*Cirurgia plástica: Sim ou não? Mito ou verdade?

A ditadura da beleza, da magreza e da eterna juventude, leva muitas mulheres aos consultórios de cirurgia plástica, muitas vezes sem necessidade, ou então esperando milagres que são impossíveis de alcançar. Infelizmente, alguns profissionais que não são sérios, prometem maravilhas, mas esquecem que o corpo humano tem um ritmo próprio e que existe uma dinâmica da natureza chamada cicatrização, que varia de pessoa para pessoa. Pensando em esclarecer as dúvidas mais frequentes, a jornalista Márcia Wirth, da MW Comunicação Integrada, preparou uma lista com as perguntas mais frequentes das mulheres que desejam se submenter a uma cirurgia plástica. E quem responde as dúvidas, com conhecimento de causa, honestidade e sensatez, é o médico Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.  Abaixo, vocês conferem o material na íntegra e logo no final, os links para o site do Centro, o blog  e o twitter do Dr. Ruben:

É verdade que todas as mulheres apresentam algum grau de assimetria mamária?
A maioria das mulheres apresenta algum grau de assimetria mamária, algumas são mais intensas que outras. “A explicação para este fato é que as mamas não começam a se desenvolver exatamente ao mesmo tempo e com a mesma velocidade. Pode haver uma diferença em seus receptores hormonais. Essa diferença faz com que uma se desenvolva antes da outra, tornando-as diferentes, na maioria das mulheres, mas não em todas as mulheres”.

A nicotina prejudica a cicatrização da cirurgia plástica?
A vasoconstrição causada pela nicotina compromete o processo de cicatrização após as cirurgias. Durante uma cirurgia que envolve o descolamento do tecido cutâneo, há uma natural diminuição da vascularização. Ou seja, a associação desses dois fatores: cigarro + cirurgia potencializa os efeitos negativos sobre a pele. “Além do risco de necrose e gangrena, há possibilidade de abertura da sutura e de a pele voltar a enrugar em razão da menor sustentação dos tecidos. Devido ao seu efeito vasoconstritor, o cigarro reduz a oxigenação do fluxo sangüíneo e retarda o processo de recuperação no pós-operatório”.

Há algum tratamento estético ou cirurgia plástica que faça com a cicatriz da cesárea desapareça completamente?
A correção futura de uma cicatriz de cesariana muito raramente terá um impedimento clínico, mas é preciso aguardar alguns meses antes de indicar um tratamento cirúrgico, pois algumas cicatrizes hipertróficas são classificadas como queloideanas, mas com o tempo melhoram espontaneamente. “Mesmo diante de todos os cuidados, é preciso esclarecer a paciente que  uma cicatriz nunca desaparece, pois este é um fenômeno da natureza que caracteriza uma resposta a uma agressão no tecido da pele. Ocorre que algumas pessoas desenvolvem cicatrizes de tão boa qualidade que são pouco perceptíveis”.

Além de retirar as bolsas de gordura dos olhos, a blefaroplastia contribui também para o fim das olheiras?
Sim, esse procedimento não é indicado para casos em que a pessoa apresenta apenas a região abaixo dos olhos, escurecida. “É preciso que a olheira seja caracterizada também pelo volume extra na região abaixo dos olhos”.

Apesar da maioria do público ainda ser feminino, cerca de 35% dos pacientes que recorrem a cirurgia plástica para fins estéticos são homens. Os dados são da OMS (Organização Mundial de Saúde)

É comum encontrar pacientes que pensam em fazer uma lipoaspiração com o objetivo de perder peso. O procedimento se presta a este fim?
A cirurgia não é um método de emagrecimento. A lipoaspiração é um procedimento destinado a remover apenas gorduras localizadas, como as que se encontram debaixo dos braços, nos quadris e na região abdominal. “É o tipo de gordura que dificilmente pode ser eliminado, mesmo com o auxílio de exercícios físicos e de uma nova dieta”. A partir de 10% a mais do peso ideal, os resultados da lipoaspiração não são tão satisfatórios.

É mais difícil fazer a mamografia em quem usa prótese de silicone nos seios?
A colocação de implantes de silicone com finalidade estética não atrapalha a realização de exames como mamografia, ultra-sonografia e ressonância magnética. “Porém, se os implantes forem muito grandes, pode haver alguma dificuldade na compressão dos seios, diminuindo a qualidade das imagens obtidas e prejudicando o resultado do exame. Vale enfatizar que, na mamografia em mulheres com próteses, é necessário realizar a chamada ‘manobra de Eklund’, em que se traciona a mama, para expor ao Raio X apenas o tecido mamário. Se isso não for feito, a prótese poderá interferir no resultado do exame”.

Próteses de silicone muito grandes podem causar  estrias?
“Além da passagem natural do tempo, a mulher que faz a opção por implantes maiores está sujeita a possíveis danos estéticos e físicos. O primeiro deles é que quanto maior o volume da prótese, maior a probabilidade de surgirem estrias. O segundo é que o excesso de peso pode ocasionar uma projeção do tronco para frente e dores nas costas”.

É aconselhável logo após o parto comprar um pacote de “uma levantada nos seios” com ou sem implantes de silicone, redução da barriga e lipoaspiração?
Não há a necessidade ou a obrigatoriedade de se submeter a uma plástica após o parto. E somente depois de um ano após o parto, é recomendável a realização de qualquer procedimento estético. “Qualquer cirurgia exige cuidados e durante o pós-operatório a mulher ficará com os movimentos limitados. Ela não poderá realizar atividades simples como carregar, amamentar ou dar banho no bebê. É preciso colocar na balança se este tipo de distanciamento do filho vale a pena”.

Os resultados de uma lipoaspiração são permanentes?
“Os resultados obtidos numa cirurgia de contorno corporal, como a lipoaspiração, podem ser permanentes, desde que o paciente mantenha o peso, seguindo uma dieta equilibrada e realize atividades físicas regulares”.

Qualquer cirurgia plástica pode ser feita com anestesia local?
Nem todas as cirurgias podem ser realizadas com anestesia local e esta nem sempre é a escolha mais segura. “Em alguns casos, para se realizar uma cirurgia sob anestesia local, temos de utilizar uma quantidade de anestésico muito maior que a dose máxima de segurança, o que a transforma em um procedimento com mais riscos do que se fosse realizada com anestesia geral. Na realidade, uma mesma cirurgia pode ser realizada com vários tipos de anestesia sem perder a segurança. A escolha do tipo adequado deve ser feita pelo cirurgião e por um anestesiologista, de acordo com o procedimento, a área a ser operada, as condições clínicas do paciente e a própria experiência dos profissionais”.

A cirurgia plástica pode resolver a falta de volume na região glútea?
A flacidez e a queda de pele e do músculo na região glútea podem acontecer devido à falta de tônus muscular, depois de perda importante de peso, devido ao sedentarismo, ou, ainda, pela perda natural de elasticidade da pele devido à idade. “Já a falta de volume na região glútea, problema que também incomoda a muitas mulheres, está relacionada à genética. Devido à falta do volume muscular, a pele e o tecido cutâneo não se projetam e, conseqüentemente, não proporcionam um contorno bonito ao corpo feminino. Além do aspecto murcho, esse tipo de bumbum torna as imperfeições da pele, tais como flacidez, celulite e estrias, mais visíveis. A solução cirúrgica para este caso são as técnicas que valorizam a região, deixando-a volumosa e com projeção”.

Silicone injetável, parafina e a própria gordura das pacientes já foram usados para fazer o aumento dos seios. Estes métodos funcionam? São seguros?
“Estes preenchimentos são condenados pelos especialistas em Mastologia, devido às complicações que causam, como calcificações, que dificultam a interpretação correta dos resultados de exames de rotina”.

Para combater o acúmulo de gordura nos tornozelos, o “cankle”, os americanos já se organizaram e oferecem soluções que abrangem academias de ginástica especializadas a combater o mal, com dietas específicas para perder gordura nesta região do corpo e a lipoaspiração do tornozelo. Estas medidas funcionam?
Não. O equilíbrio estético das pernas femininas dependem de três fatores principais: comprimento, circunferência e forma. “Em geral, este desenho do corpo é geneticamente pré-determinado, mas o problema se agrava com o ganho de peso. Exercícios físicos e  dieta não melhoram esta desproporção”, explica o médico. A lipoaspiração do tornozelo, tão popular nos Estados Unidos, é um procedimento muito delicado. É preciso muita cautela na indicação e na realização do procedimento.

Após a gestação fiquei com o umbigo fundo, é verdade que a cirurgia plástica pode ajudar?
“A plástica não pode mudar a estrutura total do umbigo, mas pode melhorá-lo quando há deformidades”. É indicada para quem ficou com o umbigo fundo após a gestação ou depois de perder muitos quilos, a cirurgia pode ser feita em conjunto com uma abdominoplastia – quando o acúmulo de pele é grande – ou isoladamente, quando há pouca sobra de pele. “Nestes casos, a técnica utilizada pode reduzir o comprimento do umbigo para aproximá-lo ao máximo da musculatura”.

Para saber mais:

Visite o site : www.medintegrada.com.br

Siga Ruben Penteado no twitter: twitter.com/rubenpenteado

Acompanhe o blog do cirurgião: dicadebeleza.wordpress.com

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*Material encaminhado ao blog pela jornalista Márcia Wirth, da MW Consultoria de Comunicação

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Mãe é mãe, como já dizia aquele velho ditado

*Texto da jornalista Giovanna Castro

Mãe é mãe, já diz o ditado, que não poderia ser mais preciso na sua afirmação. Em um post anterior, eu havia mencionado por alto os mistérios da maternidade e agora volto ao assunto. Para mim é mesmo algo insondável essa questão da maternidade que daqui a pouco terá seu dia celebrado comercialmente. Dentro de mim, o desejo de ser mãe ainda não despertou. Não sei se quero ser mãe e ao longo de minha vida inteira, pensar assim não foi um suplício. Acredito que seja um sentimento, o desejo de ser mãe, que nasce com a mulher e tem a ver com sonho e propósito de vida. Sem falar que para levar adiante este projeto, é preciso no mínimo encontrar alguém que queira segurar o rojão junto, o que nem sempre acontece. Não são poucas as mulheres que conheço que sofrem com a falta de compromisso de certos pais,  ainda hoje, em pleno 2010. Talvez esta seja a parte mais complicada do processo todo.

Olha eu e minha mãe, Dona Lourdes, sob o belíssimo pôr do sol do Solar do Unhão

Mas quero falar é do fato consumado, da mulher que já é mãe. Tenho amigas que são mães de crianças pequenas, mães de  pré-adolescentes, amigas que não querem e não vão mesmo ser mães, e minha própria mãe, que de maneira inusitada e diferente da maioria das potenciais vovós, me recomenda não ter filhos. Ela acredita que mãe sofre muito porque “acaba sentindo o que os filhos sentem, quando o filho sofre, a mãe sofre igual”, ela diz. É isso. Que experiência é essa? Que mágica é essa que arrasta todas as mulheres que têm filhos para um universo particular composto por algo que todas descrevem como amor incondicional, uma experiência única e transformadora e afirmam, sem exceção, que passaram a ser mulheres diferentes menos auto-centradas e mais generosas com o mundo todo, ao tirar o foco de si mesmas para transferir ao serzinho que sai de dentro da sua barriga, outro enorme mistério para mim. Essa criança que é gestada dentro do corpo. Que experiência é essa, gente! Já entendi que não dá para saber sem passar por isso.

Uma vez perguntei à minha mãe o que uma mulher sente quando está grávida e ela não me explicou muito bem não, acho que tudo está no âmbito daqueles sentimentos que não podem ser descritos em palavras. Uma das poucas coisas que ela conseguiu descrever e que ficou marcada no meu pensamento durante dias e ainda me assalta de vez em quando foi quando ela falou que às vezes incomodava dormir porque ela sentia o cotovelo da criança forçando a barriga assim como a cabeça. Isso me impressionou bastante e tive a sensação mais próxima do que pode representar levar um ser humano dentro do próprio corpo. Lembro ainda de um episódio da badalada série americana “Sex and the city” quando Miranda (Cinthia Nixon) descobria que estava grávida de um menino e Carrie (Sarah Jessica Parker) brinca com ela: “Você já parou para pensar que está levando um penisinho aí dentro da sua barriga?”.
Mais uma coisa a se pensar…

Maternidade tem lá seus mistérios insondáveis que deixam tudo mais intrigante

Fato é que mãe desarma, mãe quebra a nossa guia, mãe diz coisas que a gente não pensa, mas que acabam virando realidade, que vai desde o “vai chover menina,  leva a sombrinha” até coisas mais complexas. Minha mãe me fala o tempo todo do cordão umbilical. Para ela, este vínculo que é cortado no momento do parto,  na verdade não é mesmo cortado. Segue pela vida inteira. Acredito que seja mesmo verdade. Minha mãe me liga ainda hoje, mulher adulta que sou, para saber se almocei. Coisas que deveriam ter caído no esquecimento lá pelos meus 11, 12 anos de idade. Ainda me liga para saber se estou agasalhada quando está chovendo, ou se peguei engarrafamento ou cheguei bem ao trabalho.

De uma coisa não tenho dúvida, mãe é peça obrigatória no universo de todo ser humano, acredito que particularmente de toda mulher porque é espelho e objeto de contestação e auto-afirmação em um só pacote. Mãe te coloca o tempo todo em contato com o que você quer ser ou o que você não gostaria de ser. Minha mãe me emociona, me intriga, é um caso de amor daqueles bem sérios e que não tem fim. Já tive reações bem exageradas somente de pensar na possibilidade de perdê-la, ainda tenho, e sofro diariamente por antecipação com o fato de saber que isso vai acontecer um dia. Temo não ter desfrutado o bastante, não ter beijado o bastante, não ter mostrado o que sinto milhões de vezes. Não gosto de pensar nisso… Não sou mãe, mas sou filha de minha mãe e de certa forma, mesmo ainda não tendo parido, sei um pouco deste mistério que somente mães e filhos compartilham.

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