Sobre motivação no ambiente de trabalho

Esta semana li um texto que um colega de trabalho me mandou sobre motivação no ambiente de trabalho. Na verdade, é uma resposta do consultor Max Gehringer à pergunta de uma leitora em um jornal. Ela dizia que não suportava mais a pressão sofrida todo dia pela chefia e que estavam ela e os colegas, todos desmotivados. No final, questionava se existia uma fórmula mágica para evitar isso. Olhem a resposta dele:

“Sim, existe. A fórmula é M=R2-P.
Ou, traduzindo, motivação (M) é igual
à recompensa ao quadrado (R2) menos pressão (P).
Quando existe muita pressão no ambiente de trabalho sem nenhuma recompensa para a equipe,
a motivação é um número negativo.
É por isso que a motivação de vocês está abaixo de zero.
Existem muitas empresas no Brasil que exercem uma pressão enorme sobre seus funcionários.
O pessoal trabalha 12 horas por dia ou até mais, incluindo fins de semana,
e toma café falando ao telefone e digitando no computador,
tudo ao mesmo tempo. Mas também existe uma recompensa palpável por todo esse esforço,
na forma de um complemento salarial proporcional aos resultados obtidos.
E isso faz com que os funcionários enxerguem a pressão como um meio, e não como um fim.
Portanto, a fórmula da organização de nossa leitora ficou desbalanceada.
Está sobrando pressão e faltando recompensa nessa fórmula.
Se a corporação simplesmente criar um programa de premiação por resultados,
a mesma pressão que hoje parece intolerável passará a ser admissível.
A matemática é simples.
Quando uma empresa tenta montar uma equação de motivação
usando apenas uma variável, no caso a pressão,
o resultado será a depressão”.

O problema é que hoje a exigência por resultados normalmente não é acompanhada da tal recompensa que Gehringer menciona. O que o modelo capitalista defende é uma fórmula que exige uma conexão entre a contenção de custos e o aumento da produtividade. Por causa do medo do desemprego, nos submetemos a exigências desumanas. E o que ao meu ver é pior: o estresse no ambiente de trabalho passa a ser tamanho que começa a interferir inclusive na vida pessoal do funcionário.

É difícil dividir a vida em blocos e deixar no ambiente de trabalho os problemas surgidos por lá. Carregamos conosco todo o estresse e pressão sofridos. E isso não é saudável. Embora Gehringer tenha descoberto a fórmula mágica da felicidade no ambiente de trabalho, eu desconheço aquela que vai nos fazer aprender a conviver com esta sujeição cruel de maneira sadia. Cada um acaba aprendendo seu jeito de lidar com isso. O importante é compreender que o trabalho não é o fim, mas apenas o meio. Que tal pensarmos nisso?

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Artigo: Sonhos de um profissional

O artigo que reproduzimos hoje foi escrito por Washington Kusabara, consultor empresarial na área de gestão de processos. No texto, ele analisa o papel dos profissionais contemporâneos e das empresas que visam otimização de processos. O interessante é que, embora a primeira vista pareça uma aula de administração, na verdade é uma aula de humanidade, pois empresas são feitas na essência por pessoas e as pessoas, como dizia o poeta, são feitas principalmente de sonhos. Vale a pena conferir:

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Sonhos de um profissional

* Washington Kusabara

O profissional pode ser entendido como uma pessoa em constante aperfeiçoamento. Em um fluxo de fabricação, onde há matéria-prima e produto acabado, o profissional deve ser como o material em processo, já que sempre há o que melhorar ou algum componente a ser acrescentado.

Estipular objetivos significa avançar pequenos passos em direção aos nossos sonhos. Ainda que para alcançar estes objetivos seja preciso passar por alguns “desvios”, ou até mesmo alguns “retrocessos”, o importante é perseverar e cuidar para que haja determinação e não obstinação, que pode nos “cegar” e fazer com que se perca o rumo.

Da mesma forma trabalham as empresas, já que as metas do mundo corporativo são referências circunstanciais que as companhias necessitam para sobreviver, crescer e evoluir. Diante não apenas da concorrência, mas das mudanças inesperadas dos cenários econômicos, a velocidade com que atingem estas metas é fator determinante para o seu êxito.

gestaoO alcance das metas empresariais é sempre fator de celebração e recompensa, mas a análise dos fracassos e sua divulgação, sem “caça às bruxas”, também deveria ser tema importante nas empresas.  Afinal, este tipo de comportamento evitaria muito desperdício de recursos, dinheiro, mão-de-obra e tempo, mas principalmente, evitaria que projetos e ações fossem arruinados e pudessem ter o seu rumo alterado. Mais que estar preparado para as oportunidades, o profissional necessita saber identificar as oportunidades e aceitar seus desafios inerentes. Focar no que é importante, definir um plano de ação e colocá-lo em prática.

Sonhos são como referências a médio e longo prazo, mas sonhar alto demais pode significar frustração e sonhar baixo demais é receita certa para acomodar-se com o “status quo”. Portanto, uma certa dose de desafio é essencial para mantermos acesa a chama que nos guiará na direção dos sonhos.

Os sonhos também podem ser mudados, afinal, crescemos e amadurecemos tanto pessoalmente como profissionalmente. Assim, na medida em que realizamos um sonho, outro deve tomar lugar para manter o nosso norte atualizado. O mesmo vale para os sonhos não realizados, sem esquecer que, se a substituição de sonhos não realizados tornar-se uma constante, tornamo-nos volúveis e vazios, sem rumo aparente.

Novos objetivos devem ser estabelecidos com vistas aos novos sonhos e o aprendizado com erros e acertos será muito bem vindo, o que nos poupará desperdício de tempo e energia.

Para um entendimento maior do assunto em questão, podemos fazer uma analogia dos sonhos de um profissional com as metas de melhoria contínua de uma empresa. Enquanto o profissional precisa se auto-avaliar e entender em que posição ele está quando traça um sonho, em um processo de melhoria contínua é preciso analisar os objetivos da empresa e compreender suas necessidades táticas e estratégicas.

Ao passo que, quando o executivo traça suas prioridades e determina suas ações para alcançar o sonho, a companhia mapeia a cadeia de valor (fluxos de materiais e de informações), identifica, classifica e prioriza suas oportunidades. No caso da empresa, pode-se utilizar uma metodologia de implementação rápida, como o projeto Kaizen da TBM, que leva em conta os princípios fundamentais do Sistema Lean de Manufatura. Já para o profissional, o conhecimento e a utilização dos princípios lean em sua vida pessoal e profissional, pode render resultados muito além das suas expectativas. Sem esquecer que apenas 20% destes princípios são técnicas e metodologias, ou seja, a “inspiração”. Os 80% restantes se referem à ação, mão na massa e mudança cultural (comportamental). Ou seja, a “transpiração”. Boa sorte, inspiração e, sobretudo, muita ação!

*Washington Kusabara é diretor da TBM Consulting, empresa especializada em consultorias de gestão de processos
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**O artigo foi enviado ao blog através da assessoria de comunicação da TBM Consulting.

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