar da minha volta à sala de aula, após seis anos distante. Quem é novo aqui no blog não deve saber que alguns anos depois de concluir o curso de jornalismo da Ufba, voltei à faculdade para cursar direito. Formei em direito em 2010, e desde lá que não volto à sala de aula. Não faltou vontade, sempre quis voltar, mas várias coisas aconteceram e esse plano foi adiado por tempo indeterminado.

Isso até o ano passado, quando tive acesso a um edital de seleção da Escola de Direito da Ufba, para integrar o grupo de pesquisa com tema “A Construção Constitucional do Conceito de Família”. O tema me interessou muito, a equipe de orientadores idem (Pablo Stolze, Salomão Viana e Gabriel Marques) e decidi me inscrever. O resultado saiu alguns meses depois, eu já estava desanimada achando que não tinha passado.

Mas passei! Fiquei feliz da vida com o novo desafio. E lá fui eu para minha primeira aula. Gente, como tudo evoluiu em seis anos!!! Entrei na sala e me deparei com os alunos carregando 111computadores ou Ipads… E eu carregando meu caderninho e caneta azul BIC! A esmagadora maioria com carinha de 20 anos, e eu me sentindo a tia da turma. Foi meio engraçado esse primeiro impacto.

Até que as discussões começam, as opiniões começam a aflorar e tudo isso fica pra trás num instantinho. É muito bom estudar, se aperfeiçoar, aprimorar o conhecimento. Minhas aulas acontecem um dia por mês, uma rotina bem menos cansativa que na faculdade, mas a quantidade de leitura é imensa. Já tenho alguns desafios e vou precisar escrever um artigo até o final do ano. Estou bastante animada!

É isso, meus amores, queria compartilhar esta novidade com vocês, especialmente para incentivá-los a nunca desistirem de seus sonhos. Persista, e eles se realizarão!

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Volta às aulas, as tartarugas estão à solta

Ainda em clima de volta às aulas – meu filhote encara seu primeiro dia de 6ªsérie/ 7ºano nesta segunda, dia 08 -, separei para publicação hoje no blog um artigo do ortopedista Fábio Ravaglia, que quem é leitor assíduo do Conversa já sabe que sempre recebemos ótimo material deste profissional. A mira do médico agora se volta para o peso das mochilas da criançada e eu vejo cada “tartaruguinha” encolhida nas ruas que dá até pena. Chamo de tartaruga porque eles – os estudantes – ficam mesmo parecendo uns quelônios urbanos, com aquelas mochilas gigantes e abarrotadas de livros nas costas, como se fossem cascos coloridos e muito, mas muito pesados mesmo. O problema todo é que carregar esse peso quando o corpo ainda está em processo de formação faz um mal danado para a coluna. Na minha vida de repórter de rua – ai saudades! – fiz muita pauta de volta às aulas e uma das matérias que não faltam nos jornais nesta época do ano, podem reparar, é aquela sobre o peso das mochilas. A escola do meu filho colocou armários para os estudantes guardarem seu material, como a gente vê nos filmes. Mas, como saúde é um tema em cuja tecla sempre temos de bater, mesmo que pareça chato e repetitivo, confiram o artigo:

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Tamanho da mochila deve ser proporcional ao do estudante

*Dr. Fabio Ravaglia

Mochila de campanha, equipamento essencial aos soldados

Pelos séculos, as mochilas adotaram diferentes formas e tamanhos. Há registros de que na Idade do Cobre o homem já utilizava uma bolsa rudimentar nas costas e ficava com as mãos livres para escalar montanhas nevadas da Europa. Há informações também de que, antes mesmo do nascimento de Cristo, as mochilas eram usadas pelas legiões romanas. Quase dois milênios mais tarde, exércitos ainda usam o equipamento tático para facilitar o cotidiano de seus pelotões. Passado o tempo, o couro e os tecidos de fibras naturais do acessório militar deram lugar a modernos materiais sintéticos e a múltiplas cores. Aprovada pelas novas gerações por sua utilidade e praticidade, desde a década de 1960, a mochila virou item de moda. A moçada quer determinados modelos e marcas para carregar daquele jeito despojado que a turma acha mais bacana. Entre as crianças, a preferência recai sobre estampas dos personagens favoritos. O ano letivo está por começar e sei que quase todos os estudantes desejam uma nova mochila para a volta às aulas.

Modismos à parte, a escolha da mochila certa é fundamental para a saúde da coluna. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que 85% das pessoas sentem dores nas costas decorrentes de problemas na coluna. E essa dor pode ter origem na infância e na adolescência, relacionada ao tamanho exagerado da mochila, à maneira como se carrega e ao excesso de peso.

A mochila inadequada pode acarretar problemas à saúde. Para enumerar apenas alguns “efeitos colaterais” de uma mochila errada, cito dores nas costas, postura incorreta e desvios na coluna vertebral. A curto prazo, a pessoa pode ter dorsalgia, que são dores sentidas nas costas que podem provir de músculos, nervos, ossos, articulações ou outras estruturas da coluna vertebral. Pode também ocorrer a dor cervical, na nuca ou no pescoço e a dor lombar baixa, próxima à cintura. Outras ocorrências possíveis são: cefaleia (dor de cabeça), dor nos ombros e dormência ou dores nos braços. A longo prazo, a pessoa pode desenvolver discopatias (patologias em discos intervertebrais, naturalmente sujeitos a desgastes) e cifoses (aumento da curvatura da coluna torácica, popularmente conhecida como corcunda).

O peso em excesso pode dar origem a danos vitalícios, sobretudo comprometer a qualidade de vida e a mobilidade futura. Os males mais comuns do excesso de peso são a cifose e a lordose (desvio para cima no final da coluna). Uma referência essencial é que o peso da mochila nunca deve ultrapassar o equivalente a 10% do peso da criança ou adolescente. O percentual determinado pela OMS é de 7%, mas arredondo para ficar mais fácil e também para o caso de surgir algo a mais para carregar.

Carregar a mochila com um ombro só traz riscos à saúde da coluna

O risco apresentado pelas mochilas não reside apenas no volume, mas na forma como são utilizadas. Um dos erros mais frequentes acontece quando o estudante coloca apenas uma das correias no ombro e sobrecarrega um só lado do corpo. A maneira correta é usar as duas alças, uma em cada ombro. Além disso, é preciso arrumar os objetos dentro da mochila de forma que os itens mais pesados estejam no fundo e próximos ao corpo. A moda sugere que as alças da mochila fiquem compridas, mas é preciso coibir essa posição. A mochila deve ser posicionada oito centímetros acima da cintura. Cabe lembrar que a questão é a saúde e não a moda!

A técnica para colocar e retirar a mochila das costas é vestir uma alça, apoiar a mochila  no quadril e depois passar o braço pela outra alça. Levantar a mochila do chão requer um esforço, então, cuidado para não sobrecarregar a coluna nem um dos braços apenas. Suspenda o peso com as duas mãos, para distribuir a carga entre os dois braços, mantendo a coluna reta e os joelhos flexionados o quanto for necessário.

No que se refere ao modelo mais adequado, para as crianças pequenas são recomendadas as mochilas com rodas grandes, que rolam melhor em qualquer terreno e são mais fáceis de puxar nas escadas.

Resumo a seguir o que é importante observar:

1. o tamanho da mochila deve ser adequado à estatura da criança, não ultrapassando os limites da cintura e dos ombros;

2. o peso da mochila vazia não deve superar um quilo;

3. as alças devem ter antichoques siliconados (enchimento interno de silicone) para maior conforto e cinta abdominal associada.

As formigas podem carregar até dez vezes o próprio peso, mas nós apenas 10%

Um outro ponto relevante é o uso racional do material escolar. Os estudantes tendem a levar material que não precisam pela preguiça de arrumar diariamente a mochila apenas com livros e cadernos correspondentes às aulas do dia. Nesse caso, a minha sugestão é que as escolas pensem no modelo americano, no qual há divisões especiais das matérias diárias ou armários para que os alunos guardem alguns materiais escolares. Além disso, o planejamento das aulas pode evitar que em um único dia da semana o aluno tenha que levar materiais de disciplinas diversas. A escola e pais ou responsáveis precisam ficar atentos para evitar que a criança carregue peso excessivo.

*Fabio Ravaglia é médico ortopedista graduado pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp) e mestre em cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Ele também preside o Instituto Ortopedia & Saúde, organização não-governamental que tem a missão de difundir informações sobre saúde e prevenção.

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Traça de Biblioteca: Leitura de volta às aulas

Quem não lembra das provas de literatura no Ensino Médio? São inesquecíveis aqueles dias em que tínhamos de ler os clássicos para responder provas de interpretação de texto. Sabem que eu adorava? Não é de hoje que sou “comedora de livros”. Camilo Castelo Branco, Machado de Assis, José de Alencar, Eça de Queiroz, Graciliano Ramos, Jorge Amado… cresci na companhia desses caras. E de meninas maravilhosas como Clarice Lispector, Raquel de Queiroz, Cecília Meirelles, Lygia Fagundes Telles… Gente, eu sinto saudades das leituras da minha adolescência e é em homenagem a esse tempo gostoso de outrora, que a série Traça de Biblioteca desta semana traz uma dica que além de tudo é perfeita para quem vai começar as aulas logo após o Carnaval. O selo Best Bolso da editora Record lançou obras de alguns dos autores citados acima. Boa parte deles são os livros que as escolas e os vestibulares adotam, em coleção pocket, que dá para carregar por aí sem pesar na mochila. O melhor de tudo é que o precinho é tentador, principalmente para o pais. Aliás, socorro! Meu filho vai cursar a sexta série e eu quase infarto na livraria quando fiz o orçamento dos seus livros didáticos. Em homenagem a outros pais e mães que estão às voltas com as listas de material escolar, confiram os lançamentos da Best Bolso:

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DOM CASMURRO
Publicado pela primeira vez em 1899, Dom Casmurro é o romance mais estudado, comentado e discutido deste autor e tudo por culpa do casal Capitu e Bentinho. Considerado a obra-prima de Machado, é um dos livros mais traduzidos da literatura brasileira. Conta a história de amor entre Capitu e Bentinho desde a infância. A história é narrada pelo ponto de vista dele, que depois de adulto, passa a desconfiar de que a mulher o traiu, sendo que a culpa de Capitu nunca fica provada. Conversa de Menina, claro, já teve post dedicado a Capitu e dedicado ao ciúme doentio e delirante, problema de Bentinho, com toda certeza.
Autor: Machado de Assis
280 páginas
Preço: R$14,90

O CORTIÇO
O cortiço é considerado o livro que inaugura o realismo/naturalismo no Brasil. Publico em 1890, descreve a sociedade brasileira através de personagens que moram em um cortiço do Rio de Janeiro no final do século XIX. Cortiço, para quem não sabe, é o nome pejorativo que se dava aos antigos casarões decadentes, com quartos para alugar, onde geralmente moravam pessoas de camada social mais baixa. O livro não tem uma personagem central, mas várias personagens que, com seus dramas, compõem o panorama de hábitos, costumes e conflitos sociais daquela época.
Autor: Aluísio Azevedo
280 páginas
Preço: R$14,90

MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS
Memórias de um sargento de milícias foi o primeiro grande romance brasileiro a apresentar a vida urbana e os costumes de meados do século XIX. Também considerada precursora do realismo, a obra faz uma “radiografia” do povo brasileiro no período. Conta a história de Leonardo, filho enjeitado de Leonardo Pataca e Maria da Hortaliça, que é criado pelos padrinhos. Às voltas com romances com Vidinha (mulata pobre) e Luisinha (branca e de melhor condição financeira) Leonardo vive articulando planos para escapar das perseguições do severo major Vidigal. A diversão do livro são as interrupções do narrador oculto da história para conversar com o leitor e tecer comentários sobre a trama.
Autor: Manuel Antônio de Almeida
238 páginas
Preço: R$14,90

NOVA REUNIÃO
Nova reunião resgata o melhor da poesia de Drummond. Publicada pela primeira vez em 1969, a obra foi ampliada pelo autor em 1983. São 23 livros de poesia drummoniana divididos em três volumes e que dão um vasto panorama da obra deste que é considerado um dos poetas modernistas mais importantes do país. A produção de Drummond se encontra entre a segunda e terceira geração do Modernismo, movimento literário iniciado em 1922. Nascido em Itabira, Minas Gerais, o poeta morreu em 1987.
Autor: Carlos Drummond de Andrade
Vol. 1 – 420 páginas; Vol. 2 – 392 páginas e Vol. 3 – 574 páginas
Preço por volume: R$14,90

O ATENEU
O ateneu, lançado em 1888, impressiona pela sua riqueza de estilos: apresenta elementos realistas, naturalistas, expressionistas, que fogem de qualquer padronização literária. Em tom reflexivo e autobiográfico, o autor narra o período em que Sérgio, o protagonista, viveu no internato chamado Ateneu. O livro é um rico panorama da vida nos internatos no final do século XIX, explorando temas como a sexualidadse reprimida pela igreja, as descobertas da adolescência, o medo de crescer e sair do ninho familiar e até o bouling (prática de humilhações e assédio moral praticada entre crianças e adolescentes no ambiente escolar).
Autor: Raul Pompeia
322 páginas
Preço: R$14,90

CAETÉS

Caetés é o primeiro romance de Graciliano Ramos e foi publicado originalmente em 1933. Através de um texto conciso e sintético, o escritor apresenta o cotidiano da classe média da pequena cidade que dá nome ao livro. Conta a história de  João Valério, o personagem principal, homem introvertido e fantasioso, que apaixona-se por Luisa, mulher do dono da firma onde ele trabalha. O caso é denunciado por uma carta anônima, levando o marido traído ao suicídio… Graciliano destaca-se como o principal romancista da segunda fase do modernismo brasileiro.
Autor: Graciliano Ramos
210 páginas
Preço: R$14,90

RIACHO DOCE
Riacho doce, que virou minissérie na tv na década de 90, apresenta a uma visão dos desequilíbrios sociais e dos dramas humanos, individuais e coletivos, provocados pela exploração do petróleo em Alagoas. A história é impregnada de oralidade e tem como cenário uma pacata vila de pescadores em Maceió. Um casal de suecos chega ao local e a loura Edna se apaixona por Nô, um rústico pescador nordestino. O romance gira em torno do caso extraconjugal de Edna e das suas descobertas numa terra tropical e cheia de sensualidade e mistérios. Ao mesmo tempo, o marido de Edna, funcionário da companhia petrolífera, representa o impacto de cultura e interesses com a instalação de uma multinacional num vilarejo perdido no tempo.
Autor: José Lins do Rego
280 páginas
Preço: R$14,90

OS MELHORES CONTOS DE FERNANDO SABINO
Seleção feita pelo próprio autor, com 50 contos publicados em jornais e revistas, que trazem relatos curtos de fatos colhidos da vida real, com tratamento de ficção.
Autor: Fernando Sabino
196 páginas
Preço: R$14,90

50 CRÔNICAS ESCOLHIDAS
Considerado por muitos o maior cronista brasileiro desde Machado de Assis, Rubem Braga produziu entre 1935 e 1977 o material reunido nesta antologia. Os textos foram extraídos da famosa coletânea 200 crônicas escolhidas, organizada pelo próprio autor.
Autor: Rubem Braga
168 páginas
Preço: R$12,90

O PRIMO BASÍLIO
Eça de Queirós divide com Machado de Assis o título de representante da melhor escrita realista em língua portuguesa. Em O Primo Basílio, publicado em 1878, o escritor analisa a burguesia urbana do século XIX, expondo as mazelas sociais que assolavam o país. O livro conta a história de um caso extra-conjugal entre Luiza e seu primo Basílio, que reaparece depois de anos, quando Luiza está casada com Jorge. O personagem mais forte da trama é a empregada Juliana, que chantageia Luiza, que revela-se uma heroína fraca e incapaz de assumir as consequencias pelos próprios atos.
Eça de Queirós
490 páginas
Preço: R$ 19,90

A CIDADE E AS SERRAS
A cidade e as serras (1901), romance póstumo de Eça de Queirós, abandona o projeto contestador do mundo luso-burguês e faz uma comparação entre a vida bucólica da serra em Portugal e a agitação de Paris.
Autor: Eça de Queirós
238 páginas
Preço: R$14,90

AMOR DE PERDIÇÃO
Amor de perdição conta a trágica história de dois jovens apaixonados, Simão e Teresa – o Romeu e a Julieta portugueses. Escrita em 1961, este é o título mais famoso do autor que escreveu mais de uma centena de obras e ficou conhecido por suas novelas passionais. Neste livro, o autor explora o amor obsessivo, daqueles doentios, que fazem definhar e que tiram o foco para qualquer outra coisa na vida e que geralmente levam a atos desesperados.
Autor: Camilo Castelo Branco
210 páginas
Preço: R$14,90

>>Confira outros títulos da Editora BestBolso no site: www.record.com.br.

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