*Texto da jornalista Giovanna Castro
Não é à toa que Marcelo Bielsa, o técnico do Chile, é apelidado de El Loco. Botou o time para atacar o Brasil e até conseguiu segurar um pouco a seleção canarinho no campo de defesa, mas em compensação, abriu a possibilidade para os contra-ataques brasileiros. O retrospecto não ajudava os chilenos, que perderam os últimos cinco jogos de goleada nesta era Dunga e sempre com facilidade. E hoje não foi diferente. O Brasil começou a partida de uma maneira cadenciada e foi dominando aos poucos, furando a defesa adversária.
O primeiro gol de Juan fez o time relaxar e atuar com mais tranquilidade contra a seleção chilena que, em nenhum momento, deixou de jogar pra frente, o que deu mais movimentação ao jogo. Por causa disso, foi uma partida do Brasil mais animada, mais empolgante, porque o time jogou com mais liberdade. Ainda assim, vários problemas continuaram acontecendo, como as dificuldades de Daniel Alves, que ainda não disse a que veio nessa competição. O maior problema de todos foi a atuação discreta de Luís Fabiano, Kaká e Robinho, apesar do jogador do Santos ter sido eleito o melhor jogador da partida pela Fifa.
Kaká apareceu pouco, da mesma forma que Luís Fabiano e Robinho, em grande parte do jogo, mas é como costumo dizer, quando eles resolvem trabalhar juntos é fatal e foi o que aconteceu no segundo gol. Depois que Luís Fabiano toma a bola para o Brasil e passa para Robinho, o caminho do gol se desenha numa triangulação com Kaká, que deu mais um de seus passes simples e eficientes para a finalização do Fabuloso. O terceiro e último gol da seleção foi o primeiro de Robinho nesta Copa após receber um belo passe de Ramires que aliás, fez uma ótima partida. Infelizmente, fica fora do jogo contra a Holanda porque levou um cartão amarelo.
Mas acredito que o primeiro verdadeiro teste da seleção brasileira nesta Copa vai ser contra a Holanda, até porque o Brasil até agora jogou apenas o suficiente para ganhar de equipes que não ofereceram grande resistência, à exceção da partida contra Portugal, quando nenhuma das duas seleções estava lá muito afim de jogar e deu naquele 0X0 insosso.
Agora vamos enfrentar a Holanda, que tem 100% de aproveitamento nesta Copa, e sempre é uma pedra no caminho do Brasil como aconteceu naquela marcante partida das quartas de final da Copa de 1994, em que Branco bateu uma falta de longa distância com violência, abrindo o caminho para a conquista do tetra. O gol de Branco tirou a enorme tensão que envolvia aquela jogo já que o Brasil enfrentava dificuldades para vencer.
Neste momento da competição, quando chega o mata-mata, não dá mais para o Brasil errar e, para enfrentar a Holanda nas quartas de final, vai ter que tirar de dentro de si o seu melhor futebol porque as seleções nesta fase final começam a se superar e, principalmente contra a seleção brasileira, podem surpreender ou pelo menos complicar a trajetória do grupo rumo ao sexto título. No papel, o time brasileiro é superior, considerando as peças individuais, mas o conjunto da Holanda pode atrapalhar nossos planos.
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Branco bate falta no jogo Brasil X Holanda, na semifinal da Copa do Mundo de 1994 e faz o gol que abre caminho para o tetra. Veja: