Saúde & Fitness: Mais um pouquinho de pilates

Para o post da série Saúde & Fitness deste domingo, selecionei mais material sobre pilates, para ajudar a disseminar essa atividade física que também mexe com o emocional e, consequentemente, o espiritual (numa concepção menos religiosa e mais filosófica e cosmogênica de espírito). Me interesso cada vez mais pela prática, que é uma das preferidas de Gio. Abaixo, vocês conferem uma dica do Estúdio Via Corpo e, na sequência, um artigo da Cristina Abrami, especialista na técnica:

Pilates com bola é uma das modalidades mais comuns. No Estúdio Via Corpo, em Salvador, especialista orienta para o uso de malabares. Saiba mais abaixo:

PILATES COM MALABARES

O Estúdio Via Corpo – Yoga, Pilates e Dança agora tem aulas de Pilates com Malabares, com o professor alemão Jan Fichtner, formado em Ciências do Esporte, na Deutschen Sporthochschule, em Colônia, na Alemanha. Jan Fichtner, que pratica malabares há 15 anos, aponta a utilização da técnica circense como grande aliada no estímulo aos dois hemisférios cerebrais, à concentração, ao desenvolvimento da criatividade e coordenação motora, além de ser uma ótima forma de relaxar, melhorar a postura corporal, treinar a musculatura dos olhos e divertir. O foco das aulas de Pilates com Malabares é o exercício físico, mas os malabares atraem pela ludicidade e pela possibilidade de trabalhar de uma forma diferenciada o corpo e as capacidades cognitivas. Com as aulas, Jan Fichtner pretende também trabalhar o desenvolvimento de crianças, a partir dos dez anos de idade, e chamar a atenção de homens  – para quem o método de Joseph Hubertus Pilates foi originalmente criado – para a possibilidade de ganhar massa muscular, sem esquecer de alongar os músculos e trabalhar a respiração.

Aulas experimentais podem ser agendadas através do telefone (71) 3345-6747.

Serviço:
Via Corpo Estúdio de Pilates Yoga e Dança
Rua Tupinambás 65 Rio Vermelho
Tel  71 3345-6747 /  71 9114-8327

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Método Pilates para equilibrar corpo, mente e espírito

*Cristina Abrami

Desde que a revolução industrial alterou drasticamente a rotina dos trabalhadores, impondo ao corpo a realização de movimentos repetitivos e automáticos, alienando a mente e dissociando corpo e espírito, o ser humano procura o equilíbrio entre o físico e o energético. Foi a partir dessa observação, que o alemão Joseph Pilates desenvolveu um sistema de exercícios que contempla todas as dimensões do homem: física, mental e espiritual. Essa é nossa busca!

Através dos movimentos naturais realizados por meio de repetições apropriadas de cada exercício num determinado ritmo, se adquiri o completo controle sobre o corpo. Todo o método está baseado em seis princípios que pretendem devolver ao homem uma movimentação mais espontânea e consciente: o centro de força (powerhouse), a concentração, o controle, a fluidez de movimento, a precisão e a respiração.

O Centro de Força é o foco principal do método Pilates, que compreende a região abdominal formando um cinturão, com a finalidade de condicionar a musculatura abdominal diminuindo a sobrecarga lombar, além de estabilizar o tronco e a pelve, promovendo a segmentação da coluna, facilitando a dissociação dos membros inferiores e superiores.

O criador da técnica, Joseph Pilates

A concentração permite que se volte a atenção para o corpo todo enquanto se executa movimentos simples ou complexos. O Controle é o domínio sobre os movimentos dos vários segmentos do corpo. A Fluidez é a maneira de executar dos movimentos de modo ritmado, coordenado, harmonioso e com uma dinâmica específica, sem movimentos bruscos, em uma seqüência sem interrupções entre o exercício anterior e o seguinte. A Precisão, aliada ao controle, permite uma exatidão de movimentos sem gastos desnecessários de energia ou movimentos acessórios, mantendo a naturalidade e a espontaneidade.

“Mesmo que você não siga as outras instruções, aprenda a respirar corretamente”, dizia Joseph H. Pilates. O controle respiratório é um ponto de grande importância na prática do método Pilates, pois todos os exercícios são acompanhados por uma inspiração e expiração completas, que aumenta a capacidade respiratória, promove maior oxigenação do sangue, relaxa tensões e promove a integração entre o controle mental e os movimentos do corpo.

O método Pilates pode ser praticado por pessoas de qualquer idade e condição física, mas é importante a orientação de um instrutor certificado e estar disposto a resgatar a consciência e o controle sobre si mesmo, buscando a tão desejada integração e o equilíbrio entre: corpo, mente e espírito.

*Cristina Abrami é fundadora e Diretora Técnica do CGPA Pilates

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Leia mais no blog sobre Pilates:

>>Saúde & Fitness: “Pilates desde criancinha”

>>Prática de Pilates atende necessidades femininas

>>Pilates alivia dores lombares

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Saúde & Fitness: Por que é tão difícil mudar o estilo de vida dos pacientes hipertensos?

Essa semana, um colega de trabalho, na casa dos vinte e poucos anos, teve uma crise hipertensiva e precisou voltar mais cedo para casa. Quando ele me contou que sofria de “pressão alta”, e nem tem 25 anos ainda, não acreditei! A verdade é que a doença ataca cada vez mais cedo e requer cuidados. Pensando nesse conhecido, que tão jovem já precisará adotar um novo estilo de vida, selecionei para a coluna Saúde & Fitness deste domingo, uma reportagem sobre a hipertensão. Confiram:

*Por que é tão difícil mudar o estilo de vida dos pacientes hipertensos?

“Mas eu nunca tive pressão alta…”,  afirmam muitos pacientes, como se nascessemos hipertensos… E não o contrário, como se não nos tornássemos hipertensos, ao longo de nossas vidas.

“Saber-se hipertenso pode trazer consigo uma sensação de fragilidade e desamparo diante de uma condição incurável, onde teremos que tomar medicamentos para o resto de nossas vidas”, afirma a endocrinologista Ellen Simone Paiva, diretora do Citen, Centro Integrado de Terapia Nutricional, em São Paulo.

É compreensível que o ser humano se sinta extremante inconformado com as limitações impostas pelas doenças crônicas. Isso ocorre com o diabetes, com a obesidade e também com a hipertensão arterial.

“Há um estágio inicial, após o diagnóstico, em que as pessoas até tentam seguir as orientações médicas. Mas, com o passar do tempo, o ânimo inicial cede lugar para o cansaço, a dieta restrita em sal, tão importante para o tratamento eficaz, já não é seguida à risca, o uso comedido do álcool sucumbe ao abuso. A prática de atividade física e a suspensão do tabagismo parecem muito difíceis de serem implementadas. “Há uma rebeldia ou uma total negligência aos detalhes já bem reconhecidos como protetores ou facilitadores do tratamento”, diz a endocrinologista.

“Nesse momento, é muito importante que esse paciente possa contar com um médico que possa ser acolhedor o bastante e esclarecedor o suficiente para dar a esse paciente a chance de optar pelo tratamento de maneira bem amadurecida”, alerta Ellen Paiva.

Mudanças que não assustam – Realmente, devemos ser realistas. A vida não poderá mais ser como antes… Mas ela pode ser muito melhor do que antes, se formos maduros e estivermos engajados no nosso próprio tratamento. “Além disso, quando um paciente, na faixa dos  45 – 55 anos fica hipertenso, já não seria em boa hora para ele começar a cuidar melhor do seu peso e da sua ingestão de sal? Já não está na hora de parar de fumar, beber menos, se exercitar mais e finalmente adotar um estilo de vida mais adequado à sua idade?”, questiona a médica.

Os medicamentos para o tratamento da hipertensão arterial estão numa fase de avanço tecnológico que dificilmente não conseguimos normalizar a pressão de um paciente. “Entretanto, mesmo com uma pressão arterial normal, com o uso de vários medicamentos hipotensores, um paciente obeso, sem atividade física, que beba muita bebida alcoólica e/ou fume, poderá não se livrar das complicações crônicas da hipertensão, como o infarto e o derrame. Assim, essas mudanças de hábitos do paciente hipertenso são tão importantes para o tratamento da doença como os medicamentos hipotensores disponíveis no mercado”, destaca a diretora do Citen.

Hoje, para enfrentar qualquer doença crônica que exija mudanças de hábitos, ninguém vai encontrar facilidades. “Mas, o que esses pacientes, muitas vezes, não sabem é que o tratamento eficaz das condições clínicas associadas a estas doenças crônicas é o que garante a normalidade da vida, a coexistência pacífica com a doença”, destaca a endocrinologista.

Saiba mais:

No site – www.citen.com.br

Via Twitter – @Citensp

Por email – [email protected]

*Texto de Márcia Wirth, enviado ao blog pela MW- Consultoria de Comunicação

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Saúde & Fitness: Foco no sorriso

Quem é que não quer ter o sorriso de comercial de pasta de dentes da atriz Scarlett Johnson?

A série Saúde & Fitness deste domingo foca no sorriso. Que rir é um santo remédio, sabemos muito bem, mas há certos cuidados com a saúde da boca que também ajudam bastante a prevenir tanto problemas médicos quanto estéticos. De nada adiante ser lindas de morrer, super maquiadas e cheirosas, se os dentes estão em estado de lástima. Essa semana vi na tv uma reportagem dizendo que o índice de dentes cariados entre as crianças brasileiras caiu de dez para um, na faixa etária dos oito anos de idade. Ou seja, as campanhas de prevenção estão dando certo com a turminha. Adulto, porém, é sempre mais difícil de convencer e é por isso que escolhi para hoje algumas dicas do dentista Flávio Luposeli que desmistificam alguns hábitos e receitinhas caseiras. Confiram:

*Verdade x Mentira: 15 fatos de cair o queixo
Quem nunca cometeu o pecado de fazer certas “receitinhas” para ficar com o sorriso bonito? Elas podem até funcionar na hora, mas será que não prejudicam a saúde? Flávio Luposeli, cirurgião dentista, esclarece mitos e verdades:

MENTIRA – Creme dental clareador funciona
Ele faz apenas uma limpeza da superfície, o que dá a falsa impressão de dentes mais claros. No entanto, é preciso ter cuidado com esse tipo de pasta: ela pode ser utilizada como um complemento às técnicas de clareamento para manter o resultado conquistado por seu dentista. Mas podem trazer prejuízos a estrutura do esmalte dos dentes, devido a sua abrasividade.

VERDADE – Palitar os dentes machuca a gengiva
Normalmente, quem tem esse costume não sabe manejar direito o palito e acaba ferindo a gengiva. O acessório só deve ser usado em situações de emergência para remover (sem tocar na gengiva) os resíduos de alimento entre os dentes. Mas as pessoas sempre acabam cutucando muito, inserem a ponta de madeira cada vez mais nos vãos e se machucam. A melhor maneira para a higienização ainda é por meio do fio dental.

MENTIRA – Maçã substitui a escovação
Definitivamente, não! Por ser um alimento fibroso, ela promove certa limpeza, mas não elimina a velha e boa escova de dentes. Além disso, a fruta contém açúcar e é bastante ácida, após seu consumo deve-se promover a higienização normal dos dentes com o uso de fio dental e escova dental.

VERDADE – Dente-de-leite em adulto é problema
Por ser pequeno, ele pode não estar em perfeita articulação com os demais e isto pode ocasionar problemas sérios na mastigação. A solução? Arrancar o mesmo e colocar uma prótese no local.

MENTIRA – Mascar chiclete acaba com o mau hálito
Quem já tentou essa artimanha sabe que o sucesso é temporário. Na hora você pode até sentir um alívio pelo aroma que a goma de mascar oferece, mas quando a real causa não é devidamente tratada, o odor desagradável volta logo depois.

VERDADE – Usar enxaguante bucal diariamente é essencial
Os produtos que têm um teor alcoólico alto podem ser prejudiciais à mucosa da boca, pois acabam desidratando e deixando-a seca. Além disso, podem afetar as papilas gustativas e alterar o paladar. Existem alternativas melhores como enxaguantes sem álcool, mas o correto é consultar um dentista para que seja prescrito o produto certo com a freqüência correta para cada caso.

MENTIRA – Siso não serve para nada
Se o popular “dente do juízo’ nascer em perfeita ordem, não representa nenhum risco para a saúde bucal e funciona como qualquer outro de seus companheiros. Hoje em dia é muito comum os jovens fazerem tratamento ortodôntico para arrumar a arcada dentária para que o nascimento do siso não atrapalhe a harmonia do sorriso. Em alguns casos, recomenda-se extraí-lo, mas não é regra.

VERDADE – Chupar limão desgasta o dente
A acidez do limão pode corroer o esmalte. Quem tem esse costume – e  coloca em prática em média de três a quatro vezes ao dia – pode vir a apresentar desgaste com o passar do tempo. Se você é fã somente da limonada, pode ficar tranquila. Ainda que tome o suco diariamente, dificilmente irá estragar o esmalte. Lembrando que após o consumo, a boca deverá ser higienizada.

MENTIRA – Escova dura limpa melhor
Você já deve até estar com o discurso pronto: quando higieniza os dentes com outro tipo de escova não sente limpar. Além de machucar a gengiva por causa do atrito, as cerdas nada macias – junto à força empregada – representam riscos ao esmalte e aumentam a sensibilidade dos dentes.

VERDADE – Morder caroço faz mal
O risco maior é o de uma fratura do dente.

MENTIRA – Antibiótico deixa o sorriso amarelado
Quando os dentes já estão formados, não há como a ingestão deste medicamento provocar manchas. A origem deste mito tem fundamento: antigamente, era comum os médicos receitarem tetraciclina para crianças com as amídalas inflamadas, o que alterava a coloração dos dentinhos em formação.

VERDADE – Mastigar a ponta da caneta prejudica a mordida
Além de desgastar o esmalte dos dentes, o ato repetitivo pode alterar a posição dos mesmos, causando modificações na mordida. Além disso, esse hábito pode trazer sérias complicações aos músculos da mastigação.

MENTIRA – Bicarbonato deixa tudo branquinho
Você pode até ter a sensação de que seus dentes estão mais claros. Mas na verdade, esse produto só faz uma limpeza superficial. Como retira a sujeita de cima, a pessoa tem a falsa impressão de que o sorriso está mais branco, porém não houve clareamento real, somente um clareamento superficial.

VERDADE – Tomar refrigerante escurece a dentição
Qualquer alimento que tem corante pode manchar os dentes. Algumas dessas bebidas são ácidas e isso pode fazer com que os dentes fiquem porosos, além disso, a maioria desses líquidos tem muito açúcar na composição, o que acaba gerando cáries.

Serviço: Para saber mais visite o blogdosorrisoperfeito.blogspot.com

*Flávio Luposeli é cirurgião dentista, especialista em Estética do Sorriso, pós graduado em Ortodontia pela SPO, pós graduado em Disfunções Têmporomandibulares e Dor Orofacial pela UNIFESP, Escola Paulista de Medicina e mestre em Disfunções Têmporomandibulares e Dor Orofacial pela UNIFESP, Escola Paulista de Medicina, entre outros títulos.

**Material encaminhado ao blog pela assessoria de comunicação de Flávio Luposeli

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Saúde & Fitness: Caminhada no combate às dores

Domingo é dia dos artigos e reportagens da série Saúde & Fitness aqui do blog e para hoje, reservei uma contribuição do ortopedista Fabio Ravaglia sobre os benefícios da caminhada na prevenção e tratamento às dores musculares. Hoje amanheceu um sol frio, céu azul e ventinho fresco aqui em Salvador, clima gostoso para uma boa caminhada. Me inspirei no dia para selecionar o material da série. Que sirva de inspiração a vocês também!

**A caminhada no combate às dores em músculos e ossos

*Dr. Fabio Ravaglia

A atividade física ajuda a combater dores nos músculos e nos ossos? É possível, com exercícios, reduzir dores nas costas, no joelho, na cabeça, nas pernas e outras tantas que nos incomodam no dia a dia?  Para começar, é certo que as atividades físicas são fundamentais para que o corpo não enferruje. Costumo dizer isto para pessoas  de qualquer idade, porque já é passado o tempo em que somente idosos ficavam parados. Hoje, é comum ouvir de jovens e mesmo crianças queixas de dores por causa de má postura ou por movimentos repetitivos, por exemplo. Um segundo ponto importante está em manter bons hábitos durante toda a vida para garantir um sistema musculoesquelético saudável e forte para sustentar o organismo. Se a dor se apresenta porém, e há que enfrentá-la, certamente os exercícios físicos têm sido utilizados com sucesso na reabilitação ou como um componente de controle. Em muitos casos, recomendo a caminhada como exercício físico para meus pacientes. É uma maneira natural de movimentar o corpo, praticando uma atividade física de baixo impacto, que pode ser adotada pela grande maioria das pessoas.

São mais de 300 doenças reconhecidas pela ciência, que afetam ossos e músculos. Dores nas costas, nos joelho, no pescoço, na cabeça, nos braços ou nas pernas; fibromialgia, osteoporose, lombalgia, osteoartrite e outras questões de saúde têm a intensidade da dor reduzida quando o tratamento envolve a prática de exercícios físicos. A diminuição da dor induzida pela atividade física pode ocorrer já nas primeiras sessões, quando os movimentos são criteriosamente receitados por médicos e acompanhados por fisioterapeutas ou por profissionais de educação competentes. A melhora já pode ser percebida apenas por não deixar músculos e ossos parados, mesmo que por pouco tempo. Os exercícios aeróbicos, como é o caso da caminhada, podem ser realizados com intensidade moderada no início da prática, para não causarem impacto no paciente com dor.

A praia, a beira-mar, onde a areia é mais compacta, é espaço ideal para uma boa caminhada em dupla

Ainda não são conhecidos o tempo e a duração ideal de exercícios físicos para a maior parte das condições de dor musculoesquelética. Então, é a prática com cautela e a tolerância do paciente que vão determinar a duração e a intensidade de cada sessão. Uma coisa é certa: há pessoas que se adaptam rapidamente a exercícios e melhoram significativamente após uma curta sessão. Noto isto com os frequentadores do Projeto Cidadania – Caminhadas com Segurança, evento organizado pelo Instituto Ortopedia & Saúde, ONG que presido e é responsável pela promoção de uma caminhada monitorada por médicos, fisioterapeutas e profissionais de educação física. Uma vez por mês, acompanho a caminhada de cerca de 30 minutos e o que ouço dos participantes é que chegam ao Parque Trianon com dor e saem sem dor. A ideia de organizar um evento que promovesse a atividade física surgiu em 2005, justamente ao perceber que as dores osteomusculares, às vezes, são negligenciadas pelos pacientes e mesmo por alguns profissionais, por sua complexidade de entendimento e entraves na investigação. A pessoa pode ter hérnia de disco e a dor mais forte estar nas pernas, o que a leva a pensar que o problema não está na coluna. Então, vai ao cardiovascular e não entende porque ele pede para ir ao ortopedista. E a demora no tratamento tende a agravar o quadro. Problemas de simples correção podem se tornar dores crônicas.

Mas, por que fazer atividade física ajuda a combater a dor musculoesquelética? Movimentos  aumentam os níveis plasmáticos de endorfinas, com isso a percepção da dor diminue. Além disso, alongamento e relaxamento da musculatura aliviam a tensão no local e a dor desaparece. Por outro lado, mexer-se ajuda a fortalecer os músculos para que trabalhem melhor na sustentação dos ossos; os movimentos, por sua vez, costumam melhorar o funcionamento das articulações e chegam a aumentar a lubrificação nas cartilagens, aliviando dores nos ossos.

O aprazível parque Trianon, em São Paulo, serve de cenário para caminhadas promovidas pela Ong presidida por Fabio Ravaglia

Quando alguém diz: “Doutor, mas dói quando eu me mexo”, o médico precisa avaliar, compreender e agir, recomenda a Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (Sbed), que durante este ano está se dedicando à divulgação das dores musculoesqueléticas. A iniciativa está alinhada com a Organização Mundial da Saúde (OMS), que definiu os anos 2000 a 2010 como a Década dos Ossos e das Articulações, com quatro importantes pilares a serem tratados (doenças crônicas das articulações, osteoporose, dor na coluna vertebral e traumas). Em caso de dor, o médico pode recomendar um programa de exercícios supervisionados,  como uma terapia para eliminar o sofrimento. Melhor ainda que praticar atividade física como uma terapia é praticar para ser saudável e manter as funcionalidades do corpo humano e do aparelho locomotor. Infelizmente, não me surpreende a informação de que 13,5% dos brasileiros se queixam de dores na coluna, divulgada recentemente no Suplemento de Saúde da Pnad 2008 (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios). O mesmo levantamento traz um dado assustador: apenas 10% da população pratica atividade física de lazer, que é a recomendada pela OMS. A própria OMS recomenda que a atividade física deva ser regular, pelo menos trinta minutos, cinco vezes por semana. A pessoa que se exercita fica menos propensa a desenvolver diabetes, hipertensão e doenças tireoidianas, além de todos os problemas musculoesqueléticos.

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*Fabio Ravaglia é médico ortopedista graduado pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp), especialização em coluna vertebral pelo Instituto Arnaldo Vieira de Carvalho (Santa Casa de Misericórdia de São Paulo) e mestre em cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Atuou como cirurgião ortopédico em hospitais ligados à Universidade de Bristol, na Inglaterra e na Alemanha, fez especialização em avançadas técnicas para cirurgias de coluna minimamente invasivas. É também membro do corpo clínico externo dos hospitais Albert Einstein, Oswaldo Cruz e Santa Catarina; diretor-presidente da Arthros Clínica Ortopédica; membro emérito da Academia de Medicina de São Paulo e membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT. Desde 2005, preside o Instituto Ortopedia & Saúde, Ong que tem a missão de difundir informações sobre saúde e prevenção a doenças e que organiza o Projeto Cidadania – Caminhadas com Segurança.

**Artigo encaminhado ao blog pela assessoria do Instituto Ortopedia & Saúde e publicado mediante autorização, desde que devidamente citada autoria e fonte de informações.

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Saúde & Fitness: “Pilates desde criancinha”

Retomo a série Saúde & Fitness aqui do blog com o texto da Suely Tambalo, instrutora de Pilates no CGPA,centro de formação profissional, em que ela nos revela um pouco da biografia de Joseph Pilates, uma criança frágil que buscou na natureza e no equilíbrio entre mente, corpo e espírito, uma nova forma de viver e relacionar-se consigo mesmo, com os outros e com o meio ambiente. Vamos aprender juntos!

**PILATES DESDE CRIANCINHA
*Suely Tambalo

Nosso corpo é um maravilhoso e complexo sistema, que dispõe de todos os mecanismos para funcionar em perfeito equilíbrio. Cabe a nós, conhecermos e atendermos à todas essas necessidades para que vivamos plenamente e com saúde, o mais longamente possível. Simples assim. E nada mais difícil do que as coisas mais simples…

Nosso “manual de instruções” já teve várias de suas páginas desvendadas desde a antiguidade, mas muito ainda há para descobrir e o pior, não pára por aí.
Mesmo quando dispomos a nos tratar bem, profundas verdades que acreditávamos irrevogáveis, de uma hora para outra, são questionadas e postas à prova pelas mais recentes pesquisas.

Nesse cenário, muitas vezes ficamos inseguros quanto ao que fazer para nos exercitarmos de maneira prazerosa e – ao mesmo tempo – também preservarmos e melhorarmos nossa saúde.

Por isso, vamos contar a história de Joseph Hubetus Pilates, que foi uma criança frágil e com a saúde debilitada por várias enfermidades. Em sua busca pessoal pela saúde, acreditou que a força da vida e do equilíbrio estava dentro dele. E, de maneira intuitiva, persistente e autodidata, estudou anatomia, observou os animais, a natureza, buscou as respostas exatamente onde elas estavam disponíveis e em suas fontes mais confiáveis.

Dedicou sua vida à melhora de sua condição física, estudando fisiologia, anatomia, medicina chinesa, praticando yoga, artes marciais até boxe, mergulho e artes circenses, reunindo assim, o melhor das práticas ocidentais e orientais numa única proposta.

Exemplo vivo dos resultados impressionantes que o seu método pode proporcionar aos que se dispõe a praticá-lo, Pilates não só criou um sistema completo de exercícios, como também desenvolveu vários equipamentos para auxiliar e desafiar nossos limites.
Não acreditava em movimentos antinaturais, que desrespeitavam os limites articulares, criavam sobrecargas exageradas e provocavam lesão. Partindo de sua própria experiência pessoal, criou um método de treinamento que transforma o corpo e a relação consigo mesmo. Tornar-se consciente e presente em cada gesto, buscando a perfeição e a qualidade e não a quantidade, sem nunca chegar à exaustão.

Por isso, ele pode atender tão bem tanto a reabilitação de lesões – como fez primeiramente com os enfermos, feridos e mutilados durante o período que ficou recluso no campo de concentração durante a I Guerra na Inglaterra; quanto ao treinamento de famosos artistas, atletas e bailarinos em Nova York, quando emigrou para os EUA.

Como ele mesmo afirmava e pôde ser comprovado na atualidade pelo sucesso do método Pilates em todo o mundo. Ele estava pelo menos 50 anos à frente de seu tempo. Embora reconhecida sua eficiência, sofreu a resistência da comunidade médica da época, pois seu método questionava tudo que se julgava sabido sobre treinamento físico até então.
Enfim, ele viabilizou em forma de exercícios o que todos nós sabemos e buscamos, mas depois de tanto tempo, ainda não atingimos: para ter um corpo realmente saudável não é possível dissociá-lo de um estilo de vida e de pensamentos saudáveis. Não é possível privilegiar nem o corpo, nem a mente: ambos devem estar em perfeito equilíbrio.

Praticou seu método até o final da vida, diariamente, mantendo a saúde e um corpo admirável até os 87 anos, quando faleceu. Ele nos deixou mais um caminho, dentre os inúmeros que temos disponíveis. Ele conquistou a própria saúde e ajudou inúmeras pessoas a atingir esse equilíbrio e continua ajudando outras tantas, através de seus seguidores.

Muito além do modismo em que o Pilates (assim chamada a técnica, após a morte de seu criador) se transformou – sendo muitas vezes símbolo de status depois de divulgado por artistas internacionalmente – é preciso salientar que Joseph Pilates nunca pretendeu elitizar seu método, pelo contrário, seu maior sonho era que fosse praticado precocemente nas escolas, por todas as crianças, para que desde cedo adquirissem o conhecimento do próprio corpo para crescerem fortes, flexíveis,  livres de dores e desequilíbrios desnecessários.

Crianças mais felizes, equilibradas e prontas para explorar todo seu potencial, tornando-se adultos mais preparados, saudáveis e felizes.

Eu, como milhares de praticantes apaixonados, que experimentaram e comprovaram a eficiência do método Pilates em todo o mundo, não posso deixar de comunicar aos também amantes da corrida que esse casamento é mais do que saudável e tem tudo pra dar certo. É experimentar para crer.

*Suely Tambalo é professora do CGPA Pilates, centro pioneiro de atendimento pelo Método Pilates e formador de profissionais. Visite o site: www.cgpapilates.com.br

**Texto enviado ao blog por Vera Moreira Comunicação e publicado no blog com autorização da autora, desde que devidamente citada a fonte e respeitando-se a integridade do material.

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Saúde & Fitness: Contra as dores de inverno, mexa-se!

Depois de um longo período de pausa, a série Saúde & Fitness do nosso blog está de volta com um material bem interessante sobre as dores sentidas durante os dias mais frios do inverno e as formas de prevenir esse desconforto através da prática de exercícios simples: caminhada e alongamento. Quem nos orienta é o ortopedista Fabio Ravaglia, especialista em coluna vertebral e presidente do Instituto Ortopedia & Saúde.

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**Contra as dores de inverno, mexa-se!

*Fabio Ravaglia

O frio, para muita gente, pode trazer problemas como dor nos ossos, nas articulações, na musculatura; sintomas de artrose e de bursite se acentuam; dor de ouvido, dor de cabeça; sem falar nas gripes e resfriados e suas respectivas dores no corpo. O que fazer? Primeiro nem sonhe em ficar parado. Para combater os males do frio sobre o corpo humano, a regra é: mexa-se! Veja a seguir dúvidas muito comuns das pessoas relacionadas ao inverno e como movimentar-se pode evitar diversos problemas, impedindo que o corpo enferruje nesta estação do ano.

1. Pessoas mais magras sentem mais frio?

As pessoas mais magras tendem a sofrer mais com a queda de temperatura, porque a gordura corporal dá uma proteção ao frio. Portanto, sentem mais frio em relação aos mais gordinhos. O corpo humano tem temperatura estável, por volta de 36 graus, dependendo de cada um. Quando faz calor precisa perder temperatura e quando esfria muito é o contrário, há necessidade de ganhar temperatura.

2. As pessoas ficam pálidas no inverno?

Ocorre que, com o frio, os vasos se escondem e o coração passa a bater mais forte para manter a temperatura corporal. Este esforço resulta na palidez do rosto.

3. Os ossos dóem mais no inverno?

Esta é uma pergunta que sempre ouço. A resposta é sim! E há explicação para isto.  É fato que, nos dias frios, aumenta a possibilidade de constrição vascular (diminuição do fluxo de sangue nos vasos do corpo) e a pessoa se encolhe ao sentir o frio, tensionando músculos e nervos. A tendência é de os músculos ficarem mais tensos ou terem contratura, o que ajuda a tornar algumas partes do corpo doloridas. Ficar encolhido pode afetar a postura e provocar dores na coluna. Além disso, nas articulações, o líquido sinovial — que fica mais espesso com o esfriamento do corpo —, pode gerar incômodos também.

Apesar dos poucos estudos sobre o impacto da baixa temperatura no organismo das pessoas, é fato que queixas de desconforto nos ossos, articulações e músculos são muito comuns nos consultórios médicos durante o inverno. O clima frio é um problema mais sério para quem sofre de algumas doenças crônicas. Na área de ortopedia há muitas reclamações de dores nas articulações. Os sintomas da artrose ou da bursite ficam acentuados. Não se sabe ao certo se a responsável por provocar as dores é a temperatura baixa ou a umidade do ar. Sem contar a sensação térmica, que é a temperatura percebida pelo corpo humano diante da conjunção do frio com o vento, que resulta em mais frio do que a temperatura marcada pelos termômetros. O fato é que as pessoas admitem que ficam sem disposição para a atividade física quando faz frio, o que é um erro para a saúde.

4. No inverno, é melhor tratar os problemas no corpo com bolsa de água fria ou quente?

Na verdade, tanto faz. Há uma controvérsia em fisioterapia sobre qual é a melhor opção para tratamento: o uso de calor ou frio? Digo que cada um tem uma função apropriada para cada problema e pode-se usar até alternadamente gelo ou bolsa de água quente ou o calor de lâmpadas. O tratamento com frio é mais completo porque é analgésico, a aplicação diminui a sensibilidade local e reduz a inflamação, quando ela existe. Em todo caso, havendo intolerância ao gelado porque a temperatura ambiente está muito baixa, o paciente pode fazer compressa quente. O calor faz com que aumente a circulação nos vasos associados, melhora a circulação na região e intensifica a atividade. A alternância entre o frio e o calor serve para tirar o inchaço do local.

5. Frio demais dá dor-de-cabeça?

A constrição sanguínea ou a contração muscular podem provocar dores na cabeça. Por isso, convém se agasalhar, usando toca ou chapéu, para manter esta parte do corpo mais relaxada. Dentro deste tema, algumas pessoas sentem dor-de-cabeça quando tomam sorvete, mesmo no verão. A explicação é a mesma: o frio do sorvete afeta a temperatura do sangue e dos músculos e desencadeia os mesmos sintomas de quando a temperatura ambiente não está alta.

6. O choque térmico provoca mesmo doenças?

Aqui a informação é importante, principalmente para quem sofre de doenças reumáticas: a troca de calor para frio ou vice-versa não causa a dor. A friagem sentida ao abrir a geladeira logo após tomar um banho quente, o chamado golpe de ar, já foi acusada de provocar paralisia facial. Hoje, não há discordâncias quanto a isto: a paralisia é provocada por um AVC, um derrame cerebral.

7. E gripes e resfriados?

As mudanças de temperatura podem ajudar a desencadear um quadro de resfriado. As gripes porém são transmitidas por microorganismos e independem de mudanças de temperaturas. Gripes e resfriados são doenças muito mais incidentes no inverno do que no verão. Por isso, recomenda-se a vacinação anual, inclusive dos tipos mais graves, como a causada pelo vírus H1N1, e evitar as mudanças bruscas de temperatura, protegendo sempre o corpo com agasalhos. No frio, o nariz e a garganta parecem mais sensíveis quando a pessoa apresenta um quadro de gripe e resfriado. Convém manter a higiene e ficar atento a novos sintomas, que poderão exigir outros medicamentos, sempre indicados pelo médico. Aliás, não se deve automedicar mesmo no caso de um simples resfriado.

8. Como ficar bem disposto nos dias frios?

Os músculos e articulações frequentemente parados ajudam a aumentar sintomas de muitos problemas de saúde, pela perda de flexibilidade. Com o passar do tempo, o sedentarismo tem sido o grande vilão da saúde. Como ninguém quer perder a autonomia quando ficar mais velho, a dica é mexer o corpo agora. Recomendo duas coisas muito simples: fazer alongamento e caminhada, fortes aliados no combate às dores de inverno. Estas atividades físicas são complementares e recomendadas quase que para todas as pessoas, em qualquer idade.

9. Como o alongamento ajuda?

Antes de fazer qualquer exercício físico, o alongamento é essencial e no frio, sua importância é crucial para destravar ossos, músculos e nervos para que o sistema locomotor funcione plenamente e com toda a facilidade. Os exercícios de alongamento são simples e podem ser praticados a qualquer momento. Ao levantar, espreguice e no trabalho ou na escola, estique pernas e braços, evitando ficar muito tempo em uma só posição. A maneira correta de se alongar é observar a postura ereta, posicionando a coluna reta, alinhada com a cabeça (para isto, utilize o queixo como guia: ele deve ficar paralelo ao chão). A partir daí, movimente braços, pernas e pescoço, esticando a musculatura e relaxando. Fique atento ao trabalho de músculos e articulações, que devem ser dobradas e desdobradas. O ideal é fazer alongamento pelo menos uma vez ao dia, todos os dias. Cada movimento, convém ser repetido três ou quatro vezes. No caso do alongamento ser praticado antes e depois da prática esportiva, é recomendável que a sessão dure cerca de dez minutos.

10. Como o hábito de realizar caminhadas pode ajudar?

O hábito de caminhar deve ser mantido em todas as estações do ano. No entanto, alguns cuidados devem ser tomados para que a caminhada continue a ser uma prática saudável, mesmo no inverno. É importante saber que a respiração se altera na caminhada no inverno, porque o ar gelado entra pelo nariz e se choca com a temperatura interna do corpo – cerca de 36 graus centígrados. Além disso, ficamos mais vulneráveis a lesões musculares, gripes e resfriados.

E quais os cuidados para caminhar no inverno? Atenção redobrada ao alongamento! O alongamento deve ser feito, no mínimo, por 15 minutos. Mãos, pés e cabeça precisam de estimulação extra. Faça movimentos contínuos para que fiquem aquecidos. Além disso, não esqueça o agasalho, inclusive para as extremidades do corpo. Aconselho a caminhada pela manhã. Em outro horário é preciso proteger a pele porque mesmo no inverno os raios solares são nocivos e, quem mora em cidade grande, pode evitar as horas do meio do dia por causa da poluição do ar.

O exercício mexe com a musculatura e contribui para o bombeamento do sangue para as extremidades. Faça também um alongamento em todo o corpo, como se estivesse espreguiçando. Para esquentar os pés e as pernas, fique em pé, deixe os pés paralelos e role a planta do pé, ficando apoiado nas pontas e depois nos calcanhares, repetidas vezes, e para as mãos, coloque a palma para cima e massageie com o polegar a região do punho, alternando a direita e a esquerda. Caminhar ajuda a aumentar a resistência, o que ajuda a evitar resfriado e gripe. A receita do esquimó é correta: não deixe de movimentar o corpo, mesmo que haja muita neve lá fora.

*Fabio Ravaglia é médico ortopedista graduado pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp), especialista em coluna vertebral pelo Instituto Arnaldo Vieira de Carvalho (Santa Casa de Misericórdia de São Paulo) e mestre em cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Ele também preside o Instituto Ortopedia & Saúde, organização não-governamental que tem a missão de difundir informações sobre saúde e prevenção a doenças.

**Material encaminhado ao blog pela Printec Comunicação

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Saúde & Fitness: E por falar em dor…

Aproveito o tema do post recente sobre a moda de adotar mochilas como acessório fashion, evitando assim a sobrecarga nos ombros proporcionada pelas bolsas femininas, e publico na série Saúde & Fitness da semana, uma esclarecedora reportagem sobre a fibromialgia, síndrome caracterizada por dores generalizadas e, muitas vezes, incapacitantes. A fonte é o médico reumatologista Sergio Lanzotti (lá no final do post tem links para o twitter e o blog do especialista), diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares (Iredo). Confiram:

*Fibromialgia: como conviver com uma dor que não passa?
No rol de combate à doença não podem faltar acompanhamento médico especializado, atividade física e uma boa alimentação

Dor nos ombros, nos braços, nas costas, nas pernas, na cabeça, nos pés. Quem tem fibromialgia conhece bem o corpo, pois todo ele reclama… Antigamente, as pessoas que apresentavam este quadro clínico sofriam duplamente, pois a doença demorou a ser reconhecida como um mal físico. “A fibromialgia já foi confundida com depressão e estresse. Por falta de informação — e diagnóstico —, os pacientes ainda tinham que sofrer na alma o transtorno que a dor já impingia ao corpo”, explica o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Iredo (Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares).

A fibromialgia é classificada como uma síndrome porque se caracteriza por um conjunto de sintomas. “O que está presente em todos os quadros é a dor difusa pelo corpo inteiro, presente na maior parte do dia”, diz Sérgio Lanzotti. Em geral, a dor vem acompanhada de algumas outras manifestações como formigamento, irritabilidade, enxaqueca, cólon irritável, pernas inquietas e distúrbios do sono. “Os pacientes que apresentam  fibromialgia geralmente dormem mal, têm sono leve, entrecortado, não reparador. Ao despertar, a pessoa fica com a sensação de que não descansou”, explica o especialista em Reumatologia.

É comum ainda que os fibromiálgicos apresentem alterações de humor, com quadros de depressão ou de ansiedade. De acordo com pesquisas, 25% dos portadores apresentam sintomas de depressão junto com dores difusas, enquanto 50% relatam aos médicos que já tiveram crises depressivas, antes de surgir o quadro doloroso.

Com o avanço dos estudos e pesquisas sobre a doença, as evidências comprovam que a fibromialgia é uma doença física, sim. Não se trata de uma síndrome invisível. Há trabalhos científicos mostrando que o portador apresenta alterações na anatomia cerebral. Um desses estudos foi apresentado no final de 2008, na França. Graças a um exame por imagem chamado Spect –  tomografia computadorizada por emissão de fóton -, os médicos do Centro Hospitalar Universitário de La Timone, em Marselha, constataram que no cérebro de 20 mulheres com esse tipo de hipersensibilidade havia um fluxo maior de sangue em regiões que identificam a dor. Paralelamente, notaram uma queda de circulação na área destinada a controlar os estímulos dolorosos. Nas dez voluntárias saudáveis que participaram da pesquisa, nenhuma alteração foi detectada. Este trabalho soma-se a outros dados consagrados sobre a presença do distúrbio, como o aumento dos níveis de substância P, o neurotransmissor que dispara o alarme dolorido e a menor disponibilidade de serotonina, molécula que avisa ao sistema nervoso que a causa da dor já passou.

Confirmada que a fibromialgia está longe de ser uma doença psíquica, a pergunta que ainda não foi respondida é por que a doença surge. “Quando soubermos a sua origem, conseguiremos acabar com a causa e encontrar a cura”, diz o médico. Por enquanto, o que se conhece são os gatilhos do terrível incômodo — fatores que desencadeiam a crise, como o estresse pós-traumático —, além dos meios de minimizar o quadro e devolver qualidade de vida aos pacientes.

Para diagnosticar a doença  – Para diagnosticar adequadamente a fibromialgia é preciso estar atento aos seus vários sintomas. “O diagnóstico da doença é clínico, pois os exames complementares, na maioria das vezes, são absolutamente normais. É preciso basear-se na presença do quadro característico de dor e no reconhecimento de pontos pré-definidos que sejam dolorosos à pressão dos dedos do especialista”, explica Sérgio Lanzotti.

Para estabelecer o diagnóstico definitivo é preciso conhecer em detalhes a história do paciente, escutar suas queixas e procurar fatores emocionais ou quadros de depressão ou ansiedade. “Embora não sejam as causas diretas, as condições emocionais estão intimamente ligadas à enfermidade”, destaca o médico.

Tratamento melhora a qualidade de vida – Não existe uma terapêutica única para livrar o paciente de uma vez por todas das dores no corpo, problemas de sono, irritabilidade ou depressão associados. Mas a intensidade dolorosa poderá diminuir. Com a evolução do tratamento, a qualidade de vida pode melhorar. “O tratamento da fibromialgia precisa ser individualizado. Se houver alguma doença associada, ela deverá ser tratada para eliminar mais essa causa de sofrimento. E assim se procede com cada uma das doenças associadas. Procuramos equilibrar este paciente, sugerindo alterações no seu estilo de vida. Por exemplo, aconselhamos o paciente a não ficar parado. Atividades físicas aeróbicas e de baixo impacto, como uma caminhada; e/ou um trabalho de musculação bem dosado são benéficos, pois aumentam os níveis de endorfinas, melhoram o bem-estar e ajudam no relaxamento”, informa Lanzotti.

O médico destaca que, em alguns casos, juntamente com os exercícios, é necessário empregar medicamentos para manter a dor sob controle. “São prescritos medicamentos que atuam sobre os níveis de serotonina, melhorando o processo de inibição da dor e as mudanças de humor”, explica.

Os medicamentos utilizados no tratamento da fibromialgia abrangem desde analgésicos até anti-convulsivantes estabilizadores do Sistema Nervoso Central. “Dentre os tratamentos que estão sendo pesquisados para alívio das dores, destacamos a estimulação magnética transcraniana, que consiste na aplicação diária de  ondas elétricas em um local específico do crânio. O tratamento ainda é experimental, encontra-se em avaliação, tanto no Brasil, como em centros especializados do mundo, como o Centro de Neurociência da Universidade de Harvard, Boston, nos Estados Unidos”, informa Lanzotti.

Já as drogas como os opióides, com exceção do tramadol, não são muito eficazes no tratamento de pessoas fibromiálgicas. “O consenso é que no rol de cuidados não podem faltar remédios, atividade física aeróbica e uma boa alimentação. Um exemplo: caminhar de três a quatro vezes por semana, durante 30 minutos, libera substâncias prazerosas como as endorfinas e relaxa a musculatura. Alguns portadores de fibromialgia que seguem esse receituário chegam até a dispensar a medicação”, diz o reumatologista.

Por fim, Sérgio Lanzotti destaca que durante o tratamento, é preciso “ensinar ao paciente algumas artimanhas para evitar os fatores estressantes, que são gatilhos para a dor. Técnicas de respiração e de relaxamento podem ser caminhos para o alívio do sofrimento também”, defende.

Para saber mais:

Site: www.iredo.com.br

Blog: vivendosemdor.wordpress.com

Rede Social: twitter.com/sergiolanzotti

*Material elaborado e encaminhado ao blog para divulgação, pela jornalista Márcia With, da MW Comunicação.

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Saúde & Fitness: “Osteoporose”

Quando eu tinha 16 anos, minha avó materna morreu de complicações decorrentes de uma queda, quando fraturou o fêmur direito. Ela estava com 87 anos. Recentemente, uma conhecida de uma das minhas tias, na faixa dos 75 anos, teve uma fratura porque estava sentada no banco do carona, no carro do filho, e esqueceu de afivelar o cinto de segurança. O motorista distraiu-se conversando com sua mãe, não viu um quebra-molas e o solavanço foi o suficiente para a senhora sofrer uma fratura no osso do cóccix. Nos dois casos, o diagnóstico foi osteoporose. Com base nesses dois exemplos próximos e para ajudar outras pessoas a compreenderem a doença, separei hoje para a série Saúde & Fitness, um texto sobre a osteoporose: diagnóstico e prevenção. O material foi elaborado pela jornalista Márcia Wirth, da MW Comunicação, com base em entrevista com o reumatologista Sergio Lanzotti, diretor do Iredo (Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares). Logo no final do texto, há ainda os links com o site do Iredo, blog e twitter do Dr. Lanzotti. Confiram:

*Osteoporose: doença associada à longevidade, que pode ser prevenida
Com o aumento da expectativa de vida, osteopenia e osteoporose  passaram a fazer parte do nosso vocabulário

Uma pesquisa feita com 174 idosos atendidos em vários hospitais do Rio de Janeiro, pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, concluiu que mais da metade dos pacientes que sofreram fraturas decorrentes de quedas acidentou-se dentro de casa. O banheiro é o cômodo mais perigoso: 18% caíram nesse local. Do lado de fora, no quintal, a taxa foi maior (24%). A rua também representa um risco para a população nessa faixa etária: 41% das fraturas ocorreram fora de casa. Das vítimas, 74 tinham mais de 76 anos de idade, sendo que as mulheres foram muito mais afetadas do que os homens – 130 a 44.

É sabido que os adultos acima de 65 anos são mais suscetíveis a fraturas devido à estrutura esquelética debilitada, fraqueza muscular e diminuição da acuidade visual. Realizar atividades de baixo impacto – como caminhar e dançar -, alimentar-se bem, tomar sol ocasionalmente, evitar o tabagismo e o excesso de álcool são medidas que diminuem as taxas de osteoporose e, em consequência, as fraturas. “Há 30 anos atrás, quase ninguém falava em osteoporose. Hoje, com o aumento da expectativa de vida mundial, a doença transformou-se em tema de discussão constante. Isso porque as fraturas – principal problema causado pela osteoporose – estão ocorrendo com maior freqüência. As pessoas estão vivendo mais e, conseqüentemente, seus ossos se tornam mais susceptíveis ao desgaste”, explica o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Iredo, Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares.

A osteoporose é uma doença que está relacionada com o envelhecimento. Entre 1998 e 2008, a expectativa de vida do brasileiro passou de 69 anos para 72 anos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), homens e mulheres passaram a viver mais. As previsões indicam que, mantida a trajetória atual, em 2040, o Brasil alcançará o patamar dos 80 anos. Antes disso, porém, em 2030, a presença de idosos na população como um todo será quase idêntica à dos jovens.

Osteopenia x osteoporose

Com o aumento da expectativa de vida, osteopenia e osteoporose  passaram a fazer parte do nosso vocabulário. Muitos ouvem o diagnóstico destas doenças e, mesmo sem compreender muito bem a gravidade da situação, têm a noção de que elas estão relacionadas à presença de ossos frágeis e propensos à fratura. “Quem tem osteoporose pode fraturar um osso simplesmente tossindo, espirrando ou mudando de posição bruscamente”, alerta Sérgio Lanzotti.

Quando falamos em osteopenia e osteoporose, o melhor é conhecer os causadores destas doenças para prevenir seu aparecimento. “Apostar na orientação e na disponibilização de informações é muito importante. É papel do médico alertar seus pacientes sobre a osteoporose. Em minha experiência clínica, pude constatar que, quando os pacientes não são bem orientados sobre a doença, logo abandonam o tratamento”, destaca o diretor do Iredo.

Osteoporose e sua prevenção

A osteopenia é a redução progressiva do cálcio dos ossos, que ao evoluir para graus maiores de gravidade leva à osteoporose. Ocorre por uma infinidade de causas, sendo as mais freqüentes: o climatério e a progressiva redução do hormônio feminino; o uso, a médio e longo prazos, de medicamentos, entre eles os glicocorticóides, os hormônios tireoideanos e alguns anticonvulsivantes; o alcoolismo; a imobilização prolongada e algumas doenças reumatológicas e endócrinas. Há ainda uma forte incidência familiar. Embora mais freqüente na mulher, a osteoporose também acomete o sexo masculino.

A osteoporose é uma doença prevenível. A prevenção envolve alimentação saudável; exercícios físicos regulares; exposição ao sol; proteção medicamentosa dos ossos durante o uso prolongado de glicocorticóides e anticonvulsivantes; a polêmica terapia de reposição hormonal na menopausa; a correta reposição de hormônios tireodeanos; o consumo de álcool com moderação; a interrupção do fumo e a implementação de exames médicos de rotina e de procedimentos que evitem quedas.

Assegurando o aporte de cálcio

A alimentação é uma arma poderosa no combate à osteoporose. Ela garante um aporte adequado de cálcio para a mineralização óssea durante praticamente toda a vida. Após a menopausa, a redução do hormônio feminino provoca a perda de cálcio no corpo feminino e pode haver necessidade de suplementação do mineral, nesta etapa da vida.

Além disso, com o envelhecimento, em ambos os sexos, há uma progressiva redução na absorção de cálcio. Com o avançar da idade, a suplementação deste mineral pode prevenir a perda óssea e aumentar a densidade mineral óssea. “Entretanto, se já houver osteoporose manifesta, essa medida deve ser associada ao uso de medicamentos para evitar a perda progressiva ou até mesmo propiciar o ganho de massa óssea”, explica o especialista em reumatologia.

De uma maneira geral, a suplementação de cálcio deve ser de 1000 a 1500mg de cálcio elementar/dia, após a menopausa, na mulher, e após os 60 anos, no homem. “Um cuidado especial deve ser observado em relação às pessoas com propensão a perda de cálcio pela urina e aos formadores de cálculos, pois, nesses casos, a administração do cálcio é contra indicada. Na impossibilidade da suplementação de cálcio, os laticínios são as melhores fontes de cálcio da dieta. O iogurte (400mg em 200ml), o leite (300mg em 200ml) e o queijo (400mg em 150g) devem fazer parte do cardápio destas pessoas”, explica Sérgio Lanzotti.

Além dos problemas com a absorção do cálcio, com o avançar da idade há redução dos níveis de vitamina D no sangue, fator que agrava ainda mais a absorção de cálcio pelo organismo. Pessoas com mais de 60 anos, geralmente, se beneficiam com a suplementação da vitamina D, principalmente se cronicamente enfermos ou se vivem em “casas de repouso”.

Prática de exercícios

Os exercícios de carga são efetivos para manter ou aumentar a densidade mineral óssea na coluna lombar e no quadril. “As recomendações médicas incluem também caminhadas, exercícios aeróbicos de pequeno e médio impacto e de resistência, quando tolerados”, diz Lanzotti.

Exercícios regulares também aumentam a massa e a força muscular, melhoram a coordenação e o equilíbrio e têm sido responsáveis pela redução em 25% do risco de quedas em idosos. Os exercícios que não utilizam a força da gravidade como os realizados na água – hidroginástica e natação – apesar de muito bons para o condicionamento físico e cardiovascular, não são benéficos para a prevenção e o tratamento da osteoporose.

Prevenção de quedas

A prevenção de quedas é importante na redução do risco de fraturas e inclui medidas que interferem em algumas incapacitações como alterações visuais; hipotensão postural e tonturas; fraqueza muscular; e o excesso de medicamentos que podem alterar o estado cognitivo e o equilíbrio. “A adequação dos ambientes com iluminação adequada, a instalação de corrimões em escadas e banheiros e o uso de calçados adequados auxiliam o tratamento preventivo”, afirma o reumatologista Sérgio Lanzotti.

Controle da doença

O controle da doença é feito por meio de exames laboratoriais e da densitometria óssea, exame que consegue medir exatamente a quantidade de cálcio perdida e a evolução da recuperação óssea. “Além da suplementação de cálcio e vitamina D e das demais medidas preventivas descritas anteriormente, contamos também com vários medicamentos que tornam possível a melhora da massa óssea e, mais importante do que isso, a redução do risco de fraturas”, explica o médico.

Serviço:

Onde saber mais sobre o tema?

Site do Iredo – Instituto de Reumatoligia e Doenças Osteoarticulares:  www.iredo.com.br

Blog Vivendo Sem Dor:  vivendosemdor.wordpress.com  http://vivendosemdor.wordpress.com

Twitter do Dr. Sergio Lanzotti: twitter.com/sergiolanzotti

*Material elaborado pela jornalística Márcia Wirth, da MW Consultoria de Comunicação, empresa especializada em assessoria de comunicação para a área de saúde.

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Saúde & Fitness: Riscos nutricionais da mulher atleta

O texto selecionado esta semana para a série Saúde & Fitness foi elaborado pela jornalista Márcia Wirth, da MW Comunicação, responsável pelo atendimento do Citen (Centro Integrado de Terapia Nutricional) e enviado para o blog via email. Trata-se de uma reportagem adequada às mulheres atletas ou para aquelas que, embora não sejam esportistas profissionais, praticam treinos intensivos com objetivos de saúde e/ou estética. No texto, especialistas do Citen esclarecem de que forma o abuso na prática esportiva pode desencadear problemas hormonais e de desenvolvimento, ainda mais em crianças e mulheres jovens. Confiram:

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Riscos nutricionais e hormonais da mulher atleta
As modalidades esportivas que mais comprometem o desenvolvimento das jovens atletas são a maratona e o atletismo

Apesar da idéia de saúde vinculada aos esportes, a prática intensiva e precoce de atividade física pela menina, pela adolescente e pela mulher jovem pode  trazer conseqüências graves à saúde das mesmas. “Tais alterações são verificadas com mais intensidade, quanto mais jovem for a atleta, e quanto mais prolongado for o tempo de vida da mesma em função de treinamentos intensivos e das exigências relacionadas a eles”, explica a endocrinologista Ellen Simone Paiva, diretora do Citen, Centro Integrado de Terapia Nutricional.

A concomitância do início dos treinos intensivos com a fase de transição da infância para a vida adulta interfere profundamente na dinâmica dos hormônios femininos e  tireoideanos, no  hormônio de crescimento e nos corticosteróides endógenos.  “Além disso, ciclos viciosos de perda excessiva de peso associados a comportamentos alimentares inadequados completam um arriscado quadro de desnutrição, desaceleração do crescimento e infantilismo hormonal, o que impede o desenvolvimento da puberdade normal e pode trazer seqüelas importantes para a saúde hormonal e metabólica da mulher”, diz a endocrinologista.

Comportamentos alimentares inadequados – As jovens atletas formam, juntamente com as modelos, o grupo de maior risco de desenvolver comportamentos alimentares inadequados e transtornos alimentares. Treinadores, pais e colegas esperam e até exigem delas um peso, muitas vezes, impossível de ser alcançado ou mantido. “Muitas, ainda meninas, passam a fazer dietas restritivas e jejuns prolongados, intercalados com episódios de compulsão alimentar, vômitos auto-induzidos, uso de laxantes, diuréticos e medicamentos para emagrecer, chegando a desenvolver transtornos alimentares propriamente ditos, como anorexia nervosa e bulimia nervosa. Esse tipo de cobrança é oposta àquela dirigida aos meninos, que são encorajados a ganhar massa muscular e peso, com a finalidade de melhorarem suas habilidades físicas para o esporte”, conta a médica, que também é especialista em Transtornos Alimentares.

Algumas atletas nem entendem os riscos envolvidos na decisão de comer tão pouco. “Na verdade, estas meninas precisam de um volume calórico muito maior para manterem suas atividades, sem comprometer seus estoques de glicogênio muscular, o que as predisporia a dores musculares, contusões, hipoglicemias e alterações eletrolíticas. Complicações que, na maioria das vezes, comprometem o próprio desempenho da atleta”, explica Ellen Paiva.

Complicações hormonais – A desnutrição crônica associada ao baixo peso corporal, ainda na infância, interfere na produção dos hormônios sexuais, na função tireoideana e no próprio hormônio de crescimento destas jovens. “O resultado desta fórmula é  atraso na puberdade e uma desaceleração do crescimento em sua mais importante fase da vida, o que resulta em baixa estatura. Já as atletas que iniciaram os treinos, após o início da puberdade, podem apresentar ausência de ovulação, irregularidade menstrual e até completa interrupção das menstruações”, diz a endocrinologista.

A prática excessiva de exercícios físicos é uma característica de muitas pacientes anoréxicas e bulímicas. “Ou seja, os transtornos alimentares também podem ser diagnosticados em pessoas que, de uma forma ou de outra, estão engajadas em práticas esportivas exigentes e rigorosas”, afirma a diretora do Citen.

“Encontramos também múltiplas alterações endócrinas em mulheres atletas. Há alteração nos hormônios tireoideanos – que, geralmente, estão abaixo do normal – alterações no hormônio de crescimento e na produção de cortisol. Todas elas, em conjunto com o quadro de desnutrição e baixo peso atuam impedindo uma puberdade normal e inviabilizando o equilíbrio hormonal da mulher adulta”, alerta a endocrinologista.

Uma ameça maior: a osteoporose – Durante a adolescência e início da vida adulta, as mulheres têm o chamado pico de formação óssea, quando uma reserva preciosa de cálcio define a quantidade e a qualidade da massa óssea durante a vida adulta. “Essa reserva mineral propicia a proteção necessária para a fase da vida onde a perda óssea supera em muito a formação óssea – o climatério – reduzindo o risco de fraturas, tão comum nessa fase”, diz a médica.

Esse processo harmonioso de balanço mineral positivo – onde a formação óssea supera em muito a perda – pode ser rompido por vários fatores, todos eles passíveis de ocorrer com a jovem atleta. “Peso corporal muito baixo, exercícios físicos extremos, desnutrição e alterações hormonais se associam e assinalam o risco de que o comprometimento desse balanço positivo pode facilmente ocorrer, causando osteoporose, em uma fase tão precoce da vida. Com a associação dos transtornos alimentares – principalmente anorexia nervosa – a este quadro, podemos nos deparar com jovens com massa óssea de mulheres de 80 anos”, alerta a endocrinologista Ellen Simone Paiva.

Orientação nutricional da mulher atleta – Quando pensamos que o esporte traz consigo a marca da saúde, ficamos surpresos ao constatar o contrário. “Para evitar os riscos das três principais complicações da jovem mulher atleta – transtornos alimentares,  interrupção das menstruações e  osteoporose –  é preciso  reduzir a pressão sobre estas jovens – elas não precisam ser extremamente magras –  e implantar, desde o início dos treinos, um acompanhamento nutricional de qualidade, que englobe cuidados para evitar a desnutrição crônica e o baixo peso, assim como suporte psicológico adequado para prevenir e tratar  e as alterações da imagem corporal”, recomenda a médica.

Ellen Paiva observa, ainda, que manter as menstruações através dos anticoncepcionais não previne a perda óssea. “Efeito realmente eficaz só conseguimos com intervenções nutricionais, que permitam pequeno ganho de peso nas atletas muito magras, que voltam a apresentar ovulação e menstruações normais, com a conseqüente recuperação da massa óssea”, informa.

Para saber mais sobre o assunto:

Visite o site: www.citen.com.br

Contato: [email protected]

Rede Social: twitter.com/Citensp

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>>Saúde e Fitness: As vantagens da caminhada para a beleza

>>Saúde & Fitness: Atividade física para grávidas

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Saúde & Fitness: Atividade física para grávidas

A série Saúde & Fitness desta semana traz um material elaborado pela Clínica Genesis sobre atividade física para gestantes: mitos, tabus, indicações e cuidados. Como sabemos que muitas mamães e futuras mamães são leitoras assíduas do Conversa, publicamos abaixo o material:

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*Estou grávida. Posso fazer atividade física?
– A grávida pode participar de maratonas?
– É recomendável para uma adepta do boxe, que ela continue a praticar este esporte, durante a gestação?
– O que traz mais benefícios à saúde da gestante e do bebê: andar ou correr?

Se as dúvidas sobre a gestação já são muitas… Imaginem quando o assunto é a prática de exercícios durante a gravidez… A avó recomenda repouso absoluto à neta… A mãe acha que só depois do terceiro trimestre a filha deve retomar suas caminhadas diárias… Já a manicure comenta que todas as suas clientes estão fazendo pilates durante a gravidez… “Para combater a desinformação e prevenir a adoção de condutas inapropriadas durante a gravidez, aconselhamos que a gestante converse com o seu obstetra sobre a prática de exercícios durante a gravidez. Ele  a conhece, sabe sobre sua condição clínica, com certeza, fará a recomendação médica mais apropriada”, defende o ginecologista e obstetra Aléssio Calil Mathias, diretor da Clínica Genesis.

De uma maneira geral, os especialistas não contra-indicam a prática de atividades físicas durante a gestação. E dentre todos os benefícios que já conhecemos, um estudo do Instituto de Saúde Pública da Noruega, em Oslo, apontou que a prática de exercícios durante a gravidez diminui o risco da mulher de dar à luz a um bebê com excesso de peso ao nascer. Para chegarem ao resultado, os pesquisadores avaliaram dados de 36.869 mulheres que tiveram gestações a termo. Os autores também ajustaram informações que poderiam interferir no excesso de peso, como idade materna, número de filhos, hipertensão, diabetes e pré-eclâmpsia, dentre outros.

As grávidas que participaram do estudo responderam a dois questionários sobre hábitos de atividade física entre a 17ª e a 30ª semana de gravidez. A análise dos dados revelou que quem se exercitava regularmente – pelo menos três vezes por semana em atividades como natação, caminhada, bicicleta e dança – teve um risco entre 23% e 28% menor de gerar um bebê com sobrepeso. “O dado mais interessante da pesquisa norueguesa reforça que a prática de atividades físicas é recomendada durante a gestação e oferece benefícios tanto para a mulher, quanto para o bebê”, reforça o obstetra Aléssio Calil Mathias.

Para a futura mamãe, os benefícios são muitos: a gestante ganha menos peso, melhora sua atividade cardiocirculatória, prevenindo, inclusive, quadros como diabetes gestacional e doença hipertensiva específica da gestação. “A atividade física durante a gravidez contribui também para que a mulher adquira melhor conscientização corporal, melhore sua auto-estima, sua resistência física para o parto, além de proporcionar uma recuperação pós-parto mais rápida”, destaca o médico.

De acordo com Mathias, a realização de exercícios físicos só é contra-indicada “quando a gestante não é praticante de atividades físicas antes da gestação, e, em virtude da gravidez, decide mudar sua rotina de forma agressiva, sem respeitar os limites de seu corpo. Casos em que a futura mamãe tem placenta baixa, descolamento placentário, sangramentos e trabalho de parto prematuro também são desaconselhados”, diz.

Que recomendações seguir? – “A gestante pode realizar atividades físicas durante os nove meses. Quando a paciente já é habituada a praticar exercícios, não há nenhum inconveniente em dar continuidade durante a gravidez. Se ela decidir iniciar a atividade física durante o pré-natal, precisa receber orientação e acompanhamento apropriados”, diz Franz Paganini Burini, médico especialista em medicina esportiva, que também integra o corpo clínico da Genesis.

A orientação para as gestantes é realizada sempre em conjunto com as recomendações do obstetra responsável. Não há uma fórmula única. “Alguns obstetras consideram a necessidade de descanso da gestante durante as 12 primeiras semanas de gravidez. Outros permitem que aquelas já praticantes mantenham o ritmo, porém com uma intensidade reduzida, principalmente no contexto de impacto. Alguns especialistas defendem, ainda, a necessidade de interromper a prática de exercícios no último mês de gestação”, explica Burini.

“Acompanhamos e orientamos, inclusive, aquelas mulheres que eram sedentárias e que decidiram se exercitar, a partir da notícia da gravidez”, conta Franz Burini.  Segundo um estudo publicado no Jornal da Academia Americana de Cirurgiões Ortopedistas (JAAOS), essa atitude de não ficar parada na gravidez aumenta a probabilidade da mulher incorporar a prática de exercícios no seu dia-a-dia, depois que o bebê nascer. Os cientistas acreditam que, ao se tornar mãe, a mulher reavalia seu estilo de vida, motivada por cuidar não só da própria saúde, como também do bebê.

“O ideal, no entanto, é que a mulher que pretende engravidar comece a fazer algum tipo de exercício físico, principalmente os de característica aeróbica (caminhar) a fim de melhorar o condicionamento cardiovascular. Os benefícios desta atitude vão desde a prevenção de doenças, como diabetes gestacional e pré-eclâmpsia, até um menor ganho ponderal, no período gestacional”, conta Burini.

“Após a avaliação das condições de saúde da gestante, podemos orientá-la a fazer o melhor exercício conforme o seu perfil  – algumas gestantes preferem caminhadas, outras hidroginástica ou até mesmo ioga, atividades muito indicadas por não se tratarem de exercícios de impacto e que trabalham mente e corpo de um modo equilibrado. Na verdade, o melhor exercício é o que é feito! É importante que a gestante pratique algo que lhe proporcione, além de saúde, prazer, e que preferencialmente, seja supervisionada por um profissional capacitado”, destaca o especialista em Medicina do Esporte.

Sobre a  frequência da realização dos exercícios, Franz Burini destaca que “a atividade física praticada durante a gestação também deve ser praticada de maneira regular, na maioria dos dias da semana, mas sempre respeitando o descanso do corpo”.

Para realizar exercícios com segurança durante a gestação, é essencial que a praticante seja orientada sobre vestimenta e alimentação apropriadas. “É importante que a gestante seja orientada quanto à importância de uma alimentação saudável e equilibrada. Ela nunca deve se exercitar em jejum. A hidratação, antes e depois dos exercícios, também é fator considerável”, recomenda Franz Burini.

“É essencial que a futura mamãe utilize roupas confortáveis e leves que permitam a evaporação do calor. Também recomendamos o uso de um tênis confortável e a utilização de um top que possa sustentar de maneira confortável os seios”, destaca o médico.

Saiba mais:
Site: www.clinicagenesis.com.br
Twitter: twitter.com/dralessio
Blog: Gestação Saudável

*Material elaborado e encaminhado ao blog via email pela assessoria de comunicação da Clínica Genesis

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