Primeiro, um pedido de desculpas pelos dois dias sem postagens, mas enfrentamos um probleminha técnico, já resolvido. Agora, para retomar a atividade, um artigo escrito pelo Dado Moura, da Canção Nova, sobre a inveja e outros sentimentos negativos. Esta semana andei refletindo sobre intransigência e confiança (relembre aqui). O texto de Dado veio em boa hora, pois complementa minhas reflexões pessoais a respeito do que chamo de sentimentos pequenos (mesquinhos) e o contraste com o grande e verdadeiro sentir, que tem base no amor (não apenas aquele de casal, mas o amor enquanto sentimento pleno, que pode ser demonstrado em gestos grandiosos ou prosaicos). Confiram o texto, vale muito a pena!
A inveja corrói corações
* Dado Moura

Todos os dias fazemos uma nova experiência no que se refere a relacionamentos nas mais diversas esferas da nossa vida. Infelizmente, em muitos desses momentos acabamos por experimentar situações de desconfiança, raiva, ingratidão e ciúme. É natural, somos seres humanos e essas emoções fazem parte da nossa natureza. Mas, de todas as emoções negativas, talvez a mais tóxica seja a inveja. Similar ao ciúme, esse mal pode se instalar em todas as relações, sejam elas familiares, comerciais ou sociais.
Inveja é um sentimento traiçoeiro. Muitas pessoas acreditam que não são capazes de cobiçar até serem defrontadas por situações novas e incômodas, como por exemplo, o sucesso profissional alheio. Um fato que deveria ser comemorado por todos, passa a se tornar motivo de discórdia e tribulação para muitos que convivem naquele ambiente. O que as pessoas deveriam entender é que ninguém é melhor do que ninguém. Somos todos diferentes e complementares. Cada um tem seu espaço na sociedade. Não precisamos ter subordinados para nos sentirmos superiores.
A manifestação da inveja muitas vezes pode se confundir com um outro sentimento que também provoca instabilidade dentro das relações: o ciúme. São sentimentos muito próximos, contudo, o ciúme acontece quando nos preocupamos em perder aquilo que temos, seja o amor de uma pessoa, um bem ou uma posição social. No caso da inveja, a pessoa cobiça o objeto de conquista do amigo, do irmão, do vizinho… E nem sempre essa avidez pode significar cobiça por um bem material. Às vezes, esse sentimento se manifesta quando o invejoso percebe a maneira como alguém se veste, as amizades que determinada pessoa possa ter, a qualidade do entrosamento entre um casal ou a harmonia dentro de uma família.
O sentimento de inveja incomoda e corrói a autoestima da pessoa que o carrega. Quem tem inveja acredita que as coisas na vida do outro acontecem com maior facilidade. E por não conseguir alcançar seus objetivos ou ser reconhecido em uma área em que o colega foi bem sucedido, a pessoa invejosa se recusa a celebrar sinceramente a conquista do outro; não consegue partilhar verdadeiramente suas vitórias sem ocultar o seu desdém.

O invejoso terá sempre alguma coisa para contradizer o colega bem-sucedido na intenção de desviar o foco da conversa ou ofuscar sua imagem com comentários que tentam tirar sua credibilidade. Como pecado capital, essa fraqueza se desdobra em outros sentimentos negativos e se multiplica em manifestações de ingratidão, raiva e destrato a alguém que nada lhe fez, nem lhe causou prejuízo algum.
Na verdade, a inveja é o resultado da falta de empenho de alguém na realização de suas próprias metas e da sua pouca consciência sobre seu valor pessoal. Como todos os outros sentimentos daninhos, se não buscarmos a correção para esse mal, podemos colocar a perder relacionamentos valorosos. Todo mau sentimento germina onde a semente do amor não foi cultivada. Então, para erradicar sentimentos nocivos, devemos nos aplicar em amar concretamente as pessoas ao nosso redor. A vivência do amor no dia-a-dia é capaz de temperar nossos laços com virtudes como a paciência, o respeito, a temperança, a generosidade. Quem ama se faz um com aqueles que se rejubilam e solidário com os que sofrem.
*Dado Moura é webwriting do portal Canção Nova (www.cancaonova.com)
Siga-o no Twitter: www.twitter.com/dadomoura
**Material enviado ao blog pela Canção Nova e publicado mediante autorização do autor
É um mal que infelizmente eu não consigo evitar.