Sol quente, praia, pele bronzeada (e uma cervejinha bem gelada, claro!). Eu concordo. A temperatura elevada é um convite irrecusável a um bom banho de mar. Mas é preciso acrescentar à listinha de coisas imprescindíveis ao verão o nosso amigo protetor solar.
A exposição ao sol contínua e desprotegida pode causar lesões à sua pele, até danos irreparáveis. Com o tempo, começam a aparecer as consequências dessa ação devastadora: aspereza, manchas, rugas e os vários tipos de câncer de pele. Portanto, quanto mais cedo começar a se cuidar, melhor.
Então, para que você não use aquela desculpa esfarrapada de que não conhecia muito bem como funcionavam os protetores solares, tampouco sabia escolher entre as tantas marcas disponíveis no mercado, decidimos trazer aqui um guia para que você compreenda a importância do protetor e saiba fazer a escolha correta para o seu tipo de pele. O texto é longo, mas é para o seu bem!
Qual o seu tipo de pele?
Tipo I: peles extremamente brancas e muito sensíveis, com baixa quantidade de melanina. Nunca se bronzeiam e queimam com facilidade. Comuns em pessoas de olhos azuis, cabelos ruivos e com sardas.
Tipo II: peles brancas e sensíveis ao sol, que se queimam com facilidade. Adquirem um leve bronzeado. Frequentes em pessoas de olhos claros e cabelos loiros.
Tipo III: peles claras e sensíveis ao sol, comuns em pessoas brancas. Se protegidas, ficam bronzeadas gradualmente. Caso contrário, se queimam.
Tipo IV: peles levemente morenas e pouco sensíveis ao sol, que se bronzeiam com facilidade. São mais comuns em pessoas com cabelos castanho-escuros e olhos escuros.
Tipo V: peles naturalmente morenas e bem pouco sensíveis ao sol e às queimaduras. Ficam bem bronzeadas. Comuns em pessoas de cabelos e olhos escuros.
Tipo VI: peles negras, que raramente se queimam, mas conseguem ter sua cor acentuada pelo bronzeado.
Como escolher o fator de proteção?
Quanto mais escura a pele, maior produção de melanina e proteção natural ao sol. Mesmo para as peles tipo VI, o FPS nunca deve ser menor do que 15! Peles tipo I e II devem preferir bloqueadores solares. As peles tipo III a V reagem bem aos protetores fator 50 e 30. Depois de alguns dias de exposição ao sol, o FPS pode diminuir para garantir o bronzeado.
No seu livro Beleza Levada a Sério, a dermatologista Denise Steiner explica que o FPS determina o tempo de tolerância da pessoa ao sol. “Imagine que uma pessoa vá à praia sem filtro solar e fique vermelha após 10 minutos. O fator de proteção solar 15 significa que após passá-lo, a pessoa poderá ficar um tempo 15 vezes maior antes de ficar vermelha”, ensina. O protetor ainda precisa ter fator UVA e UVB, para os ultravioletas dos tipos A e B.
Bronzeador, protetor ou bloqueador?
Bloqueadores – é o único que reflete a luz do sol e a impede de penetrar na pele. Composto por óxido de zinco, é popularmente conhecido como pasta d’água. Seu maior inconveniente é o estético pois, como não é absorvido pela derme, deixa um visual branco sobre o local aplicado.
Normalmente, o bloqueador também é encontrado na composição de protetores solares, cuja combinação é feita a partir de um agente químico que absorve a luz ultravioleta e outro que a reflete.
Protetores – A tarefa principal é impedir a ação do UVA e do UVB. Ele absorve os raios solares e impede a penetração mais intensa na pele. O sol age sobre nossa pele em qualquer horário do dia, mas de diferentes maneiras. Assim, o ideal é optar por protetores solares que combatam os dois tipos de raios, sejam resistentes à água e possuam em sua formulação bloqueadores solares. Quanto mais clara a pele, maior deve ser o Fator de Proteção Solar (FPS). Acima do FPS 15, os protetores também são chamados de bloqueadores.
Bronzeadores – Como o objetivo é bronzear, esse tipo de produto não apresenta em sua composição filtros de raios UVA e UVB. O bronzeador contém substâncias que estimulam a pigmentação, mesmo que a pessoa não se exponha ao sol. O simples reflexo da radiação na areia da praia, conhecido como mormaço, já é o suficiente para produzir o efeito esperado. Por oferecer baixa proteção, o uso indevido pode causar sérias queimaduras na pele.
Autobronzeadores – Com eles o bronzeado é garantido do dia para a noite. A formulação é composta por substâncias que oxidam as células da camada mais superficial da derme e produzem um efeito semelhante ao da melanina – pigmento que escurece a pele para protegê-la do sol. A vantagem é que não causa danos à saúde.
Paciência é o principal segredo para obter uma cor uniforme. Se não for aplicado corretamente, pode haver acúmulo do produto e causar manchas no “bronzeado”. Por isso, dê preferência às versões em loção, gel ou spray.
A maioria dos autobronzeadores não possui filtros solares, funcionam como uma maquiagem. Por isso, não é aconselhado a exposição ao sol após sua aplicação sem a proteção adequada.
Como e quando aplicar?
O protetor solar deve ser aplicado meia hora antes da exposição, em todo o corpo, sem esquecer orelhas, nuca, pescoço e até os pés. Para garantir eficácia, ele deve ser reaplicado a cada mergulho ou a cada duas horas – isso garante que o suor não leve o protetor embora.
Mas não é só quando houver exposição direta ao sol que você deve utilizar o protetor. Ele deve ser usado diariamente, mesmo nos dias nublados, com FPS 15, no mínimo, nas regiões que ficam mais expostas ao sol (rosto, pescoço, colo, braços e mãos).
Para estimular o hábito, deixe o produto em local visível ou próximo de seus itens pessoais. Isso irá ajudá-la a começar a ter disciplina. Seu uso contínuo retarda o envelhecimento da pele, prevenindo manchas e rugas.
Já me queimei demais, e agora?
Evite o sol até que as queimaduras deapareçam. Ingerir bastante líquido também é importante para hidratar a pele. Além disso, utilize um hidratante corporal suave, de camomilo ou aloe vera, por exemplo.
Compressas frias podem aliviar o incômodo. Se a queimadura estiver causando muitas dores, ou se há a formação de bolhas, procure um médico. Ele dará a melhor orientação para o seu caso.
Dicas importantes
*Preferência para horários em que seja menor a intensidade dos raios solares para se expor ao sol. Não é recomendável a exposição ao sol entre 10 e 16 horas;
*Não é aconselhável permanecer por longos períodos na mesma posição, como dormir por exemplo. O ideal é mudar de posição freqüentemente;
*Tomar sol moderadamente para que o efeito das radiações solares seja benéfico;
*Áreas sensíveis como rosto, lábios e cabeça, principalmente os calvos, necessitam de um cuidado maior e, portanto, de um protetor solar de FPS mais elevado;
*Durante a exposição solar, não é aconselhável a utilização de produtos como perfumes ou outros produtos não específicos, como receitas para descoloração dos pêlos. Eles devem ser evitados pois, em geral, promovem queimaduras e podem aumentar os casos de alergia, além de não protegerem contra os efeitos das radiações solares;
*Alguns produtos de uso diário, como batom e maquilagens, fornecem proteção natural pois, geralmente, contêm, em sua composição, agentes refletores de radiação solar;
*O consumidor também deve tomar cuidado com a utilização de certos medicamentos, como o ácido acetil-salicílico (aspirina), por exemplo, que em combinação com o protetor solar e o sol podem provocar reações alérgicas;
*Produtos importados devem trazer informações claras e em português quanto ao seu nível de proteção, tipo de pele indicado, modo de uso e demais informações que permitam sua utilização correta;
*Optar por guarda-sóis de algodão e de cor clara. A cor escura absorve radiação e calor. Tecidos de nylon produzem sombra, mas não protegem da radiação solar;
*Verificar qual é o fator de proteção mais adequado para o seu tipo de pele. Em caso de dúvida ou, se possível, sempre, devem ser utilizados os produtos com FPS mais elevados;
*O mormaço também ocasiona queimaduras. A brisa, por oferecer uma sensação refrescante, pode levar a pessoa a esquecer os efeitos nocivos do sol;
*A eficiência de um protetor solar está relacionada diretamente a sua utilização correta, ou seja, o usuário deve estar atento às instruções da embalagem quanto ao tempo de reaplicação do produto, levando em consideração fatores como a transpiração e o contato direto da pele com qualquer superfície que propicie a remoção do produto.
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