Uma homenagem “de mãe” ao Dia Internacional da Mulher

O Dia Internacional da Mulher em 2011 enfrenta a concorrência do Carnaval, uma festa que acredito cada vez mais se caracteriza por desrespeitar e desvalorizar o feminino. Independente da mídia criar factoides do tipo “A força delas na avenida”, o que vemos, na maioria das vezes, é agressão. E não falo só das letras pejorativas das músicas. Há todo um imaginário essencialmente machista construído por trás da festa, que em nada mais, nos dias de hoje, lembra os rituais antigos de celebração à fecundidade e ao “sagrado feminino”. Mas, a intenção desse post não é discutir feminismo e nem levantar bandeiras além daquela em nome do amor. Para quem ainda duvida da importância simbólica do 8 de Março, creio já ter falado bastante sobre o assunto aqui neste texto.

Para quem está sentindo falta dos artigos e textos especiais sobre o Dia Internacional da Mulher, que já é tradição aqui no blog, ao longo da semana abriremos espaço para esse material. Mas hoje, o que queremos é celebrar uma das facetas do feminino: a maternidade. Embora o blog seja feito só por uma mãe, temos três filhas blogando no Conversa e esse post é uma forma também de homenagear as nossas mães, com quem, acima de tudo (e independente dos erros e acertos) aprendemos a ser mulheres.

Quem  nos acompanha diariamente sabe que fizemos um sorteio e pedimos para mães de meninas e meninos enviarem fotos de momentos de carinho com seus filhotes e filhotas. A promoção já foi encerrada e ao todo, sete mães atenderam ao nosso pedido e permitiram a publicação das imagens que vocês veem abaixo (veja o resultado do sorteio). São momentos de carinho, descontração e grande afetividade. E no semblante de cada uma dessas mães, mais modelos de feminino do que os ínfimos rótulos que tentam nos impor nas revistas. Esperamos que gostem de descobrir-se em uma dessas meninas, mães, mulheres…

Obrigada as mães, por compartilharem essa vivência delicada conosco e nossos leitores!

"Acredito que esta foto é a que demonstra mais carinho, afeto e amor que eu possuo, pois foi o primeiro mamá que meu filho recebeu em meu peito!!" (Aline Beulke)
"Com o coração" (Ana Laura Cunha)
"Um amor de menino" (Sarah Mendes)
"Te amo, mãe!" (Michele Gerbase)
"Um mosaico de puro amor" (Daniele Ramos)

*E para terminar a série, as duas vencedoras do sorteio:

"Um beijinho, um carinho" (Renata Santana)
"Orgulhosa mãe de Jeniffer e João Vitor" (Priscila Lucas)

*Importante: As duas mães vencedoras foram escolhidas por sorteio eletrônico. Não houve qualquer julgamento sobre beleza ou qualidade das fotos ou cenas retratadas, porque é o tipo de coisa que não daria para julgarmos! Todas são lindas com seus meninos e meninas e só temos de agradecer mais uma vez às que concordaram em nos mostrar essas lições de amor materno e esses exemplos de beleza feminina que transcendem a ditadura do fashionismo vazio. Amamos moda, mas amamos principalmente, as pessoas!

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Foco sobre a saúde feminina: teste para saber quando a mulher entrará na menopausa

A reportagem abaixo fala de uma pesquisa desenvolvida no Irã que tem como objetivo predizer a idade em que uma mulher entrará na menopausa, ajudando desta forma aquelas que querem primeiro realizar projetos pessoais para só depois dedicarem-se à maternidade. O teste ainda não existe, mas já causa expectativa na área de reprodução humana. Além disso, o material também explica um pouco sobre a menopausa precoce, que atinge mulheres na faixa dos 30 anos e que pode ter causas genéticas ou médicas.

Irã cria teste para medir idade em que mulheres entrarão na menopausa

Estudo no futuro será instrumento útil para mulheres que querem adiar a maternidade

Pesquisadores iranianos desenvolveram um teste capaz de prever quando as mulheres vão entrar na menopausa. Ramezani Tehrani, professor associado da Shahid Beheshti Faculdade de Ciências Médicas de Teerã, autor do estudo, apresentou os resultados preliminares de sua pesquisa durante a 26 ª reunião anual da Sociedade Européia de Reprodução Humana e Embriologia, realizada em Roma, em junho passado.

Tehrani explicou que por meio de um exame de sangue é possível prever com antecedência quando as mulheres entrarão na menopausa. Os resultados do estudo podem representar o primeiro passo na criação de um instrumento útil para ajudar as mulheres a decidirem qual o melhor momento para ter um bebê.

A pesquisa, iniciada em 1998, ainda se encontra em andamento. Para chegar às conclusões divulgadas durante o evento, o pesquisador iraniano explicou como os testes foram feitos: os cientistas retiraram amostras de sangue de 266 mulheres, com idade entre 20 e 40 anos, e mediram a quantidade de hormônio AMH (anti-muleriano) – produzido pelas células do ovário da mulher – em seus corpos.

O teste de AMH revela quantos óvulos a mulher ainda tem no ovário. Duas outras amostras de sangue foram retiradas nos seis anos seguintes e exames físicos também foram realizados para comprovar os resultados obtidos por meio do exame de sangue.

Com base no AMH medido, os cientistas usaram um modelo matemático para estimar quando as mulheres entrariam na menopausa. Para as 63 mulheres do estudo que entraram na menopausa, a previsão dos cientistas se mostrou correta dentro de uma margem de quatro meses.

Mesmo diante dos resultados promissores, o próprio Tehrani mostrou-se cauteloso ao afirmar que o AMH é capaz de indicar o status reprodutivo de uma mulher mais acuradamente do que sua idade cronológica, mas considerando o pequeno universo de mulheres que participaram do seu estudo, ele mesmo defende que devem ser feitos estudos mais longos com mulheres na casa dos vinte anos e acompanhá-las durante vários anos. “Aí, sim, somente com a exata concentração sérica de AMH, será possível predizer com absoluta certeza quando a menopausa se dará”, defende o cientista iraniano.

Menopausa precoce – O exame iraniano não prevê quando a mulher perderá a fertilidade – o que tipicamente acontece cerca de uma década antes da menopausa – mas se os médicos souberem quando a menopausa começará poderão calcular uma aproximação da data do fim dos óvulos. “Com o aprofundamento das pesquisas, este exame poderá ser muito útil na identificação de mulheres que podem ter uma menopausa precoce, antes dos 50 anos”, defende o Prof° Joji Ueno, ginecologista, diretor da Clínica GERA.

Segundo o médico, a menopausa precoce é o quadro clínico que se apresenta quando a mulher entra na menopausa antes dos 32 anos, ou seja, período em que ela fica um ano ou mais sem menstruar com sintomas específicos. “A menopausa precoce não é um distúrbio hormonal, é a falência ovariana em uma mulher jovem. A falência ovariana prematura (FOP) é a perda temporária ou definitiva da função gonadal que acontece após a menarca e antes dos 40 anos de idade. Ela é caracterizada pela diminuição do número de folículos ovulatórios e é exatamente essa condição que vai gerar alteração hormonal”, explica Ueno.

Não existe uma causa determinante para o surgimento do problema. A menopausa precoce pode ocorrer por vários fatores, como o histórico familiar, por exemplo. “Há também outros fatores externos que podem antecipar a menopausa, como a remoção dos ovários ou de grande parte deles e os tratamentos contra o câncer. A radioterapia e a quimioterapia têm como objetivo impedir o crescimento celular canceroso. Porém, estes tratamentos não atingem apenas as células malignas, mas as sadias também. Dentre outros efeitos colaterais, os tratamentos contra o câncer podem levar a uma falência prematura dos ovários”, esclarece Joji Ueno, responsável do setor de vídeo-histeroscopia ambulatorial do Hospital Sírio Libanês.

Menopausa precoce e gravidez – A determinação da causa da menopausa prematura é importante para as mulheres que desejam engravidar. O exame físico é útil, seguido por exames complementares, como o de dosagem hormonal e o ultra-som ovariano. “Exames de sangue podem ser realizados para se investigar a presença de anticorpos que acarretam danos às glândulas endócrinas – exemplo de doenças auto-imunes. Para as mulheres com menos de 30 anos de idade, uma análise dos cromossomos é geralmente realizada”, explica Joji Ueno.

Confirmado o diagnóstico, a regra para tratamento é a Terapia de Reposição Hormonal, a TRH. O uso da TRH é imprescindível nos casos de menopausa de origem cirúrgica ou provocada por quimioterapia, em virtude da intensidade destes sintomas. “A menopausa precoce é indicação precisa de Terapia de Reposição Hormonal, pois essas mulheres apresentam um risco quatro vezes maior de desenvolver doenças cardíacas e sete vezes maior de desenvolver osteoporose”, alerta o médico.

A mulher com menopausa precoce apresenta uma chance inferior a 10% de conceber. “Suas chances aumentam em até 50% quando é realizada a implantação de óvulos de outra mulher no seu útero – a ovodoação -, após uma fertilização in vitro”, explica o Prof° Dr. Joji Ueno, ginecologista, diretor da Clínica GERA.

Para saber mais sobre o assunto:
Visite o site: www.clinicagera.com.br
Visite o blog: Medicina Reprodutiva
Siga o Twitter do Dr. Joji Ueno
Tire dúvidas pelo email: [email protected]

*Material elaborado pela jornalista Márcia Wirth, da MW Comunicação

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Confira os outros posts da série:

>>Prevenção à osteoporose

>>Tratamento alternativo para menopausa

>>Foco sobre a saúde feminina no mês de outubro

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Artigo: Uma nova leva de mães aos 40

Os dados estatísticos mostram que aumenta gradativamente a cada ano o número de mulheres que decidem adiar a gravidez. São vários os motivos que podem levar uma mulher a tomar essa decisão. E é disso que trata o artigo abaixo. Além de trazer algumas das razões desse novo contexto social, também explica de forma bem didática por que aumenta a dificuldade de engravidar com o passar do tempo. Muito bacana para esse período de comemoração do Dia das Mães.

*Uma nova leva de mães aos 40…

Os padrões tradicionais da maternidade vêm sendo gradativamente reformulados, a experiência não implica mais em dedicação exclusiva. Mesmo em meio a tantas mudanças sociais, o desejo e o prazer de ser mãe continuam como elementos presentes e marcantes na estrutura de relevâncias femininas

O adiamento da gravidez é uma escolha muito comum das mulheres, nos dias de hoje. O número de grávidas ou mulheres tentando engravidar na faixa entre 30 e 40 anos tem aumentado nos últimos anos. Pelo menos 20% das mulheres aguardam até os 35 anos para iniciar uma nova família. São muitos os fatores envolvidos na decisão de adiar a maternidade: a estabilidade profissional, a espera por um relacionamento estável, o desejo de atingir segurança financeira, ou, ainda, a incerteza sobre o desejo de ser mãe…

“Entretanto, é importante alertar estas mulheres sobre as consequências desta decisão: a idade pode afetar a capacidade de conceber. É também importante informá-las sobre os tratamentos disponíveis que podem ajudá-las a engravidar, quando elas decidirem que o melhor momento chegou”, afirma o ginecologista e obstetra Aléssio Calil Mathias, diretor da Clínica Genesis, em São Paulo.

Segundo o IBGE, o acesso mais fácil a métodos contraceptivos,
os custos elevados necessários para a criação de uma criança
e a inserção da mulher no mercado de trabalho provocaram a redução do número de filhos.
Essa realidade se evidencia na queda da taxa de fecundidade,
que declinou de 2,7 filhos em 1992 para 2,4 filhos em 2002.

A queda na fertilidade feminina com o avanço da idade é um fator biológico. Estima-se que a chance de gravidez por mês é de aproximadamente 20% nas mulheres abaixo de 30 anos, mas de apenas 5% nas mulheres acima dos 40. Mesmo com os tratamentos, como a fertilização in vitro, a fertilidade diminui e as chances de um aborto espontâneo aumentam após os 40. “Há várias explicações para esse declínio de fertilidade: condições médicas, mudanças na função ovariana e alterações na liberação dos óvulos pelos ovários”, afirma Mathias.

A mulher de 40 anos também tem mais chances de apresentar problemas ginecológicos, como infecções pélvicas e endometriose, que podem diminuir a fertilidade. Exames de fertilidade, como a histerosalpingografia ou a laparoscopia, podem ser requisitados para diagnosticar algumas dessas condições. Embora a maioria dos esterileutas recomende que os casais tentem a gravidez por pelo menos doze meses antes de procurarem ajuda médica, mulheres acima dos 40 anos podem realizar esses exames a qualquer momento.

Por que as chances de engravidar diminuem…

A queda nas chances de engravidar, em mulheres acima de 40 anos, é mais freqüente devido às mudanças naturais que ocorrem nos ovários.

O hipotálamo e a hipófise, glândulas localizadas no cérebro, coordenam os processos que levam à ovulação e à menstruação regular. O hipotálamo estimula a hipófise a liberar o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH). Esses hormônios são secretados na corrente sanguínea e controlam o crescimento dos óvulos (oócitos) e a produção do hormônio feminino, estrógeno, pelos ovários.

“A maioria das mulheres têm aproximadamente 300.000 óvulos em seus ovários na puberdade. Para cada óvulo que amadurece e é liberado durante o ciclo menstrual, entre 500 a 1000 não amadurecem totalmente e são reabsorvidos pelo corpo”, explica o médico.

Quando a mulher atinge a menopausa, que normalmente ocorre entre os 40 e os 56 anos de idade, há apenas alguns óvulos remanescentes. Esses óvulos restantes geralmente não respondem bem às secreções de FSH e LH da hipófise e os níveis desses hormônios na corrente sanguínea aumentam com o intuito de estimular os ovários.

Um nível elevado de FSH no sangue no terceiro dia do ciclo menstrual sugere que o ovário não está respondendo normalmente aos sinais da hipófise. “Essa falta de resposta ovariana é uma evidência indireta de baixa qualidade do óvulo. A diminuição da resposta do ovário ao FSH e ao LH da hipófise resulta em uma baixa no estrógeno e na progesterona produzidos pelo ovário”, explica o diretor da Clínica Genesis.

Aos poucos, o ciclo menstrual vai se tornando menor e, eventualmente, os ovários podem não liberar óvulos, resultando em um ciclo sem ovulação. Além disso, os hormônios – estrógeno e progesterona – são críticos para o desenvolvimento normal do endométrio, onde o embrião deve se fixar para se desenvolver. “Uma redução nos hormônios dos ovários, que acontece em decorrência da idade avançada da mãe, também contribui para diminuir as chances de gravidez”, observa Aléssio Calil Mathias.

Dados do IBGE revelam que, em 1991,
as mães que tiveram o primeiro filho na meia idade eram 7.142 (0,67%)
e, em 2000, somavam 9.063 (0,79%).
Ainda que em número absolutos este grupo de mães seja pequeno,
esse fenômeno já pode ser acompanhado, principalmente,
nos estados do Rio de Janeiro (passou de 0,91%, em 1991, para 1,09%, em 2000)
e São Paulo ( de 0,65% para 0,87%).

O relógio biológico em ação

À medida em que a mulher envelhece, os óvulos remanescentes também envelhecem, tornando-se menos capazes de serem fertilizados pelos espermatozóides. Outro fator a ser ponderado é que a fertilização desses óvulos está associada a um risco maior de alterações genéticas. “Por exemplo, alterações cromossômicas, como a Síndrome de Down, são mais comuns em crianças nascidas de mulheres mais velhas. Há um aumento contínuo no risco desses problemas cromossômicos conforme a mulher envelhece”, explica o ginecologista.

Quando os óvulos com problemas cromossômicos são fertilizados, eles têm uma possibilidade menor de sobreviver e crescer. Por essa razão, mulheres que já passaram dos 40 anos têm um risco aumentado de abortos espontâneos também.

As taxas menores de gravidez em mulheres acima de 40 são, em grande parte, devidas ao aumento de óvulos com problemas cromossômicos. Nos tratamentos de reprodução assistida, por exemplo, quando óvulos são coletados em mulheres de 20 a 30 anos, fertilizados e colocados no útero de uma mulher com mais de 40, suas chances de gravidez aumentam, são maiores do que se ela tivesse utilizado seus próprios óvulos.

“O sucesso no emprego das técnicas de doação de gametas confirma que a qualidade do óvulo é uma barreira fundamental à gravidez para as mulheres mais velhas. Embora, hoje, a idade não se constitua numa barreira intransponível à gravidez, qualquer tratamento de infertilidade, exceto a doação de gametas, terá menos sucesso, em mulheres acima de 40 anos”, diz o ginecologista Aléssio Calil Mathias.

As mães, por primeira vez, com idades entre 40 e 49 anos, fazem parte de um segmento populacional com alta escolaridade (59,1% tem oito anos ou mais de estudo) e pertencem a famílias com alto poder aquisitivo ( 25,7% com rendimento mensal familiar de mais de 10 salários mínimos).Os dados são do IBGE.

Quando a decisão é adiar a maternidade…

Quando uma mulher com a idade mais avançada decide engravidar é importante que ela procure o aconselhamento médico. Se o médico identificar qualquer problema físico que possa afetar suas chances de engravidar, ou se ela estiver tentando conceber por mais de 6/12 meses, ela deve procurar um esterileuta.

“Como as chances de gravidez diminuem com a idade é recomendado que todos os exames necessários para verificar a fertilidade desta mulher sejam prontamente realizados. A maioria dos exames podem ser realizados no período de 1 a 3 meses. O tratamento apropriado pode ser iniciado imediatamente após a avaliação da mulher”, diz Mathias.

Uma vez realizados os exames necessários e se a causa da infertilidade for diagnosticada, o médico pode discutir com o casal interessado em engravidar os tratamentos possíveis. “Atualmente, o tratamento da infertilidade encontra muitas opções terapêuticas no Brasil. Muitas vezes, a gravidez é obtida com o emprego de condutas de baixa complexidade, como o coito programado. Nem sempre é preciso recorrer à fertilização in vitro”, explica o ginecologista Aléssio Calil Mathias.

Entretanto, “na presença de infertilidade inexplicada ou quando os tratamentos convencionais fracassam, tratamentos de alta complexidade  podem ser indicados, tais como a superovulação com inseminação intra-uterina programada ou a fertilização in vitro. O importante é informar ao casal, especialmente à mulher, que, assim como em qualquer outro tratamento, a idade afeta as chances de gravidez, mesmo com o emprego de alta tecnologia”, diz Mathias.

*Texto encaminhado ao Blog pela MW Consultoria de Comunicação.

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Artigo: Mães de todas as horas

Recebemos um artigo bem singelo do escritor Eder Roberto Dias. Trata-se de uma emocionada declaração de amor às mães. E como está próxima a data em homenagem a elas, nada mais justo que abrir espaço aqui neste cantinho feminino, para a palavra de um menino sobre a maternidade. Sim, eles também entendem do assunto, e por quê não?!

*Mães de todas as horas

**Por Eder Roberto Dias

E quem é que não precisa, ou sente falta, de um colinho materno de vez em quando?

Por todas as horas é tão bom sentir que nossas mães estão junto de nós! Com o cheirinho de seus perfumes, com a tranquilidade que nos protege ou com a sabedoria que nos ajuda. Mãe é para todos os momentos, mas por vários instantes na vida esquecemos de reconhecer o seu valor. Somente quando sentimos o desejo de uma comidinha saudável e saborosa é que buscamos o aconchego do nosso verdadeiro lar.

Não percebemos a dimensão que somente quem é mãe sabe entender. Quem somos ou seremos? Essa pergunta todas as mães saberão responder! Somos filhos perfeitos, pois na visão de nossas mães não cometemos erros. Na dimensão do amor de uma mãe, somos perdoados por nossas indiferenças, somente pelo poder de quem nos gerou.

Não há como exprimir tal sentimento, tamanho cuidado e proteção. Quem é filho nunca saberá entender a virtude de ser mãe, não saberá apreciar o valor de nosso crescimento, pois não terá em seu sentir o universo que só existirá na visão da mulher mãe. Mulher que cresce entre rosas, que se torna botão e no nascimento de um filho se torna a mais bela rosa mulher. Mulher que se consagra na virtude da continuidade, na exatidão do amor unilateral, na aceitação de que é a companhia perfeita a cada filho!

Quem somos ou seremos? Pergunte à mulher que é sua mãe, a mulher que se constitui na parceira de seu pai. Não importa a nós filhos impedir a felicidade de nossas mães mulheres. Temos dentro de nós o amor eterno que representará a nossa primeira ligação entre o conhecimento e o aperfeiçoamento.

Mãe não deve ser perfeita para os outros, pois a perfeição só será adequada a nós filhos apaixonados. Apaixonados por sua presença, por sua coragem, por seu amor e por tudo que realce a luz do amanhã.

Amanhã nos tornaremos homens e mulheres que formaremos novas famílias, novos lares compostos pelos poderes das crianças do hoje que amam nossas origens e apoiados seremos quando decidirmos aprender a sermos pais. Mulher que ressalta a vida!

Um viva as nossas mães heroínas de todos os nossos dias!

*Texto encaminhado ao  blog pela Suggestiva Comunicação

**Eder Roberto Dias é autor do livro “O Amor Sempre Vence…”, publicado pela Editora Gente. Contato com o autor: [email protected]

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Mãe é mãe, como já dizia aquele velho ditado

*Texto da jornalista Giovanna Castro

Mãe é mãe, já diz o ditado, que não poderia ser mais preciso na sua afirmação. Em um post anterior, eu havia mencionado por alto os mistérios da maternidade e agora volto ao assunto. Para mim é mesmo algo insondável essa questão da maternidade que daqui a pouco terá seu dia celebrado comercialmente. Dentro de mim, o desejo de ser mãe ainda não despertou. Não sei se quero ser mãe e ao longo de minha vida inteira, pensar assim não foi um suplício. Acredito que seja um sentimento, o desejo de ser mãe, que nasce com a mulher e tem a ver com sonho e propósito de vida. Sem falar que para levar adiante este projeto, é preciso no mínimo encontrar alguém que queira segurar o rojão junto, o que nem sempre acontece. Não são poucas as mulheres que conheço que sofrem com a falta de compromisso de certos pais,  ainda hoje, em pleno 2010. Talvez esta seja a parte mais complicada do processo todo.

Olha eu e minha mãe, Dona Lourdes, sob o belíssimo pôr do sol do Solar do Unhão

Mas quero falar é do fato consumado, da mulher que já é mãe. Tenho amigas que são mães de crianças pequenas, mães de  pré-adolescentes, amigas que não querem e não vão mesmo ser mães, e minha própria mãe, que de maneira inusitada e diferente da maioria das potenciais vovós, me recomenda não ter filhos. Ela acredita que mãe sofre muito porque “acaba sentindo o que os filhos sentem, quando o filho sofre, a mãe sofre igual”, ela diz. É isso. Que experiência é essa? Que mágica é essa que arrasta todas as mulheres que têm filhos para um universo particular composto por algo que todas descrevem como amor incondicional, uma experiência única e transformadora e afirmam, sem exceção, que passaram a ser mulheres diferentes menos auto-centradas e mais generosas com o mundo todo, ao tirar o foco de si mesmas para transferir ao serzinho que sai de dentro da sua barriga, outro enorme mistério para mim. Essa criança que é gestada dentro do corpo. Que experiência é essa, gente! Já entendi que não dá para saber sem passar por isso.

Uma vez perguntei à minha mãe o que uma mulher sente quando está grávida e ela não me explicou muito bem não, acho que tudo está no âmbito daqueles sentimentos que não podem ser descritos em palavras. Uma das poucas coisas que ela conseguiu descrever e que ficou marcada no meu pensamento durante dias e ainda me assalta de vez em quando foi quando ela falou que às vezes incomodava dormir porque ela sentia o cotovelo da criança forçando a barriga assim como a cabeça. Isso me impressionou bastante e tive a sensação mais próxima do que pode representar levar um ser humano dentro do próprio corpo. Lembro ainda de um episódio da badalada série americana “Sex and the city” quando Miranda (Cinthia Nixon) descobria que estava grávida de um menino e Carrie (Sarah Jessica Parker) brinca com ela: “Você já parou para pensar que está levando um penisinho aí dentro da sua barriga?”.
Mais uma coisa a se pensar…

Maternidade tem lá seus mistérios insondáveis que deixam tudo mais intrigante

Fato é que mãe desarma, mãe quebra a nossa guia, mãe diz coisas que a gente não pensa, mas que acabam virando realidade, que vai desde o “vai chover menina,  leva a sombrinha” até coisas mais complexas. Minha mãe me fala o tempo todo do cordão umbilical. Para ela, este vínculo que é cortado no momento do parto,  na verdade não é mesmo cortado. Segue pela vida inteira. Acredito que seja mesmo verdade. Minha mãe me liga ainda hoje, mulher adulta que sou, para saber se almocei. Coisas que deveriam ter caído no esquecimento lá pelos meus 11, 12 anos de idade. Ainda me liga para saber se estou agasalhada quando está chovendo, ou se peguei engarrafamento ou cheguei bem ao trabalho.

De uma coisa não tenho dúvida, mãe é peça obrigatória no universo de todo ser humano, acredito que particularmente de toda mulher porque é espelho e objeto de contestação e auto-afirmação em um só pacote. Mãe te coloca o tempo todo em contato com o que você quer ser ou o que você não gostaria de ser. Minha mãe me emociona, me intriga, é um caso de amor daqueles bem sérios e que não tem fim. Já tive reações bem exageradas somente de pensar na possibilidade de perdê-la, ainda tenho, e sofro diariamente por antecipação com o fato de saber que isso vai acontecer um dia. Temo não ter desfrutado o bastante, não ter beijado o bastante, não ter mostrado o que sinto milhões de vezes. Não gosto de pensar nisso… Não sou mãe, mas sou filha de minha mãe e de certa forma, mesmo ainda não tendo parido, sei um pouco deste mistério que somente mães e filhos compartilham.

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Uma conversa séria sobre gravidez

Este post está dividido em duas partes. Na primeira, publicamos um artigo da psicóloga Luciana Leis, especializada em atender casais com problemas de fertilidade. Na segunda, reproduzimos uma matéria com a médica Carolina Ynterian, da Analitic, especialista em reprodução humana. A ideia de colocar este material no ar é atender aquelas mulheres que têm um grande desejo de ser mães e muitas vezes deixam que a ansiedade e frustração as dominem. Respeitando e reconhecendo o fato de que nem toda mulher tem como projeto de vida tornar-se mãe, e só devem mesmo tentar a maternidade aquelas que se sentem preparadas para o desafio, a conversa hoje é direcionada às que acalentam esse desejo e que vêm se preparando para ele, independente dos desafios de se criar filhos no mundo de hoje. Sinceramente, não acredito que fosse mais fácil criá-los em outros períodos da história da humanidade. A questão com a maternidade não é o mundo exterior, mas o que nós vamos ensinar aos nossos filhos para que eles enfrentem o que está aí fora. Confiram:

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Quando o desejo de ser mãe parece não ser possível…

Luciana Leis*

clip_image004A maioria das mulheres cresce cultivando o sonho de ser mãe um dia. Desde muito cedo, brincamos com nossas “filhas-bonecas”, ensaiando o papel que será encenado em algum momento de nossas vidas. No entanto, esse sonho vai sendo deixado de lado para podermos desenvolver outros papéis – sociais, profissionais, familiares –  para o resgatarmos, no futuro, a possibilidade  de realizá-lo, em uma situação mais estável.

Assim, nos prevenimos de uma possível gestação em nossos namoros até encontrarmos um homem que pareça “bom” para estar ao nosso lado e construir uma família. Também evitamos um filho para nos estabilizarmos profissional e financeiramente. Nesse meio tempo, muitas vezes, sem ao menos percebermos, acabamos sendo meio “mães” de nossos amigos, maridos ou até mesmo de nossos pais.

Desta forma, mais cedo ou mais tarde, acabamos tendo um “insight” e percebemos que o sonho de ser mãe, até o momento colocado de lado, deve ser priorizado, já que consideramos que aquele é o melhor momento de nossas vidas para tal.

Porém, o tempo vai passando e a gravidez não acontece, fazendo-nos questionar o que pode estar errado. É muito difícil aceitar nossa falta de controle neste campo da vida, uma vez que, com esforço, conseguimos garantir muitas coisas até ali. É preciso reconhecer nossa impotência para poder garantir a chegada de uma nova vida, afinal, não somos “deuses”.

Faz-se necessário, então, certa flexibilidade interna para irmos em busca de alternativas que nos levem a atingir nosso objetivo. É fato que, na maioria das vezes, acreditamos que teríamos um filho logo que parássemos de usar o método contraceptivo.

No entanto, quando isso não acontece, precisamos encontrar novas possibilidades para chegarmos ao nosso destino. Talvez o caminho mais fácil esteja interditado, o que não significa que todos os caminhos estejam fechados. Então, é essencial cultivar a flexibilidade para buscar a melhor forma de concretizar o sonho de ter um filho.

gravidez14O grande obstáculo desse percurso é vencer o negativismo que essa situação nos coloca e se apegar às possibilidades reais desse sonho vir a acontecer. É comum, devido a sentimentos de insegurança e frustração, nos perdermos em meio a fantasias aterrorizantes, nas quais parece que o desejo nunca será realizado, quer pela via biológica ou pela adoção. Em alguns momentos, é necessário nos afastarmos um pouco do mundo das emoções e colocarmos mais objetividade e racionalidade para enfrentarmos os problemas, já que, se existem formas para resolvermos essa questão, é nelas que devemos nos respaldar.

Lembro-me de uma amiga que, frente ao diagnóstico de infertilidade conjugal, ouviu de seu médico: “Suas chances são muito pequenas de engravidar.” Frente a isso, ela perguntou: “Mas elas existem?”, e ele respondeu: “Sim.”. Essa resposta curta, porém honesta e positiva, foi o dado de realidade em que ela se apegou para enfrentar seus medos até a chegada da filha, hoje, com cinco anos.

A vivência e o reconhecimento de todos os sentimentos que a infertilidade traz em seu bojo são imprescindíveis para lidarmos com ela. No entanto, precisamos também de certa dose de racionalidade para enfrentarmos com determinação esse processo, sem nos perdermos em meio a  medos e inseguranças.

*Luciana Leis é psicóloga, especializada em atender casais com problemas de fertilidade.
>>Confira o blog da especialista, Compartilhando Vivências

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*Infertilidade femininas, causas:

Cerca de 12 milhões de pessoas encontram dificuldade para engravidar em algum momento. As causas mais comuns, que afetam as mulheres e são responsáveis por cerca de 40% dos casos de infertilidade, são:

>>Síndrome dos ovários Policísticos: causada por um desequilíbrio hormonal e excesso de hormônio masculino, provoca irregularidades na menstruação, aumento dos pêlos, ganho de peso e acne. A ovulação também fica muito comprometida, o que dificulta na gravidez. Ressalta-se que a gestação pode ocorrer neste quadro.

endometriose>>Endometriose: Doença que ocorre quando a mucosa que reveste o útero é expelida dentro da cavidade do abdômen ao invés de ser eliminada através do canal vaginal junto com o sangue menstrual e acaba dificultando a concepção.

>>Problemas ovulatórios: Principal causa de infertilidade nas mulheres, geralmente o que ocorre é uma falha na liberação de hormônios, irregularidade no ciclo menstrual ou problema nos ovários. Mediante isso, a ovulação fica prejudicada ou completamente ausente.

>>Alterações da tireóide: Aumento ou diminuição da função da glândula tireóide leva a um desequilíbrio hormonal, o que reflete no funcionamento dos ovários, consequentemente, na produção dos hormônios LH e FSH.

>>Aumento da prolactina: quando há aumento deste hormônio, os ovários não funcionam direito, o problema pode bloquear ou interferir a ovulação.

*Fonte: Dra Carolina Ynterian, bioquimíca e diretora da Analitic.

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Artigo: Dificuldades das mulheres no mercado de trabalho

O mercado é ingrato com as mulheres que optam por serem trabalhadoras e mães. Pelo menos esta é a análise do advogado e professor do Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas Jurídicas, Marcos Vinicius Poliszezuk, autor do artigo que publicamos abaixo. O texto traz dados do IBGE e da Catho On Line sobre a situação de empregabilidade das brasileiras. Sim, ainda ganhamos menos que os homens, embora isso seja inconstitucional. E ainda somos discriminadas na hora de disputar uma seleção – separadas em: com filhos e sem filhos – embora isso seja ilegal e imoral. O importante de divulgar esse tipo de análise é contribuir para conscientizar as mulheres e os homens sobre a importância de romper antigos tabus. Apesar de todo o avanço tecnológico da pós-modernidade e de toda a revolução dos costumes, o peso da tradição ainda é grande na nossa sociedade. Ainda há quem defenda, nos dias de hoje, que lugar de mulher é em casa lavando, passando, cozinhando e criando os filhos. Sem contar com aqueles que endossam afirmações absurdas como a de que as mulheres que tornam-se lideres e se destacam na profissão, masculinizam-se para competir de igual para igual com os homens! Talvez, diante de estatísticas como as apresentadas no artigo do professor Marcos, realmente existam mulheres que abrem mão da maternidade ou da feminilidade para mostrar que são tão capazes quanto os homens. No entanto, quem foi que disse que ser agressivo no mercado é prerrogativa masculina? E quem disse que a agressividade ou a competitividade não são também características das fêmeas? Onde está escrito que para ser feminina tem de ser mãe? O problema com o preconceito, qualquer que seja ele, é que cria categorias e rotula as pessoas, confinando-as aos estererótipos, sendo que a diversidade é cada vez  mais a norma no mundo, graças a Deus! Eu, particularmente, não quero ser igual, melhor ou pior que nenhum homem.  E espero que nenhum deles queira ser melhor, pior ou igual a mim. Quero respeito nas minhas diferenças.
 
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**Dificuldades das mulheres no mercado de trabalho

*Marcos Vinicius Poliszezuk

Todos são iguais perante a lei. É o que estabelece o artigo 5° da Constituição Federal. No entanto, deparamo-nos com realidades distantes daquela prevista pelo nosso constituinte. Prova disso é o tratamento dispensado às mulheres trabalhadoras, em que a discriminação ainda é notadamente patente.

mulher_trabalhando_01Importante destacar que várias foram as legislações com o intuito de proteger o trabalho da mulher. Prerrogativas e direitos lhe foram assegurados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que dedica um capítulo inteiro de medidas protetivas ao trabalho feminino. A nossa própria Constituição Federal também assegurou salário idêntico ao dos homens, além de outras benesses conferidas em razão da maternidade. Hodiernamente, observa-se que tais medidas são inócuas, uma vez que a própria sociedade desrespeita a legislação. Lei é lei, evidente, mas não somos educados a respeitar a dignidade do trabalho feminino. Isso sem enfocar a dupla jornada cumprida pelas mulheres, ou seja, o trabalho fora e o dentro de casa.

Saliente-se que o Brasil, seguindo a legislação e a tendência mundial, ratificou Convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que tratam de forma direta ou indireta da desigualdade de gênero nas relações de trabalho, são elas, a nº 100 (Salário igual para trabalho de igual valor entre o Homem e a Mulher, ratificada em 25/04/1957, com vigência nacional em 25/04/58), a nº 103 (Amparo à Maternidade, ratificada em 18/06/65 e com vigência nacional em 18/06/66); a nº 111 (Discriminação em matéria de emprego e Ocupação, ratificada em 26/11/65, com vigência nacional em 26/11/66); e a de nº 117 (Objetivos e normas básicas da política social, ratificação em 24/03/69 e vigência nacional em 24/03/70).

Todavia, tornar-se mãe, período tido como o ápice da maturidade feminina, é o principal entrave na colocação dessas mulheres no mercado de trabalho. Aí, pouco importa a dupla jornada, a dedicação extrema, o salário defasado e o mister maternal. Infelizmente, o que mais pesa ao empresariado é o aumento do custo para manter essa trabalhadora e o seu filho. A matemática é simples: os empregadores calculam o aumento dos encargos (salário, convênio médico, creche, farmácia, etc.) e, com isso, perde-se o interesse na colaboração dessas candidatas. Além disso, outro empecilho, na visão dos empregadores, é a maior probabilidade de a mulher-mãe ter de ausentar-se do trabalho para cuidar das crianças.

Apesar de toda a mentalidade contrária a contratação de mulheres,  pesquisas revelam que nos últimos anos a inserção da mulher no mercado de trabalho tem sido crescente e visível, assim como o percentual de mulheres em cargos de comando de grandes empresas.

Segundo dados do IBGE, em janeiro de 2008, havia aproximadamente 9,4 milhões de mulheres trabalhando nas seis regiões metropolitanas onde foi realizada a pesquisa: São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre. Este número significa 43,1% das mulheres. Em 2003 esta proporção era de 40,1%. O que comprova o aumento da representatividade feminina no mercado de trabalho.

Entretanto, elas se encontravam em situação desfavorável à dos homens, pois não chegavam a atingir o percentual de 40% de mulheres trabalhando com carteira de trabalho assinada, sendo que entre os homens esta proporção ficou próxima de 50%. Além disso, o rendimento delas correspondia a 71,3% do rendimento dos homens.

Na visão machista ainda vigente, infelizmente, mulher só é multitarefas dentro de casa
Na visão machista ainda vigente, infelizmente, mulher só é multitarefas dentro de casa

A mesma pesquisa deixou claro que quando o contexto é mercado de trabalho, a maioria dos indicadores apresentados mostrou a mulher em condições menos adequadas que a dos homens. Outro ponto alarmante é a desigualdade na contribuição previdenciária, quando se constatou que mais de um terço das mulheres não contribuem. Isso de uma forma geral e não pontuando mulheres com filhos e menores de quatro anos. Com isso, torna-se mais notável que a dificuldade da mulher no mercado de trabalho existe independente de ser mãe, mas agrava ainda mais com a maternidade.

Neste patamar, já não importa as lutas de tantas Marias (da Penha), de Helenas (de Americana) e de todas aquelas engajadas na promoção da dignidade do trabalho da mulher para valerem os direitos conquistados com duras batalhas, uma vez que, repita-se, somos os primeiros a desrespeitar as leis que nós mesmos criamos.

Talvez por essa razão já não nos impressiona as pesquisas como a recentemente divulgada pela Catho on Line, empresa de recrutamento e seleção, segundo a qual mulheres com filhos de até quatro anos têm mais dificuldades para conseguir emprego. Fomos educados para aceitar essa realidade – diga-se de passagem, ilegal, com normalidade.

*Marcos Vinicius Poliszezuk é sócio-titular do Fortunato, Cunha, Zanão e Poliszezuk Advogados, especialista em Direito Empresarial pela Escola Superior de Advocacia da OAB-SP e em Direito do Trabalho pelo Centro de Extensão Universitária; além de professor do Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas Jurídicas e integrante da Comissão dos Novos Advogados do Instituto dos Advogados de São Paulo.

**Artigo recebido por email pela assessoria de comunicação de Marcos Poliszezuk.

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Guia para mães e pais de primeira viagem

cp_ChegadaBebe_gdeSe você anda pensando em receber a visita da cegonha, vale a pena dar uma lida antes no livro Coisas que ninguém conta sobre a chegada do bebê, um divertido e realista guia de maternidade para marinheiras de primeira viagem, de autoria da educadora e advogada Gabriela Orsi, lançado este mês pela editora Palavra & Prece.

Autobiográfico, o livro é um diário escrito por alguém que, apesar da larga experiência como educadora – trabalhando com crianças – na hora em que se viu grávida, percebeu que as teorias aplicadas com os filhos dos outros não davam conta 100% da expectativa de dar a luz e muitos menos respondiam as incertezas ou diminuiam os sustos que acompanham a experiência.

Em tom leve, porém cuidadoso e sério, Gabriela mostra com bom-humor todas as dificuldades iniciais de cuidar de um bebê, não esquecendo de narrar aquelas cenas tragicômicas como quando a mãe caloura não sabe se atende ao telefone, à porta ou ao bebê se esgoelando no berço.

O livro é uma ótima forma ainda de jovens casais discutirem os papeis de cada um na relação ao deixarem de ser só marido e mulher, para se tornarem também pai e mãe. A autora fala com bastante intimidade das mudanças enfrentadas por um casal com a chegada do primeiro bebê. Como a própria autora apresenta, trata-se de uma “obra baseada em fatos, fraldas e mamadeiras reais”.

Ação social – Parte da renda obtida com a venda de Coisas que ninguém conta sobre a chegada do bebê é revertida para o projeto Ilumina, iniciativa da associação sem fins lucrativos que leva o mesmo nome, em São Paulo. O Ilumina abrange a instalação de uma Unidade de Prevenção e Diagnóstico Precoce de Câncer, para atender 26 municípios.

Quem é quem:

GabrielaGabriela Cancilieri Orsi, paulista de Piracicaba, é casada e mãe de uma filha. Formada em magistério, trabalhou durante anos na educação de crianças na Rede Salesiana de Ensino. Em 1999 graduou-se em Direito e é pós-graduanda em Direito Comercial. Foi agraciada com certificado pela Universidade de Missouri, reconhecido pelo departamento de Justiça Criminal dos EUA, e participou da formação da primeira Associação de Estudos Forenses da América Latina, em Córdoba, Argentina.

Ficha técnica:

Coisas que ninguém conta sobre a chegada do bebê

Autora: Gabriela Orsi

Editora: Palavra & Prece

122 páginas

Preço sugerido: R$ 22,00

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