Artigo: Você está comprometido com você?

Como prometido, publico hoje o segundo texto resgatado do meu email e que reflete as questões sobre as quais ando “filosofando”: tempo, trabalho, cotidiano corrido, falta de amor nas relações e também, no caso deste artigo abaixo, do Christian Barbosa, o compromisso com os próprios projetos, o que não deixa de ser uma falta de amor consigo mesmo. Muitas vezes, pensamos dezenas de coisas bacanas para fazer ao mesmo tempo, começamos uma meia duzia dessas dezenas e no final das contas, respiramos aliviados se conseguimos concluir uma ou duas delas. Isso quando a rotina não nos engole sem sequer mastigar. Pode ser desorganização e falta de compromisso – como diz o Christian – com os próprios objetivos (praticamos autosabotagem por diversas razões, inclusive medo); ou ainda investimento no projeto errado. Sim, pode acontecer de apostarmos as fichas no objetivo errado e demorarmos para nos dar conta. Ando naquela fase de revisão de conceitos, ideias, projetos, parcerias, relações e caminhos – ou seja, passando a vida a limpo -, então esses dois textos, o de ontem  e o que segue abaixo, representam mais uma etapa nessa minha jornada de autoconhecimento. Espero que sirva para vocês também!

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Leia o primeiro post sobre o tema:

Artigo: Agenda cheia, coração vazio

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VOCÊ ESTÁ COMPROMETIDO COM VOCÊ?

*Christian Barbosa

O ano está começando e, pelo andar da carruagem, será intenso. Raríssimas vezes tive a agenda tão abarrotada nos primeiros meses do ano como em 2011. Tenho recebido e-mails de muitas pessoas falando que 2011 será o ano de colocar os projetos para andar, as metas para acontecer e que será o ano da mudança. A pergunta que faço é: será mesmo que esse vai ser o Seu Ano?

Eu tenho pesquisado muitas coisas interessantes nesses últimos meses, até porque estou escrevendo um novo livro e isso me coloca em estado “nerd” (leio e pesquiso muito). Uma das pesquisas em que estou trabalhando é sobre execução de metas e projetos, e uma palavra constante nesse meio é “commitment” ou “comprometimento”, em português.

A consultoria Gallup publicou diversos trabalhos exclusivamente sobre essa questão de comprometimento e, sem dúvida, é líder nesse assunto. Em uma recente pesquisa apontou que apenas 21% dos profissionais estão engajados em suas empresas, ou seja, a maior parcela dos colaboradores, entre cargos operacionais e gerenciais (79%), simplesmente não está nesta mesma sintonia.

É muita gente sobrevivendo a um trabalho sem paixão, sem sentimento de conexão e colaboração com a empresa. Talvez isso explique o péssimo atendimento que temos em diversos segmentos públicos e privados no País. O interessante é que o mesmo sentimento se replica na vida pessoal – ou talvez o sentimento da vida pessoal se replique na empresa.

Questionei algumas pessoas que tiveram uma nula ou baixa realização dos seus planos no ano anterior. E depois de um mar de desculpas vagas, o que realmente parece é que eles não estavam comprometidos com nada que planejaram. Triste realidade, mas muita gente está vivendo exatamente desse mesmo jeito agora. São apenas zumbis, que ligaram o piloto automático e estão sobrevivendo ao dia a dia. Talvez, até mesmo você, não esteja profundamente comprometido com a sua meta de emagrecer, viajar, falar inglês, prosperar, de fazer a empresa crescer etc.

São insanas as pessoas que buscam resultados diferentes no ano novo, fazendo tudo do mesmo jeito que fizeram no ano passado. São insanas as pessoas que acham que as coisas vão cair do céu, que vão acontecer por osmose, que alguém vai fazê-las subir rapidamente na empresa. São insanas as pessoas que criticam a sorte pelo resultado. São insanas as pessoas que culpam o tempo por ser tão rápido.

Semana passada, fechamos o planejamento estratégico da Triad e, nas minhas férias, fechei o meu planejamento pessoal do ano. Foi muito legal descobrir que Eu fui um insano! Um dos meus projetos está andando muito devagar há dois anos. Devagar porque eu, sem perceber, repeti um plano medíocre nesses dois anos, fiz poucas atividades diferentes! Comparado a tudo que andou de forma excepcional no ano, esse especificamente ficou bem tímido. Fantástico acordar para isso! Na verdade, não me comprometi profundamente com esse objetivo, apesar de querer muito que ele aconteça. Não coloquei foco, energia, não ousei, revisei o plano poucas vezes, arrisquei pouco, fechei os olhos em alguns momentos.

Isso acontece a todo o momento, com quase todo mundo! Quando a falta de comprometimento está controlada em uma ou outra coisa o impacto é pequeno, mas tem gente que não se compromete com a própria vida. Deixa tudo para depois, não se compromete com o amanhã porque não se comprometeu nem com o hoje. Não consegue descobrir o seu importante, pois nunca se comprometeu em parar e refletir profunda e honestamente sobre isso.

Quer saber se 2011 será o SEU ano? É simples, basta saber o quanto você está realmente comprometido em fazer com que as coisas aconteçam! Comprometa-se com você mesmo antes de reclamar que as coisas simplesmente não acontecem e faça de 2011 um ano diferente. Quem sabe esse não é o ingrediente que falta para você sair do lugar e fazer com que as metas de ano novo se concretizem?

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*Christian Barbosa é especialista em administração de tempo e produtividade, fundador da Triad PS, empresa multinacional especializada em programas e consultoria na área de produtividade, colaboração e administração do tempo e ministra treinamentos e palestras para as maiores empresas do país e da Fortune 100. Também é autor dos livros A Tríade do Tempo e Você, Dona do Seu Tempo, Estou em Reunião e co-autor do Mais Tempo, Mais Dinheiro. Mais nos sites: www.triadps.com.br e www.maistempo.com.br.

**Texto enviado ao blog pela Image Press e publicado com autorização, mediante citação da autoria e respeito a integridade do material.

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Artigo: Sonhos de um profissional

O artigo que reproduzimos hoje foi escrito por Washington Kusabara, consultor empresarial na área de gestão de processos. No texto, ele analisa o papel dos profissionais contemporâneos e das empresas que visam otimização de processos. O interessante é que, embora a primeira vista pareça uma aula de administração, na verdade é uma aula de humanidade, pois empresas são feitas na essência por pessoas e as pessoas, como dizia o poeta, são feitas principalmente de sonhos. Vale a pena conferir:

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Sonhos de um profissional

* Washington Kusabara

O profissional pode ser entendido como uma pessoa em constante aperfeiçoamento. Em um fluxo de fabricação, onde há matéria-prima e produto acabado, o profissional deve ser como o material em processo, já que sempre há o que melhorar ou algum componente a ser acrescentado.

Estipular objetivos significa avançar pequenos passos em direção aos nossos sonhos. Ainda que para alcançar estes objetivos seja preciso passar por alguns “desvios”, ou até mesmo alguns “retrocessos”, o importante é perseverar e cuidar para que haja determinação e não obstinação, que pode nos “cegar” e fazer com que se perca o rumo.

Da mesma forma trabalham as empresas, já que as metas do mundo corporativo são referências circunstanciais que as companhias necessitam para sobreviver, crescer e evoluir. Diante não apenas da concorrência, mas das mudanças inesperadas dos cenários econômicos, a velocidade com que atingem estas metas é fator determinante para o seu êxito.

gestaoO alcance das metas empresariais é sempre fator de celebração e recompensa, mas a análise dos fracassos e sua divulgação, sem “caça às bruxas”, também deveria ser tema importante nas empresas.  Afinal, este tipo de comportamento evitaria muito desperdício de recursos, dinheiro, mão-de-obra e tempo, mas principalmente, evitaria que projetos e ações fossem arruinados e pudessem ter o seu rumo alterado. Mais que estar preparado para as oportunidades, o profissional necessita saber identificar as oportunidades e aceitar seus desafios inerentes. Focar no que é importante, definir um plano de ação e colocá-lo em prática.

Sonhos são como referências a médio e longo prazo, mas sonhar alto demais pode significar frustração e sonhar baixo demais é receita certa para acomodar-se com o “status quo”. Portanto, uma certa dose de desafio é essencial para mantermos acesa a chama que nos guiará na direção dos sonhos.

Os sonhos também podem ser mudados, afinal, crescemos e amadurecemos tanto pessoalmente como profissionalmente. Assim, na medida em que realizamos um sonho, outro deve tomar lugar para manter o nosso norte atualizado. O mesmo vale para os sonhos não realizados, sem esquecer que, se a substituição de sonhos não realizados tornar-se uma constante, tornamo-nos volúveis e vazios, sem rumo aparente.

Novos objetivos devem ser estabelecidos com vistas aos novos sonhos e o aprendizado com erros e acertos será muito bem vindo, o que nos poupará desperdício de tempo e energia.

Para um entendimento maior do assunto em questão, podemos fazer uma analogia dos sonhos de um profissional com as metas de melhoria contínua de uma empresa. Enquanto o profissional precisa se auto-avaliar e entender em que posição ele está quando traça um sonho, em um processo de melhoria contínua é preciso analisar os objetivos da empresa e compreender suas necessidades táticas e estratégicas.

Ao passo que, quando o executivo traça suas prioridades e determina suas ações para alcançar o sonho, a companhia mapeia a cadeia de valor (fluxos de materiais e de informações), identifica, classifica e prioriza suas oportunidades. No caso da empresa, pode-se utilizar uma metodologia de implementação rápida, como o projeto Kaizen da TBM, que leva em conta os princípios fundamentais do Sistema Lean de Manufatura. Já para o profissional, o conhecimento e a utilização dos princípios lean em sua vida pessoal e profissional, pode render resultados muito além das suas expectativas. Sem esquecer que apenas 20% destes princípios são técnicas e metodologias, ou seja, a “inspiração”. Os 80% restantes se referem à ação, mão na massa e mudança cultural (comportamental). Ou seja, a “transpiração”. Boa sorte, inspiração e, sobretudo, muita ação!

*Washington Kusabara é diretor da TBM Consulting, empresa especializada em consultorias de gestão de processos
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**O artigo foi enviado ao blog através da assessoria de comunicação da TBM Consulting.

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