Cidade baiana oferece vacina contra HPV na rede pública

Recebemos uma ótima notícia neste final de semana. A cidade de São Francisco do Conde, recôncavo baiano, será a primeira do país a disponibilizar a vacina contra o HPV pelo sistema público de saúde. Abaixo, publicamos a íntegra do material produzido pela Ketchum Estratégia, empresa de comunicação e enviado ao blog por email. Confiram e ajudem a divulgar nas suas redes sociais, porque este pode ser o embrião de um programa de imunização nacional contra o papilomavírus.

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*Cidade baiana é pioneira em oferecer vacina contra HPV na rede pública

São Paulo, 6 de fevereiro – São Francisco do Conde, cidade localizada na região metropolitana de Salvador (BA), será a primeira do Brasil a disponibilizar, por meio da rede pública de saúde, a vacina quadrivalente contra o papilomavírus humano (HPV). O vírus é responsável por 70% dos casos de câncer de colo do útero e 90% das verrugas genitais. A iniciativa inédita, que vai imunizar cerca de 1.500 meninas de 10 a 14 anos, visa oferecer qualidade de vida, diminuindo a incidência das doenças causadas pelo vírus. A Bahia é o estado brasileiro que tem a maior incidência de HPV.

Esquema mostrando locais atacados pelo HPV

Segundo a prefeita de São Francisco do Conde, Rilza Valentim, depois da abertura da clínica especializada em saúde da mulher na cidade, inaugurada recentemente, percebeu-se que havia muitos casos de câncer na população, entre eles, o de útero. “Com essa preocupação e comprometidos com a saúde da população, fomos atrás de mais informações sobre as formas de prevenção e fizemos uma licitação para implementar a vacinação. Sabemos que os custos financeiros para o tratamento do câncer, assim como o desgaste emocional que a doença causa nos pacientes, são altíssimos, superando o valor investido na vacina”, explica.

A prefeita conta ainda que, a partir do dia 22 de março, as meninas matriculadas nas escolas pública e privada começarão a ser vacinadas. “Como educadora, acredito que os melhores caminhos para a conscientização da população são a educação e a prevenção. Vamos imunizar as meninas matriculadas para incentivar as crianças a frequentarem a escola, aproveitando a iniciativa para promover palestras sobre saúde dentro das salas de aula.”

Segundo o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e infectologista Edson Moreira, a iniciativa é extremamente bem-vinda e deve diminuir a incidência de contaminação por HPV e as doenças que ele provoca nas futuras gerações de mulheres sexualmente ativas. “A camisinha é importante, mas não impede totalmente a transmissão do HPV porque o vírus também está na pele da região genital. Dessa forma, é muito importante que as pessoas tenham também acesso a informações sobre o vírus, seus fatores de risco e formas de prevenção, tais como a realização dos exames periódicos de Papanicolaou e a vacina”.

Fruto da parceria com a MSD, empresa farmacêutica que produz a vacina, a iniciativa é um exemplo de parceria público-privada (PPP) bem-sucedida. A empresa espera que a ação possa ser seguida por outros municípios e estados do país para promover maior acesso da população à vacina.

Saúde da Mulher – A vacinação contra o HPV será lançada oficialmente nesta segunda, dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, quando a Secretaria da Saúde, em parceria com a Secretaria do Desenvolvimento Social, promoverá um evento em prol da Saúde da Mulher, focado na prevenção do HPV.

Na ocasião serão promovidas várias atividades, como uma caminhada, da entrada da cidade até o Mercado Cultural, onde serão realizadas palestras sobre qualidade de vida, saúde e direitos da mulher. Além disso, será lançada uma Campanha de Conscientização e Prevenção para garantir que a população conheça o vírus HPV e suas consequências, bem como as formas de evitar o contágio.

Representação atômica do papilomavírus humano

Sobre o HPV – A infecção por HPV, a mais comum das doenças sexualmente transmissíveis (DST), atinge mais de 630 milhões de pessoas no mundo. Os HPV tipos 6 e 11 causam aproximadamente 90% das verrugas genitais e cerca de 10% das lesões displásicas de baixo grau do colo do útero. Os HPV tipos 16 e 18 são responsáveis por aproximadamente 70% dos casos de câncer de colo do útero. Estima-se que esses dois tipos do vírus causem ainda de 40% a 50% dos cânceres vulvares e 70% dos cânceres vaginais.

Todos os anos, ao redor do planeta, 500 mil mulheres são diagnosticadas com câncer de colo do útero e cerca de 250 mil morrem vítimas da doença. No Brasil, mais de 19 mil novos casos são registrados a cada ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Sobre a vacina – A vacina quadrivalente contra o HPV é a única que protege contra quatro tipos do papilomavírus humano (6, 11, 16 e 18). Atualmente é indicada, no Brasil, para meninas e mulheres de 9 a 26 anos, para a prevenção de cânceres de colo do útero, de vulva e de vagina causados pelo HPV tipos 16 e 18, das verrugas genitais provocadas pelo HPV tipos 6 e 11 e das lesões pré-cancerosas ou displásicas causadas pelo HPV tipos 6, 11, 16 e 18. O HPV tipos 16 e 18 é responsável por aproximadamente 70% dos casos de câncer de colo do útero, sendo que o HPV tipos 6 e 11 causa aproximadamente 90% das verrugas genitais e cerca de 10% das lesões displásicas de baixo grau do colo do útero.

*Material de divulgação encaminhado ao blog pela Ketchum Estratégia, assessoria da MSD.

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Vinte anos da descoberta do vírus da Hepatite C

Representação do vírus da Hepatite C
Representação do vírus da Hepatite C

A Hepatite C atinge cerca de três milhões de pessoas no país e infecta cinco vezes mais que a AIDS. Este ano, completam-se vinte anos da descoberta do VHC, vírus causador da Hepatite C, ocorrida em 1989. Recebemos um bom material, que esclarece algumas dúvidas sobre a chamada doença silenciosa, pois o vírus leva anos encubado, antes dos problemas de saúde se manifestarem. Abaixo, transcrevo o material recebido através da assessoria de comunicação do HC – FMUSP (Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo). No final do post, os interessados em saber mais sobre a doença encontram o link para o Portal da Hepatite, uma página na internet com informações completas sobre a doença e suas manifestações. No portal, há também os contatos dos grupos de apoio aos portadores em Salvador – BA e demais capitais.

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“A epidemia silenciosa faz 20 anos”

Na década de 70 e 80, a epidemia de Hepatice C se disseminou pelo mundo, atingindo de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), entre 170 e 200 milhões de pessoas, equivalente a 3% da população mundial. Vinte anos mais tarde, os métodos de diagnóstico e tratamento avançaram muito, mas o cenário continua alarmante. A hepatite C é a maior causa de cirrose e câncer de fígado no mundo e se tornou o principal motivo de morte dos portadores de HIV.

A doença contamina cinco vezes mais brasileiros do que a AIDS. No País, existem 600 mil portadores do vírus da AIDS contra cerca de três milhões de pessoas infectadas com o vírus da hepatite C, segundo estimativas do Ministério da Saúde. De acordo com o infectologista Evaldo Stanislau Affonso de Araújo, Coordenador do Comitê de Hepatites Virais da Sociedade Brasileira de Infectologia e Médico Assistente-Doutor da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do HC-FMUSP, a coinfecção HIV-Hepatite C, entre os usuários de drogas infectados pela AIDS, chega a quase 100%. “Morre-se pelas complicações do fígado e não pelas infecções associadas ao HIV”, explica. A proporção diminui se a pessoa adquiriu o HIV por via sexual. “Nesse caso, teremos ao redor de 15% de coinfecção HIV-Hepatite C”, completa.

Mapa de distribuição da Hepatite C no mundo. Fonte: Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
Mapa de distribuição da Hepatite C no mundo. Fonte: Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)

Segundo o especialista, desde a descoberta do vírus, os avanços foram muito expressivos, mas ainda há muito que melhorar. “Não temos só noticias ruins, a terapia para a hepatite C evoluiu muito. No início, com o uso apenas do interferon alfa, tínhamos ao redor de 6% de sucesso no tratamento”, explica o especialista. “Hoje saltamos para uma média de sucesso de 50% – dependendo do caso pode ser maior – e, em breve, com o advento de novas modalidades terapêuticas, devemos atingir ao redor de 75% de sucesso. Ainda não é 100%, mesmo por que não contamos com uma vacina preventiva”, completa.

O mais preocupante é que a maioria dos portadores, principalmente os mais idosos – em que a prevalência da doença chega a ser o dobro da população em geral – desconhece a sua condição. Isso ocorre, pois a hepatite C é uma doença que evolui silenciosamente sem apresentar nenhum sintoma. “Nesse cenário, tornou-se corriqueiro nos deparar com o diagnóstico tardio, quando as pessoas já apresentam o câncer de fígado ou uma doença hepática avançada” ressalta Dr. Evaldo Stanislau.

Diagnóstico e Tratamento da Hepatite C

A hepatite C crônica é uma doença de evolução lenta e que não causa sintomas por um longo tempo, mas nos estágios mais avançados o quadro sintomático pode ser bastante grave. A doença teve os primeiros casos diagnosticados em 1990, especialmente, em pacientes que receberam transfusão sanguínea antes de 1992. Transmitida, principalmente, pelo contato com o sangue, a hepatite C pode ser contraída por uso de material cortante não esterilizado adequadamente (manicure), compartilhamento de agulhas, hemodiálise, realização de tatuagem sem técnicas de esterilização adequadas ou de acupuntura sem agulhas descartáveis e ainda pelo uso endovenoso de drogas ilícitas. A evolução da doença crônica pode causar cirrose hepática em cerca de 20% dos pacientes em 10 anos, podendo desenvolver também câncer de fígado. Por esse motivo, o diagnóstico precoce é fundamental para a detecção rápida da doença e o estabelecimento de um tratamento adequado, que pode em muitos casos garantir a cura, evitando as complicações de longo prazo.   

Atualmente, os pacientes tratados com remédios de última geração para hepatite C, podem atingir altas taxas de resposta virológica sustentada (RVS), ou seja, a ausência do vírus após o tratamento, considerada como a cura para a Hepatite C. No entanto, especialistas alertam para o diagnóstico precoce e o início da terapia individualizada como o alvo principal para atingir as melhores taxas de resposta.

Locais de Tratamento

O Sistema Único de Saúde oferece tratamento para os pacientes com doenças hepáticas. Há também outros centros especializados, além deínicas privadas e dos postos do SUS no Brasil.

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