Simpatias Juninas: não custa dar uma mão para a sorte!

Com uma ajudinha da Petrobras, que este ano patrocina o São João no Nordeste, publico abaixo algumas simpatias juninas para o Conversa de Menina entrar em clima de arrasta-pé e, claro, dar uma forcinha a quem espera encontrar a cara-metade nesta noite de fogueira e licor (para o povo do sul-sudeste, fogueira e quentão). Aprendam direitinho e se souberem mais algumas simpatias, a caixa de comentários do post é de vocês…

P.S.: Às céticas de plantão, ora deixem de ser mal-humoradas! Que se você não desencalhar, no mínimo vai rir muito do mico. De preferência, convida #azamigas.

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Mais Festas Juninas na história do blog:

>>Santos de Junho I – Antonio, “o casamenteiro”

>>Santos de junho II – Viva São João!

>>Santos de Junho III – Pedro, das viúvas e pescadores

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SOS PARA CAÇADORAS DE MARIDO JUNINAS:

1- Bananeira

Nesta noite de São João, de 23 para 24, a pessoa enfia uma faca virgem (nova) no tronco de uma bananeira. Depois disso, tem que voltar para casa sem olhar para trás. No dia seguinte, de manhã bem cedo, retira a faca que nela aparecerá o nome do(a) futuro(a) noivo(a). Se não tiver nada, paciência: não vai ter casamento.

2- Papéis mágicos

Na noite de São João, escreva em pequenos papéis o nome de vários (as) pretendentes. Enrole-os e jogue-os em uma bacia ou copo d’água. O papel que se desenrolar primeiro indicará o nome do(a) futuro(a) companheiro(a).

3- Fumaça

Você deve colocar um papel branco por cima da fogueira de São João, sem queimar. Enquanto reza uma “Salve Rainha”, gire o papel sobre o fogo. O desenho feito pela fumaça corresponde ao rosto do homem com quem você vai se casar.

4- Casar depois dos 40

Assista sete missas seguidas, uma a cada domingo, sempre às 7hs da manhã em uma igreja de Santo Antônio. Ofereça cada missa à Virgem Maria, mãe de Jesus, esposa de José. Após a última missa, acenda sete velas brancas aos pés de uma imagem de Santo Antônio e mentalize o desejo de se casar.

5- Manter a paixão acesa

Após o banho, sempre passe seu perfume preferido no corpo, formando uma cruz que vá da base do pescoço até o umbigo e abaixo do peito, da esquerda para a direita.

6- Saber se o marido será jovem ou velho

Passe um ramo de manjericão na fogueira e atire-o ao telhado. Se na manhã seguinte o manjericão ainda estiver verde, o casamento é com moço. Se murchar, é com velho.

7 – Água suja, água limpa

Separe três pratos: um sem água, outro com água limpa e outro com água suja. Quem faz a experiência aproxima-se com os olhos vendados e põe a mão sobre um deles; o prato sem água não dá casamento; o de água suja indica que o casamento será com um viúvo, e o de água limpa, com solteiro.

8 – Nome de mendigo

Ponha uma moeda de um real na fogueira. No dia seguinte, recolha a moeda e entregue ao primeiro pedinte que aparecer. O nome do pedinte é o nome do noivo.

9 – Aliança bate-bate

Passe sobre a fogueira um copo virgem contendo água. Depois amarre a aliança de uma mulher casada enrolada em um fio de cabelo. Reze uma Ave Maria. Tantas são as pancadas dadas pelo anel nas paredes do copo quanto os anos que a pessoa terá de esperar para se casar. Mas não vale balançar o fio, heim!

*As simpatias da sabedoria popular e tradição secular no Nordeste do Brasil citadas neste post foram reunidas pela assessoria de comunicação da Petrobras, como parte das ações de marketing cultural para o São João 2011.

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Cultura: Exposição de imagens sobre festa do Bonfim

Baiana com jarra de flores. Ao fundo, as fitinhas do Bonfim que os fieis amarram no gradil da igreja com pedidos. Crédito: Ricardo Prado / Exposição Megumi

Nesta quinta-feira, dia 14, acontece a tradicional Lavagem do Bonfim, uma das festas populares mais antigas e importantes do calendário de Salvador. Mistura de rituais católicos e do candomblé com crenças populares, a lavagem acontece há quase 200 anos e é precedida de um cortejo de oito quilômetros, a pé ou em carroças, entre a igreja da Conceição da Praia (no bairro do Comércio) até a Colina Sagrada, onde fica a igreja do Bonfim. O fascínio pelas cenas que acontecem durante o cortejo e no ato da lavagem, quando as baianas despejam água de cheiro nas escadarias da igreja, é o tema da exposição de fotos do mineiro radicado na Bahia, Ricardo Prado.  Intitulada “Megumi”, expressão japonesa que significa “benção”, a exposição reúne sete olhares com registros peculiares da Festa do Bonfim e estará aberta ao público a partir desta quinta-feira. Entre as imagens que compõem a exposição, está o olhar sobre o Pagador de Promessas, que partiu do bairro de Brotas até a Colina Sagrada, seguindo à risca a máxima popular que diz que “quem tem fé vai a pé”. A mostra fotográfica fica em cartaz durante o mês de janeiro na Yorumaki – Temaki Bar.

S E R V I Ç O:
O quê: Exposição “Megumi”
Quando: Aberta ao público a partir de  quinta-feira, 14 de janeiro
Onde: Av. Octávio Mangabeira, Nº 1.709 – B,  Pituba, em frente ao antigo Clube Português
Horários: Dom – Quart, das 17h30 à 0h, Quint – Sáb, das 17h30 às 5h

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Quem disse que “fuxico” não é fashion?

Calma moças, o título do post não tem relação nenhuma com fofoca. Para quem não é do Nordeste, explico-me: fuxico é uma técnica que consiste em fazer pequenos círculos estilizados em tecido, parecem um botão forrado ou uma flor do campo, para aplicar em roupas, acessórios ou até  montar peças inteiramente “fuxicadas”.

Pois bem, agora que expliquei o título do post, vamos ao que interessa: moda e cultura. “Do Fuxico ao Fashion” é o nome da mostra que acontece no Palacete das Artes, em Salvador, a partir do próximo dia 27,  das peças produzidas por grupos da Penísula de Itapagipe, região bucólica da capital baiana.

De uma rotina antes baseada na produção informal de artesanato para subsistência, surge uma moda que combina a delicadeza da rendas e bordados à elegância dos tecidos e roupas de corte fino. Criada por artesãs residentes na Península, a mostra “Do Fuxico ao Fashion”  é resultado do projeto Incubadoras dos Núcleos Associativos Produtivos, promovido pelo CIAGS – Centro Interdisciplinar de Desenvolvimento e Gestão Social da UFBA (Universidade Federal da Bahia). A exposição pode ser vista, gratuitamente, até o dia 06 de setembro.

As peças em exposição consistem em bolsas, coletes, boleros adornados com fuxicos de chantug, seda e brocal, detalhes em crochê com linha metalizada ou o tradicional ponto “bico de periquito” – quatro pequenos fuxicos que formam um novo fuxico. Todas as peças são feitas a partir de jeans e brim, tecidos com os quais as artesãs já estavam acostumadas a trabalhar. São peças masculinas e femininas, com corte e execução equivalentes à alta costura. Por enquanto,  a produção ainda não está à venda, pois ainda é pequena. Mas em breve,  lojas especializadas da cidade terão peças produzidas pelas artesãs da Península de Itapagipe.

Um pouco de história – Pesquisas feitas na Península – que integra 14 bairros (Uruguai, Ribeira, Bonfim, Monte Serrat, Dendezeiros, Bairro Machado, Alagados, Vila Rui Barbosa, Massaranduba, Baixa do Petróleo, Calçada, Mares e Roma) – apontaram a força da produção têxtil da região. Nos anos 40, Itapagipe foi um pólo industrial forte em Salvador, com destaque no ramo de confecções, até que, na década de 70, uma crise econômica provocou a falência das indústrias locais.  Quase trinta anos depois, em março de 2007, o designer estratégico Fernando Augusto Gonçalves inicia um trabalho de criação e confecção de coleções de moda na região da Península, o que culminou com a mostra do “Fuxico ao Fashion”.

Para ver a vivo:

O quê: Mostra de Moda “Do Fuxico ao Fashion”

Quando: 27 de agosto a 06 de setembro de 2009

Onde: Palacete das Artes Rodin – BA [Rua da Graça, 284, Graça. Salvador-BA]

Horário para visitação: terça a domingo, das 10h às 18h

Entrada Franca

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Santo Amaro em evidência

Santo Amaro da Purificação é uma das cidades mais místicas do recôncavo baiano.  E não digo isso porque é terra de Caetano Veloso e Maria Bethânia. Aliás, os dois grandes artistas são o que são porque nasceram e se criaram num caldo cultural que mistura a religiosidade afro-brasileira, tradições católicas, cultura popular e história de resistência. Pois a cidade, localizada a 72 quômetros de Salvador,  estará em evidência nos próximos dias. Aqui na capital, de hoje até domingo, o Conjunto Cultural da Caixa (Rua Carlos Gomes – Centro) apresenta o espetáculo teatral Besouro Cordão de Ouro, sobre a vida de um dos capoeiristas mais famosos de Santo Amaro, um homem tão peculiar que se não houvesse testemunhas jurando que ele existiu, passaria facilmente por lenda e das boas, daquelas de ouvir ao pé da fogueira. Além disso, de 13 a 17 de maio, a cidade do recôncavo celebra os 120 anos do Bembé do Mercado, festa criada em 1889 para comemorar a abolição da escravatura. Abaixo, informações sobre o espetáculo e a história do Bembé:

Besouro Cordão de Ouro

Cena do espetáculo Besouro Cordão de Ouro
Cena do espetáculo Besouro Cordão de Ouro

Manoel Henrique Pereira, apelidado Besouro Cordão de Ouro, nasceu em Santo Amaro no final do século XIX. Ficou famoso graças ao talento nas rodas de capoeira tanto na cidade natal quanto no Cais Dourado, em Salvador, onde desembarcava dos saveiros que cruzavam a baía de Todos os Santos, em busca de um bom desafio. Sua fama de valente o transformou em lenda viva. Sendo que o romance Mar Morto, de Jorge Amado, ajudou a consolidar a fama do lutador. Além de capoeirista, Besouro também era poeta, boêmio, tocador de violão dos mais afamados e compositor de chulas e sambas-de-roda.

O espetáculo Besouro Cordão de Ouro, que aporta em Salvador neste fim de semana, é produzido por um grupo carioca, sob direção de João das Neves. O texto, as músicas e letras das canções entoadas na peça  são de autoria de Paulo César Pinheiro. A história de Besouro, também chamado Mangangá nas rodas de capoeira, é contada a partir dos atores que interpretam outros mestres famosos do ínicio do século XX como Bimba, Pastinha, Budião, Dora das Sete Portas e a mítica Rosa Palmeirão, também personagem de Mar Morto e que, diz a lenda, foi criada por Jorge Amado a partir de Maria Doze Homens, uma capoeirista valente do Cais Dourado, que derrubava qualquer um que se interpunha em seu caminho, fosse macho ou fêmea. Maria Doze Homens, por sua vez, é confundida na memória da cultura popular baiana com Maria Felipa de Oliveira, uma mulher que, na Guerra da Independência da Bahia, em 1823, teria liderado outras mulheres na guerrilha contra os portugueses.  Prometo contar a história dela aqui no blog, em outra ocasião.

SERVIÇO:

Espetáculo: Besouro Cordão-de-Ouro

Onde: Espaço Caixa Cultural

Rua Carlos Gomes, 57 – Centro – Tel: 3421-4200

Quando: 8 a 10 de maio, às 20h

Ingresso: Um quilo de alimento não-perecível, trocados pelo ingresso a partir das 14h do dia do espetáculo

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Bembé do Mercado

Caetano deve participar de mesa redonda durante o Bembé
Caetano deve participar de mesa redonda durante o Bembé

A origem do Bembé do Mercado remonta ao dia 13 de maio de 1889, no aniversário de um ano da abolição. Na ocasião, os terreiros de Candomblé de Santo Amaro e região se reuniram para fazer uma festa de três dias e três noites, tocando para os orixás e em memória aos antepassados que pereceram na luta pela liberdade. Durante anos, o Bembé foi erroneamente associado a uma homenagem à princesa Isabel, mas a festa de fato, marcava a resistência dos adeptos do Candomblé às perseguições a sua religião e também era uma forma de mostrar que existia um contingente negro que havia saído das senzalas, mas ainda não havia alcançado lugar de direito na sociedade. Mesmo com as perseguições o Bembé continuou acontecendo. Em alguns anos, limitava-se aos terreiros, em outros, acontecia na praça do mercado municipal da cidade. A partir do final dos anos 90, houve empenho de lideranças negras e religiosos do Candomblé, além de apoio de universidades e políticos, para que o Bembé fosse revitalizado. A palavra Bembé é uma corruptela de Candomblé.

Este ano, cerca de 30 terreiros irão se unir para realizar a festa dos 120 anos do Bembé, de 13 a 17 de maio, na praça do mercado. Além dos rituais religiosos, ocorrerão também apresentações de maculelê, capoeira, samba de roda e a encenação do Nego Fugido, folguedo que tem origem no distrito santoamarense de Acupe e representa a fuga de escravos das fazendas de açúcar da região e a implacável caçada empreendida pelos capitães do mato e feitores na tentativa de recapturá-los.

A festa de 2009 renderá homenagens ao escultor e museólogo Emanoel Araújo e a sambista santoamarense Edith do Prato, morta no início do ano. A programação prevê também uma mesa redonda, que deve ocorrer na quarta-feira, 13, na abertura do evento, sobre cultura popular, reunindo o Ministro da Cultura Juca Ferreira, o cantor Caetano Veloso e a folclorista Maria Mutti; além de um show de J. Velloso e Ulisses Castro.

SERVIÇO:

O quê: Bembé do Mercado

Local: Mercado de Santo Amaro da Purificação – BA

Data: 13 a 17 de maio

Horário: quarta-feira (04h alvorada, 18h abertura), quinta-feira e sexta-feira (18h), sábado (10h)

Como chegar: Saindo de Salvador, pegar a BR-324.  São 59 quilômetros até o entroncamento da BA-026, em direção a Santo Amaro, e mais 13 quilômetros até a sede do município.

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