Traça de Biblioteca em homenagem à Independência

Terça é dia de Traça de Biblioteca aqui no blog (se você está nos acessando pela primeira vez, esse é o nome da nossa coluna semanal de dicas de leitura). Mas esta terça, em especial, é o feriado da Independência do Brasil. Em homenagem a data, selecionei três dicas de livros que tratam sobre História Geral e História do Brasil, tanto a oficial quanto aquela contada nos bastidores e, na maioria das vezes, que flerta de maneira hilária com a ficção ou então descreve realidades tão absurdas que de fato parecem saídas de um conto da carochinha. Confiram:

CASTELOS E PALÁCIOS

A obra conta a história de 40 castelos e palácios que, há mais de mil anos, retratam a ambição e os sonhos do homem. Segredos, sonhos, lendas, romance e uma boa pitada de crueldade. O livro, publicado em formato luxuoso pela Editora Europa, reúne textos, fotos, localização, posicionamento histórico e desenhos 3D dos mais belos e/ou importantes castelos e palácios do mundo. Ao longo de 236 páginas, o leitor encontra construções que vão de Portugal até o Japão, passando por Espanha, França, Inglaterra, República Checa, Romênia, Rússia, China e etc, num passeio por mil anos de história e evolução de escolas arquitetônicas. Entre as curiosidades retratadas, o fato de alguns castelos e palácios terem abrigado não apenas reis, príncipes, imperadores e a nobreza em geral, mas também personalidades importantes do mundo das artes, da literatura e da filosofia. Leonardo da Vinci, por exemplo, participou do projeto de muitos castelos do Vale do Loire, na França, tanto que está enterrado no castelo de Amboise. Já Franz Kafka viveu alguns meses em uma pequena casinha no Castelo de Praga, enquanto Martinho Lutero fundamentou parte das famosas teses que deram origem à Reforma Protestante no Castelo de Wartburg, na Alemanha.

Editora Europa (www.livrariaeuropa.com.br)

236 páginas

Preço sugerido: R$ 99,90

A OUTRA HISTÓRIA DO BRASIL

Por que Tiradentes tinha uma barba parecida com a de Jesus Cristo se era militar, e militar não tem barba? Por que D. Pedro I, que era português, libertou o Brasil de Portugal? Por que o Brasil foi excluído das grandes guerras? Essas e outras tantas perguntas são respondidas com muito humor no livro A outra história do Brasil – A versão desavergonhada e sem cortes que explica tudo. A obra mostra o lado cômico da história do país sob o ponto de vista de Jovane Nunes, ator e redator de programas de TV e da Cia. de Comédia Os Melhores do Mundo. É um convite para entender como tudo começou sem parar de rir, como na versão do escritor para a carta que “Pero Vaz de Caninha” escreveu, comunicando a descoberta das terras brasileiras: “Pero Vaz de Caninha, barman da frota de Cabral, mesmo embriagado, redigiu esta carta ao rei D. Manuel I para lhe comunicar as peripécias do cruzeiro marítimo que acabou no descobrimento de novas terras. Datada de 1º de maio de 1500, em Porto Seguro, este é o primeiro documento etílico escrito da nossa história”. A partir daí, a história segue em mais 12 capítulos (são 13 no total), com divertidas ilustrações criadas pelo ator e designer Welder Rodrigues. A outra história do Brasil é também um absurdo estudo antropológico e sociológico do nosso país. No capítulo sobre as capitanias hereditárias, o autor filosofa sobre a política do país: Com o Brasil já descoberto, o que dava a Portugal um enorme pedaço da América, o rei de Portugal, D. João III, deparou com a mesma dúvida que Lula teve ao assumir o governo: “o que fazer com isso?”. Apesar de usar datas, fatos e personagens reais, os autores brincam com a história e dão a sua versão debochada para os acontecimentos. A Traça de Biblioteca recomenda que seja lido como diversão e não como recurso didático.

Editora Planeta (www.editoraplaneta.com.br)

Atendimento ao Consumidor: (11) 3087-8888

192 páginas

Preço sugerido: R$ 29,90

ELES FORMARAM O BRASIL

Já essa outra dica aqui vale a pena ter à mão para consultas escolares. Durante anos, a História do Brasil colonial foi narrada a partir dos ciclos econômicos e dos feitos heroicos de grandes personagens. Em muitos casos associados às batalhas, ao sacrifício, à entrega, ao grito de independência. Focando no humano, os historiadores Fábio Pestana Ramos e Marcus Vinícius de Morais selecionaram 12 personagens da história colonial e descrevem suas trajetórias neste livro. As personalidades escolhidas representam e simbolizam momentos significativos do mundo colonial. Alguns nomes são conhecidos do grande público e outros nem tanto. Caramuru tornou-se exemplo conhecido dos primeiros tempos do descobrimento. Dizendo-se náufrago, mas na verdade degredado, representa as dificuldades do momento inaugural da colônia. Bartira simboliza ao mesmo tempo o elemento indígena, na imagem de uma mulher, e o contato com o universo português. Manuel da Nóbrega e os jesuítas; Raposo Tavares e as bandeiras são duas figuras marcantes. Quem foi Branca Dias e Fernão Cabral Taíde? A Inquisição se fez presente a partir desses dois nomes. Ela representa os cristãos-novos, as perseguições, o preconceito contra os judeus. E a história dele mostra como a violência e o abuso de poder dos senhores de engenho era usual na época. Ambos foram processados pelo Tribunal do Santo Ofício. Já o insurgente Manuel Beckman nos traz outra face dos poderosos latifundiários. A presença holandesa aparece na figura de Maurício de Nassau – nos gastos e luxos de sua corte holandesa em Pernambuco e, também, nos artistas que fizeram as primeiras imagens do Brasil colonial. O barroco e o período da mineração ganham as páginas com o poeta satírico Gregório de Matos e com Felipe dos Santos, líder de uma revolta em Minas. O mundo da escravidão, o espaço concedido às mulheres e a grande circulação de diferentes culturas, que foi a região das Minas, estão ainda contemplados no capítulo dedicado a Chica da Silva. O último biografado é o Marquês do Lavradio, que nos apresenta a crise do Antigo Regime, o reformismo ilustrado, a era do Marquês de Pombal e o reinado de D. José I.

Autores: Fábio Pestana Ramos e Marcus Vinícius de Morais

Editora Contexto

272 páginas

Preço sugerido: R$ 43,00

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O último espetáculo da velha Fonte Nova

*Texto da jornalista Giovanna Castro

Quando acordei hoje de manhã e comecei a me preparar para ir para o Dique do Tororó, onde acompanharia a implosão do estádio da Fonte Nova, não imaginei que viveria a experiência insólita de vibrar juntamente com a torcida do Bahia. Imagina só, eu que sou rubro-negra desde criancinha! Mas era por uma boa causa. A Fonte Nova veio abaixo em cerca de 12 segundos unindo corações de torcedores das mais diferentes agremiações, mas especialmente das dezenas de torcedores do Bahia que equivocadamente ou não, tomaram a Fonte como sua ao longo dos anos, e que foram dar adeus ao que consideravam sua propriedade devidamente uniformizados. Enfim, coisa de torcedor apaixonado. Mas também vi por lá, caminhando no trecho do Dique liberado para o público, leões uniformizados e igualmente tomados pela expectativa de testemunhar o último espetáculo da velha Fonte Nova.

Torcedores que têm história pessoal com a Fonte, especialmente os tricolores, se posicionaram à beira do Dique do Tororó para acompanhar a queda do velho estádio

A expectativa crescia à medida em que o tempo ia passando e chegando mais perto da hora marcada para a implosão, 10h. Cheguei cedo, por volta das 9h e comecei a me sentir tomada por uma nostalgia e ao mesmo tempo me sentindo uma pessoa muito importante porque no futuro vou poder contar para meus filhos ou netos, se os tiver, que vi a implosão da velha Fonte. Um momento histórico do qual participei antes (já já explico o porquê deste antes), durante e, se tudo der certo, depois. Foi um espetáculo lindíssimo e emocionante. O estopim vermelho prenunciou a queda da fonte que rapidamente virou pó. Me emocionei muito a ponto de deixar de lado o foco da câmera digital que levei para gravar o episódio e preferir ver a olho nu o que se passava na minha frente. “Muito bom, muito bom, muito bom!”, repeti, impressionada.

Logo em seguida, uma nuvem de fumaça enterrou as minhas lembranças de jogos que fui ver com amigos e ex-namorado. Sabe como é, quando a gente gosta até assiste jogo do Bahia achando tudo lindo! E foi assim comigo. Vi jogo do Palmeiras nos anos 90, na era Parmalat, quando o palestra ganhava tudo e mais um pouco, vi jogos do Vitória, vi jogos do Bahia e também jogos sem muita repercussão nas tabelas dos campeonatos e em campeonatos inexpressivos. A sensação era sempre a mesma, a emoção de ver os torcedores gritando palavras de ordem a uma só voz, bandeiras, lenços e braços agitados, rolos e mais rolos de papel higiênico, fogos de artifício, fumaça, muito fumaça. E era como se pudesse tocar a energia que era passada para cada um dos jogadores lá dentro do campo.

Imprensa compareceu em peso para registrar momento histórico da primeira implosão de estádio da América Latina. Disputada pelos jornalistas, a elegância sutil de Bobô, ídolo tricolor

Quando vi a Fonte cair, me lembrei dos muitos degraus que subi até chegar a uma melhor posição. Nunca sentava atrás dos gols, sempre numa posição central que, na minha opinião, proporcionava melhor visão da partida. Lembro que sempre me fazia falta o replay da jogada, mas também me lembro muito claramente da sujeira dos corredores, do fedor de mijo nas arestas de concreto, da impossibilidade de ir ao banheiro, do concreto imundo das arquibancadas em qualquer local do estádio, mesmo nos chamados camarotes, nome pomposo demais para o que eram na prática.

Nada disso, acostumados que estávamos a tamanho descaso, atrapalhava o envolvimento com as trocas de passe e não calava cada grito de gol, nem a gostosa sensação de ver o time sair vencedor. E também a gozação de ver o Bahia perder para algum time de menor representatividade. Afinal, lá se vão dez anos de segundona.

Mas, voltando ao dia de hoje, sabe aquela sensação de que algo muito importante vai acontecer na cidade e que você precisa estar presente? Foi exatamente isso que eu senti. Devo confessar que fiquei um tantinho nervosa, tamanha a expectativa em torno da queda da mega estrutura. Ontem mesmo dava boas risadas com minha mãe que estava lá dentro da Fonte quando foi inaugurado o anel superior, em 1971. Eu nasceria no final do ano seguinte. Minha mãe conta que foi ao local com meu pai acompanhar a inauguração e lembra que naquela semana havia surgido um boato na cidade de que a estrutura desabaria.

Minha última foto da Fonte, tirada minutos antes do início da implosão

Na época, algumas construções edificadas por um funcionário que trabalhava na prefeitura, conta minha mãe, caíram, criando o temor de que o mesmo aconteceria com a Fonte, ainda que uma coisa não tivesse nada a ver com a outra. Coisas do imaginário coletivo. Minha mãe fala entre séria e risonha que perdeu o sapato na confusão e que foi segura pelo meu pai enquanto ficaram esperando a confusão passar. No meio do tumulto, ela não recorda exatamente, mas parece que alguém soltou uma bomba no meio do estádio e o estrondo despertou o pânico entre as pessoas que já estavam ressabiadas com a história do empreiteiro, digamos, picareta.

Foi o fim de pelo menos cinco décadas de grandes espetáculos do futebol

Ela me contou também que, alguns anos depois, voltou à Fonte comigo e meu irmão mais velho ainda pequenos para ver o Papai Noel descer de helicóptero no meio do gramado. Outra confusão, mais aterrorizante ainda para ela porque estava sozinha com duas crianças totalmente indefesas. Restou a ela encostar-se num paredão e aguardar a turba passar espremidinha com a cria. “Desde aquela época, não quero saber mais de aglomeração. Não quero conta”, diz, meio traumatizada, porque minha mãe não é de se consumir com as coisas, não. No segundo seguinte, ela está dando risada lembrando do sapato perdido e do boato sobre a queda da Fonte que rondou a inauguração do novo anel. Coisas de uma época em que as pessoas não eram tão acostumadas com a tecnologia e o fato de uma construção não estar exatamente “assentada no chão” causava medo.

Espetáculo da engenharia foi concluído em cerca de 12 segundos e a nuvem de poeira se dissipou rapidamente

Enquanto aguardava a enorme cortina de fumaça assentar, observava os gritos de empolgação das pessoas, que me remetiam aos momentos de gol comemorados nas arquibancadas da Fonte. É engraçado, mas a queda da Fonte também trouxe alegria para o público que pode ver de perto o acontecimento. Era como uma catarse que servisse para guardar para sempre na memória os momentos bons e apagar de vez da mente momentos trágicos. O grito das pessoas, em sua maioria torcedores e soteropolitanos que tinham o equipamento como parte da cidade e de suas vidas, foi uma forma de cumprimentar o estádio pelos serviços prestados e dar as boas vindas para a Nova Fonte.

É como disse o jogador da elegância sutil, Bobô: “A gente vai começar a construir uma nova história. Momento que não vou esquecer nunca é após a saída dos portões do estádio, com a torcida nos esperando lá fora. Este talvez tenha sido o momento mais marcante. Famílias inteiras, crianças que esperavam o ídolo com um presentinho. Até hoje me lembro com muita frequência. Cada um que construiu seu legado aí, não vai esquecer. Fico muito feliz de estar participando de dois ciclos, da velha Fonte Nova, que vivi com muita intensidade, com orgulho muito grande, e de estar trabalhando na nova Fonte Nova que é uma outra história a ser construída por uma geração nova de atletas”, disse o ídolo do campeonato brasileiro conquistado pelo Bahia em 1988.

Fonte Nova agora são escombros e o espaço dará lugar à nova arena, que deve começar a funcionar em janeiro de 2013, com expectativa de 80 eventos anuais com média de preço do ingresso de R$39

Jogador que, nos anos 70, foi ídolo das torcidas do Vitória e do Bahia, Osni demonstrou emoção: “Sinto hoje mais alegria que tristeza. Eu joguei nessa Fonte Nova, na outra não vou jogar, estarei lá somente como torcedor. Aquilo que eu vivi, que Bobô viveu e todos os jogadores da Bahia e do Brasil que fizeram história na Fonte Nova, que fizeram gols bonitos, já está marcado. O que é importante não é pensar em tristeza, vemos uma antiga era terminando e vamos ver uma nova era começando. A Fonte Nova de 2013 é a Fonte Nova que o torcedor merece”.

Para mim, a sensação foi um misto de alegria e tristeza. De não ter mais a velha Fonte e da expectativa de comprar os ingressos, possivelmente pela internet, para ver os jogos da Copa do Mundo de 2014 na nova Fonte. Faço questão de voltar à Fonte, que não vai ser mais a mesma, é óbvio, mas que vai certamente incorporar toda a mística do nosso maior templo esportivo. Amanhã, volto a fazer meu trajeto rumo ao trabalho, de manhã cedinho, e vai ser o primeiro dia em toda a minha existência em que não verei no horizonte o anel superior do estádio Otávio Mangabeira. A gente se acostuma com tudo nessa vida, mas vai ser uma espera difícil. Mas, pensando bem, três anos não demoram tanto assim…

Confira a implosão da Fonte Nova, neste domingo, 29 de agosto:


Gente, peço mil desculpas por não ter postado mais cedo, mas hoje foi o dia em que a tecnologia não me favoreceu. Levei máquina digital para filmar a implosão e filmei, além de ter gravado no celular entrevistas com o ministro dos esportes, Orlando Silva, com os jogadores do Bahia Osni e Bobô, além do titular da Secopa, secretaria que cuida dos assuntos da Copa de 2014 em Salvador, Ney Campelo, mas não consegui editar o vídeo e não consegui baixar do celular os áudios. Tudo que planejei foi por água abaixo. Fico devendo as minhas imagens e os meus áudios, mas ficam algumas das minhas fotos e o registro da emoção no dia em que a Fonte Nova virou pó e entrou inapelavelmente para a história do futebol nacional e para o imaginário dos torcedores que lá tiveram grandes e inesquecíveis momentos de divertimento.

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Curso ajuda mulheres traídas a lidar com a separação

Do alto dos meus 3.6 anos de vida achava que já tinha visto de tudo, mas ainda tenho é chão para percorrer. Pois não é que existe um curso preparatório para ajudar mulheres traídas em um relacionamento? Sim, minhas caras (e caros), existe. Organizado pela Ong Anjos do Mar, o curso capacita profissionalmente mulheres recém-separadas e ainda oferece suporte psicológico e jurídico.

A Anjos do Mar, inclusive, está com inscrições abertas em cursos profissionalizantes para mulheres traídas e que se separaram dos parceiros. A ideia é bem interessante, porque visa ajudar muitas mulheres que dependiam 100% dos maridos ou companheiros, emocional e financeiramente. Para nós, modernas meninas bem resolvidas, pode parecer absurdo, mas a verdade é que ainda existem muitas mulheres que são atingidas economicamente com uma separação e que precisam recomeçar a vida em todos os sentidos. Algumas, sequer tinham uma profissão ou então ficaram muito tempo fora do mercado, afastaram-se dos amigos e antigos contatos e passaram o tempo do casamento vivendo apenas para o marido e os filhos. Parece uma situação típica dos anos 50, mas ela ainda existe em pleno século XXI, não duvidem.

Os cursos oferecidos pela Anjos do Mar vão desde a área de culinária até artesanato, passando pela fabricação de perfumes e colônias, maquiagem, recepcionista, massagem terapêutica e também sobre como vender produtos e serviços e ser uma empreendedora.  Para dar suporte emocional às mulheres que sofreram um grande impacto psicológico por terem sido traídas, a entidade realiza, juntamente com os cursos, encontro de grupos motivacionais. Vocês bem sabem que autoestima é tudo e após um relacionamento é preciso juntar os caquinhos da autoestima abalada. Durante os cursos, as alunas participam ainda de palestras sobre motivação, saúde e qualidade de vida; além de receber dicas de nutricionistas e endocrinologistas.

Serão realizados também exames gratuitos para detecção de doenças como hipertensão e diabetes e haverá orientação sobre violência contra mulher (Lei Maria da Penha), direitos na união estável e pensão alimentícia.

As inscrições estão abertas e os cursos são gratuitos. Apenas é cobrada uma taxa inicial que varia de R$ 20,00 a R$ 50,00. As vagas são limitadas e as aulas começam agora em setembro. Vale a pena indicar para quem estiver precisando.

Serviço :
Cursos de Capacitação Profissional para Mulheres Traídas
Inscrições abertas / aulas começam em setembro
ONG Anjos do Mar – Informações: 71-3245-8900/3015-9660
Inscrições: Rua Tenente Pires Ferreira, 51 Barra – Salvador
Contato: www.anjosdomar.net /[email protected]

*Com informações da assessoria de comunicação da Anjos do Mar

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Saúde & Fitness: “Pilates desde criancinha”

Retomo a série Saúde & Fitness aqui do blog com o texto da Suely Tambalo, instrutora de Pilates no CGPA,centro de formação profissional, em que ela nos revela um pouco da biografia de Joseph Pilates, uma criança frágil que buscou na natureza e no equilíbrio entre mente, corpo e espírito, uma nova forma de viver e relacionar-se consigo mesmo, com os outros e com o meio ambiente. Vamos aprender juntos!

**PILATES DESDE CRIANCINHA
*Suely Tambalo

Nosso corpo é um maravilhoso e complexo sistema, que dispõe de todos os mecanismos para funcionar em perfeito equilíbrio. Cabe a nós, conhecermos e atendermos à todas essas necessidades para que vivamos plenamente e com saúde, o mais longamente possível. Simples assim. E nada mais difícil do que as coisas mais simples…

Nosso “manual de instruções” já teve várias de suas páginas desvendadas desde a antiguidade, mas muito ainda há para descobrir e o pior, não pára por aí.
Mesmo quando dispomos a nos tratar bem, profundas verdades que acreditávamos irrevogáveis, de uma hora para outra, são questionadas e postas à prova pelas mais recentes pesquisas.

Nesse cenário, muitas vezes ficamos inseguros quanto ao que fazer para nos exercitarmos de maneira prazerosa e – ao mesmo tempo – também preservarmos e melhorarmos nossa saúde.

Por isso, vamos contar a história de Joseph Hubetus Pilates, que foi uma criança frágil e com a saúde debilitada por várias enfermidades. Em sua busca pessoal pela saúde, acreditou que a força da vida e do equilíbrio estava dentro dele. E, de maneira intuitiva, persistente e autodidata, estudou anatomia, observou os animais, a natureza, buscou as respostas exatamente onde elas estavam disponíveis e em suas fontes mais confiáveis.

Dedicou sua vida à melhora de sua condição física, estudando fisiologia, anatomia, medicina chinesa, praticando yoga, artes marciais até boxe, mergulho e artes circenses, reunindo assim, o melhor das práticas ocidentais e orientais numa única proposta.

Exemplo vivo dos resultados impressionantes que o seu método pode proporcionar aos que se dispõe a praticá-lo, Pilates não só criou um sistema completo de exercícios, como também desenvolveu vários equipamentos para auxiliar e desafiar nossos limites.
Não acreditava em movimentos antinaturais, que desrespeitavam os limites articulares, criavam sobrecargas exageradas e provocavam lesão. Partindo de sua própria experiência pessoal, criou um método de treinamento que transforma o corpo e a relação consigo mesmo. Tornar-se consciente e presente em cada gesto, buscando a perfeição e a qualidade e não a quantidade, sem nunca chegar à exaustão.

Por isso, ele pode atender tão bem tanto a reabilitação de lesões – como fez primeiramente com os enfermos, feridos e mutilados durante o período que ficou recluso no campo de concentração durante a I Guerra na Inglaterra; quanto ao treinamento de famosos artistas, atletas e bailarinos em Nova York, quando emigrou para os EUA.

Como ele mesmo afirmava e pôde ser comprovado na atualidade pelo sucesso do método Pilates em todo o mundo. Ele estava pelo menos 50 anos à frente de seu tempo. Embora reconhecida sua eficiência, sofreu a resistência da comunidade médica da época, pois seu método questionava tudo que se julgava sabido sobre treinamento físico até então.
Enfim, ele viabilizou em forma de exercícios o que todos nós sabemos e buscamos, mas depois de tanto tempo, ainda não atingimos: para ter um corpo realmente saudável não é possível dissociá-lo de um estilo de vida e de pensamentos saudáveis. Não é possível privilegiar nem o corpo, nem a mente: ambos devem estar em perfeito equilíbrio.

Praticou seu método até o final da vida, diariamente, mantendo a saúde e um corpo admirável até os 87 anos, quando faleceu. Ele nos deixou mais um caminho, dentre os inúmeros que temos disponíveis. Ele conquistou a própria saúde e ajudou inúmeras pessoas a atingir esse equilíbrio e continua ajudando outras tantas, através de seus seguidores.

Muito além do modismo em que o Pilates (assim chamada a técnica, após a morte de seu criador) se transformou – sendo muitas vezes símbolo de status depois de divulgado por artistas internacionalmente – é preciso salientar que Joseph Pilates nunca pretendeu elitizar seu método, pelo contrário, seu maior sonho era que fosse praticado precocemente nas escolas, por todas as crianças, para que desde cedo adquirissem o conhecimento do próprio corpo para crescerem fortes, flexíveis,  livres de dores e desequilíbrios desnecessários.

Crianças mais felizes, equilibradas e prontas para explorar todo seu potencial, tornando-se adultos mais preparados, saudáveis e felizes.

Eu, como milhares de praticantes apaixonados, que experimentaram e comprovaram a eficiência do método Pilates em todo o mundo, não posso deixar de comunicar aos também amantes da corrida que esse casamento é mais do que saudável e tem tudo pra dar certo. É experimentar para crer.

*Suely Tambalo é professora do CGPA Pilates, centro pioneiro de atendimento pelo Método Pilates e formador de profissionais. Visite o site: www.cgpapilates.com.br

**Texto enviado ao blog por Vera Moreira Comunicação e publicado no blog com autorização da autora, desde que devidamente citada a fonte e respeitando-se a integridade do material.

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Biografia de Salvador para a meninada

Aproveitando que nesta segunda-feira comemora-se os 461 anos de fundação de Salvador, primeira capital brasileira, divulgo o lançamento de uma obra que desvenda a origem da capital baiana para o público infanto-juvenil. Os sons de Salvador, de Luís Bras (Callis Editora) conta a história de Carol e Cris, duas  irmãs soteropolitanas que têm o sono interrompido por barulhos vindos da casa da vizinha. É assim que a dupla descobre e conhece o músico Caê, um pesquisador da sonoridade baiana. Enquanto o grupo se diverte explorando os sons dos instrumentos, e aqui não ficam de fora os tambores, uma marca da cultura da cidade, Caê conta para as meninas a história de Salvador, mostrando curiosidades e personagens. Repleto de diálogos, o livro tenta transmitir sua mensagem de forma leve e divertida, por meio de uma linguagem simples e dinâmica.

Ficha técnica:

Os sons de Salvador
Autor: Luís Bras
Ilustração: Camila Mesquita
Callis Editora
32 páginas
Preço sugerido: R$ 21,90

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Nos links abaixo, a história da Fundação de Salvador

>>Aniversário de Salvador: 460 anos (post publicado em 27/03/2009)

>>Aniversário de Salvador: Thomé de Souza (post publicado em 28/03/2009)

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Artes plásticas: Acervo de Hansen Bahia é restaurado

Até o dia 03 de abril, na galeria do ICBA (Instituto Cultural Brasil-Alemanha), no Corredor da Vitória, em Salvador, é possível conferir as xilogravuras e matrizes do acervo de Hansen Bahia, artística plástico alemão radicado no estado, que se estivesse vivo, faria 95 em 19 de abril. As peças em exposição pertencem ao acervo da Fundação Hansen Bahia, situada em São Félix, cidade do recôncavo baiano. Conversa de Menina abre espaço para a história deste artista, que teve recentemente o seu acervo restaurado por iniciativa do governo alemão, e da sua história de amor com a cultura baiana. O texto foi encaminhado pela Frente & Verso Comunicação.

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Exposição celebra os 95 anos de Hansen Bahia

Acervo do artista radicado no recôncavo é restaurado pelo governo alemão

As matrizes apresentadas na Exposição Hansen Bahia 95 anos estavam integradas às paredes da casa localizada na Fazenda Santa Bárbara, São Félix, e faziam parte da intimidade do artista e de sua esposa Ilse Hansen. Todas foram restauradas por meio de um investimento do governo alemão da ordem de R$ 85 mil, conta a curadora da exposição, Lêda Deborah.

“Hansen é um artista impressionante e importante, um presença alemã forte na Bahia e a obra dele tem que ser preservada”, afirma o atual cônsul da Alemanha na Bahia, Hans Jürgen.

Segundo o diretor executivo do Goethe-Institut (ICBA) em Salvador, Ulrich Gmünder, o artista alemão que, ao radicar-se na Bahia, introduziu a xilogravura no estado, merece este apoio. “Para nós, é uma grande honra poder conservar a obra de Hansen. Esperamos que o público aproveite para conhecer melhor as obras dele”, declara Ulrich.

Para o artista conselheiro da Fundação Hansen Bahia, Justino Marinho, “a iniciativa do governo alemão foi bem vinda, porque a obra de Hansen tem um valor muito grande e marca um período importante das artes baianas. Vale destacar que além dos trabalhos de Hansen, foram restauradas obras de outros artistas importantes como Carybé, Mario Cravo, Genaro e outros, que fazem parte do acervo deixado pelo gravador”, declara.

De acordo com o restaurador das matrizes, José Dirson Argolo, o estado de conservação das 22 peças estava muito comprometido. “Nem sempre o artista se preocupa com a manutenção de sua arte. Hansen, por exemplo, utilizou materiais como compensado, que não resiste ao ataque de cupins e infiltrações. Por isso, o processo de preservação é necessário e, neste caso, demandou um trabalho árduo que realizamos em 10 meses”.

O restaurador João Magalhães foi o responsável pelo “conserto” de 56 xilogravuras, sendo 27 da coleção “Navio Negreiro” e 15 da “Via Crucis do Pelourinho”. Entre as demais gravuras restauradas estão: “O diálogo das héteras”, “Portas e janelas”, “Cangaceiro a cavalo”, “Vaqueiro laçador”, “Grande Candomblé”, “Forte de São Marcelo”, “Flor de São Miguel”, “Amigas em vermelho”, “Boi caído” e “Amigas no banho”.  Outras obras de Hansen restauradas foram: “Limão”, “Noé e as pessoas que oravam na popa da arca”, “Batalha das Amazonas”, “São Miguel”, “O cavaleiro, a morte e o diabo” e “Aniversário de Ilse”.

Fundação Hansen Bahia – Instituição cultural e educativa sem fins lucrativos, destinada a colaborar no fomento da produção cultural do recôncavo baiano, o Museu Hansen Bahia foi inaugurado no dia 19 de abril de 1978, dois anos após Hansen Bahia doar seu acervo e criar a Fundação. Segundo o coordenador executivo da entidade, Raimundo Vidal, a fundação assegura a preservação da obra de Hansen Bahia e desenvolve exposições com visitas monitoradas, tanto no Museu em Cachoeira – que em breve terá sua sede própria – quanto na Casa dos Hansen, onde está o Memorial Póstumo, em São Félix, além de realizar exposições temporárias em outras cidades.

“A Fundação possui aproximadamente 12 mil peças do artista alemão, mil de Ilse Hansen, além de muitas outras assinadas por outros artistas. No total, são mais de 13 mil obras de arte. Somando-as aos objetos (mobiliário,instrumentos e acessórios, dentre outros), o acervo total do museu está estimado em 18 mil peças”.

Quem é Hansen Bahia?

Karl Heinz Hansen nasceu em 19 de abril de 1915, em Hamburgo. Foi marinheiro, escultor, poeta, escritor, cineasta, pintor e xilógrafo. Seus primeiros trabalhos artísticos surgiram no início dos anos 40. O homem foi o seu grande tema e a xilogravura – arte tradicional no seu país – a técnica mais utilizada.

O período de iniciação artística coincidiu com o desenvolvimento da gravura alemã e com o começo de vários movimentos artísticos importantes na Europa, a exemplo do expressionismo, ao qual foi fiel em toda sua produção. Autodidata na técnica que lhe garantiu sucesso internacional, Hansen talhava a madeira com precisão e perfeição partilhada por poucos.

Em 1950, deixou a Alemanha e veio conhecer o Brasil. Em São Paulo, trabalhou como artista gráfico na editora Melhoramentos. Cinco anos mais tarde, mudou-se para a Bahia, onde viveu e produziu intensamente. A paixão pelo estado fez com que o primoroso gravador, depois de conquistar reconhecimento internacional, incorporasse o nome da terra e assumisse a assinatura Hansen Bahia.

“Antes de vir para a Bahia era só marinheiro. Quando aqui cheguei, nasci pela segunda vez e tornei-me artista”

Amante da nova terra, Hansen Bahia não se contentou apenas em naturalizar-se brasileiro. Doou à Bahia, especificamente à cidade de Cachoeira, as obras relevantes do seu acervo e criou a Fundação Hansen Bahia, através de testamento, em abril de 1976. Apenas dois meses depois de inaugurar a primeira sede da fundação, o artista faleceu, no dia 14 de junho de 1978, deixando seu legado mais valioso: um enorme acervo de obras de arte e trinta livros publicados.

Serviço:

O quê: Exposição Hansen Bahia

Onde: Galeria do ICBA – Corredor da Vitória

Quando: até 03 de abril; de segunda a sexta-feira das 9h às 18h30 e aos sábados até às 13h.

Entrada franca

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Traça de Biblioteca: Acervo raro no Mosteiro de São Bento

A série Traça de Biblioteca desta semana não vai indicar lançamentos recentes do mercado editorial brasileiro, mas obras raríssimas, que o Mosteiro de São Bento da Bahia, através de uma parceria com a Secretaria Estadual de Cultura, disponibiliza em arquivos digitalizados em um site na internet. São obras históricas, que não são possíveis de ser manuseadas, devido a sua fragilidade (manuscritos e publicações com mais de dois séculos), mas cujo conteúdo tão rico e importante precisa ser compartilhado. Quem já teve a oportunidade de visitar a biblioteca do mosteiro tem a impressão de entrar no cenário de O Nome da Rosa, é simplesmente genial! O jornalista e querido amigo Dirceu Factum enviou o texto abaixo, com as informações e os detalhes da criação do site Livros Raros, vale a pena conferir:

O  site “Livros Raros” (www.saobento.org/livrosraros) “no ar” desde o dia 04.02, contém 20 obras que fazem parte do precioso acervo da Biblioteca do Centro de Documentação e Pesquisa do Livro Raro do Mosteiro. Datadas dos séculos 16 a 19, todas foram restauradas, digitalizadas e disponibilizadas na íntegra e de forma gratuita na internet, numa iniciativa inédita no estado.

Basílica de São Bento

A construção do site foi o desdobramento de um projeto elaborado pelo Mosteiro de São Bento da Bahia que englobou não só o restauro de obras, como a melhoria das condições de conservação dos 300 mil volumes da biblioteca e do Centro de Documentação e Pesquisa do Livro Raro do Mosteiro, agora corretamente acondicionados em 172 novas estantes. A iniciativa foi uma das 120 aprovadas dentre 420 apresentadas ao Fundo de Cultura do estado da Bahia, em 2007. Os recursos, no total de R$294.984,00, viabilizaram a restauração completa e também a digitalização e implementação de programas de acesso às obras do acervo. Agora, com o novo site, todos terão acesso a um conteúdo especial e de interesse mundial.

Entre as 20 raridades que foram restauradas estão seis volumes dos “Sermões” do Padre Antônio Vieira publicados no final do século 17 e início do século 18. São edições princeps, ou seja, primeiras edições revisadas pelo próprio autor, neste caso a principal referência na língua portuguesa no Brasil. Outras obras únicas são “Seleção de Questões Disputadas sobre a Metafísica e os Ensinamentos de Aristóteles” (1685) e “Theatro Crítico de Freijó” (1876), dedicado ao “sereníssimo señor Infante de España Dom Carlos de Bourbon e Farnefio”, e a “Colleção dos Breves Pontifícios”, e Leys Regias, expedidos e publicados desde 1714.

Para o Secretário de Cultura do Estado da Bahia, Márcio Meirelles, “toda a preservação de acervo é válida, mas ela ganha mais importância na medida em que tem uma utilidade pública. Quando o Mosteiro se propôs a disponibilizar este acervo raro, de uma forma tão ampla, temos que apoiar. Só o restauro de obras como “Os Sermões”, de Padre Vieira, já é uma grande iniciativa”. O Secretário reforçou ainda a importância do apoio do Governo do Estado ao projeto. “O mosteiro de São Bento é um exemplo de Patrimônio Histórico pela maneira com a qual conserva seu acervo. A visão de sustentabilidade, a dinâmica interna da instituição e a percepção da abrangência de propostas como esta que agora se concretiza são a segurança da total validade de parceria por parte do Governo do Estado”.

Segundo a filóloga e professora Alicia Duhá Lose, coordenadora geral do projeto, a principal meta do projeto era a restauração de um acervo de valor ímpar, mas que esta ação gerou outros bons resultados. “Além de termos em mãos preciosidades da literatura mundial de todos os tempos, e de podermos colocar, neste primeiro momento, 20 obras raras a disposição de interessados, em qualquer parte do mundo, via internet, conseguimos capacitar uma competente equipe de restauração composta por profissionais baianos”, comemorou. O trabalho envolveu cerca de 20 pessoas, entre técnicos do laboratório do Mosteiro de São Bento, implantado há 12 anos, pesquisadores do Mosteiro, da Faculdade São Bento e da Universidade Federal da Bahia. Como não haviam profissionais especializados em restauração de livros raros no Estado foi preciso tornar o grupo apto com um treinamento de três meses, monitorado por professores da Fundação Casa de Rui Barbosa, do Rio de Janeiro.

Detalhe da basílica, sensação de entrar em um filme medieval indescritível

Além de dificuldades iniciais com a mão de obra, os responsáveis pelo restauro tiveram que contornar outras limitações, como a escassez e os preços altos de parte do material necessário para a tarefa. O papel japonês utilizado para preencher os espaços danificados, por exemplo, teve que ser adquirido em São Paulo e com um orçamento alto (apenas uma folha chega a custar R$ 23). Para Alicia, todo o processo foi muito trabalhoso e exigiu total atenção dos envolvidos, mas o nível de importância dos livros era tão alto quanto os riscos de perdê-los com o passar do tempo. “As obras estavam em péssimas condições. Felizmente, o resultado foi o melhor possível. Hoje, temos a certeza de estar colaborando para a existência de um rico acervo de pesquisa que conta com publicações como a “Coleção de Breves Pontifícios”, uma compilação de textos sobre os jesuítas”, relatou a filóloga.

A beleza dos materiais também pode ser apreciada na íntegra através do processo de digitalização. Ninguém, certamente, ficará impassível diante de um manuscrito ornado, repleto de iluminuras (tipo de pintura decorativa, frequentemente aplicado às letras capitulares no início dos capítulos de pergaminho medievais. O termo se aplica também ao conjunto de elementos decorativos e representações imagéticas executadas nos manuscritos, produzidos principalmente nos conventos e abadias da Idade Média) e filigranas (trabalho ornamental feito de fios muito finos e pequeninas bolas de metal, soldadas de forma a compor um desenho.

“Como fruto desse passado, a nossa Biblioteca de Livros Raros hoje possui cerca de 30 mil volumes, sendo o segundo maior acervo do país (o primeiro é o da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro) e os 20 livros que estão apresentados neste site fazem parte desse contexto. Um contexto histórico representado por momentos marcantes tanto para o Mosteiro como para história luso-brasileira; e de uma preocupação em preservar nosso patrimônio e compartilhar com a sociedade esse conhecimento”, comentou Dom Gregório Paixão.

A opinião daqueles que convivem diretamente com o acervo entrou nos critérios dos documentos pesquisados inicialmente – “O Dietário”, os livros “Velho”, I e II da Coleção dos Livros do Tombo e a “Regra das Monjas” – foram sugeridos pelos próprios monges, devido ao seu interesse para a história geral da Bahia e do Brasil e a relevância para a manutenção da história deste Mosteiro e da própria Ordem. Somaram – se a estes, as edições princeps dos “Sermões” de Antônio Vieira, a “História Geral da Capitania da Bahia”, de José Natônio Caldas, 1759, e a “Collecção de Breves Pontifícios”, de 1756.

A preocupação em aumentar e, principalmente, preservar o acervo bibliográfico da Arquiabadia sempre foi algo de grande importância para os monges. Prova disto é a declaração de Dom Abade Majolo de Caigny, em meados de 1913: “aumentei nossa biblioteca, depois de tê-la melhorado, comprado todos os anos bom número de livros modernos; limpei e conservei os vetustos e quase carcomidos”. Mais de 90 anos depois, ainda com o empenho de salvaguardar esse precioso patrimônio bibliográfico, já com a presença de Dom Arquiabade Emanuel D’Able do Amaral, foi inaugurada uma nova área para guarda dos livros e um moderno Laboratório de Conservação e Restauração de Papel, iniciativa que contribui para ampliar o valor para a sociedade da Biblioteca do Mosteiro de São Bento, espaço de pesquisa e leitura tombado pelo Iphan, criada em 1582, quando os beneditinos chegaram em Salvador e fundaram o primeiro mosteiro da ordem no Novo Mundo.

Confira as obras disponibilizadas na Internet através do link:

www.saobento.org/livrosraros

STATUTI della Venerabile Archiconfraternita della Pieta de Carcerati [*] Novamente riformati. Oruieto: Rinaldo Ruuli, 1626. 168p.

BIBLIA Sacra Arabica [*] ad usum Ecclesiarum Orientatium. Additis è regione Bibliis Latinis* Roma: Sacra Congragationem de Propaganda Fide, 1671. T. 1. 472p.

FABRICIUS, Johann Albert. Bibliothecæ Græcæ. Liber III. De Scriptoribus qui claruerunt à Platone usque da Tempora nati CHRISTI Sospitoris nostri* Hamburgi: sumptu Christiani Liebezeit, 1707. [2], [12], 824p.

PORTUGAL. Collecçaõ dos Breves Pontificios, e Leys Regias, que foraõ expedidos, e publicadas desde o anno 1741., sobre a liberdade das pessoas, bens, e commercio dos indios do Brasil* [Lisboa]: Impressa na Secretaria de Estado, [1759]. [458] p.

D. LAURENTII IUSTINIANI Proto patriachae Venetii opare et vita religiosissima cum duplici indice Castigatius reposita. [Paris]: Jodoco Badio Ascencio, 1524. [7], 530f.

SARMENTO, Francisco de Jesus Maria. Flos Sanctorum ou santuario doutrinal* Lisboa: na Officina de Antonio Rodrigues Galhardo, 1727. 891p. v. 2

MASSARANI, Francesco. Francisci Massarii Veneti in novum Plinii de naturali historia librum castigationes & annotationes. Basileae: In Officina Frobeniana per Hienorymum Froben & Nicolaum Episcopium, 1537. [16], 367, [16] p.

INGUIMBERT, Malachia. Vita di monsignor Don Bartolomeo de Martiri* In Roma: Per Girolamo Mainardi, 1727. XXXVI, 319p. Dividido em dois livros.

VIERA, António, Padre. Sermoens, e varios discursos [* ]. Obra posthuma, dedicada a Purissima Conceyçam da Virgem Maria Nossa Senhora. Lisboa: Por Valentim da Costa Deslandes, 1710. T. XIV

VIEIRA, Antonio. Sermões.

VIEIRA, Antonio. Sermoens [*]. Undecima Parte, offerecida à Seressima Rainha da Grã Bretanha. Lisboa: Na Officina de Miguel Deslandes, 1696.

VIEIRA, António. Sermoens [*] Setima Parte, dedicada no Panegyrico da Rainha Santa ao serenissimo nome da Princeza N. S. D. Isabel. Em Lisboa: Na Officina de Miguel Deslandes, 1692.

VIEIRA, Antonio. Palavra de Deos empenhada, e desempenhada. No Sermam das Exequias da Rainha N. S. Dona Maria Francisca Isabel de Saboya; desempenhada no Sermam de Acçam de Graças pelo nascimento do principe D. João Primogenito de SS. Magestade [*]. Lisboa: Na Officina de Miguel Deslandes, 1690.

VIEIRA, António. Sermoens [*] Segunda Parte, dedicada no Panegyrico da Rainha Santa ao serenissimo nome da Princeza N. S. D. Isabel. Em Lisboa: Na Officina de Miguel Deslandes, 1682

LACROIX, Paul. Vie militaire et religieuse au moyen age et a l’époque de la renaissance. Paris: Librairie de Firmin-Didot, 1876. v, 577, 1p

FLAVIACENSIS, Radulphi. Mysticum illum Moyse Leviticum libri XX* Colonie: [E. Cervicomus] Petri Quentell, 1536. [22], 314p.

AGUIRRE, Iosepho Saenz de. In Metaphysicam et prædicamenta Aristotelis: disputationes selectæ* Salamanticæ: apud Lucam Perez, 1675. 222p.

MENEZES, Fernandes de. Historia de Tangere: que comprehende as noticias desde a sua primeira conquista até a sua ruina. Lisboa Occidental: na Officina Ferreiriana, 1732. [20], 304p.

GRÉGOIRE, L. Géographie générale physique et économique. Paris: Garnier Frères, 1888. 1209p. il.

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Cultura: Exposição de imagens sobre festa do Bonfim

Baiana com jarra de flores. Ao fundo, as fitinhas do Bonfim que os fieis amarram no gradil da igreja com pedidos. Crédito: Ricardo Prado / Exposição Megumi

Nesta quinta-feira, dia 14, acontece a tradicional Lavagem do Bonfim, uma das festas populares mais antigas e importantes do calendário de Salvador. Mistura de rituais católicos e do candomblé com crenças populares, a lavagem acontece há quase 200 anos e é precedida de um cortejo de oito quilômetros, a pé ou em carroças, entre a igreja da Conceição da Praia (no bairro do Comércio) até a Colina Sagrada, onde fica a igreja do Bonfim. O fascínio pelas cenas que acontecem durante o cortejo e no ato da lavagem, quando as baianas despejam água de cheiro nas escadarias da igreja, é o tema da exposição de fotos do mineiro radicado na Bahia, Ricardo Prado.  Intitulada “Megumi”, expressão japonesa que significa “benção”, a exposição reúne sete olhares com registros peculiares da Festa do Bonfim e estará aberta ao público a partir desta quinta-feira. Entre as imagens que compõem a exposição, está o olhar sobre o Pagador de Promessas, que partiu do bairro de Brotas até a Colina Sagrada, seguindo à risca a máxima popular que diz que “quem tem fé vai a pé”. A mostra fotográfica fica em cartaz durante o mês de janeiro na Yorumaki – Temaki Bar.

S E R V I Ç O:
O quê: Exposição “Megumi”
Quando: Aberta ao público a partir de  quinta-feira, 14 de janeiro
Onde: Av. Octávio Mangabeira, Nº 1.709 – B,  Pituba, em frente ao antigo Clube Português
Horários: Dom – Quart, das 17h30 à 0h, Quint – Sáb, das 17h30 às 5h

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Traça de Biblioteca: Retratos do Brasil Negro

A série Traça de Biblioteca desta sexta-feira destaca quatro livros lançados pelas coleções Consciência em Debate e Retratos do Brasil Negro, ambas da Selo Negro Edições. Os livros tratam de importantes questões como a desigualdade racial existente no Brasil e traz também perfis de intectuais, homens e mulheres, que militam em prol dos direitos da população afrobrasileira. Quando diversos segmentos da sociedade civil organizada, sobretudo do movimento negro, se voltam para organizar as comemorações do Dia da Consciência Negra (em 20 de novembro próximo), vale a pena aprender os valores destes relatos. Recentemente, lendo uma revista que falava sobre o 20 de Novembro, li uma frase de Nelson Mandela (Nobel da Paz, militante pelo fim do apartheid na África do Sul) que cabe reflexão: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da pele, o ódio é ensinado. E se o ódio pode ser ensinado, o amor também pode”.  Confiram as sinopses e serviço para adquirir os títulos:

retratosRelações raciais e desigualdade no Brasil
O livro apresenta o ponto de visto histórico das relações raciais e das desigualdades no Brasil. Para a autora, a historiadora Gevanilda Santos, a educação antirracista é uma das soluções para promover a igualdade, a consciência política e o respeito às diferenças. A ideia do brasileiro cordial supõe uma vocação nacional para a convivência harmônica diante da desigualdade racial existente no país. Esse estereótipo, contudo, apenas esconde o modo de ser preconceituoso do brasileiro. O livro integra a coleção Consciência em Debate, lançamento da Selo Negro Edições. Em Relações raciais e desigualdade no Brasil, Gevanilda Santos decifra o mito da democracia racial e denuncia o racismo que sempre permeou a sociedade brasileira. Com base na análise das bases sociais, econômicas, culturais e políticas do país, ela mostra como está estruturada essa desigualdade. O livro apresenta o ponto de vista histórico das relações raciais e das desigualdades. Da República Velha ao movimento negro contemporâneo, a autora esmiúça conceitos como “raça”, racismo e preconceito, desconstruindo ideias preestabelecidas. Ao longo da obra, destaca as diferenças existentes entre as desigualdades sociais e raciais e reafirma a necessidade de políticas públicas específicas para os negros.
Autora: Gevanilda Santos
Coordenadora da coleção: Vera Lúcia Benedito
Editora: Selo Negro Edições
Preço: R$ 19,90
Páginas: 96

AbdiasAbdias Nascimento – Retratos do Brasil Negro
Abdias Nascimento é um dos maiores pensadores negros do mundo. Sua luta pela igualdade racial e sua vida marcada por desafios são fielmente registradas nesta biografia: da infância humilde à criação do Teatro Experimental do Negro, passando por sua atuação como deputado federal. Abdias pertence ao grupo dos grandes intelectuais engajados nas lutas libertárias dos negros em âmbito mundial – e também na difusão do pan-africanismo. No livro, a jornalista Sandra Almada recupera a vida e a obra desse dramaturgo, ator, acadêmico, político, artista plástico, poeta e militante reconhecido internacionalmente, resgatando as origens de sua combatividade.  Admiradora do professor Abdias, a jornalista acompanha sua militância há quase vinte anos, período em que foi acumulando algumas histórias desse defensor do combate ao racismo. Para complementar a biografia, ela realizou novas entrevistas, durante quatro meses, na casa do intelectual, no Rio de Janeiro. Espirituoso e bem-humorado, ele reconstituiu sua trajetória, revelando fatos significativos de uma vida exemplar de superação e crença.
Autora: Sandra de Souza Almada
Coordenadora da coleção: Vera Lúcia Benedito
Editora: Selo Negro Edições
Preço: R$ 19,90
Páginas: 168

Sueli CarneiroSueli Carneiro – Retratos do Brasil Negro
Sueli Carneiro é ativista antirracismo do movimento social negro brasileiro. Feminista e intelectual, fundadora do Geledés – Instituto da Mulher Negra, Sueli é uma das personalidades políticas mais instigantes da atualidade. Entender sua história de vida, suas influências e as mudanças concretas geradas por sua militância é compreender parte do cenário espacial, político e geográfico do movimento social negro contemporâneo. No livro, a jornalista Rosane da Silva Borges conta a história dessa que é uma das personalidades políticas mais instigantes da atualidade. A obra recupera experiências pessoais como eixo importante de vivências políticas. O primeiro contato da autora com Sueli foi em 2002, já com o intuito de compor a biografia dessa incansável ativista. Em 2009, o projeto foi retomado. Foram seis meses de trabalho e várias entrevistas em São Paulo. Os capítulos que compõem a biografia de Sueli Carneiro incluem fatos relevantes na vida da filha de uma ex-costureira e de um ferroviário, que herdou a tradição familiar e a certeza de que precisava investir na própria educação e lutar por condições melhores para a população negra. Em seu relato, a autora descreve o panorama brasileiro do período que envolve o nascimento e a infância da biografada, destacando uma época efervescente, com a volta de Getulio Vargas ao poder.
Autora: Rosane da Silva Borges
Coordenadora da coleção: Vera Lúcia Benedito
Editora: Selo Negro Edições
Preço: R$ 19,90
Páginas: 104

Nei LopesNei Lopes – Retratos do Brasil Negro
Nei Lopes é um brasileiro comprometido com sua terra e com a cultura de seu povo. Sempre criativo, ele vem enriquecendo o panorama da cultura nacional com a singular capacidade de elaborar e interpretar a dimensão mais densa e profunda da africanidade no país. Poeta, compositor, sambista, pesquisador e escritor, Nei Lopes é uma referência da cultura e da arte no Brasil. Sua vasta obra intelectual e musical constitui um rico acervo de informações e ideias sobre a cultura afro-brasileira, além de refletir de maneira magistral a luta antirracista no país. A vida e obra de Nei Lopes é contada pelo jornalista Oswaldo Faustino, que aborda com maestria todas as facetas da vida do artista.  Admirador de Nei Lopes, Faustino aceitou com entusiasmo o convite para escrever a biografia do intelectual. Foram quatro meses de trabalho, incluindo contatos por telefone, troca de e-mails e dois encontros, um no Rio de Janeiro e outro em São Paulo, para reunir as histórias que mostram os diversos talentos do homem que é hoje a grande referência no estudo da cultura afro-brasileira e na luta contra o racismo. O autor fala sobre o envolvimento de Nei Lopes com as artes plásticas e a aprovação, em primeiro lugar, no disputadíssimo concurso da Escola Técnica Visconde de Mauá. Fala sobre sua dedicação à poesia, ao desenho e ao teatro, bem como sobre sua formação como advogado na Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil (atual UFRJ), em 1962, que fez dele o primeiro universitário da família.
Autor: Oswaldo Faustino
Coordenadora da coleção: Vera Lúcia Benedito
Editora: Selo Negro Edições
Preço: R$ 19,90
Páginas: 120

Serviço:

Para adquirir os livros os contatos são o Serviço de Atendimento ao Consumidor da Selo Negro Edições, em São Paulo, pelo telefone: (11) 3865-9890.

Visite também o site da editora: www.selonegro.com.br

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