Miss Universo 2011: a vitória do diferente

Estou plenamente realizada com a escolha da Miss Universo 2011. A angolana Leila Lopes estava imbatível no meio das concorrentes. Assisti ao concurso. Torci para ela desde quando as fotos das beldades de cada país foram divulgadas e matérias sobre o concurso e as candidatas bombardeavam a internet. E minha torcida não tinha a ver com raça, cor ou afins. Ela era a mulher mais bonita, definitivamente. Minha torcida foi por isso.

Mas falando em raça, Leila não é a primeira negra a conquistar o título de Miss Universo. Desde a primeira edição do evento, em 1952, foram três: Janelle Commissiong (Trinidad Tobago, em 1977), Wendy Fitzwilliam (Trinindad e Tobago, em 1998) e Mpule Kwelagobe (Botsuana, em 1999). E, confesso, me incomoda um pouco essa necessidade, esse alvoroço todo em torno do tom de sua pele. Não importa a sua cor, ela é simplesmente linda.

O que mais me agradou na escolha deste ano foi a quebra de paradigma. Se dermos uma breve olhada nas últimas vencedoras do concurso, verificaremos a adoção de um padrão de beleza único. Todas as meninas são muito parecidas. A minha revolta é essa: a mulher mais bonita do mundo precisa ter um padrão. E a minha realização foi ver a luz da angolana brilhar mais forte entre as 88 adversárias, em um megaevento com transmissão recorde para 190 países. E é aqui que está o diferencial.

De 2000 para cá, apenas a angolana Leila Lopes foge do padrão das vencedoras do concurso. Alguns lembrarão da japonesa Riyo Mori , em 2007, que desbancou a brasileira Natália Guimarães. Sim, fazia tempo que uma beleza oriental não levava a coroa para casa. E podemos inclui-la no rol das diferentes. No entanto, de resto, é uma sucessão de belezas iguais.

Japonesa Riyo Mori, Miss Universo 2007

Particularmente, gostei de não ver a angolana entrar na passarela de cabelos alisados, naquela tentativa desesperada de se aproximar dos “iguais”. Em várias fotos anteriores ao dia do evento, inclusive, ela aparece com os cabelos lisos. Não sou contra os alisamentos, até porque eu mesma tiro os cachos do meu cabelo. Cada um faz o que quer com o cabelo que tem, mas aprecio imensamente quem valoriza o seu tipo de cabelo, do jeito que a genética deu e consegue transformá-lo em beleza. Que bom que a comissão julgadora soube apreciar um belo coque alto, diferente de todos os 88 soltos que desfilaram na passarela.

Para quem sentiu falta da discussão em torno do racismo e da discriminação, eu não vou entrar neste mérito neste post. Isso é latente, existe, sim, e pulsa na nossa sociedade, infelizmente. Muito li sobre as diversas ofensas sofridas pelas candidatas negras que participaram do concurso. Uma breve vasculhada pela internet, e podemos ler mensagens agressivas e discriminatórias. Mas não é esse o assunto deste post.

Um comentário em “Miss Universo 2011: a vitória do diferente

  1. Realmente foi o que você disse. Leila era a maio bonita, portanto, a mais indicada para vencer e ponto final. Mais do que merecido para esta mulher linda, simples e de modos tão delicados. Me encantei com o jeitinho dela e também torci muito pela vitória de Leila. Espero que ela tenha uma carreira maravilhosa!
    Beijocas

  2. Concordo tanto com o post, quanto com a opinião da Dani! Enfim, parece que voltamos a ter uma valorização do que é naturalmente belo e não daquelas belezas fabricadas! A Leila é suave, delicada e elegantemente simples! Sua vitória foi um reconhecimento de que a era de sorrisos plásticos podem ter chegado ao fim, ou ao menos estão perdendo força!

    beijosss

  3. Amei o post. Acompanho o concurso fielmente há 15 anos e concordo que a Leila no dia brilhava mesmo. Só uma correção: a foto-montagem das vencedoras está com um erro, a penúltima vencedora não é a Miss universo 2009, Stephania Fernádez, mas sim a Miss Brasil Larissa Costa, por sinal, minha vizinha. A venezuelana é de parar o trânsito de tão linda! No mais, abraços, parabéns.

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