Traça de Biblioteca: Acervo raro no Mosteiro de São Bento

A série Traça de Biblioteca desta semana não vai indicar lançamentos recentes do mercado editorial brasileiro, mas obras raríssimas, que o Mosteiro de São Bento da Bahia, através de uma parceria com a Secretaria Estadual de Cultura, disponibiliza em arquivos digitalizados em um site na internet. São obras históricas, que não são possíveis de ser manuseadas, devido a sua fragilidade (manuscritos e publicações com mais de dois séculos), mas cujo conteúdo tão rico e importante precisa ser compartilhado. Quem já teve a oportunidade de visitar a biblioteca do mosteiro tem a impressão de entrar no cenário de O Nome da Rosa, é simplesmente genial! O jornalista e querido amigo Dirceu Factum enviou o texto abaixo, com as informações e os detalhes da criação do site Livros Raros, vale a pena conferir:

O  site “Livros Raros” (www.saobento.org/livrosraros) “no ar” desde o dia 04.02, contém 20 obras que fazem parte do precioso acervo da Biblioteca do Centro de Documentação e Pesquisa do Livro Raro do Mosteiro. Datadas dos séculos 16 a 19, todas foram restauradas, digitalizadas e disponibilizadas na íntegra e de forma gratuita na internet, numa iniciativa inédita no estado.

Basílica de São Bento

A construção do site foi o desdobramento de um projeto elaborado pelo Mosteiro de São Bento da Bahia que englobou não só o restauro de obras, como a melhoria das condições de conservação dos 300 mil volumes da biblioteca e do Centro de Documentação e Pesquisa do Livro Raro do Mosteiro, agora corretamente acondicionados em 172 novas estantes. A iniciativa foi uma das 120 aprovadas dentre 420 apresentadas ao Fundo de Cultura do estado da Bahia, em 2007. Os recursos, no total de R$294.984,00, viabilizaram a restauração completa e também a digitalização e implementação de programas de acesso às obras do acervo. Agora, com o novo site, todos terão acesso a um conteúdo especial e de interesse mundial.

Entre as 20 raridades que foram restauradas estão seis volumes dos “Sermões” do Padre Antônio Vieira publicados no final do século 17 e início do século 18. São edições princeps, ou seja, primeiras edições revisadas pelo próprio autor, neste caso a principal referência na língua portuguesa no Brasil. Outras obras únicas são “Seleção de Questões Disputadas sobre a Metafísica e os Ensinamentos de Aristóteles” (1685) e “Theatro Crítico de Freijó” (1876), dedicado ao “sereníssimo señor Infante de España Dom Carlos de Bourbon e Farnefio”, e a “Colleção dos Breves Pontifícios”, e Leys Regias, expedidos e publicados desde 1714.

Para o Secretário de Cultura do Estado da Bahia, Márcio Meirelles, “toda a preservação de acervo é válida, mas ela ganha mais importância na medida em que tem uma utilidade pública. Quando o Mosteiro se propôs a disponibilizar este acervo raro, de uma forma tão ampla, temos que apoiar. Só o restauro de obras como “Os Sermões”, de Padre Vieira, já é uma grande iniciativa”. O Secretário reforçou ainda a importância do apoio do Governo do Estado ao projeto. “O mosteiro de São Bento é um exemplo de Patrimônio Histórico pela maneira com a qual conserva seu acervo. A visão de sustentabilidade, a dinâmica interna da instituição e a percepção da abrangência de propostas como esta que agora se concretiza são a segurança da total validade de parceria por parte do Governo do Estado”.

Segundo a filóloga e professora Alicia Duhá Lose, coordenadora geral do projeto, a principal meta do projeto era a restauração de um acervo de valor ímpar, mas que esta ação gerou outros bons resultados. “Além de termos em mãos preciosidades da literatura mundial de todos os tempos, e de podermos colocar, neste primeiro momento, 20 obras raras a disposição de interessados, em qualquer parte do mundo, via internet, conseguimos capacitar uma competente equipe de restauração composta por profissionais baianos”, comemorou. O trabalho envolveu cerca de 20 pessoas, entre técnicos do laboratório do Mosteiro de São Bento, implantado há 12 anos, pesquisadores do Mosteiro, da Faculdade São Bento e da Universidade Federal da Bahia. Como não haviam profissionais especializados em restauração de livros raros no Estado foi preciso tornar o grupo apto com um treinamento de três meses, monitorado por professores da Fundação Casa de Rui Barbosa, do Rio de Janeiro.

Detalhe da basílica, sensação de entrar em um filme medieval indescritível

Além de dificuldades iniciais com a mão de obra, os responsáveis pelo restauro tiveram que contornar outras limitações, como a escassez e os preços altos de parte do material necessário para a tarefa. O papel japonês utilizado para preencher os espaços danificados, por exemplo, teve que ser adquirido em São Paulo e com um orçamento alto (apenas uma folha chega a custar R$ 23). Para Alicia, todo o processo foi muito trabalhoso e exigiu total atenção dos envolvidos, mas o nível de importância dos livros era tão alto quanto os riscos de perdê-los com o passar do tempo. “As obras estavam em péssimas condições. Felizmente, o resultado foi o melhor possível. Hoje, temos a certeza de estar colaborando para a existência de um rico acervo de pesquisa que conta com publicações como a “Coleção de Breves Pontifícios”, uma compilação de textos sobre os jesuítas”, relatou a filóloga.

A beleza dos materiais também pode ser apreciada na íntegra através do processo de digitalização. Ninguém, certamente, ficará impassível diante de um manuscrito ornado, repleto de iluminuras (tipo de pintura decorativa, frequentemente aplicado às letras capitulares no início dos capítulos de pergaminho medievais. O termo se aplica também ao conjunto de elementos decorativos e representações imagéticas executadas nos manuscritos, produzidos principalmente nos conventos e abadias da Idade Média) e filigranas (trabalho ornamental feito de fios muito finos e pequeninas bolas de metal, soldadas de forma a compor um desenho.

“Como fruto desse passado, a nossa Biblioteca de Livros Raros hoje possui cerca de 30 mil volumes, sendo o segundo maior acervo do país (o primeiro é o da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro) e os 20 livros que estão apresentados neste site fazem parte desse contexto. Um contexto histórico representado por momentos marcantes tanto para o Mosteiro como para história luso-brasileira; e de uma preocupação em preservar nosso patrimônio e compartilhar com a sociedade esse conhecimento”, comentou Dom Gregório Paixão.

A opinião daqueles que convivem diretamente com o acervo entrou nos critérios dos documentos pesquisados inicialmente – “O Dietário”, os livros “Velho”, I e II da Coleção dos Livros do Tombo e a “Regra das Monjas” – foram sugeridos pelos próprios monges, devido ao seu interesse para a história geral da Bahia e do Brasil e a relevância para a manutenção da história deste Mosteiro e da própria Ordem. Somaram – se a estes, as edições princeps dos “Sermões” de Antônio Vieira, a “História Geral da Capitania da Bahia”, de José Natônio Caldas, 1759, e a “Collecção de Breves Pontifícios”, de 1756.

A preocupação em aumentar e, principalmente, preservar o acervo bibliográfico da Arquiabadia sempre foi algo de grande importância para os monges. Prova disto é a declaração de Dom Abade Majolo de Caigny, em meados de 1913: “aumentei nossa biblioteca, depois de tê-la melhorado, comprado todos os anos bom número de livros modernos; limpei e conservei os vetustos e quase carcomidos”. Mais de 90 anos depois, ainda com o empenho de salvaguardar esse precioso patrimônio bibliográfico, já com a presença de Dom Arquiabade Emanuel D’Able do Amaral, foi inaugurada uma nova área para guarda dos livros e um moderno Laboratório de Conservação e Restauração de Papel, iniciativa que contribui para ampliar o valor para a sociedade da Biblioteca do Mosteiro de São Bento, espaço de pesquisa e leitura tombado pelo Iphan, criada em 1582, quando os beneditinos chegaram em Salvador e fundaram o primeiro mosteiro da ordem no Novo Mundo.

Confira as obras disponibilizadas na Internet através do link:

www.saobento.org/livrosraros

STATUTI della Venerabile Archiconfraternita della Pieta de Carcerati [*] Novamente riformati. Oruieto: Rinaldo Ruuli, 1626. 168p.

BIBLIA Sacra Arabica [*] ad usum Ecclesiarum Orientatium. Additis è regione Bibliis Latinis* Roma: Sacra Congragationem de Propaganda Fide, 1671. T. 1. 472p.

FABRICIUS, Johann Albert. Bibliothecæ Græcæ. Liber III. De Scriptoribus qui claruerunt à Platone usque da Tempora nati CHRISTI Sospitoris nostri* Hamburgi: sumptu Christiani Liebezeit, 1707. [2], [12], 824p.

PORTUGAL. Collecçaõ dos Breves Pontificios, e Leys Regias, que foraõ expedidos, e publicadas desde o anno 1741., sobre a liberdade das pessoas, bens, e commercio dos indios do Brasil* [Lisboa]: Impressa na Secretaria de Estado, [1759]. [458] p.

D. LAURENTII IUSTINIANI Proto patriachae Venetii opare et vita religiosissima cum duplici indice Castigatius reposita. [Paris]: Jodoco Badio Ascencio, 1524. [7], 530f.

SARMENTO, Francisco de Jesus Maria. Flos Sanctorum ou santuario doutrinal* Lisboa: na Officina de Antonio Rodrigues Galhardo, 1727. 891p. v. 2

MASSARANI, Francesco. Francisci Massarii Veneti in novum Plinii de naturali historia librum castigationes & annotationes. Basileae: In Officina Frobeniana per Hienorymum Froben & Nicolaum Episcopium, 1537. [16], 367, [16] p.

INGUIMBERT, Malachia. Vita di monsignor Don Bartolomeo de Martiri* In Roma: Per Girolamo Mainardi, 1727. XXXVI, 319p. Dividido em dois livros.

VIERA, António, Padre. Sermoens, e varios discursos [* ]. Obra posthuma, dedicada a Purissima Conceyçam da Virgem Maria Nossa Senhora. Lisboa: Por Valentim da Costa Deslandes, 1710. T. XIV

VIEIRA, Antonio. Sermões.

VIEIRA, Antonio. Sermoens [*]. Undecima Parte, offerecida à Seressima Rainha da Grã Bretanha. Lisboa: Na Officina de Miguel Deslandes, 1696.

VIEIRA, António. Sermoens [*] Setima Parte, dedicada no Panegyrico da Rainha Santa ao serenissimo nome da Princeza N. S. D. Isabel. Em Lisboa: Na Officina de Miguel Deslandes, 1692.

VIEIRA, Antonio. Palavra de Deos empenhada, e desempenhada. No Sermam das Exequias da Rainha N. S. Dona Maria Francisca Isabel de Saboya; desempenhada no Sermam de Acçam de Graças pelo nascimento do principe D. João Primogenito de SS. Magestade [*]. Lisboa: Na Officina de Miguel Deslandes, 1690.

VIEIRA, António. Sermoens [*] Segunda Parte, dedicada no Panegyrico da Rainha Santa ao serenissimo nome da Princeza N. S. D. Isabel. Em Lisboa: Na Officina de Miguel Deslandes, 1682

LACROIX, Paul. Vie militaire et religieuse au moyen age et a l’époque de la renaissance. Paris: Librairie de Firmin-Didot, 1876. v, 577, 1p

FLAVIACENSIS, Radulphi. Mysticum illum Moyse Leviticum libri XX* Colonie: [E. Cervicomus] Petri Quentell, 1536. [22], 314p.

AGUIRRE, Iosepho Saenz de. In Metaphysicam et prædicamenta Aristotelis: disputationes selectæ* Salamanticæ: apud Lucam Perez, 1675. 222p.

MENEZES, Fernandes de. Historia de Tangere: que comprehende as noticias desde a sua primeira conquista até a sua ruina. Lisboa Occidental: na Officina Ferreiriana, 1732. [20], 304p.

GRÉGOIRE, L. Géographie générale physique et économique. Paris: Garnier Frères, 1888. 1209p. il.

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Cultura: Exposição de imagens sobre festa do Bonfim

Baiana com jarra de flores. Ao fundo, as fitinhas do Bonfim que os fieis amarram no gradil da igreja com pedidos. Crédito: Ricardo Prado / Exposição Megumi

Nesta quinta-feira, dia 14, acontece a tradicional Lavagem do Bonfim, uma das festas populares mais antigas e importantes do calendário de Salvador. Mistura de rituais católicos e do candomblé com crenças populares, a lavagem acontece há quase 200 anos e é precedida de um cortejo de oito quilômetros, a pé ou em carroças, entre a igreja da Conceição da Praia (no bairro do Comércio) até a Colina Sagrada, onde fica a igreja do Bonfim. O fascínio pelas cenas que acontecem durante o cortejo e no ato da lavagem, quando as baianas despejam água de cheiro nas escadarias da igreja, é o tema da exposição de fotos do mineiro radicado na Bahia, Ricardo Prado.  Intitulada “Megumi”, expressão japonesa que significa “benção”, a exposição reúne sete olhares com registros peculiares da Festa do Bonfim e estará aberta ao público a partir desta quinta-feira. Entre as imagens que compõem a exposição, está o olhar sobre o Pagador de Promessas, que partiu do bairro de Brotas até a Colina Sagrada, seguindo à risca a máxima popular que diz que “quem tem fé vai a pé”. A mostra fotográfica fica em cartaz durante o mês de janeiro na Yorumaki – Temaki Bar.

S E R V I Ç O:
O quê: Exposição “Megumi”
Quando: Aberta ao público a partir de  quinta-feira, 14 de janeiro
Onde: Av. Octávio Mangabeira, Nº 1.709 – B,  Pituba, em frente ao antigo Clube Português
Horários: Dom – Quart, das 17h30 à 0h, Quint – Sáb, das 17h30 às 5h

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Um ensaio de retrospectiva para 2009

*Texto e reflexões de Andreia Santana

Se você pretende refrescar a memória, relembrando os fatos mais marcantes de 2009, lamento informar que este ensaio de retrospectiva é um pouco menos global do que deveria e não pretende tratar da morte de Michael Jackson, da eleição de Obama para a presidência dos EUA ou da crise econômica mundial. Embora sejam fatos marcantes,  não é disso que quero falar. Ainda assim, se atraído pelo título do post, você entrou aqui querendo saber como foram os 365 dias do ano que finda hoje, ao menos podemos te mostrar o que aconteceu em Salvador. Para isso, recomendo que leia o texto escrito pela nossa querida Giovanna Castro, e publicado no portal A TARDE On Line.

Este ensaio porém, é uma retrospectiva mais íntima, pessoal, pertencente às meninas deste blog. Em 2009, completamos um ano no ar. Em 2009, também conhecemos, através de comentários emocionantes, pessoas com histórias de vida incríveis. Este ano, batemos pela primeira vez a casa das 100 mil visitas e terminamos o ciclo alcançando quase 200 mil, tudo o que podemos dizer é muito obrigada! Em 2009, minha amizade com Giovanna, que tem mais de uma década, rendeu o fruto de trazê-la para o blog. Minha amizade com Alane, que tem quase meia década, fortaleceu e rendeu muitos sonhos de um futuro promissor, na rede e fora dela. Principalmente o de consolidar este filho virtual que geramos juntas. Somos três pessoas completamente diferentes, com visões de mundo particulares, que viveram altos e baixos em 2009, como boa parte dos nossos leitores, acredito, mas ainda assim, apesar das diferenças, nos completamos. O que falta em uma, sobra na outra e isso enriquece a todas nós.

Quantas pessoas novas vocês conheceram este ano? Quantas pessoas antigas que estavam afastadas, voltaram a se aproximar e o quanto da personalidade delas vocês descobriram e se fascinaram? Muitas vezes, pensamos em relembrar os fatos mais marcantes do ano que finda no mundo, mas esquecemos de olhar para os fatos marcantes da nossa vida que nos fez crescer, que nos fez caminhar para a frente. E esses fatos muitas vezes são simples, coisinhas que mudam de forma tão sutil, que, cegos, à espera das grandes mudanças, nem percebemos que nossa vida está moldando-se pouco a pouco, a partir das pequenas ações. Lembrei de um verso de Cecília Meirelles, “de tanto olhar para longe, não vejo o que passa perto”. E é pertinho da gente, no microcosmo formado pela família, amigos, pelo trajeto de casa até o trabalho, com os colegas da empresa, que as mudanças começam e da junção de todas as mudanças, de todos os microcosmos de todas as pessoas no mundo, aí sim, é que a realidade global é afetada. Acredito nisso, de verdade.

Em um ano cabe muita coisa. Pessoas nascem, outras nos deixam para viver outra realidade ou para fazer uma viagem que algum dia, todos iremos empreender, porque é do ciclo da natureza. Ganhamos dinheiro ou perdemos? Compramos a casa dos sonhos? Ainda moramos de aluguel? Fizemos mais amizades ou menos que o ano passado? Quantos livros você leu este ano? Foi ao cinema alguma vez? Caminhou na praia? Quantas vezes sorriu? É recomendável que sorria ao menos uma vez por dia. Riu das próprias mancadas ou ficou se maldizendo? Eu tentei rir bastante, mas em alguns momentos chorei, em outros ainda, me enfureci. Ainda assim, acredito que o saldo foi positivo. No mínimo, deu empate. Algumas frivolidades, que nem por isso deixam de ser importantes: Chequei aos 35, uau! Coloquei aparelho nos dentes para corrigir um defeito de infância. Engordei mais um pouco porque foi um ano de intensa atividade profissional e acadêmica, mas uma negação no quesito ginástica, me exercitei menos do que deveria, comi mais chocolate do que era necessário e começo o ano novo disposta a retomar a atividade física, não por obsessão de virar manequim, não é meu estilo, mas pelo prazer de movimentar-me, de mover a energia dentro e fora do meu corpo, ao meu redor.

Me tornei uma mãe um pouco mais orgulhosa em 2009 também, porque meu filho, aos 12 anos, é um garoto cheio de opiniões, que cresce para se tornar um rapazinho encantador. Tira boas notas, tem uma cabeça boa, como costumamos dizer, e tem um senso de humor que faz o sol brilhar na minha alma, principalmente nos dias que ameaçam chuva. Voltei a estudar em 2009, o que foi fantástico. Dez anos depois da graduação, cá estou eu às voltas com novos desafios.  Sempre fui meio CDF e isso é um dos pontos em comum com as parceiras do Conversa. Somos três traças de biblioteca, com muito orgulho por sinal. Rolaram algumas discussões familiares, claro, mas também ocorreram reconciliações daquelas que fazem  a relação fortalecer. Rolaram algumas discussões com amigos e as amizades que eram legítimas, sobreviveram às tempestades. No trabalho, houve momentos de realização plena e outros de quase frustração, o que também é normal. Com o passar do tempo aprendi, na verdade ainda estou aprendendo, que as frustrações não são causadas pelos outros, mas pelo nosso excesso de expectativa e idealização. Quando aprendemos a lidar com a realidade, não que para isso deixemos de sonhar ou projetar, mas quando aprendemos a jogar com os dados que a vida nos oferece (como sabiamente me diz minha mãe), nos tornamos mais protegidos contra a frustração.

Algumas vezes, damos dois passos para a frente e recuamos um, para logo mais à frente, avançarmos cinco passos de uma vez. Cest la vie, “é a vida”, como dizem os franceses. E quem disse que gostariamos mais dela se fosse fácil? Não é fácil, mas é bem menos difícil do que acreditamos. O bom de terminar um ano e começar outro é que temos a chance de seguir em frente, ou de recomeçar. E não há idade padrão para recomeçar, sempre podemos refazer um caminho ou trocar de estrada, se aquela que tomamos não estiver boa. Não é loucura, é busca. Todos nascemos com essa tarefinha inconsciente, buscar a felicidade. Muitas vezes, durante o trajeto, encontramos diversos momentos de alegria saudável, desses que fazem a busca valer a pena. Mesmo que essa FELICIDADE graúda, plena, seja só utopia, as pequenas felicidades, entremeadas de algumas tristezas, contribuem para equilibrar a balança.

E antes que eu comece a chorar, porque desde criança pertenço ao grupo das “manteigas derretidas”, me despeço de 2009 e de vocês todos, muito feliz por ter compartilhado tanto e por ter recebido tanto de volta, em frases de elogio, crítica, incentivo, em carinho anônimo, mas nem por isso menos importante. Que 2010,  o ano do tigre, que vem a ser o meu signo no horóscopo chinês, traga muita sorte, vida longa ao  Conversa de Menina e muitas oportunidades e surpresas agradáveis para vocês aqui no blog e nas suas vidas. Desejo-lhes muita paz, muito amor, saúde e um pouco mais de dinheiro no bolso, que não faz mal a ninguém. Mas principalmente, desejo que cada um que lê essas divagações, que Alane chama tão bem de “digressões”, tire daqui uma lição para viver plenamente e com sabedoria, seja nas pequenas coisas do dia-a-dia ou nas grandes conquistas que mudam a história do mundo.  Mesmo sem conhecer a todos que visitam esta página, amo vocês, por serem humanos, por serem lutadores, por serem belos ao seu modo e principalmente, por fazerem parte desse grande acorde universal e dessa canção criada por um Deus ou por diversos deuses,  que chamamos VIDA. Que venha 2010!

beijos no coração e na ponta do nariz!

*Andreia Santana, 37 anos, jornalista, natural de Salvador e aspirante a escritora. Fundou o blog Conversa de Menina em dezembro de 2008, junto com Alane Virgínia, e deixou o projeto em 20/09/2011, para dedicar-se aos projetos pessoais em literatura.

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**Artigo: Violência Doméstica Contra a Mulher

Nesta quinta-feira, em que a imprensa baiana mais uma vez divulga crimes praticados contra mulheres, publicamos aqui no Conversa de Menina um artigo assinado pela advogada Gislaine Barbosa de Toledo, analisando os três anos da Lei Maria da Penha e a omissão do Estado em fazer com que este conjunto de normas de proteção às mulheres seja de fato posto em prática. Aqui em Salvador, um homem confessou o estupro e assassinato de uma menina de 13 anos, sendo que o criminoso é reincidente e já havia feito outras vítimas, sido preso, solto e preso novamente (assista aqui reportagem). Além disso, o secretário de Segurança Pública da Bahia divulgou que este ano o número de estupros aumentou 26% na capital baiana (leia aqui). Muito temos batido na tecla contra a violência e nossos leitores nos incentivam a continuar abordando o assunto. Por isso, nos ajudem a divulgar esses crimes hediondos. Denunciar os agressores, sejam estupradores ou quem se julga, errada e absurdamente, no direito de bater na mulher; além de exigir da justiça que cumpra seu papel, é nossa forma de luta. Quanto mais informações fizermos circular, mais gente será conscientizada contra essa barbaridade.

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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER

*Gislaine Barbosa de Toledo

Maria da Penha, que batiza lei para coibir violência contra mulheres. Crédito da imagem: Antônio Cruz - Agência Brasil

A palavra violência é originária do latim violentia tendo como significado ato de violentar alguém, exercendo constrangimento sobre determinada pessoa obrigando-a a prática de algum ato contra a sua vontade.

Na busca de coibir esta forma de violência entrou em vigência a lei n.º 11.340 de 07 de Agosto de 2006, mais conhecida como lei Maria da Penha, a referida lei criou mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher em conformidade com a Constituição Federal art. 226 § 8.º, alterando também o Código de Processo Penal e o Código Penal e respectiva lei de Execuções Penais.

A pertinente lei também elencou sobre a necessidade de criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a mulher com a finalidade de que os processos pudessem ter mais celeridade.

Ocorre que diversas cidades brasileiras não possuem ainda uma vara especifica para tratar deste assunto, sendo que os juizados especiais criminais estão atendendo a referida demanda.

Três anos já se passaram da implantação da lei Maria da Penha e várias denúncias foram efetuadas, todavia, no âmbito judicial pode ser verificado que apesar da elevação de processos e denúncias, muitas vítimas desistem de prosseguir com os trâmites processuais, os fatores são vários como a elevação de idade, a dependência da renda do marido para sustentar a prole, vínculo afetivo e laços entre o pai e filhos.

Conforme notícia veiculada pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, no dia 26/09/09, a Juíza Titular da Vara do 1.º Juizado de Violência Doméstica, Dra. Isabel da Silva, explica que as mulheres que mais denunciam as violências sofridas são as ex-companheiras, seguidas, estatisticamente, pelas companheiras, as ex-casadas e, por último, as casadas. As que mais se retratam e não representam contra os parceiros são as mulheres casadas e as companheiras, “justamente porque pretendem manter o vínculo com o agressor, seja pela dependência econômica, pela dependência emocional ou por ambas”, afirma a magistrada.

Continuando sua entrevista a Magistrada informa que o Tribunal possui um serviço Psicossocial Forense, serviço este que conta com uma equipe de psicólogos e assistentes sociais que orientam, esclarecem e ajudam as famílias, afirma a juíza. “Há notável mudança no comportamento das pessoas atendidas pelos grupos de apoio, após passarem por essa experiência. As mulheres mostram-se mais conscientes da necessidade de denunciar o agressor, como forma de prevenir, repelir e reprimir a violência. Os homens, por outro lado, tomam consciência de que a violência doméstica é crime, e o mais importante, que ela é prejudicial à saúde da família”.

A propagação da violência doméstica, geralmente efetuada pelo homem, está relacionada e associada a diversos fatores como problemas relativos ao alcoolismo e dependência química, falta de estrutura familiar em virtude da erradicação da pobreza, desemprego, aumento elevado de filhos e algumas vezes baixa escolaridade.

Vislumbra-se que a lei Maria da Penha é bastante severa e elencou os direitos da mulher quando esta sofre qualquer tipo de agressão, não podendo apenas sua divulgação ocorrer em data de aniversário de sua criação.

Também vislumbramos que a referida lei elenca no art. 8.º formas de prevenção da referida violência, como campanhas educativas, difusão da lei e inserção nos currículos escolares de todos os níveis de ensino sobre o problema da violência doméstica.

Infelizmente, não é isto que ocorre, pois as campanhas são insuficientes, a referida lei não é distribuída de forma gratuita às classes que não possuem acesso a internet, bem como ainda não ocorreu qualquer alteração nos currículos de ensino.

Coibir a violência doméstica vai além da punição e da denúncia, envolvendo principalmente aspectos educacionais.

Conclui-se que para dirimirmos a violência, a base começa na educação de crianças e jovens se estendendo ao seio familiar, pois a partir desta base sólida teremos a formação da personalidade e do caráter dos seres humanos, onde, através de vivências e aprendizado, os mesmos poderão modificar a triste trajetória que é a violência contra a mulher em nosso país.

Enquanto isto não ocorre compete aos órgãos públicos, conforme determinado na legislação, efetuar pesquisa de dados sobre a respectiva violência e a partir daí efetuar implementações sejam educacionais, sociais ou judiciais nas áreas que demonstrem aumento das mesmas.

Estamos vivendo a era da transparência, que a mesma sirva não só para verificação de direitos, mas, principalmente, para cobrança de deveres.

*Gislaine Barbosa de Toledo é advogada.

**Artigo encaminhado ao blog através da assessoria de comunicação do escritório Fernando Quércia Advogados Associados.

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Traça de Biblioteca: Lançamentos em Salvador

Nos próximos dias, em Salvador, acontecem os lançamentos de três obras literárias, uma delas infanto-juvenil, outra ambientada no universo da capoeira e a terceira sobre a amizade do cantor e compositor Dorival Caymmi, do artista plástico Caribé e do fotógrafo Pierre Verger. Traça de Biblioteca desta sexta traz os detalhes dos eventos e das obras. Confiram:

CAPOEIRA NO FORTE

O livro Capoeira Angola: Educação Pluriétnica, Corporal e Ambiental, do professor Jorge Conceição,  será lançado nesta sexta, 27, às 18hs, no Forte de Santo Antônio Além do Carmo, o Forte da Capoeira, localizado na Rua Barão do Triunfo, s/n, mais conhecida como Largo de Santo Antônio. A obra é resultado de uma pesquisa sobre a relação da Capoeira Angola com o resgate da identidade africana. O autor é participante do curso de “Educação Ambiental para a Sustentabilidade”, promovido pelo Instituto de Gestão das Águas e Climas (INGA/Secretaria do Meio Ambiente) em parceria com a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), onde pesquisa a capoeira angola em sua relação com a afroidentidade. O estudo tem como público interativo 30 jovens do Centro de Reabilitação de Portadores de Deficiência Física das Obras Sociais Irmã Dulce – OSID, meninos e meninas com paralisia cerebral, síndrome de Down e outros distúrbios, e adultos não portadores de neuro patologias.

ENTRE BICHOS E CRIANÇAS

Entre bichos e crianças, florestas e fantasias, eis que surpresas e sentimentos se resumem a uma só onomatopéia: MéméCorocócóPiupiu. Com esse nome, será lançado na próxima terça-feira, dia 1º, às 19h, na livraria Tom do Saber, o primeiro livro de contos e fábulas de Índia Torreão Herrera.  A nova escritora baiana faz sua estreia com uma coletânea de nove histórias de aventuras e poesias voltadas para o público infantil. O termo ‘MéméCorocócóPiupiu’ surge de um conto homônimo, a partir da união dos ‘cantos’ de um bode, uma galinha e um pintinho que, na história, surpreendem as personagens por conseguirem superar as diferenças e cantarem juntos músicas diferentes. No decorrer do livro, a expressão ganha significados próprios, tornando-se palavra mágica e parte de todos os eventos importantes. A obra conta com ilustrações do artista plástico Chico Liberato e nela destacam-se o espírito aventureiro das personagens – crianças, em sua maioria – e, principalmente, a paixão pelos animais e florestas, que encontra nas forças da natureza o poder para transformar vidas e o mundo. Outro aspecto que chama a atenção é a preferência da autora por corajosas protagonistas femininas.

Serviço:

O quê: Lançamento do livro infantil MéméCorocócóPiupiu

Autora: Índia Torreão Herrera

Quando: 01/12, terça-feira, às 19h

Onde: Livraria Tom do Saber (Rua João Gomes, 249, Pirâmide do Rio Vermelho)

Entrada franca

Informações: (71) 3311-3300

Preço do livro: R$25,00

AMIZADE À BEIRA-MAR

Carybé, Verger & Caymmi – Mar da Bahia trata da amizade dos três artistas e suas relações com o mar, cantado e pintado por Caymmi, fotografado por Verger e desenhado e pintado por Carybé. O evento de lançamento acontece no próximo dia 02 de dezembro, às 19h, no Palacete das Artes (bairro da Graça). O livro celebra a arte e, sobretudo, a grande amizade entre esses personagens e criadores do século XX que escolheram a Bahia e o jeito de viver de sua gente como motivo e cenário para suas obras.

Em Carybé, Verger & Caymmi – Mar da Bahia, o leitor percebe a riqueza das fotos em preto e branco da velha rolleiflex do gênio Verger, bem como a singularidade dos traços de Carybé, que retratam o cotidiano da época em que as velas dos saveiros enfeitavam o azul das águas da Baía de Todos os Santos e ainda se presenciava a pesca do xaréu nas praias do litoral norte da histórica Salvador. Tudo isso embalado pelas canções praieiras de Caymmi.

O texto, de autoria do jornalista José de Jesus Barreto, se fundamenta em pesquisas do acervo da Fundação Pierre Verger, da família Carybé, entrevistas e depoimentos. O diálogo das imagens captadas pela rolleiflex de Verger e pelos traços de Carybé, produzidos entre os anos 40 e 60 do século passado, está cerzido pelos poemas de Caymmi. O pescador cantado por Caymmi é ‘o mesmo’ fotografado por Verger, desenhado por Carybé. Os saveiros que chegam e saem do cais e rasgam as águas da baía, as festas para Iemanjá, o Bom Jesus dos Navegantes e Nossa Senhora da Conceição da Praia servem de inspiração para as canções-poemas, as pinturas e as fotos dos artistas.

Serviço:

O quê: Lançamento do livro Carybé, Verger & Caymmi – Mar da Bahia

Quando: 02 de dezembro, às 19h

Onde: Palacete das Artes Rodin Bahia – Graça

Valor: No lançamento, R$ 70, e nas livrarias, R$ 90

Editora: Solisluna

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Verger nos anos 30 em exposição

Abertura da mostra Verger anos 30 no Palacete das Artes. Crédito da Foto: Genilson Coutinho - Divulgação
Abertura da mostra Verger anos 30 no Palacete das Artes. Crédito da Foto: Genilson Coutinho - Divulgação

Uma boa dica para quem está em Salvador neste final de semana é conferir a exposição De um mundo ao outro – Pierre Verger nos Anos 30, no Palacete das Artes – Rodin Bahia. A exposição inédita trouxe para a capital baiana cerca de 180 fotos, 30 documentos originais, 11 reproduções e um audiovisual que mostram como era o ambiente cultural-artístico vivido por Verger naquela época, quando começou a fotografar.

Para que não sabe de quem se trata, Pierre Verger é um importante fotógrafo e etnólogo françês que fixou residência na Bahia em 1946, depois de 14 anos viajando pelo mundo e registrando costumes dos mais diversos povos. Com forte ligação à cultura africana e depois afro-baiana, Verger é autor de importantes obras como Fluxo e Refluxo e Notícias da Bahia – 1850, ambas referência nos estudos culturais sobre baianidade e afrodescendência. Leia a biografia completa de Verger aqui no site da Fundação que leva seu nome.

Crédito: Reprodução da foto do convite da mostra Verger 30 anosNos anos 30 Pierre Verger tem os primeiros contatos com a fotografia e descobre um outro modo de viver e ver o mundo, bem diferente da vida que levava junto à sua família, em Paris, onde nasceu em 1902. Esse contato se dá através de amigos engajados no meio cultural efervescente da época e de sua própria curiosidade.

Na exposição será possível ver as primeiras fotos das viagens à Polinésia, assim como a viagem ao redor do mundo, a primeira como fotógrafo profissional; além dos trabalhos realizados por ele em revistas e jornais e os materiais produzidos pelos seus amigos Pierre Boucher, René Zuber, Emeric Feher e Roger Parry. A exposição também apresenta um audiovisual com trechos da entrevista cedida por Verger ao programa Conexão Internacional, na década de 1980.

Reprodução do convite da mostra Verger 30 anosNa Aliança Francesa, onde também acontece uma outra etapa da mostra, são exibidas fotografias feitas em Paris por ocasião da Exposição Universal de 1937. Ainda na Aliança, No dia 24 de setembro, às 19:30h, os curadores da exposição conversarão com o público sobre Pierre Verger e os anos 30.

De um mundo ao outro – Pierre Verger nos anos 30 é uma realização da Aliança Francesa de Salvador, Fundação Pierre Verger e Palacete das Artes – Rodin Bahia, com apoio financeiro do Fundo de Cultura do Estado da Bahia e Cultures France. O evento faz parte da programação do Ano da França no Brasil.

Serviço:

De um Mundo ao Outro – Pierre Verger nos anos 30
DATA: 17/09 até 18/10
LOCAL: Palacete das Artes Rodin Bahia e na Aliança Francesa de Salvador
ENDEREÇO: Rua da Graça, n° 292 (Rodin Bahia) e Ladeira da Barra (Aliança Francesa)
HORÁRIO: terça a domingo das 10h às 18h (Palacete das Artes – Rodin Bahia) e segunda a sábado das 8h30 às 21h e domingos e feriados das 14h às 21h (Aliança Francesa de Salvador).
Entrada gratuita
MAIS INFORMAÇÕES: (71) 3117-6910
>>Visite o site da Fundação Pierre Verger

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Elementos da natureza na coleção Nakisska Verão 2010

A marca Nakisska foi buscar nos quatro elementos da natureza: terra, fogo, água e ar, a inspiração para sua coleção primavera-verão 2010. Recebemos material de divulgação da marca, que terá sua nova franqueada do Nordeste aqui em Salvador, inaugurada no próximo dia 11 de setembro, no Salvador Shopping.

O design da marca catarinense segue a linha de criação inspirada basicamente nas décadas de 50, 80 e 90. As formas e silhuetas acompanham as tendências internacionais. Cada elemento da natureza refere-se a subtemas ilustrados por estampas exclusivas que formam uma variação que vai do étnico ao floral.

Com foco na mulher moderna, a Nakisska atrai pelas estampas leves e modelos irregulares que dão volume aos ombros, além de peças ajustadas ao corpo, como vestidos de bandagem, cintura marcada, babados, pregas e tecidos transados.

Os tons que serão vistos no verão são o branco, nude, off-white, os beges, o cinza cimento, preto e tons terrosos que formam as bases. Os tons mornos são formados pelos azuis, que vão desde azul bic ao azul celeste, tons verdes que variam entre o verde nórdico e a verde água, fúcsia, coral, salmón, rosas pálidos, lavanda e o vermelho. Na modelagem destaque para os ombros, que aparecem nus, irregulares, com volumes contrastantes, babados, moulages, pregas, nervuras. Outros elementos marcantes são as cinturas, que ainda continuam marcadas e as calças com referências oitentistas.

A malharia com shape mais despojado e com tecidos mais finos que denotam aparência de desgastados também merece destaque. Os tecidos com brilho ainda continuam, como cetim e tafetá, mas os grandes astros da estação são os tecidos fluídos e gaseificados, como o light silk e spun crepe.

As transparências começam a retornar com leve timidez, mas sempre usando de bom senso e abusando das sobreposições. Bordados e pedrarias foram substituídos por design elaborado. Peças com muita moulage, leque em pregas e detalhes artesanais.

Atualmente, a marca conta com 14 franquias exclusivas em vários estados brasileiros, tais como Santa Catarina, Paraná, Goiás, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Tocantins e Bahia. Antenada com a moda internacional, apresenta cerca de 400 itens, entre roupas, calçados e acessórios.

Através do site da marca (www.nakisska.com.br) vocês podem obter mais informações sobre tendências da moda, lançamentos e coleções. Além dessas fotos aqui no blog, tiradas do site, vocês podem ver centenas de outros itens de muito bom gosto.  Os clientes/internautas ainda mantém um canal de interação com a marca através do Clube Nakisska, um blog onde clientes, estilistas e interessados em acompanhar a moda nacional e internacional se comunicam, trocam ideias e comentam sobre o que acontece no mundo fashion. Já colocamos o link na nossa lista de sites e blogs de moda, para que vocês sempre possam acompanhar as novidades da Nakiska.

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Setembro em Salvador tem PercPan

A Banda Beirut (EUA) ficou conhecida no Brasil após a música Elephant Gun ter sido incluída na trilha da minissérie Capitu
A Banda Beirut (EUA) ficou conhecida no Brasil após a música Elephant Gun ter sido incluída na trilha da minissérie Capitu

Ainda falta um mês, mas não custa nada anotar na agenda. A 16ª edição do Percpan em Salvador – o evento também ocorre no Rio e em São Paulo -, acontece nos dias 4 e 5 de setembro, no Teatro Castro Alves, reunindo concertos e workshops com talentos nacionais e estrangeiros da percussão e música étnica. Na capital baiana, estão confirmados: a banda Beirut, o   percussionista Airto Moreira, a cantora Flora Purim, jazzistas brasileiros, o  francês Cyril Hernandez, o italiano Andrea Piccioni, o alemão David Kuckhermann, o jordaniano Ahmad Al-Khatib e os japoneses da Oki Dub Ainu Band.

Segundo a organização do Percpan, as duas noites do evento terão propostas diferentes (veja programação completa abaixo). Para encerrar o festival, em Salvador e no Rio, percussionistas vão mostrar como o pandeiro é tocado de maneiras diversas. A idéia surgiu no ano passado, na Alemanha, durante o Tamburi Mundi, um festival que reuniu somente pandeiristas.

16º PANORAMA PERCUSSIVO MUNDIAL – PERCPAN

Participantes:

América do Sul – Brasil e Argentina

Europa – Itália, França e Alemanha

Ásia – Japão

América do Norte – EUA

Oriente Médio – Jordânia

Serviço em Salvador:

Onde: Teatro Castro Alves

Quando: 04 e 05 de setembro

Horário do primeiro show: 19:30h

Preços: R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia)

Onde comprar ingressos: Teatro Castro Alves, SAC Barra e SAC Iguatemi

Censura: 14 anos

Informações e venda: (71) 3117-4899

Programação:

Primeira Noite

Trio 3-63 – Brasil/ RJ (Marco Suzano , Andrea Ernest, Paulo Braga)

Cyril Hernandez & Ramiro Musotto – França e  Argentina

Oki Dub Ainu Band, com Takashi Numazawa e Ushida Dub Mix – Japão

Beirut – EUA

Segunda Noite

Trio 3-63  –  Brasil/ RJ (Marco Suzano , Andrea Ernest, Paulo Braga)

Andrea Piccioni – Itália

Emerson Taquari & Banda – Brasil/ BA

David Kuckerman – Alemanha & Ahmad Al Khatib – Jordânia

Airto Moreira & Flora Purim – Brasil/EUA

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Mulheres de Salvador se mobilizam contra violência

Cerca de 700 moradoras de comunidades de Salvador que sofrem com os altos índices de violência irão atuar em prol do Programa Território da Paz, lançado nesta quarta-feira, 29, na capital baiana, pelos governos federal e estadual. O Território da Paz faz parte do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). Salvador é a oitava capital do país a receber o projeto.

Dentre as ações do programa para combater a violência, está o Projeto Mulheres da Paz, capitaneado pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), e no qual atuarão 700 moradoras de comunidades vulneráveis da Região Metropolitana de Salvador (RMS).

Todas terão como desafio ajudar na prevenção e enfrentamento às violências que envolvem crianças e jovens em risco social. As mulheres serão capacitadas sobre a rede socioassistencial, relações sociais, direitos humanos, cidadania e mediação de conflitos. Serão treinadas para serem um dos principais grupos sociais coadjuvantes do Pronasci, programa que defende a participação social e a prevenção como caminhos para a redução da violência no país.

O Território da Paz prevê também o pagamento de uma bolsa auxilio no valor de R$ 190 para as integrantes do grupo, durante um ano.

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Aulas de Yoga em praça pública

Um dos objetivos do Conversa de Menina é divulgar serviços que ajudem na melhoria da saúde e qualidade de vida. O blog, que criou um email de contato com seus leitores (saiba mais aqui), tem recebido muito material interessante. Na medida do possível, iremos divulgar esse conteúdo, desde que seja uma proposta séria, de qualidade e de preferência gratuita, para ampliar o acesso da população e incentivar a inclusão. Recebemos do Estúdio Via Corpo de Yoga, Pilates e Dança e do Espaço Samadhi Yoga, o material abaixo, de grande utilidade para quem busca o equilíbrio entre corpo e mente. Confiram:

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O Estúdio Via Corpo de Yoga, Pilates e Dança e o Espaço Samadhi de Yoga irão realizar, um sábado por mês, durante todo o segundo semestre de 2009, aulas abertas em praças de Salvador, de três tipos do yoga:  ashtanga yoga, hatha yoga e power yoga. O objetivo é mostrar aos moradores da capital como esta prática milenar pode auxiliar na melhoria da qualidade de vida e na saúde de pessoas de todas as idades.

A primeira aula aberta acontecerá neste sábado, dia 11, na Praça Pau Brasil, ao lado do Colégio Manoel Devoto, no Rio Vermelho. As aulas serão ministradas pelos professores Laura Campos, Virgínia Yamasaki, Fábio Cantalice e João José. Veja programação:

16h – Aula para iniciantes e pessoas da terceira idade
17h – Aula para praticantes de yoga ou que tenham bom condicionamento físico

Atenção: As pessoas têm de levar tapete de yoga, esteira ou tolha de banho

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Conheça três tipos de yoga:

yoga 1ASHTANGA VINYASA YOGA é o método criado por Sri K. Pattabhi Jois, em Mysore, no Sul Da India. Se diferencia do Yoga clássico na sua dinâmica, pois prioriza o fluxo de movimento coordenado de forma estreita com a respiração. É composto de séries que produzem um intenso calor interno, provocando suor abundante e purificador que desintoxica músculos e órgãos. É uma prática vigorosa,  que além de ser uma meditação em movimento, propicia um excelente condicionamento físico.

hatha yogaO HATHA YOGA é prática psicofísica milenar. Uma filosofia em que tudo deve ser sentido antes de ser acreditado. Propõe a utilização de posturas (asanas) junto com o uso da respiração para se chegar a uma maior consciência da interrelação que existe entre o corpo, a mente e a emoção. Produzindo um estado de presença onde mente e corpo estão mais coordenados e equilibrados. Existem atualmente algumas linhas de Hatha Yoga que tem em comum a sua filosofia, mas que se diferenciam na abordagem pratica das posturas (asanas).

Hatha Yoga Clássica: Yoga significa união, neste caso, do corpo e da mente através de exercícios respiratórios, de flexibilidade, de postura, de força, resistência e auto-conhecimento. É um processo que envolve confrontar seus limites e transcendê-los.

powe iogaPOWER YOGA é o dinamismo das posturas e o desafio sempre presente. Ele vem da junção do Ashtanga Vinyasa Yoga e Iyengar Yoga, tendo na mesma aula as posturas que aumentam o fluxo de energia e a preocupação com o alinhamento dos asanas.

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Os benefícios da yoga:

– Equilíbrio, concentração e determinação no cotidiano;

– Corrige problemas físicos e psicológicos;

– Flexibilidade e força para outras atividades;

– Realça a aparência , postura , pele , tônus muscular;

– Vitalidade;

– Equilibra o sistema nervoso, endócrino e circular;

– Pode dar a vida sensação de bem estar e elegância;

– Ótima atividade preparatória para esportes competitivos;

– Eleva o corpo e a mente em níveis mais profundos da consciência;

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