O texto selecionado esta semana para a série Saúde & Fitness foi elaborado pela jornalista Márcia Wirth, da MW Comunicação, responsável pelo atendimento do Citen (Centro Integrado de Terapia Nutricional) e enviado para o blog via email. Trata-se de uma reportagem adequada às mulheres atletas ou para aquelas que, embora não sejam esportistas profissionais, praticam treinos intensivos com objetivos de saúde e/ou estética. No texto, especialistas do Citen esclarecem de que forma o abuso na prática esportiva pode desencadear problemas hormonais e de desenvolvimento, ainda mais em crianças e mulheres jovens. Confiram:
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Riscos nutricionais e hormonais da mulher atleta
As modalidades esportivas que mais comprometem o desenvolvimento das jovens atletas são a maratona e o atletismo
A concomitância do início dos treinos intensivos com a fase de transição da infância para a vida adulta interfere profundamente na dinâmica dos hormônios femininos e tireoideanos, no hormônio de crescimento e nos corticosteróides endógenos. “Além disso, ciclos viciosos de perda excessiva de peso associados a comportamentos alimentares inadequados completam um arriscado quadro de desnutrição, desaceleração do crescimento e infantilismo hormonal, o que impede o desenvolvimento da puberdade normal e pode trazer seqüelas importantes para a saúde hormonal e metabólica da mulher”, diz a endocrinologista.
Comportamentos alimentares inadequados – As jovens atletas formam, juntamente com as modelos, o grupo de maior risco de desenvolver comportamentos alimentares inadequados e transtornos alimentares. Treinadores, pais e colegas esperam e até exigem delas um peso, muitas vezes, impossível de ser alcançado ou mantido. “Muitas, ainda meninas, passam a fazer dietas restritivas e jejuns prolongados, intercalados com episódios de compulsão alimentar, vômitos auto-induzidos, uso de laxantes, diuréticos e medicamentos para emagrecer, chegando a desenvolver transtornos alimentares propriamente ditos, como anorexia nervosa e bulimia nervosa. Esse tipo de cobrança é oposta àquela dirigida aos meninos, que são encorajados a ganhar massa muscular e peso, com a finalidade de melhorarem suas habilidades físicas para o esporte”, conta a médica, que também é especialista em Transtornos Alimentares.
Algumas atletas nem entendem os riscos envolvidos na decisão de comer tão pouco. “Na verdade, estas meninas precisam de um volume calórico muito maior para manterem suas atividades, sem comprometer seus estoques de glicogênio muscular, o que as predisporia a dores musculares, contusões, hipoglicemias e alterações eletrolíticas. Complicações que, na maioria das vezes, comprometem o próprio desempenho da atleta”, explica Ellen Paiva.
A prática excessiva de exercícios físicos é uma característica de muitas pacientes anoréxicas e bulímicas. “Ou seja, os transtornos alimentares também podem ser diagnosticados em pessoas que, de uma forma ou de outra, estão engajadas em práticas esportivas exigentes e rigorosas”, afirma a diretora do Citen.
“Encontramos também múltiplas alterações endócrinas em mulheres atletas. Há alteração nos hormônios tireoideanos – que, geralmente, estão abaixo do normal – alterações no hormônio de crescimento e na produção de cortisol. Todas elas, em conjunto com o quadro de desnutrição e baixo peso atuam impedindo uma puberdade normal e inviabilizando o equilíbrio hormonal da mulher adulta”, alerta a endocrinologista.
Uma ameça maior: a osteoporose – Durante a adolescência e início da vida adulta, as mulheres têm o chamado pico de formação óssea, quando uma reserva preciosa de cálcio define a quantidade e a qualidade da massa óssea durante a vida adulta. “Essa reserva mineral propicia a proteção necessária para a fase da vida onde a perda óssea supera em muito a formação óssea – o climatério – reduzindo o risco de fraturas, tão comum nessa fase”, diz a médica.
Esse processo harmonioso de balanço mineral positivo – onde a formação óssea supera em muito a perda – pode ser rompido por vários fatores, todos eles passíveis de ocorrer com a jovem atleta. “Peso corporal muito baixo, exercícios físicos extremos, desnutrição e alterações hormonais se associam e assinalam o risco de que o comprometimento desse balanço positivo pode facilmente ocorrer, causando osteoporose, em uma fase tão precoce da vida. Com a associação dos transtornos alimentares – principalmente anorexia nervosa – a este quadro, podemos nos deparar com jovens com massa óssea de mulheres de 80 anos”, alerta a endocrinologista Ellen Simone Paiva.
Ellen Paiva observa, ainda, que manter as menstruações através dos anticoncepcionais não previne a perda óssea. “Efeito realmente eficaz só conseguimos com intervenções nutricionais, que permitam pequeno ganho de peso nas atletas muito magras, que voltam a apresentar ovulação e menstruações normais, com a conseqüente recuperação da massa óssea”, informa.
Para saber mais sobre o assunto:
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