O artigo que reproduzimos hoje foi escrito por Washington Kusabara, consultor empresarial na área de gestão de processos. No texto, ele analisa o papel dos profissionais contemporâneos e das empresas que visam otimização de processos. O interessante é que, embora a primeira vista pareça uma aula de administração, na verdade é uma aula de humanidade, pois empresas são feitas na essência por pessoas e as pessoas, como dizia o poeta, são feitas principalmente de sonhos. Vale a pena conferir:
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Sonhos de um profissional
* Washington Kusabara
O profissional pode ser entendido como uma pessoa em constante aperfeiçoamento. Em um fluxo de fabricação, onde há matéria-prima e produto acabado, o profissional deve ser como o material em processo, já que sempre há o que melhorar ou algum componente a ser acrescentado.
Estipular objetivos significa avançar pequenos passos em direção aos nossos sonhos. Ainda que para alcançar estes objetivos seja preciso passar por alguns “desvios”, ou até mesmo alguns “retrocessos”, o importante é perseverar e cuidar para que haja determinação e não obstinação, que pode nos “cegar” e fazer com que se perca o rumo.
Da mesma forma trabalham as empresas, já que as metas do mundo corporativo são referências circunstanciais que as companhias necessitam para sobreviver, crescer e evoluir. Diante não apenas da concorrência, mas das mudanças inesperadas dos cenários econômicos, a velocidade com que atingem estas metas é fator determinante para o seu êxito.
O alcance das metas empresariais é sempre fator de celebração e recompensa, mas a análise dos fracassos e sua divulgação, sem “caça às bruxas”, também deveria ser tema importante nas empresas. Afinal, este tipo de comportamento evitaria muito desperdício de recursos, dinheiro, mão-de-obra e tempo, mas principalmente, evitaria que projetos e ações fossem arruinados e pudessem ter o seu rumo alterado. Mais que estar preparado para as oportunidades, o profissional necessita saber identificar as oportunidades e aceitar seus desafios inerentes. Focar no que é importante, definir um plano de ação e colocá-lo em prática.
Sonhos são como referências a médio e longo prazo, mas sonhar alto demais pode significar frustração e sonhar baixo demais é receita certa para acomodar-se com o “status quo”. Portanto, uma certa dose de desafio é essencial para mantermos acesa a chama que nos guiará na direção dos sonhos.
Os sonhos também podem ser mudados, afinal, crescemos e amadurecemos tanto pessoalmente como profissionalmente. Assim, na medida em que realizamos um sonho, outro deve tomar lugar para manter o nosso norte atualizado. O mesmo vale para os sonhos não realizados, sem esquecer que, se a substituição de sonhos não realizados tornar-se uma constante, tornamo-nos volúveis e vazios, sem rumo aparente.
Novos objetivos devem ser estabelecidos com vistas aos novos sonhos e o aprendizado com erros e acertos será muito bem vindo, o que nos poupará desperdício de tempo e energia.
Para um entendimento maior do assunto em questão, podemos fazer uma analogia dos sonhos de um profissional com as metas de melhoria contínua de uma empresa. Enquanto o profissional precisa se auto-avaliar e entender em que posição ele está quando traça um sonho, em um processo de melhoria contínua é preciso analisar os objetivos da empresa e compreender suas necessidades táticas e estratégicas.
Ao passo que, quando o executivo traça suas prioridades e determina suas ações para alcançar o sonho, a companhia mapeia a cadeia de valor (fluxos de materiais e de informações), identifica, classifica e prioriza suas oportunidades. No caso da empresa, pode-se utilizar uma metodologia de implementação rápida, como o projeto Kaizen da TBM, que leva em conta os princípios fundamentais do Sistema Lean de Manufatura. Já para o profissional, o conhecimento e a utilização dos princípios lean em sua vida pessoal e profissional, pode render resultados muito além das suas expectativas. Sem esquecer que apenas 20% destes princípios são técnicas e metodologias, ou seja, a “inspiração”. Os 80% restantes se referem à ação, mão na massa e mudança cultural (comportamental). Ou seja, a “transpiração”. Boa sorte, inspiração e, sobretudo, muita ação!
*Washington Kusabara é diretor da TBM Consulting, empresa especializada em consultorias de gestão de processos.
**O artigo foi enviado ao blog através da assessoria de comunicação da TBM Consulting.
Muito interessante este artigo! E bem verdadeiro também.
Quando durante o ensino médio, principalmente em escolas particulares (onde a pressão em se fazer passar no vestibular é muito maior e até desumana), o estudante é incitado a escolher uma profissão na qual ele deve permanecer “pelo resto de sua vida”. Ou seja, com 17 anos ele deve decidir um futuro único e já traçado, a fim de viver sempre aquilo.
Quando se vai crescendo e amadurecendo, descobre-se que nem sempre a decisão tomada é a correta. Mas… É possível mudar? Como “consertar” um erro fruto da ansiedade e da falta de experiência de vida? É mesmo possível traçar outras escolhas e objetivos?
Sim e não, depende da visão de mundo e de como a pessoa foi educada pela família, bem como de suas condições atuais. Sonhar implica em planejar, organizar, renunciar, não apenas almejar. E o mais importante: não existe um tempo ou uma idade certa, o que contraria as imposições sociais de que o quanto antes se escolhe uma profissão ou entra na faculdade, melhor. Sorte daqueles que acertam na primeira…
Não existe idade certa para sonhar, por mais que o mercado pregue o contrário. Por vezes, é preciso “regredir”, “dar um tempo” e tentar novamente. Aprender a escolher, reaprender a sonhar, aproveitar de tudo um pouco.
E, finalmente, traçar objetivos pelo quais, sim, se lutará pelo resto da vida!
Gigi,
A profundidade dos seus comentários só enriquece o conteúdo deste blog. Obrigada, de coração!
abraços