Uma homenagem pelo “Dia do Professor”

Por Carolina Carvalho

Taí um dia que deve ser muito comemorado, 15 de outubro – Dia do Professor. Esse profissional que é tão esquecido na nossa sociedade, que desvaloriza a educação e a cultura. Esse profissional que ajuda pais a construirem um futuro mais digno e honesto para suas crianças. Essa pessoa que se prepara para preparar adultos, que se educa para educar. Os professores merecem todo o nosso respeito e adimiração.

Para quem não conhece a história, o 15 de outubro foi inicialmente a consagração à educadora Santa Teresa de Ávila – religiosa espanhola que ficou famosa pela reforma que realizou no Carmelo, uma ordem religiosa católica. No Brasil, o Imperador Pedro I aproveitou o 15 de outubro de 1827 para baixar o Decreto Imperial que criou o Ensino Elementar, mas somente em 1947 a data passou a ser realmente comemorada como Dia do Professor.

Nos dias atuais, a comemoração acontece de forma insipiente nas escolas de todo o país. Isso mesmo, de forma quase simplória, principalmente quando comparada ao Dia das Crianças, uma das principais datas do calendário comercial brasileiro. Calendário comercial porque (me parece) as coisas hoje só possuem alguma importância quando alguém está lucrando. Em outras palavras, o dia das crianças é considerado importante, porque o mercado de brinquedos e entretenimento se movimenta de forma extraordinária, em contrapartida, o dia dos professores passa praticamente em branco, porque ninguém mais compra presentes para os professores.

Eu vou aproveitar esse espaço para agradecer aos educadores de plantão, que tanto ajudaram e ajudam na educação das minhas pequenas. A Fabiana Dantas, pedagoga fundadora da Engenhoca (www.engenhoca.com), o meu muito obrigada. É bacana saber que existe em Salvador um espaço para acolhimento das crianças nos primeiros passos de socialização. A Engenhoca é uma iniciativa real, lúdica e segura para quem busca confiança, espaço para expressão e convivência infantil. E vai além, oferece orientação de babás, acompanhamento psicopedagógico, eventos recreativos. Em resumo, educação e animação para a garotada.

Meu agradecimento às escolas Lua Nova e Tempo de Crescer, que se mostraram, cada uma a seu modo, opções seguras para a educação formal e informal. Que acolheram tão bem minha menina. Ao Colégio Antônio Vieira, que esse ano completa 100 anos de tradição em educação de qualidade. Foi lá o “forninho” onde fui moldada. Olho para trás com saudades e com um grande respeito pelos grandes orientadores e professores que tive por lá.

Aproveite você também para agradecer a todos os seus professores pelo trabalho, carinho e dedicação.

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Especial Dia da Criança: Preservação ambiental

Nesta terça, 12, para os historiadores é o Dia do Descobrimento da América, ao menos, essa é a data em que o navegador Cristovão Colombo desembarcou na atual São Salvador (capital de El Salvador), na América Central, em 1492. Para os católicos, 12 de Outubro é o Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. O feriado é por conta da data religiosa. Mas, para a maioria da população (incluindo uma fatia considerável de gente que vive do comércio), é o Dia da Criança. Na verdade, a data ligada aos guris de todo o mundo, oficializada pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), é o 20 de novembro. Nesse dia, em 1959, a ONU estabeleceu a Declaração dos Direitos da Criança. No Brasil, o 12 de outubro foi instituido por decreto, em 1924, pelo presidente Arthur Bernardes.

Dia 12 de Outubro reúne três datas comemorativas. Aqui uma montagem simbolizando as três com imagem de Nossa Senhora Aparecida; reprodução do quadro Pipas, de Cândido Portinari, que mostra crianças brincando; e uma gravura com representação do navegador Cristovão Colombo

Calendário a parte, o blog Conversa de Menina foca no Dia da Criança nestas segunda e terça-feiras, porque independente dos presentes e da correria nos shopping centeres, criança significa perspectiva de futuro. Para nos ajudar na empreitada, selecionamos sete artigos enviados ao blog, todos escritos por especialistas em áreas diversas, que abordam a infância em diversos temas como consumo, meio ambiente, sexualidade, relações familiares, educação e etc. O primeiro da série apresenta um projeto ambiental desenvolvido em São Paulo, mas que pode ser adotado por educadores do resto do país, pois a questão ambiental é universal. Confiram e esperamos que gostem da série:

A formação do caráter da criança e a preservação ambiental

*Mayara Cristiane Ribeiro e Cristiane Claro

A disposição incorreta dos resíduos gerados pela nossa sociedade tem se mostrado um problema grave. E aqui não tratamos da questão dos lixões abarrotados ou da falta de coleta em diversos pontos de nossa cidade. Falamos daqueles que jogam seus resíduos em terrenos abandonados, que largam o sofá velho no meio da calçada ou jogam o papel de bala no chão. É difícil encontrar um ponto da cidade em que as ruas não estejam cheias de lixo, mesmo com as diversas lixeiras espalhadas pelas calçadas.

Uma grande preocupação é o fato de toda criança se espelhar em um adulto para moldar suas ações e seu caráter. Ao crescer num ambiente sujo e poluído e presenciar as ações dos adultos em detrimento desse ambiente, as crianças assumem a situação e o comportamento como padrão, imitando e contribuindo ainda mais para a perpetuação dessa condição.

Pensando na nossa responsabilidade em relação à educação dessas crianças surgiu o projeto “Brincar e Reciclar é Cooperar”. Baseado na ideia de que a reciclagem, a cooperação e o cuidado com o meio ambiente são essenciais para o bom desenvolvimento da formação da criança, o projeto busca, por meio de atividades lúdicas, trazer a questão da reciclagem e a preocupação com a qualidade do meio ambiente para o seu dia-a-dia. Desde seu início, em 2008, o projeto já atendeu a mais de 10 mil crianças, sendo que, somente esse ano, já ultrapassamos os 4 mil participantes.

O símbolo universal da reciclagem

As atividades se iniciam com uma peça teatral interativa que aborda diversas questões sobre a temática da preservação ambiental, como: destinação correta do lixo, reciclagem, coleta seletiva, consumo consciente, higiene, entre outras práticas sociorresponsáveis. Em seguida, são oferecidas oficinas variadas. Entre elas, podemos citar a oficina de construção de brinquedos a partir de materiais recicláveis e a oficina de construção de terrário. A primeira trata diretamente da questão da geração e disposição dos resíduos. Utilizando materiais como embalagens, retalhos de papel, varal, entre outros, as crianças dão vida a brinquedos que podem ir desde uma boneca a um jogo matemático. Já a segunda oficina trata da importância da preservação do nosso ambiente e da manutenção dos ciclos naturais para o funcionamento do nosso planeta.

Um aspecto importante abordado nas oficinas é o consumo consciente. Muitas vezes, o consumo é ligado apenas ao ato da compra, mas essa é apenas uma etapa da ação. Antes dela, temos que decidir o que consumir, por que consumir, como consumir e de quem consumir. O consumidor consciente busca o equilíbrio entre a sua satisfação pessoal e a sustentabilidade do planeta. Ele também reflete a respeito de seus atos de consumo e como eles irão repercutir não só sobre si mesmo, mas também sobre as relações sociais, a economia e a natureza.

Imagem de historinha da Turma da Mônica sobre coleta seletiva

Por meio das oficinas, trazemos a questão do consumo consciente para a realidade das crianças. Tratamos da importância dos atos delas para a sustentabilidade, uma vez que, desde cedo, consumimos diversos bens e serviços. Além disso, apresentamos a reciclagem como uma alternativa sustentável ao consumo desenfreado, colaborando com a redução do uso de recursos do nosso planeta.

E é dessa forma, com diversão, educação e bons exemplos, que pretendemos comemorar o Dia das Crianças. Durante o mês de outubro, levaremos o projeto para diversos municípios, atendendo a cooperativas, escolas e à comunidade. É nosso objetivo mostrar que brincando e reciclando as crianças podem cooperar com a melhoria da qualidade do nosso ambiente.

Sabemos que uma iniciativa local não é capaz de impactar o mundo inteiro. Mas acreditamos que, se cada um se preocupar em preservar e manter o pouco que temos à nossa volta, é possível, a partir de iniciativas individuais, alcançar um resultado global.

*Mayara Cristiane Ribeiro é analista de projetos e Cristiane Claro é coordenadora do Núcleo de Educação em Cooperativismo, Saúde e Meio Ambiente do Sescoop-SP

**Material encaminhado ao blog pela Ex-Libris Comunicação Integrada e publicado mediante citação da autoria e respeito a integridade do texto.

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*Artigo: Histórias do Natal

Nesta quinta-feira, em que muitos estaremos reunidos em família celebrando o Natal, Conversa de Menina publica um artigo escrito pelo professor João Luis Almeida Machado, doutor em educação pela PUC-SP e editor do portal Planeta Educação. O texto do professor é histórico, para nos lembrar que tudo tem uma origem e nos fazer refletir sobre a importância de manter certas tradições. Ser apegado à tradição não quer dizer ser intolerante, nem preconceituoso e nem retrógrado. É possível celebrar uma festa como se fazia há dois mil anos, mas sem perder de foco que o mundo muda, evolui. Natal é ceia, é reunião de família, é panetone, é troca de presentes, é amigo secreto, é árvore enfeitada, é mico no escritório, é shopping cheio, mas é mais um momento de reflexão. E para refletir, você nem precisa necessariamente ser católico ou de qualquer outra religião. E tampouco precisa esperar o Natal chegar. A festa é o pretexto, porque no resto do ano estamos tão atribulados, tão cobertos de rotina, que esquecemos de olhar para nós mesmos, nossos amigos, nossos pais, filhos, parceiros (as), o vizinho de porta ou calçada. O sentimento do Natal, pelo menos para mim, devia perdurar para além do dia 25 de dezembro ou da virada do Ano Novo. Devia nos acompanhar diariamente no que tem relação com a solidariedade, com a tolerância e o respeito mútuo. Se na sua casa não vai ocorrer uma ceia farta hoje, não tem problema, o que tiver na sua mesa vai ser muito saboroso, desde que os sentimentos de quem se senta ao redor dela sejam bons, honestos e limpos como a consciência de uma criança. Dar e ganhar presentes é sempre maravilhoso, quem não gosta? Mas que o nosso maior presente seja sermos felizes e fazermos felizes aqueles que estão ao nosso redor. Desejamos a todos vocês que nos acompanharam nesta jornada, no primeiro ano de vida do Conversa de Menina, um Natal realmente feliz, tão feliz que faça brilhar ainda mais aquela luz interior que todos carregamos na alma e que sempre reflete no olhar. Um grande beijo!

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As origens do Natal

**João Luís Almeida Machado

Muitas das tradições do Natal surgiram antes do nascimento de Cristo. Práticas como a de dar presentes, entoar cantigas indo de casa em casa (muito comum nos Estados Unidos), a realização de ceias e as próprias procissões religiosas são tão antigas quanto a civilização mesopotâmica.

Alguns povos da Mesopotâmia, por exemplo, acreditavam que seus deuses (entre os quais o principal era Marduk) lutavam contra as forças do Caos. Para auxiliá-los no confronto com o Mal, realizavam festas que duravam aproximadamente 12 dias, justamente na virada do ano, período que coincide com a época do Natal.

Festas semelhantes também eram realizadas na Babilônia e na Pérsia. A troca de papéis entre escravos e senhores era parte comum dessas festividades. Isso nos leva a lembrar a cerimônia da lavagem dos pés realizada por Jesus e seu compromisso com os pobres e humildes.

Acender fogueiras e reunir familiares e membros da comunidade ao redor das mesmas para espantar os maus espíritos era, por sua vez, prática comum entre os povos da Escandinávia. Um dos símbolos dessa celebração consistia na prática de amarrar maçãs às árvores próximas do local onde se acendiam as fogueiras. Talvez esse seja o ‘ancestral’ mais distante daquilo que hoje conhecemos como árvore de Natal.

Presépio é um dos dos símbolos do Natal para os Cristãos

A reminiscência mais aproximada das festividades do Natal cristão, de acordo com estudiosos é, no entanto, a festa romana conhecida como Saturnália. Essa proximidade se dá por conta da época do ano em que era realizada (entre o final do mês de dezembro e os primeiros dias de janeiro). Essa festa incluía grandes refeições, visitas a parentes e amigos e a troca de presentes. Além disso, os romanos decoravam árvores com velas acessas e faziam guirlandas para enfeitar suas casas.

Uma das datas mais celebradas ao redor do mundo, o dia 25 de dezembro, não é, de acordo com estudiosos, aquela em que realmente nasceu Jesus Cristo. Uma das evidências utilizadas para explicar esse fato está nos relatos de Lucas, da própria Bíblia. Por eles ficamos sabendo que pastores estavam trabalhando nos campos durante a noite em que Jesus nasceu. Ao identificarem as condições climáticas da região onde ocorreu o nascimento de Cristo e perceberem que no mês de dezembro faz muito frio durante as noites, esses pesquisadores concluíram que seria pouco provável que os pastores estivessem fora de suas casas, desabrigados. O mais provável, de acordo com esses estudos, é que o nascimento de Jesus tenha ocorrido entre março e maio.

Outra polêmica diz respeito ao ano de nascimento de Cristo. Há controvérsias entre os historiadores. A única certeza é que o advento do messias cristão não se deu no ano I como acreditam milhões de fiéis ao redor do planeta. Os estudiosos fixam como data mais provável para esse acontecimento algum período entre os anos VI e IV a.C.

A figura conhecida mundialmente como Papai Noel (ou Santa Claus, em inglês) tem como base um bispo do século IV, Nicolas de Mira (atual Turquia), reconhecido por sua extrema bondade e carinho, especialmente pelas crianças. Através de suas práticas de ajudar os menos favorecidos e de doar seu tempo através de ações que beneficiavam a todos, sempre com boa vontade, acabou cunhando o modelo que todos nós atualmente reconhecemos através de cartões, publicidade, televisão, cinema.

A versão americana do Papai Noel, importada da Europa, seria derivada de uma lenda holandesa, trazida para o Novo Continente pelos colonos que se estabeleceram em Nova York ainda no século XVII. A consolidação dessa imagem se deu, porém, somente a partir do século XIX, com a publicação do poema “The Night Before Christmas” (A Noite Antes do Natal), de autoria de Washington Irving.

A imagem do bom velhinho conhecida por todos foi finalmente popularizada em todo o mundo a partir de um modelo criado na segunda metade do século XIX pelo desenhista Thomas Nast, da revista Harper’s. Foi ele quem deu vida, através de seus desenhos, à oficina de Papai Noel no Pólo Norte. Os modelos que conhecemos atualmente derivam de seus trabalhos e foram francamente influenciados por versões criadas na década de 1930 para ilustrar propagandas.

*Texto encaminhado ao blog pela Ex-Libris Comunicação Integrada

**João Luís Almeida Machado é Editor do Portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br) e Doutor em Educação pela PUC-SP.

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