Acelere nos detalhes do Rallye do Batom

Penélope Charmosa, madrinha das pilotos

Twittei essa semana, mas o assunto merece bem mais que 140 caracteres, por isso, aqui vão os detalhes sobre a 18ª Edição do Rallye do Batom. Se você é de fora da Bahia, é o seguinte: lembram da Penélope Charmosa, do desenho Corrida Maluca? Pois bem, imaginem dezenas de penélopes, todas muito fashions, maquiadas e aventureiras, competindo em uma prova de automobilismo em que só as meninas pilotam e os meninos podem atuar só como navegadores em algumas modalidades. Pois bem, isso é o Rally do Batom.

Mas, como eu ia dizendo (melhor, escrevendo), as inscrições para a 18ª edição da prova mais charmosa do automobilismo baiano estão abertas para as moças que adoram um esporte radical, mas não descem do salto nem se o jipe atolar numa lama braba. A competição (na verdade está mais para uma animada festa de luluzinhas com alguns bolinhas convidados), acontece no dia 25 de setembro, com largada às 9h, na praia de Jardim de Alah, em Salvador e chegada às 14h, no Catussaba Resort Hotel, em Stella Mares, onde será servida a feijoada para recarregar as baterias das competidoras (e dos có-pilotos, coitados).

Não fique aí pensando você que é só pegar a pista reta da orla de Salvador para se deslocar de uma praia à outra. Não minha filha, o negócio é na base da trilha, do GPS, da lama e da adrenalina. As trilhas deste ano percorrerão os municípios de Lauro de Freitas, Simões Filho, Dias D’Ávila e Camaçari (todos na região metropolitana de Salvador). São cerca de 100 quilômetros, em quatro horas de aventura, contato com a natureza e umas pirambeiras no meio do caminho, para dar o gostinho de uma legítima Indiana Jones de saias, mas não vale dar chicotada no navegador!

Atenção, o Rallye do Batom é uma competição de mocinhas elegantes, por isso, nada de agir feito o Dick Vigarista da Corrida Maluca

Segundo a assessoria do rallye, o negócio já está tão animado que nas primeiras 48 horas de inscrição, 40 duplas confirmaram presença no evento. As duplas são formadas por duas mulheres, ou, como dito acima, um homem como navegador e uma mulher na pilotagem. No ano passado, o rallye reuniu 200 duplas!

As inscrições acontecem até o dia 21 de setembro, pelo site www.rallyedobatom.com.br. Para se inscrever nas categorias Batom 4×2 e Batom 4×4 (onde só é permitido duplas femininas) é preciso doar 30 quilos de alimentos não perecíveis (exceto sal, fubá, farinha e milho de pipoca) e pagar R$40,00 (pelo GPS). Para se inscrever nas demais categorias, onde os meninos entram, a dupla deve doar 40 quilos de alimentos e pagar R$40,00.

Após o encerramento do prazo de inscrições, as duplas que competirão em qualquer uma das modalidades terão que desembolsar mais R$ 100,00. Existem apenas 100 vagas para Zequinha (o carona que fica só na peruagem), sendo que no carro podem ir, no máximo, dois zequinhas por veículo e cada um paga uma taxa de R$ 100,00.

As mulheres e seus acompanhantes competirão nas categorias: Graduado (Misto 4X4); Turismo (Misto 4X4, Misto 4X2); Expedition (Misto 4X4); e Convidados. As modalidades Batom 4X4 e Batom 4X2, lembrando, são exclusivas para duplas femininas. E não vale disfarçar o maridão com peruca e scarpin!

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O último espetáculo da velha Fonte Nova

*Texto da jornalista Giovanna Castro

Quando acordei hoje de manhã e comecei a me preparar para ir para o Dique do Tororó, onde acompanharia a implosão do estádio da Fonte Nova, não imaginei que viveria a experiência insólita de vibrar juntamente com a torcida do Bahia. Imagina só, eu que sou rubro-negra desde criancinha! Mas era por uma boa causa. A Fonte Nova veio abaixo em cerca de 12 segundos unindo corações de torcedores das mais diferentes agremiações, mas especialmente das dezenas de torcedores do Bahia que equivocadamente ou não, tomaram a Fonte como sua ao longo dos anos, e que foram dar adeus ao que consideravam sua propriedade devidamente uniformizados. Enfim, coisa de torcedor apaixonado. Mas também vi por lá, caminhando no trecho do Dique liberado para o público, leões uniformizados e igualmente tomados pela expectativa de testemunhar o último espetáculo da velha Fonte Nova.

Torcedores que têm história pessoal com a Fonte, especialmente os tricolores, se posicionaram à beira do Dique do Tororó para acompanhar a queda do velho estádio

A expectativa crescia à medida em que o tempo ia passando e chegando mais perto da hora marcada para a implosão, 10h. Cheguei cedo, por volta das 9h e comecei a me sentir tomada por uma nostalgia e ao mesmo tempo me sentindo uma pessoa muito importante porque no futuro vou poder contar para meus filhos ou netos, se os tiver, que vi a implosão da velha Fonte. Um momento histórico do qual participei antes (já já explico o porquê deste antes), durante e, se tudo der certo, depois. Foi um espetáculo lindíssimo e emocionante. O estopim vermelho prenunciou a queda da fonte que rapidamente virou pó. Me emocionei muito a ponto de deixar de lado o foco da câmera digital que levei para gravar o episódio e preferir ver a olho nu o que se passava na minha frente. “Muito bom, muito bom, muito bom!”, repeti, impressionada.

Logo em seguida, uma nuvem de fumaça enterrou as minhas lembranças de jogos que fui ver com amigos e ex-namorado. Sabe como é, quando a gente gosta até assiste jogo do Bahia achando tudo lindo! E foi assim comigo. Vi jogo do Palmeiras nos anos 90, na era Parmalat, quando o palestra ganhava tudo e mais um pouco, vi jogos do Vitória, vi jogos do Bahia e também jogos sem muita repercussão nas tabelas dos campeonatos e em campeonatos inexpressivos. A sensação era sempre a mesma, a emoção de ver os torcedores gritando palavras de ordem a uma só voz, bandeiras, lenços e braços agitados, rolos e mais rolos de papel higiênico, fogos de artifício, fumaça, muito fumaça. E era como se pudesse tocar a energia que era passada para cada um dos jogadores lá dentro do campo.

Imprensa compareceu em peso para registrar momento histórico da primeira implosão de estádio da América Latina. Disputada pelos jornalistas, a elegância sutil de Bobô, ídolo tricolor

Quando vi a Fonte cair, me lembrei dos muitos degraus que subi até chegar a uma melhor posição. Nunca sentava atrás dos gols, sempre numa posição central que, na minha opinião, proporcionava melhor visão da partida. Lembro que sempre me fazia falta o replay da jogada, mas também me lembro muito claramente da sujeira dos corredores, do fedor de mijo nas arestas de concreto, da impossibilidade de ir ao banheiro, do concreto imundo das arquibancadas em qualquer local do estádio, mesmo nos chamados camarotes, nome pomposo demais para o que eram na prática.

Nada disso, acostumados que estávamos a tamanho descaso, atrapalhava o envolvimento com as trocas de passe e não calava cada grito de gol, nem a gostosa sensação de ver o time sair vencedor. E também a gozação de ver o Bahia perder para algum time de menor representatividade. Afinal, lá se vão dez anos de segundona.

Mas, voltando ao dia de hoje, sabe aquela sensação de que algo muito importante vai acontecer na cidade e que você precisa estar presente? Foi exatamente isso que eu senti. Devo confessar que fiquei um tantinho nervosa, tamanha a expectativa em torno da queda da mega estrutura. Ontem mesmo dava boas risadas com minha mãe que estava lá dentro da Fonte quando foi inaugurado o anel superior, em 1971. Eu nasceria no final do ano seguinte. Minha mãe conta que foi ao local com meu pai acompanhar a inauguração e lembra que naquela semana havia surgido um boato na cidade de que a estrutura desabaria.

Minha última foto da Fonte, tirada minutos antes do início da implosão

Na época, algumas construções edificadas por um funcionário que trabalhava na prefeitura, conta minha mãe, caíram, criando o temor de que o mesmo aconteceria com a Fonte, ainda que uma coisa não tivesse nada a ver com a outra. Coisas do imaginário coletivo. Minha mãe fala entre séria e risonha que perdeu o sapato na confusão e que foi segura pelo meu pai enquanto ficaram esperando a confusão passar. No meio do tumulto, ela não recorda exatamente, mas parece que alguém soltou uma bomba no meio do estádio e o estrondo despertou o pânico entre as pessoas que já estavam ressabiadas com a história do empreiteiro, digamos, picareta.

Foi o fim de pelo menos cinco décadas de grandes espetáculos do futebol

Ela me contou também que, alguns anos depois, voltou à Fonte comigo e meu irmão mais velho ainda pequenos para ver o Papai Noel descer de helicóptero no meio do gramado. Outra confusão, mais aterrorizante ainda para ela porque estava sozinha com duas crianças totalmente indefesas. Restou a ela encostar-se num paredão e aguardar a turba passar espremidinha com a cria. “Desde aquela época, não quero saber mais de aglomeração. Não quero conta”, diz, meio traumatizada, porque minha mãe não é de se consumir com as coisas, não. No segundo seguinte, ela está dando risada lembrando do sapato perdido e do boato sobre a queda da Fonte que rondou a inauguração do novo anel. Coisas de uma época em que as pessoas não eram tão acostumadas com a tecnologia e o fato de uma construção não estar exatamente “assentada no chão” causava medo.

Espetáculo da engenharia foi concluído em cerca de 12 segundos e a nuvem de poeira se dissipou rapidamente

Enquanto aguardava a enorme cortina de fumaça assentar, observava os gritos de empolgação das pessoas, que me remetiam aos momentos de gol comemorados nas arquibancadas da Fonte. É engraçado, mas a queda da Fonte também trouxe alegria para o público que pode ver de perto o acontecimento. Era como uma catarse que servisse para guardar para sempre na memória os momentos bons e apagar de vez da mente momentos trágicos. O grito das pessoas, em sua maioria torcedores e soteropolitanos que tinham o equipamento como parte da cidade e de suas vidas, foi uma forma de cumprimentar o estádio pelos serviços prestados e dar as boas vindas para a Nova Fonte.

É como disse o jogador da elegância sutil, Bobô: “A gente vai começar a construir uma nova história. Momento que não vou esquecer nunca é após a saída dos portões do estádio, com a torcida nos esperando lá fora. Este talvez tenha sido o momento mais marcante. Famílias inteiras, crianças que esperavam o ídolo com um presentinho. Até hoje me lembro com muita frequência. Cada um que construiu seu legado aí, não vai esquecer. Fico muito feliz de estar participando de dois ciclos, da velha Fonte Nova, que vivi com muita intensidade, com orgulho muito grande, e de estar trabalhando na nova Fonte Nova que é uma outra história a ser construída por uma geração nova de atletas”, disse o ídolo do campeonato brasileiro conquistado pelo Bahia em 1988.

Fonte Nova agora são escombros e o espaço dará lugar à nova arena, que deve começar a funcionar em janeiro de 2013, com expectativa de 80 eventos anuais com média de preço do ingresso de R$39

Jogador que, nos anos 70, foi ídolo das torcidas do Vitória e do Bahia, Osni demonstrou emoção: “Sinto hoje mais alegria que tristeza. Eu joguei nessa Fonte Nova, na outra não vou jogar, estarei lá somente como torcedor. Aquilo que eu vivi, que Bobô viveu e todos os jogadores da Bahia e do Brasil que fizeram história na Fonte Nova, que fizeram gols bonitos, já está marcado. O que é importante não é pensar em tristeza, vemos uma antiga era terminando e vamos ver uma nova era começando. A Fonte Nova de 2013 é a Fonte Nova que o torcedor merece”.

Para mim, a sensação foi um misto de alegria e tristeza. De não ter mais a velha Fonte e da expectativa de comprar os ingressos, possivelmente pela internet, para ver os jogos da Copa do Mundo de 2014 na nova Fonte. Faço questão de voltar à Fonte, que não vai ser mais a mesma, é óbvio, mas que vai certamente incorporar toda a mística do nosso maior templo esportivo. Amanhã, volto a fazer meu trajeto rumo ao trabalho, de manhã cedinho, e vai ser o primeiro dia em toda a minha existência em que não verei no horizonte o anel superior do estádio Otávio Mangabeira. A gente se acostuma com tudo nessa vida, mas vai ser uma espera difícil. Mas, pensando bem, três anos não demoram tanto assim…

Confira a implosão da Fonte Nova, neste domingo, 29 de agosto:


Gente, peço mil desculpas por não ter postado mais cedo, mas hoje foi o dia em que a tecnologia não me favoreceu. Levei máquina digital para filmar a implosão e filmei, além de ter gravado no celular entrevistas com o ministro dos esportes, Orlando Silva, com os jogadores do Bahia Osni e Bobô, além do titular da Secopa, secretaria que cuida dos assuntos da Copa de 2014 em Salvador, Ney Campelo, mas não consegui editar o vídeo e não consegui baixar do celular os áudios. Tudo que planejei foi por água abaixo. Fico devendo as minhas imagens e os meus áudios, mas ficam algumas das minhas fotos e o registro da emoção no dia em que a Fonte Nova virou pó e entrou inapelavelmente para a história do futebol nacional e para o imaginário dos torcedores que lá tiveram grandes e inesquecíveis momentos de divertimento.

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Saúde & Fitness: Caminhada no combate às dores

Domingo é dia dos artigos e reportagens da série Saúde & Fitness aqui do blog e para hoje, reservei uma contribuição do ortopedista Fabio Ravaglia sobre os benefícios da caminhada na prevenção e tratamento às dores musculares. Hoje amanheceu um sol frio, céu azul e ventinho fresco aqui em Salvador, clima gostoso para uma boa caminhada. Me inspirei no dia para selecionar o material da série. Que sirva de inspiração a vocês também!

**A caminhada no combate às dores em músculos e ossos

*Dr. Fabio Ravaglia

A atividade física ajuda a combater dores nos músculos e nos ossos? É possível, com exercícios, reduzir dores nas costas, no joelho, na cabeça, nas pernas e outras tantas que nos incomodam no dia a dia?  Para começar, é certo que as atividades físicas são fundamentais para que o corpo não enferruje. Costumo dizer isto para pessoas  de qualquer idade, porque já é passado o tempo em que somente idosos ficavam parados. Hoje, é comum ouvir de jovens e mesmo crianças queixas de dores por causa de má postura ou por movimentos repetitivos, por exemplo. Um segundo ponto importante está em manter bons hábitos durante toda a vida para garantir um sistema musculoesquelético saudável e forte para sustentar o organismo. Se a dor se apresenta porém, e há que enfrentá-la, certamente os exercícios físicos têm sido utilizados com sucesso na reabilitação ou como um componente de controle. Em muitos casos, recomendo a caminhada como exercício físico para meus pacientes. É uma maneira natural de movimentar o corpo, praticando uma atividade física de baixo impacto, que pode ser adotada pela grande maioria das pessoas.

São mais de 300 doenças reconhecidas pela ciência, que afetam ossos e músculos. Dores nas costas, nos joelho, no pescoço, na cabeça, nos braços ou nas pernas; fibromialgia, osteoporose, lombalgia, osteoartrite e outras questões de saúde têm a intensidade da dor reduzida quando o tratamento envolve a prática de exercícios físicos. A diminuição da dor induzida pela atividade física pode ocorrer já nas primeiras sessões, quando os movimentos são criteriosamente receitados por médicos e acompanhados por fisioterapeutas ou por profissionais de educação competentes. A melhora já pode ser percebida apenas por não deixar músculos e ossos parados, mesmo que por pouco tempo. Os exercícios aeróbicos, como é o caso da caminhada, podem ser realizados com intensidade moderada no início da prática, para não causarem impacto no paciente com dor.

A praia, a beira-mar, onde a areia é mais compacta, é espaço ideal para uma boa caminhada em dupla

Ainda não são conhecidos o tempo e a duração ideal de exercícios físicos para a maior parte das condições de dor musculoesquelética. Então, é a prática com cautela e a tolerância do paciente que vão determinar a duração e a intensidade de cada sessão. Uma coisa é certa: há pessoas que se adaptam rapidamente a exercícios e melhoram significativamente após uma curta sessão. Noto isto com os frequentadores do Projeto Cidadania – Caminhadas com Segurança, evento organizado pelo Instituto Ortopedia & Saúde, ONG que presido e é responsável pela promoção de uma caminhada monitorada por médicos, fisioterapeutas e profissionais de educação física. Uma vez por mês, acompanho a caminhada de cerca de 30 minutos e o que ouço dos participantes é que chegam ao Parque Trianon com dor e saem sem dor. A ideia de organizar um evento que promovesse a atividade física surgiu em 2005, justamente ao perceber que as dores osteomusculares, às vezes, são negligenciadas pelos pacientes e mesmo por alguns profissionais, por sua complexidade de entendimento e entraves na investigação. A pessoa pode ter hérnia de disco e a dor mais forte estar nas pernas, o que a leva a pensar que o problema não está na coluna. Então, vai ao cardiovascular e não entende porque ele pede para ir ao ortopedista. E a demora no tratamento tende a agravar o quadro. Problemas de simples correção podem se tornar dores crônicas.

Mas, por que fazer atividade física ajuda a combater a dor musculoesquelética? Movimentos  aumentam os níveis plasmáticos de endorfinas, com isso a percepção da dor diminue. Além disso, alongamento e relaxamento da musculatura aliviam a tensão no local e a dor desaparece. Por outro lado, mexer-se ajuda a fortalecer os músculos para que trabalhem melhor na sustentação dos ossos; os movimentos, por sua vez, costumam melhorar o funcionamento das articulações e chegam a aumentar a lubrificação nas cartilagens, aliviando dores nos ossos.

O aprazível parque Trianon, em São Paulo, serve de cenário para caminhadas promovidas pela Ong presidida por Fabio Ravaglia

Quando alguém diz: “Doutor, mas dói quando eu me mexo”, o médico precisa avaliar, compreender e agir, recomenda a Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (Sbed), que durante este ano está se dedicando à divulgação das dores musculoesqueléticas. A iniciativa está alinhada com a Organização Mundial da Saúde (OMS), que definiu os anos 2000 a 2010 como a Década dos Ossos e das Articulações, com quatro importantes pilares a serem tratados (doenças crônicas das articulações, osteoporose, dor na coluna vertebral e traumas). Em caso de dor, o médico pode recomendar um programa de exercícios supervisionados,  como uma terapia para eliminar o sofrimento. Melhor ainda que praticar atividade física como uma terapia é praticar para ser saudável e manter as funcionalidades do corpo humano e do aparelho locomotor. Infelizmente, não me surpreende a informação de que 13,5% dos brasileiros se queixam de dores na coluna, divulgada recentemente no Suplemento de Saúde da Pnad 2008 (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios). O mesmo levantamento traz um dado assustador: apenas 10% da população pratica atividade física de lazer, que é a recomendada pela OMS. A própria OMS recomenda que a atividade física deva ser regular, pelo menos trinta minutos, cinco vezes por semana. A pessoa que se exercita fica menos propensa a desenvolver diabetes, hipertensão e doenças tireoidianas, além de todos os problemas musculoesqueléticos.

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*Fabio Ravaglia é médico ortopedista graduado pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp), especialização em coluna vertebral pelo Instituto Arnaldo Vieira de Carvalho (Santa Casa de Misericórdia de São Paulo) e mestre em cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Atuou como cirurgião ortopédico em hospitais ligados à Universidade de Bristol, na Inglaterra e na Alemanha, fez especialização em avançadas técnicas para cirurgias de coluna minimamente invasivas. É também membro do corpo clínico externo dos hospitais Albert Einstein, Oswaldo Cruz e Santa Catarina; diretor-presidente da Arthros Clínica Ortopédica; membro emérito da Academia de Medicina de São Paulo e membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT. Desde 2005, preside o Instituto Ortopedia & Saúde, Ong que tem a missão de difundir informações sobre saúde e prevenção a doenças e que organiza o Projeto Cidadania – Caminhadas com Segurança.

**Artigo encaminhado ao blog pela assessoria do Instituto Ortopedia & Saúde e publicado mediante autorização, desde que devidamente citada autoria e fonte de informações.

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O Vitória não perdeu a Copa do Brasil. Foi o Santos que ganhou

*Texto da jornalista Giovanna Castro

Nos últimos dias tenho ouvido muito falar na palavra “planejamento”. Parece que é uma palavrinha mágica que resolve todos os problemas da vida. Mas para planejar é preciso saber onde se quer chegar, para onde se pretende ir. E é aí que entra a inspiração deste texto de hoje, o jogo do Vitória contra o Santos, pela final da Copa do Brasil, disputado nesta quarta- feira, no Barradão, em Salvador. Eu sou torcedora do Vitória e serei julgada por isso nestas minhas bem traçadas linhas, especialmente pelos torcedores do nosso maior rival, o Bahia.

Mas esse não é o ponto. A questão é que o Vitória tem um objetivo e está trabalhando para chegar lá. É claro que não serei ingênua a ponto de afirmar que não há problemas no clube em termos de gestão, estrutura e organização de equipe. Certamente há, mas a trajetória que o time desenha mostra claramente que o primeiro título nacional do nosso escrete é uma questão de tempo, obviamente se o plano for seguido à risca como aparentemente vem sendo.

Torcida empurra o Vitória com as mãos, na goleada de 4X0 contra o Atlético-GO, numa demonstração de paixão rubro-negra. Quem disse que nossa torcida é "fria"?

A partida de ontem foi boa, o Vitória jogou bem, teve chances e conseguiu sufocar o time do Santos em alguns momentos, mas não conseguiu superar a enorme vantagem conquistada na Vila Belmiro (SP). O atletas do Vitória apresentaram muita raça e brio ao longo do jogo inteiro. E a presença da torcida com seu apoio incondicional até o final foi uma forma incontestável de mostrar que estamos todos confiantes no trabalho que vem sendo feito. Ou pelo menos na raça que nossos jogadores deixaram em campo.

Ganhamos a partida por 2X1 e, se não fosse o percalço de Santos, não dá para saber exatamente, mas as coisas poderiam ter sido bem diferentes. Já ouvi coisas horríveis sobre a torcida do Vitória e a mais recente delas é que a nossa torcida é “fria”. Não foi isso que eu vi naquele belo espetáculo no nosso Barradão.

As luzes vermelhas dos sinalizadores, os braços agitados ao som dos gritos de guerra das organizadas – “VI-TÓ-RIA!!!!!!” – uma verdadeira declaração de amor das mais contundentes e emocionantes que impressionou até mesmo os mais sisudos narradores do Sul/Sudeste. Sempre mal informados sobre o que acontece aqui no Nordeste e auto-centrados nos seus umbigos em torno do “Curíntia”, do “Flamêêêango” e, no máximo, de algum time mineiro ou gaúcho.

Me incomoda altamente o jeito com que nossos clubes nordestinos continuam sendo tratados, com desdém e até desprezo mesmo. E isso inclui o “glorioso” Bahia. Semana passada, vi um programa esportivo de grande repercussão nacional, transmitido pela Band, em que o locutor dizia que não havia chance para o “Vice-tória”. O que é isso? Sou torcedora, mas também sou jornalista e acredito que essa postura é altamente desrespeitosa e não o é somente com o Vitória, mas com qualquer time dos lados de cá do Brasil que merecem análises corretas, baseadas em números e a trajetória do Vitória apresentou números à mancheia que pouco foram mencionados.

Vermelho flamejante dos sinalizadores da partida contra o Atlético-GO, se repetiu na noite de gala contra o Santos

A campanha dentro do Barradão foi irretocável. Teve várias goleadas, algumas delas de 5, outras de 4. A zero. O menor placar foi de 2X0 e construído contra o Vasco. Porque exaltar somente os triunfos do adversário? Minha torcida pelo Vitória não tem a ver com fanatismo. Eu torço, mas analiso racionalmente também. Obviamente que, neste momento, o Santos é um time superior ao Vitória e soube controlar a partida que foi liquidada no momento do primeiro gol.

Torci muito para que o Vitória marcasse nos primeiros 15 minutos, mas não deu porque os jogadores que estavam do outro lado eram os jogadores sensações de 2010, talentosos, bem treinados e num esquema bem armado por Dorival Jr, que teve a inteligência de saber usar o talento de cada um deles nas posições em que eles podem exercer seu talento com liberdade, ao invés de engessá-los num esquema e obrigá-los a jogar de um modo diferente da sua essência.

Neymar, Robinho, Ganso, Arouca, André, Wesley e os demais mereceram o título, são excelentes jogadores e o Vitória mostrou que está à altura deles. Apresentou um espetáculo único, lutou de igual para igual até o fim. Não ganhou, é do jogo. O importante é que somos vice novamente, mas chegar numa final deste porte já demonstra várias coisas muito significativas. A permanência do valoroso Ricardo Silva no comando – diferente da cultura do mundo boleiro que é demitir o treinador à primeira dificuldade – é uma delas. Demonstra, no mínimo, que o caminho que está sendo trilhado é acertado e a vitória do Vitória, certamente virá. Estarei ao lado do time quando isso acontecer. Parabéns, Vitória! Vamos em frente!

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Só esqueceram de dizer à Holanda que o jogo estava ganho

*Texto da jornalista Giovanna Castro

É… Não deu… Vamos combinar que a Holanda não é o Chile, única seleção contra a qual o Brasil mostrou bom futebol nesta Copa da África. A seleção brasileira até que começou muito bem o jogo, Robinho e Kaká se movimentando bastante, explorando todos os cantos do campo, mas no momento em que veio o gol, eles acharam que a fatura estava liquidada. E esse foi o maior erro. Esqueceram de avisar aos jogadores da Holanda que o jogo estava ganho antes de terminar. Deu nisso, 2 X 1 para os holandeses, de virada que, como dizem os boleiros, é bem mais gostoso.

A Holanda não é nenhum Brasil, mas é uma seleção com jogadores que atuam com seriedade, têm talento e apostam no toque de bola e no contra-ataque.  Durante o primeiro tempo, não foi possível ver estas características, porque o Brasil dominava a partida com toques rápidos, jogadas inteligentes, concentração e ameaçando sempre o gol do adversário. Não sei o que aconteceu no intervalo do jogo, mas parece que no vestiário os canarinhos calçaram o salto alto.

Formação que entrou para jogar contra a seleção de Portugal na última partida da primeira fase

Do outro lado, era bola no chão e cabeça fria em busca de um objetivo concreto e isto fez toda a diferença. Já faz um bom tempo que não existe mais bobo no futebol. É certo que todas as seleções respeitam o Brasil pela seu histórico de vitórias, mas conquistar respeito é uma coisa, deitar nos louros da fama construída por gerações passadas é outra muito diferente. Não dá pra ganhar uma Copa do Mundo sem jogar futebol de verdade. O Brasil entrou nessa competição com o freio de mão puxado, fez somente o suficiente para conquistar o primeiro lugar do grupo na primeira fase, campanha arrematada pelo jogo insosso contra Portugal, partida que a seleção não estava muito a fim de ganhar.

Outros problemas que ficaram evidentes foram a falta de opções no banco para oferecer alternativas de jogo à seleção contra equipes que jogam de forma diversa e o completo destempero emocional dos jogadores do Brasil. O primeiro gol foi fundamental para detonar o descontrole, apesar de Robinho, mesmo tendo marcado para o Brasil, ter demonstrado irritação desde o começo da partida. Felipe Melo disse em entrevista após o jogo, cinicamente : “tenho força suficiente pra quebrar a perna dele [o jogador da Holanda], mas a jogada foi normal”. Não sabia que jogador da seleção brasileira entrava em campo com pensamentos que consideram a possibilidade de machucar seriamente o adversário. Lamentável…

Esperança agora é guardada para a Copa de 2014, que será disputada no Brasil

Como também foi lamentável a evidente comprovação de que Dunga não levou peças que pudessem substituir sua seleção titular. Ele levou a equipe dos seus sonhos e pronto. Contando que Kaká fosse ficar 100% e desconsiderando totalmente a possibilidade de seus jogadores faltarem ou por contusão ou por cartões amarelos, como acabou acontecendo, deu corda a si mesmo para se enforcar. Saiu pela porta dos fundos, se despedindo melancolicamente, dizendo: “todos sabiam desde o começo que meu tempo na seleção era de quatro anos”.

Um colega de trabalho (ah, esqueci de dizer que hoje assisti o jogo dentro da redação do jornal, por isso esta análise está sendo publicada tanto tempo após o jogo – as outras partidas vi em casa) disse: “Ronaldinho Gaúcho é quem deve estar adorando isso”. Sábias palavras, colega. Enfim, é isso mesmo. A seleção canarinho foi até onde poderia chegar. E olha que deu muita sorte ao pegar uma chave com adversários fracos e à medida que seguia adiante, enfrentaria o lado da tabela mais “fácil”. Não dá para negar que a Argentina vai ter uma pedreira bem maior ao enfrentar a Alemanha. Nos resta esperar uma atitude da CBF, sabedoria na escolha do novo treinador da seleção, e esperar pelo melhor no próximo mundial, em 2014, em verdes gramados tupiniquins.

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Brasil vence Chile com facilidade e enfrenta a Holanda nas quartas de final

*Texto da jornalista Giovanna Castro

Não é à toa que Marcelo Bielsa, o técnico do Chile, é apelidado de El Loco. Botou o time para atacar o Brasil e até conseguiu segurar um pouco a seleção canarinho no campo de defesa, mas em compensação, abriu a possibilidade para os contra-ataques brasileiros. O retrospecto não ajudava os chilenos, que perderam os últimos cinco jogos de goleada nesta era Dunga e sempre com facilidade. E hoje não foi diferente. O Brasil começou a partida de uma maneira cadenciada e foi dominando aos poucos, furando a defesa adversária.

O primeiro gol de Juan fez o time relaxar e atuar com mais tranquilidade contra a seleção chilena que, em nenhum momento, deixou de jogar pra frente, o que deu mais movimentação ao jogo. Por causa disso, foi uma partida do Brasil mais animada, mais empolgante, porque o time jogou com mais liberdade. Ainda assim, vários problemas continuaram acontecendo, como as dificuldades de Daniel Alves, que ainda não disse a que veio nessa competição. O maior problema de todos foi a atuação discreta de Luís Fabiano, Kaká e Robinho, apesar do jogador do Santos ter sido eleito o melhor jogador da partida pela Fifa.

Seleção brasileira parte para o quinto jogo desta Copa, contra a Holanda

Kaká apareceu pouco, da mesma forma que Luís Fabiano e Robinho, em grande parte do jogo, mas é como costumo dizer, quando eles resolvem trabalhar juntos é fatal e foi o que aconteceu no segundo gol. Depois que Luís Fabiano toma a bola para o Brasil e passa para Robinho, o caminho do gol se desenha numa triangulação com Kaká, que deu mais um de seus passes simples e eficientes para a finalização do Fabuloso. O terceiro e último gol da seleção foi o primeiro de Robinho nesta Copa após receber um belo passe de Ramires que aliás, fez uma ótima partida. Infelizmente, fica fora do jogo contra a Holanda porque levou um cartão amarelo.

Mas acredito que o primeiro verdadeiro teste da seleção brasileira nesta Copa vai ser contra a Holanda, até porque o Brasil até agora jogou apenas o suficiente para ganhar de equipes que não ofereceram grande resistência, à exceção da partida contra Portugal, quando nenhuma das duas seleções estava lá muito afim de jogar e deu naquele 0X0 insosso.

Agora vamos enfrentar a Holanda, que tem 100% de aproveitamento nesta Copa, e sempre é uma pedra no caminho do Brasil como aconteceu naquela marcante partida das quartas de final da Copa de 1994, em que Branco bateu uma falta de longa distância com violência, abrindo o caminho para a conquista do tetra. O gol de Branco tirou a enorme tensão que envolvia aquela jogo já que o Brasil enfrentava dificuldades para vencer.

Neste momento da competição, quando chega o mata-mata, não dá mais para o Brasil errar e, para enfrentar a Holanda nas quartas de final, vai ter que tirar de dentro de si o seu melhor futebol porque as seleções nesta fase final começam a se superar e, principalmente contra a seleção brasileira, podem surpreender ou pelo menos complicar a trajetória do grupo rumo ao sexto título. No papel, o time brasileiro é superior, considerando as peças individuais, mas o conjunto da Holanda pode atrapalhar nossos planos.

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Branco bate falta no jogo Brasil X Holanda, na semifinal da Copa do Mundo de 1994 e faz o gol que abre caminho para o tetra. Veja:

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Seleção chata, jogo chato, resultado burocrático. Êita, Brasil!

*Texto da jornalista Giovanna Castro

Vamo lá… Duas coisas me chamaram muita atenção nesta terceira partida do Brasil na Copa, contra Portugal, que ficou no 0 X 0.  A principal delas foi o fato do goleiro Júlio César estar jogando com uma proteção para a coluna lombar. E pela aparência do dispositivo, parece que é algo para imobilizar a coluna e evitar a dor. Esquisitíssimo! Até onde todo mundo sabia, Júlio estava bem e tinha se recuperado totalmente da contusão que sofreu ainda na fase de preparação do time nos primeiros dias de África do Sul. O aparato surpreendeu a todos, sem exceção, porque o próprio jogador e a comissão técnica em nenhum momento informaram a torcida que havia necessidade disso. Para quê esconder esse tipo de coisa? Lamentável! Depois do jogo, o goleiro disse que é uma proteção “psicológica” e que não sente nada nas costas…

Seleção brasileira contraria a vibração que é a tradução do amarelo da camisa

A segunda coisa foi novamente a atuação frágil da seleção que, mais uma vez, pendeu somente para o lado direito do campo, apesar do atacante Nilmar ter se esforçado pra chamar o jogo pra si. Dunga mexeu no time, aparentemente, não para testar novas peças e sim para poupar os jogadores. Entendo fazer isso com Elano e com Kaká, por motivos óbvios – foi expulso na partida contra a Costa do Marfim e ficou impedido de jogar – mas não entendo porque Robinho foi sacado. Principalmente num time que tem dificuldade de jogar pelo lado esquerdo, área do campo onde Robinho cai melhor.

Chegou um ponto, lá pelo final do primeiro tempo, em que Portugal começou a gostar do jogo. Parou de ter medo da seleção brasileira que, afinal de contas, não tava apresentando nenhum futebol, e começou a partir para cima. O técnico mexeu no time, que assumiu maior movimentação, ameaçando muito mais a seleção brasileira. Time apoiado num meio de campo “comandado” por Júlio Batista que errou passes demais e não construiu nada na partida. Daniel Alves é outro qu, diferente de ser o amuleto da seleção como vinha sendo em outras partidas, fez mais um jogo sem apresentar bom futebol. Arriscou bolas ao gol de longa distância e não mostrou maior objetividade.

Time que depende de atuações individuais não é grupo, não é equipe. Um time que não tem opções, cujo técnico não sabe fazer substituições, não sabe mudar o esquema do jogo, não sabe adaptar as peças que leva ao tipo de adversário, só pode mesmo fazer partidas sofridíssimas. Júlio Batista entrou para não fazer nada, Josué fez o que tinha que fazer e Ramires, coitadinho, da mesma forma que Grafite, entraram faltando pouco tempo para acabar o jogo. E o que poderiam fazer lá pelos 35 minutos do segundo tempo? Nada! Não dá para querer ser hexa campeão dessa forma sofrendo com seleções pequenas e sem maiores recursos técnicos.

Daniel Alves e Júlio Batista que entraram jogando nesta partida, contribuíram para a chatice do jogo

Gostaria muito de ver o Brasil jogando contra as seleções maiores. O que aconteceria se o Brasil pegasse a Argentina? A Alemanha? A Holanda? Nenhuma delas está dando show, mas andam conseguindo resultados bem melhores do que a seleção brasileira, baseados em melhores atuações. O Brasil precisa resolver o seu meio de campo. Considerando que as peças já estão lá, não tem como convocar outros jogadores, resta torcer para que Kaká volte à sua melhor condição e tenha lampejos para abrir caminhos nas retrancas e construir resultados mais interessantes para o país. Ficou claríssimo que o time depende muito da atuação de Kaká e não há substituto no elenco para ele. Somente assim para o time conseguir dar continuidade à sua jornada até o título sem pensar no adversário das oitavas seja ele Espanha, Chile ou Suíça.

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Brasil vence seleção da Costa do Marfim mas perde Kaká

*Texto da jornalista Giovanna Castro

Ufa! O Brasil aplicou 3 gols na seleção da Costa do Marfim e levou um numa distração da defesa que fez a chamada linha burra. O atacante Drogba entrou na área brasileira em totais condições, não havia impedimento. Sim, mas como eu ia dizendo, ufa! A equipe se classificou mas voltou a dar aquela angústia na torcida ao começar jogando muito mal de maneira até sonolenta.

Durante boa parte do primeiro tempo e até o momento do gol inaugural, aos 24 minutos, o Brasil estava mesmo levando um certo calor da seleção africana. Os marfinenses estavam gostando do jogo e até surpreendendo  os jogadores brasileiros com sua rapidez e força física. Para o bem da seleção canarinho, Drogba estava sozinho lá no ataque e, afinal de contas, lutar isoladamente contra a defesa que é considerada a melhor do mundo, é uma tarefa bastante inglória.

Kaká perdeu a cabeça e desfalca a Seleção Brasileira no próximo jogo, contra Portugal

Mas aos poucos o time foi melhorando e quando Kaká deu o ar da graça, que não tinha dado na primeira partida desta copa, o resultado foi a abertura do placar pelo atacante Luís Fabiano. Ele, que havia seis jogos não marcava, fez um gol que demonstrava o quanto esse jejum estava entalado na garganta. A bomba desferida contra o gol marfinense exorcisou os meses de seca e abriu espaço para os outros gols que viriam.

É claro que o adversário fez um teatro maior do que deveria, se jogou no chão, pôs a mão na boca, mas me surpreendi ao ver que Kaká não é aquele santo todo que ele gosta de vender na mídia. Ele também sente raiva e extravasa, dá o troco.  Se você olhar o replay da jogada, vai perceber que o jogador adversário vinha sem olhar para o brasileiro e acabou levando a bordoada. Mas começo a ver sangue nas veias, sangue no olho, elementos que fazem uma equipe avançar nas competições, muito diferente do que aconteceu no primeiro jogo contra a Coreia do Norte, e nos minutos iniciais desta partida contra a Costa do Marfim. E isso é muito positivo.

Não precisava, no entanto, chegar ao ponto de provocar a própria expulsão. Neste momento da competição, em que ele começava a se recuperar e participava mais das jogadas, ele sai da equipe e após 59 dias parado e uma partida de retorno, vai ficar cerca de uma semana parado novamente, interrompendo o seu processo de recuperação. Ou aperfeiçoando, torço.

Depois de fazer o segundo gol do Brasil, Elano seria alvo da violência dos jogadores marfinenses

Agora, que alguma coisa está muito errada num jogo de futebol quando o árbitro se torna a figura principal da disputa, está. E foi o que aconteceu hoje. “Seu” Stefany Lannoy perdeu totalmente o controle da partida, deixando a pancadaria correr solta, e ainda protagonizou a cena mais esquisita que eu já vi. Logo depois do gol de Luís Fabiano com um toque de mão e um toque de braço que ele mesmo admitiu, o ábitro faz o gesto indicando com a mão o braço e pergunta a Luís Fabiano se ele havia tocado na Jabulani, o que o jogador, obviamente, nega. Nunca vi disso, juiz discutindo jogada com jogador? Daquele momento em diante, o controle do jogo e a autoridade do árbitro estavam perdidos.

Mas, tirando essa lamentável atuação do árbitro, minha maior curiosidade mesmo é saber como Dunga vai se virar sem Kaká no meio de campo. Quem vai ser o substituto do craque solitário do meio campo? Júlio Batista? Robinho? Se o time já vinha meio mal das pernas com ele, imagina sem ele. Sem falar que o próximo adversário é Portugal, muito melhor que as seleções da Coreia do Norte e da Costa do Marfim.

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Falta de empolgação marca estreia da Seleção Brasileira na Copa

*Texto da jornalista Giovanna Castro

Não é por nada não, mas tem que ter paciência, muita paciência para assistir até o fim os jogos do Brasil nessa chamada era Dunga. A Seleção estreou na Copa nesta terça-feira obviamente envolta em muita expectativa por causa dos três anos e meio de vitórias do escrete sob o comando do ex-capitão, mas também com aquela mega pulga atrás da orelha devido aos nomes que formam a seleção principal. A maior estrela do time, Kaká, há 50 dias sem jogar uma partida, sem ritmo de jogo, e machucado, afinal de contas, alguém aí se convenceu que ele se curou das contusões no púbis e na coxa? Não, pode dizer, se convenceu mesmo? Acredito que não.

Ai, Jesus Cristinho, dai-me paciência para aguentar o time do "anão"! Sofremos para vencer a Coreia por 2x1

Na última coletiva de imprensa, antes da partida de estreia contra a Coréia do Norte, ele mesmo disse que não sabia se aguentaria ir até o final do período de jogo. Cansaço? Falta de preparo físico por causa dos dias sem jogar? Dor? Ou tudo isso junto? Aliás, não consigo entender como é que pode um país historicamente pródigo de bons jogadores se apoiar numa única peça e dar a ela a responsabilidade de fazer o time um time vencedor…

Tá na cara que tem alguma coisa errada aí… Luís Fabiano, então, não conseguia chegar na bola de maneira convincente… Robinho, que já declarou que quer ser escolhido o melhor jogador da copa 2010, se destacou no meio da mediocridade, mas não fez lá grandes coisas. Exceção para o sen-sa-cio-nal e açucarado passe  dado para Elano marcar o segundo gol.

É sempre assim. Ou melhor, já faz um tempo que a seleção não vai a campo de forma empolgante. É algo muito claro. E o que mais chamou atenção nesse primeiro jogo foi perceber a falta de entusiasmo das pessoas à medida que o jogo passava de morno, pra lento, em seguida modorrento e finalmente, insosso e sem graça.

Ao final do jogo, não ouvi a quantidade de fogos de artifício que em outros momentos mais graciosos da seleção eu ouvi estourar. Umas poucas bombas soaram nos momentos dos gols, sendo, finalmente, silenciadas pelo melancólico gol de honra da Coreia do Norte.

Será que voltaremos a ver essas duas mãos apontadas para o céu na Copa da África 2010?

O time de Dunga é muito sério, muito engessado, com poucas alternativas de jogadas. Não tem surpresa. O primeiro tempo inteirinho o time parecia torto, jogando invariavelmente pelo lado direito onde Maicon carregava o piano, já que Elano não conseguia dar conta do recado, sumido que estava.

Foram 45 minutos de enfado que somente começaram a melhorar no início do segundo tempo, quando a galera caiu na real e percebeu que ia pegar mal demais empatar com uma das piores seleções do mundo. Rolou aquela correria, os dois gols aconteceram e o anão, ou melhor Dunga, pra variar só começou a fazer mudanças no time lá pelos 30 minutos do segundo tempo. Entraram Daniel Alves e logo depois Ramires.

Aqui pra nós, fico imaginando sobre como os jogadores devem se sentir ao entrar num jogo da seleção brasileira – sempre favorita ao título e por isso mesmo, sempre submetida a uma grande pressão e cobrança –  tendo apenas 10, 15 minutinhos para fazer alguma coisa ou, como quase sempre ocorre, com a missão de mudar os rumos da partida. Desta vez, nem mesmo aquele que costuma entrar e desequilibrar, Daniel  Alves, deu jeito na história.

Uma das coisas que mais me incomoda na seleção é a postura de Dunga, o anão, ele passa o jogo inteiro impassível e acreditando até o final que está fazendo a coisa certa. Aqui com meus botões – não resisto ao trocadilho, mas meus botões são bem mais bonitinhos que aqueles botõezões do inacreditável, de tão horroroso, sobretudo de Dunga – eu acho que por dentro ele tá remoendo suas escolhas e torcendo para que um dos talentos se destaque  e resolva o problema que é fazer gols numa jogada individual.

Copa da África 2010 é teste de fogo para a seleção do rabugento Dunga

Pra mim, que gosto de esportes e particularmente de futebol, uma partida é para se divertir, é sentir a emoção, o frio na barriga dos chutes ameaçadores, aquele “uuuuuuuuuuuuu” que a gente faz quando a bola passa pertinho do gol e teima em não entrar, caprichosa. Com essa seleção acabrunhada, sem empolgação e sem brilho, fica difícil torcer. O anão insiste em querer tirar de nós essa alegria que, nada a ver com propaganda de órgão oficial de turismo, é mesmo inerente do brasileiro.

Ele quer que a gente seja europeu, aparecendo de gola rulê e sobretudo cafona para o planeta inteiro. Ele quer ser europeu e quer convencer também a gente a ser das “ôropa”. Jogando aquele jogo duro e triste. Não à tôa, todos os titulares, e somente por acaso, muito acaso mesmo, à exceção de Robinho, que deu piti e saiu do Manchester City pra jogar no Santos, onde recuperou seu futebol, todos eles são “estrangeiros”, ou seja, jogam em times europeus. Não sei não, estamos apenas no começo da jornada na África do Sul e torço pelos lampejos e pelo talento individual de nossos jogadores, apesar de Dunga. É e tem sido nossa única esperança. Porque espetáculo, essa seleção não vai dar… Torço sinceramente para os milionários queimarem minha língua…

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Saúde & Fitness: Riscos nutricionais da mulher atleta

O texto selecionado esta semana para a série Saúde & Fitness foi elaborado pela jornalista Márcia Wirth, da MW Comunicação, responsável pelo atendimento do Citen (Centro Integrado de Terapia Nutricional) e enviado para o blog via email. Trata-se de uma reportagem adequada às mulheres atletas ou para aquelas que, embora não sejam esportistas profissionais, praticam treinos intensivos com objetivos de saúde e/ou estética. No texto, especialistas do Citen esclarecem de que forma o abuso na prática esportiva pode desencadear problemas hormonais e de desenvolvimento, ainda mais em crianças e mulheres jovens. Confiram:

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Riscos nutricionais e hormonais da mulher atleta
As modalidades esportivas que mais comprometem o desenvolvimento das jovens atletas são a maratona e o atletismo

Apesar da idéia de saúde vinculada aos esportes, a prática intensiva e precoce de atividade física pela menina, pela adolescente e pela mulher jovem pode  trazer conseqüências graves à saúde das mesmas. “Tais alterações são verificadas com mais intensidade, quanto mais jovem for a atleta, e quanto mais prolongado for o tempo de vida da mesma em função de treinamentos intensivos e das exigências relacionadas a eles”, explica a endocrinologista Ellen Simone Paiva, diretora do Citen, Centro Integrado de Terapia Nutricional.

A concomitância do início dos treinos intensivos com a fase de transição da infância para a vida adulta interfere profundamente na dinâmica dos hormônios femininos e  tireoideanos, no  hormônio de crescimento e nos corticosteróides endógenos.  “Além disso, ciclos viciosos de perda excessiva de peso associados a comportamentos alimentares inadequados completam um arriscado quadro de desnutrição, desaceleração do crescimento e infantilismo hormonal, o que impede o desenvolvimento da puberdade normal e pode trazer seqüelas importantes para a saúde hormonal e metabólica da mulher”, diz a endocrinologista.

Comportamentos alimentares inadequados – As jovens atletas formam, juntamente com as modelos, o grupo de maior risco de desenvolver comportamentos alimentares inadequados e transtornos alimentares. Treinadores, pais e colegas esperam e até exigem delas um peso, muitas vezes, impossível de ser alcançado ou mantido. “Muitas, ainda meninas, passam a fazer dietas restritivas e jejuns prolongados, intercalados com episódios de compulsão alimentar, vômitos auto-induzidos, uso de laxantes, diuréticos e medicamentos para emagrecer, chegando a desenvolver transtornos alimentares propriamente ditos, como anorexia nervosa e bulimia nervosa. Esse tipo de cobrança é oposta àquela dirigida aos meninos, que são encorajados a ganhar massa muscular e peso, com a finalidade de melhorarem suas habilidades físicas para o esporte”, conta a médica, que também é especialista em Transtornos Alimentares.

Algumas atletas nem entendem os riscos envolvidos na decisão de comer tão pouco. “Na verdade, estas meninas precisam de um volume calórico muito maior para manterem suas atividades, sem comprometer seus estoques de glicogênio muscular, o que as predisporia a dores musculares, contusões, hipoglicemias e alterações eletrolíticas. Complicações que, na maioria das vezes, comprometem o próprio desempenho da atleta”, explica Ellen Paiva.

Complicações hormonais – A desnutrição crônica associada ao baixo peso corporal, ainda na infância, interfere na produção dos hormônios sexuais, na função tireoideana e no próprio hormônio de crescimento destas jovens. “O resultado desta fórmula é  atraso na puberdade e uma desaceleração do crescimento em sua mais importante fase da vida, o que resulta em baixa estatura. Já as atletas que iniciaram os treinos, após o início da puberdade, podem apresentar ausência de ovulação, irregularidade menstrual e até completa interrupção das menstruações”, diz a endocrinologista.

A prática excessiva de exercícios físicos é uma característica de muitas pacientes anoréxicas e bulímicas. “Ou seja, os transtornos alimentares também podem ser diagnosticados em pessoas que, de uma forma ou de outra, estão engajadas em práticas esportivas exigentes e rigorosas”, afirma a diretora do Citen.

“Encontramos também múltiplas alterações endócrinas em mulheres atletas. Há alteração nos hormônios tireoideanos – que, geralmente, estão abaixo do normal – alterações no hormônio de crescimento e na produção de cortisol. Todas elas, em conjunto com o quadro de desnutrição e baixo peso atuam impedindo uma puberdade normal e inviabilizando o equilíbrio hormonal da mulher adulta”, alerta a endocrinologista.

Uma ameça maior: a osteoporose – Durante a adolescência e início da vida adulta, as mulheres têm o chamado pico de formação óssea, quando uma reserva preciosa de cálcio define a quantidade e a qualidade da massa óssea durante a vida adulta. “Essa reserva mineral propicia a proteção necessária para a fase da vida onde a perda óssea supera em muito a formação óssea – o climatério – reduzindo o risco de fraturas, tão comum nessa fase”, diz a médica.

Esse processo harmonioso de balanço mineral positivo – onde a formação óssea supera em muito a perda – pode ser rompido por vários fatores, todos eles passíveis de ocorrer com a jovem atleta. “Peso corporal muito baixo, exercícios físicos extremos, desnutrição e alterações hormonais se associam e assinalam o risco de que o comprometimento desse balanço positivo pode facilmente ocorrer, causando osteoporose, em uma fase tão precoce da vida. Com a associação dos transtornos alimentares – principalmente anorexia nervosa – a este quadro, podemos nos deparar com jovens com massa óssea de mulheres de 80 anos”, alerta a endocrinologista Ellen Simone Paiva.

Orientação nutricional da mulher atleta – Quando pensamos que o esporte traz consigo a marca da saúde, ficamos surpresos ao constatar o contrário. “Para evitar os riscos das três principais complicações da jovem mulher atleta – transtornos alimentares,  interrupção das menstruações e  osteoporose –  é preciso  reduzir a pressão sobre estas jovens – elas não precisam ser extremamente magras –  e implantar, desde o início dos treinos, um acompanhamento nutricional de qualidade, que englobe cuidados para evitar a desnutrição crônica e o baixo peso, assim como suporte psicológico adequado para prevenir e tratar  e as alterações da imagem corporal”, recomenda a médica.

Ellen Paiva observa, ainda, que manter as menstruações através dos anticoncepcionais não previne a perda óssea. “Efeito realmente eficaz só conseguimos com intervenções nutricionais, que permitam pequeno ganho de peso nas atletas muito magras, que voltam a apresentar ovulação e menstruações normais, com a conseqüente recuperação da massa óssea”, informa.

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Acompanhe os outros posts da série:

>>Saúde e Fitness: As vantagens da caminhada para a beleza

>>Saúde & Fitness: Atividade física para grávidas

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