Redes Sociais: uma nova interação com o mercado

Cena de 1984, inspirado em obra emblemática de George Orwell

Começamos 2010 – após  o recesso de virada de ano – com um post mais focado no mundo dos negócios. Afinal, este é o ano do ambicioso tigre, o ano que promete muitas realizações de projetos pessoais e corporativos. O tigre é bom estrategista, é persistente e portanto, vamos usar a influência do felino para desengavetar aquelas ideias que podem dar uma guinada na nossa vida profissional, que tal? Como jornalistas, vivemos em contato permanente com a opinião alheia, sejam especialistas ou leitores das mais diversas áreas. Como blogueiras, compartilhamos um pouco dos pensamentos de vocês. Mas, sabiam que o que vocês dizem na rede está sendo monitorado? Sim, vivemos no big brother previsto por George Orwell em 1984, livro emblemático e profético sobre um futuro em que todas as nossas relações seriam vigiadas (para o bem e para o mal). O advento da internet mostra que Orwell não era nenhum visionário maluco e as redes sociais só confirmam. Agora, juntando o ano do tigre (ênfase nos negócios) com as redes sociais, temos o artigo abaixo, escrito pelo analista de sistemas Samuel Gonsales.  No texto, ele analisa a importância dessa “vigilância” estilo big brother, possível em boa parte graças às redes sociais, para o desenvolvimento das marcas e corporações. Empresas de RH dão uma checada no orkut dos colaboradores. E mesmo que exista uma polêmica jurídica por trás da questão, a verdade é que cada vez mais a nossa vida se torna pública (mais uma vez, para o bem e para o mal). Marcas de produtos e empresas prestadoras de serviço não querem ter seus nomes em boca de matilde, mas ficam atentas ao que dizem os usuários e clientes. Quantas vezes você, antes de viajar, checou se em alguma comunidade do orkut ou do facebook comentaram sobre o hotel ou pousada onde pretende se hospedar? Quantas vezes já deixou de comprar uma marca de cosméticos porque leu num blog que aquele produto provoca acne em determinado tipo de pele? Lógico que, confiabilidade é a palavra de ordem nesse tipo de situação. E responsabilidade social também. Não dá para ser leviano e sair falando mal de todo mundo só pelo prazer de prejudicar essa ou aquela empresa. Mas eu, particularmente, costumo ler blogs onde alguém testou e aprovou, ou reprovou, determinado serviço. É a opinião de alguém como nós que buscamos e as empresas sabem a importância disso. É a velha propaganda boca a boca, só que potencializada pela realidade virtual.

Aos que se interessam pelo tema, confiram o artigo de Gonsales:

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Redes Sociais: uma nova interação com o mercado

*Samuel Gonsales

Redes sociais são modelos de relacionamentos criados ou expandidos a partir de ferramentas da internet, com o objetivo de conectar pessoas de todo o mundo por meio de suas afinidades, gerando amizades, comunicação e vínculos sociais. Essa experiência se dá pela criação de perfis com exibição de textos (pensamentos, comentários, etc.), imagens, músicas, fotos e vídeos pessoais.

Mais do que a exibição de um perfil, as redes sociais buscam um novo comportamento das pessoas para garantir compartilhamento de idéias e colaboração mútua. Não obstante os aspectos citados acima, é preciso destacar ainda que a opinião de cada indivíduo é cada vez mais valiosa, e que através das redes sociais, podemos aprender a ouvir nossos amigos, clientes, colaboradores, fornecedores, comunidade local e concorrentes, para que possamos entender suas opiniões, peculiaridades e características.

A palavra de ordem das redes sociais é interação. Comparando a internet com outros meios de comunicação em massa como televisão, rádio e jornal, estes deixam muito a desejar na interação com seu público.

A experiência única de rever amigos distantes, ou conhecer pessoas que curtem e conhecem coisas que também admiramos, é feita por meio de páginas da internet onde as pessoas se cadastram, tornando-se membros e passando a compartilhar sua vida ou parte dela com outras pessoas.

Vale ressaltar, também, que as redes sociais estão promovendo desenvolvimento social, idéias inovadoras, novos valores e atitudes. Pessoas acostumadas ao silêncio estão agora colocando a boca no trombone e enfatizando suas opiniões.  A difusão da internet e o acesso à informação tornaram-se muito mais democráticos.

Houve um caso muito interessante outro dia em que uma amiga estava contratando um buffet para uma festa. Ela conheceu o lugar, verificou as instalações e acertou o orçamento, mas antes de assinar o contrato, procurou no Orkut pessoas que já haviam promovido festas no mesmo lugar. Nessa busca, descobriu comentários de vários clientes sobre os pontos fortes e fracos do buffet. A decisão por fazer ou não a festa no local foi definida, desta forma, através das experiências compartilhadas pela internet com pessoas que já haviam utilizado o local. Finalmente, minha amiga desistiu do negócio e optou por outro buffet com feedbacks mais positivos no Orkut.

Quem usa? – Com todo esse sucesso e mais e mais pessoas aderindo à novidade, as empresas e pessoas públicas começam a perceber que as redes sociais são uma valiosa ferramenta de publicidade, com retornos muito expressivos. Percebendo nelas a chance de um bom negócio, algumas empresas estão contratando mão-de-obra voltada especificamente para a comunicação via redes sociais, buscando se firmar nesse novo mercado.

Veja alguns casos reais:

– O Presidente dos EUA, Barack Obama usou as mídias sociais a seu favor, durante a sua campanha à presidência e também depois de eleito.

– O governo britânico incentiva seus soldados a utilizarem redes sociais para que mantenham contato com familiares e amigos. No início, os soldados precisavam de permissão para acessar sites de relacionamento – mas depois, foram liberados até mesmo para relatarem experiências no exército.

– Os bancos criam discussões e iniciativas para adentrar as redes sociais, pois sabem que seus clientes estão cada vez mais engajados em canais de comunicação de caminho duplo.

Marcas em evidência – Uma finalidade também muito interessante para as empresas é saber o que estão falando sobre sua marca ou produto. Ao entrar em qualquer uma dessas redes e buscar o nome do produto ou marca, é possível tomar conhecimento de muitas informações desconhecidas internamente pela organização.

De ferramentas voltadas para interconectar pessoas ao redor do mundo, as redes sociais estão se tornando uma aposta cada vez mais comum para construir e manter relacionamentos sólidos com clientes, prospects, parceiros e colaboradores – seja para criar novas oportunidades de negócios, intensificar a fidelização de clientes ou fortalecer a marca.

O crescente número de internautas interessados em acompanhar novidades sobre diversas empresas mostra que a estratégia pode trazer grandes resultados. Até mesmo para a indústria brasileira de moda, que aos poucos supera a desconfiança desse mercado diante das novas formas de relação comercial que surgiram após a popularização da internet.

*Samuel Gonsales é Gerente Executivo da Millennium Network e analista de sistemas pela Universidade Paulistana, com especialização (MBA) em sistemas de gestão empresarial pela Faculdade de Informática e Administração Paulista (FIAP).

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Artigo: Livro mais barato ajuda a formar leitores

O artigo que publicamos abaixo foi enviado ao blog pela assessoria de comunicação da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e escrito por Rosely Boschini, presidente da instituição. No seu texto, Rosely fala da queda nos preços dos livros e de como isso reflete no aumento do número de brasileiros leitores. No entanto, ela alerta que o país ainda está aquém da quantidade de livros ideal para cada habitante e essa “resistência” do brasileiro à leitura tem mais relação com a falta de boas políticas de incentivo do que pensar na questão sob a fórmula reducionista de que “brasileiro não gosta de ler”. Confiram a íntegra do artigo:

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Livro mais barato ajuda a formar leitores
 
Rosely Boschini*

Cena do filme O Leitor, com Kate Winslet
Cena do filme O Leitor, com Kate Winslet

O preço dos livros caiu! A boa notícia está presente na Pesquisa “Produção e Vendas do Mercado Editorial 2008”, que a Fundação Instituto de Pesquisas Econômica (Fipe) elaborou a pedido da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel).

A pesquisa revela que, apesar da produção ter caído 3,17% em relação a 2007, e da tiragem média também ter sofrido uma retração de 25,6%, o mercado editorial brasileiro honrou o compromisso assumido em 2004, quando foi desonerado do recolhimento de PIS/Cofins: efetivamente, o benefício foi repassado ao preço.

Assim, se em 2004 o livro didático tinha o preço médio corrente de 14,54 reais, hoje esse valor é de 13,61. No geral, somando todos os gêneros de publicações, a Pesquisa demonstra que o preço médio constante do livro (todos os gêneros), por unidade vendida, variou de R$ 8,58 em 2004 para R$ 8 em 2008. Se levarmos em consideração que a inflação acumulada no período foi de 14%, segundo o IPCA, ou de 21%, pelos cálculos do IGP-M, a queda do preço do produto editorial fica ainda mais evidente.

Outra boa notícia que acompanha a queda nos preços dos livros é a constatação de que os brasileiros efetivamente estão lendo mais. As Obras Gerais, que são todas as publicações que não se enquadram nas categorias de didáticos, religiosos ou técnico-científicos, foram justamente aquelas que apresentaram o maior crescimento em volume de exemplares vendidos, saltando para 77,3 milhões de exemplares contra 64,6 milhões em 2007 – um incremento de 19,76%, portanto.

Este dado não deve, porém, nos desviar da busca de soluções para um problema histórico: o brasileiro ainda lê pouco e não tem o hábito arraigado de adquirir livros. A média nacional de compra permanece em menos de  2 exemplares/ano por habitante. Ou seja, é de suma importância criar ações de incentivo à leitura, além de dar prosseguimento às já existentes, aprimorando-as cada vez mais.

Em O Leitor, Kate Winslet vive uma mulher culta que inicia um jovem no mundo da literatura
Em O Leitor, Kate Winslet vive uma mulher culta que inicia um jovem no mundo da literatura

O fato de o público brasileiro estar mais disposto a adquirir obras literárias indica muitas coisas. É possível deduzir, por exemplo, que os programas de fomento à leitura, que hoje estão na ordem do dia para o governo federal, governos estaduais e prefeituras, têm desempenhado um papel importante na conquista de novos leitores. Mas há mais elementos a se considerar, e um deles, que certamente é crucial, é o preço baixo. O brasileiro só pode incluir o livro no seu orçamento, no seu dia-a-dia, na medida em que este se torna mais acessível.

Para os empresários do setor do livro, que vêm apostando na profissionalização do setor e no aumento de sua eficiência produtiva, a desoneração teve importância inegável. Qual seria o impacto do PIS/Cofins para quem está lidando, desde 2007, com uma crise de proporções mundiais responsável por elevadíssimos índices de inadimplência? Há muito de idealismo no negócio de fazer e vender livros, mas a ausência do lucro condena qualquer empresa à morte. Assim, se a cadeia produtiva do livro vem resistindo, ainda que a duras penas, a uma série de percalços enfrentados no último ano, ela deve parte do seu fôlego a uma carga tributária mais leve.

Tudo isso deve ser considerado para a definição dos próximos passos no delineamento das políticas públicas para o livro e a leitura. O que nos alegra é saber que, para o brasileiro, o livro é, sim, objeto de desejo. E que, quanto mais este puder ficar ao alcance de todos, mais próximos nós estaremos do ideal mais caro a todos aqueles que trabalham com e para os livros: fazer do Brasil um país de leitores!

*Rosely Boschini é presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL).

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Conversa de menina no twitter e orkut

O Conversa de Menina agora tem comunidade no Orkut e pode ser acompanhado também via Twitter. Dessa forma, esperamos aumentar a sintonia e trocar ideias com vocês, nossos leitores, que participam tão ativamente do blog através dos comentários ou do nosso email ([email protected]).

O Twitter como ferramenta de interação imediata, vai nos colocar em contato com ideias, sugestões e anseios de vocês muito mais depressa. Já a comunidade no Orkut será uma forma de mantermos fóruns permanentes de discussão sobre os temas tratados no blog ou outros assuntos que vocês sugerirem.

Esperamos a participação de todos nessa nova fase do Conversa de Menina. E o nosso blog não para. Buscamos frequentemente assuntos interessantes, informações úteis e divirmos reflexões e um olhar sensível sobre o mundo.

Mapa das minas

Você em contato com o Conversa de Menina…

via email: [email protected]

via Orkut: Comunidade Conversa de Menina

via Twitter:  conversamenina

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Leitor comenta post sobre legalização do aborto

Em fevereiro deste ano, a jornalista Alane Vírginia, também autora do Conversa de Menina, escreveu o post Legalização do aborto:  a favor ou contra? (Clique aqui para acessar). O objetivo era apresentar as correntes contra ou favor da discriminalização do aborto, não com o objetivo de fazer campanha por uma corrente ou outra, mas para fomentar o debate e munir os interessados no tema de conteúdo suficiente para refletirem antes de opinar a respeito.

Defendemos que é através do conhecimento que conseguimos ter visão crítica e capacidade de julgamento.  O aborto, assunto polêmico e que mexe com questões que vão da ciência à religião, passando pela discussão da liberdade de escolha, ética e moral, é um dos temas que, num blog que trata do universo feminino, entre outros tópicos de interesse de homens e mulheres, não poderia ficar de fora da nossa proposta.

Neste domingo, recebemos o email de um leitor. Sim, um homem entrou no debate. Trata-se do médico ginecologista e obstetra de São Paulo, Luiz Roberto Fontes. Nos sentimos lisonjeadas pela participação de um médico numa discussão tão importante e reproduzimos abaixo o comenário do dr. Luiz Roberto, bem como os links que ele indica como leitura complementar para defender seu ponto de vista:

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“Sobre o momento em que se inicia a “vida humana” (a vida lato sensu está presente no óvulo, no espermatozóide e em qualquer célula do corpo), apresento considerações de cunho técnico médico, no artigo “Considerações sobre o início da vida humana”, publicado nos endereços eletrônicos abaixo citados. Não há dúvida de que a vida humana tem início na concepção, ou seja, na fusão dos gametas”.
Luiz Roberto Fontes
Ginecologista e Obstetra
CRM 62317 – São Paulo, SP

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