Shopping e Juizado fazem campanha pró-adoção

O Juizado da Infância e Juventude de Salvador, em parceria com o Shopping Piedade, começa nesta segunda, 26, mais uma edição da Campanha Mães do Coração, em prol da adoção de crianças. A partir de hoje, na praça de eventos do shopping, no piso L2, haverá uma equipe do Juizado esclarecendo todas as dúvidas de quem pensa em adotar uma criança mas não sabe como proceder. Além da divulgação e orientação dos interessados no processo de adoção pelo Juizado, haverá ainda exposição de fotos, realizadas e cedidas pelo fotógrafo Bruno Ribeiro, de mães que adotaram seus filhos e desejam servir de estímulo para aquelas pessoas que têm medo, preconceito ou dúvidas sobre a adoção.

A campanha termina no dia 25 de maio e o atendimento será realizado diariamente, das 9h às 19h.

Serviço:

Campanha Mães do Coração – Adoção de Crianças em Salvador

Onde: Shopping Piedade, diariamente, das 9h às 19h

Endereço: Rua Junqueira Ayres, nº 08, Piedade, Salvador – Tel.: (71) 3444-1555

Funcionamento das lojas: abertas de segunda a sexta das 9h às 21h e aos sábados das 9h às 20h

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Artigo: A maratona emocional da reprodução assistida

Recebemos outro artigo preparado pela psicológica Luciana Leis, especializada em atendimento a casais com problemas de reprodução. Aliando conhecimento teórico sobre o tema e a prática cotidiana no consultório,  a especialista comenta a ansiedade de muitos casais que querem um filho a qualquer preço e do quanto essa impaciência pode afetar o próprio tratamento. Após ler o texto de Luciana fiquei refletindo também se em alguns casos, em que já se esgotaram tantos métodos, física e psicologicamente, não seria o caso de partir para uma adoção? Lógico que, muitos casais querem ter seu próprio bebê, legar seus gens, além de legar sua cultura. Filho, biologicamente falando, antes de mais nada , é descendência, é a forma que nós, seres perenes, temos de nos eternizar. Mas, ao educar, amar e criar uma criança adotiva – e são centenas as que aguardam um lar no Brasil  – podemos extrapolar as fronteiras da biologia e distribuir como herança um pouco das nossas ideias, da visão de mundo, dos sentimentos que nunca morrem e podem multiplicar-se naquela criança e em todos os que conviverem com o adulto que ela irá se tornar. Ainda assim, aos que estão passando por tratamentos de reprodução assistida e precisam de uma palavra de apoio e incentivo, segue o texto de Luciana:

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**A “maratona” emocional dos tratamentos de reprodução assistida

Luciana Leis*

reproducao assistidaQuando um casal recebe do médico o diagnóstico de infertilidade e a indicação de tratamento, muitas vezes, não faz a menor idéia do que vem a ser uma técnica de reprodução assistida. Ambos acreditam que, tão logo iniciem o tratamento, terão a tão almejada criança em seus braços. Porém, a realidade nem sempre é assim…

Para a maioria dos casais, são necessárias várias tentativas de tratamento até a realização do sonho, visto que, a cada tentativa, as chances da técnica dar errado são maiores do que as de dar certo. No entanto, muitas pessoas iniciam o tratamento, acreditando que engravidarão “de primeira”, negando para si próprias a possibilidade do “não”.

Em geral, com o resultado negativo, o tamanho da frustração costuma ser de acordo com o da idealização, sendo bastante dolorido esse processo, até que o casal possa se recompor emocionalmente. Há casais que chegam a abandonar o tratamento ou têm dificuldades para reiniciá-lo, justamente por não desejarem passar por esse sofrimento novamente.

Outra situação bastante freqüente nos tratamentos de reprodução humana assistida é a troca de médico, quando a tentativa de engravidar não dá certo. É necessário haver um responsável – ou um culpado – por esse fracasso, porque, para muitos, é difícil aceitar que tentar algumas vezes pode fazer parte desse processo. Presenciamos, muitas vezes, que a imagem de quase “Deus”, construída pelo casal para a figura do médico, de um momento para o outro, se inverte para a imagem do “Diabo”, que passou a castigá-los.

Muito comum também durante o tratamento é o casal querer logo mudar de técnica, se não obtiver o resultado desejado. Em certos casos, mesmo com a indicação médica para continuarem com o mesmo procedimento, o casal acaba insistindo em realizar “algo mais avançado”. Entretanto, já sabemos que as técnicas de reprodução humana assistida mais simples podem chegar a resultados positivos, e que quem decide o que pode ser melhor para cada caso são os profissionais que  acompanham o casal. Há casais que tentam controlar o que não é controlável, e acabam quase que atropelando o saber do médico.

Cada casal tem uma história particular e, assim como existem os que engravidam logo na primeira tentativa, há também os que precisam tentar várias vezes, até o resultado positivo de gravidez, que jamais seria possível sem a persistência e o real enfrentamento dessa situação.

luciana leis*Luciana Leis é psicóloga.

**Material encaminhado ao blog pela MW assessoria de comunicação.

Visite o blog da especialista:

>>compartilhandovidencias.blogspot.com

>>Para seguir Luciana Leis via twitter, clique aqui

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Outros artigos da autora que já publicamos:

>>Uma conversa séria sobre gravidez

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Dia nacional da adoção: para refletir e afastar o preconceito

Na segunda-feira, 25 de maio, é comemorado o Dia Nacional da Adoção. A proximidade da data é uma oportunidade para que nós, sociedade, promovamos uma reflexão sobre a importância do tema. Adotar significa assumir as responsabilidades de pai e mãe. Mais do que isso, adotar significa aumentar o número de membros da família, ter mais alguém a quem dar amor, educação, saúde, respeito e dignidade. Se não é possível Adoçãoganhar o afeto instantâneo da maternidade, a criança tem a chance, com a adoção, de obter o mesmo sentimento, por meio da maternidade socioafetiva. Os pais adotivos não geram aquela criança no sentido biológico da palavra. Mas já há muito tempo convivemos com a teoria de que pai e mãe são aqueles que criam, que educam.

Imagine o que deve ser viver sem o amor familiar justamente durante a infância? É a fase em que formamos o nosso intelecto, construímos nossa personalidade. Certa vez estava assistindo a uma palestra sobre a maioridade penal, quando uma das palestrantes explicou que o efeito de um ano de apreensão de um adolescente infrator em uma instituição especializada equivalia a cinco anos de prisão de um adulto. Como assim? Simples. A infância e adolescência são fases de formação, de vulnerabilidade. Os efeitos da forma com que as crianças são criadas, do ambiente social e familiar em que vivem terão reflexos lá na frente, quando tornarem-se adultos. A gente às vezes não dá muita importância a essa questão. Costumamos até nem pensar no assunto. Mas e se você começar a se preocupar com isso a partir de agora?

AdoçãoA Constituição Federal de 1988 merece aplausos ao colocar um ponto final na distinção entre filhos biológicos e aqueles adotados. O art. 227, § 6º, determina que “os filhos havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação”. Ou seja, biológico ou adotado, todos são filhos, com direitos e garantias iguais. Também merece reverência o Estatuto da Criança e do Adolescente, que além de garantir de forma expressa o princípio da proteção integral da criança e do adolescente, reafirmou a igualdade de direitos entre filhos adotados e biológicos, em seu art 20.  A norma também regulamentou o processo de adoção.

Campanha Mude um DestinoEm 29 de abril de 2008, o Governo Federal lançou o Cadastro Nacional de Adoção, um sistema de informações alimentado pelo Conselho Nacional de Justiça e demais órgãos autorizados, para atender o anseio social da desburocratização do processo, uniformizando os bancos de dados em todo o Brasil e racionalizando os processos de habilitação de pessoas interessadas em adotar crianças. E, para ajudar a esclarecer as dúvidas destas pessoas que sonham em dar um futuro melhor a uma criança, a Associação dos Magistrados Brasileiros lançou uma campanha há algum tempo, intitulada Mude um Destino. O mais legal é que, como medida da campanha, foi divulgada uma cartilha detalhando os passos necessários para encarar um processo de adoção no Brasil.

Mais importante neste momento não é decidir adotar alguém, mas colaborar para diminuir o preconceito que ainda permeia este ato de amor. O gesto da adoção gera temor, medo e receio em muitas pessoas, preocupadas com a “índole” da criança, com a “genética”. Esquecem estas pessoas que não há qualquer pesquisa científica que sustente tais preconceitos. Mas eles acabam disseminados por pessoas que sequer pesquisaram sobre o assunto, antes de alarmar um outro alguém sobre estes medos. Por que não procurar um especialista e conversar diretamente com ele? Por que não esclarecer as dúvidas antes de alardear aos quatro cantos afirmações que você não tem como comprovar, porque criar uma atmosfera de pavor antes de mesmo de desconstruí-la?

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Você sabia…
>>> Que apenas 15,5% das pessoas entrevistadas em uma pesquisa feita pela Associação dos Magistrados Brasileiros em 2008 demonstraram interesse em adotar uma criança ou adolescente? Veja a pesquisa completa.
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Na dúvida, não confie apenas no seu instinto. Procure instituições especializadas, converse com pais adotivos, esclareça. Não vamos marginalizar um ato tão generoso por desconhecimento. E, se você mora em Salvador, pode começar a mudar essa concepção já nesta segunda-feira mesmo. Se você já pensou, por um segundo qualquer de sua vida – ou apenas tem curiosidade sobre o assunto – na possibilidade de adotar uma criança, que tal comparecer às 9 horas ao auditório do Isba, em Ondina, para ouvir o depoimento de pessoas que adotaram crianças fora do perfil normalmente desejado pelos pretendentes? A ideia do evento é exatamente desconstruir os preconceitos. E você pode tirar dúvidas antes de ir ao evento, por meio do telefone (71) 3203-9345.

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